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LOGÍSTICA APLICADA NA EMPRESA HORTIFRUTI

Os Centros de Distribuição são bem estruturados e preparados para o manuseio e distribuição dos produtos para todas as lojas da rede. Quanto à localização, estas lojas ficam em posições geográficas, que buscam maximizar as entregas que são feitas diariamente. As mercadorias são acondicionadas em paletes6 e movimentadas por um sistema de transporte pré-determinado.

Cabe salientar que um controle de temperatura do ambiente seria um método de melhorar qualidade dos produtos no sentido de tecnologia utilizada na empresa. Já o armazenamento dos produtos é feito por ordem de chegada. O tempo de permanência destes nos centros de distribuição é o menor possível. Foi realizada uma pesquisa que mostra que o tempo que os alimentos levam da colheita até a casa do consumidor é de no máximo 12 horas.

O tempo de permanência dos produtos nos centros de distribuição influencia para que haja desperdício de produtos perecíveis e para se evitar este problema é necessário diminuir a manipulação de caixa para caixa, além de diminuir o tempo de estoque da mercadoria.

Com o intuito de mensurar as perdas dos produtos perecíveis, o quadro 4 e o gráfico 1 ilustram as perdas no período de janeiro à dezembro de 2009. Cabe salientar que essas perdas são as decorrentes do processo logístico interno, pois o Hortifruti quando recebe os produtos, verifica individualmente a qualidade destes e descarta os que apresentam algum problema. Outro detalhe é que quando há detecção de problemas, o Hortifruti não paga pelos produtos.

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Paletes ou estrados são plataformas destinadas a suportar cargas permitindo a movimentação por meio de garfo (empilhadeiras elétricas, a gás ou manuais), onde os produtos podem ser unitizados. Os paletes têm como função a movimentação de grande escala.

Quadro 4 – Entrada e saída de produtos perecíveis (período 01/01/2009 a 31/12/2009)

Descrição Unidade Qtd. Ent. Qtd. Saída Diferença

Aipim KG 720.770 451.633 269.137 Alface Unid. 1.317.441 1.006.522 310.919 Tomate KG 2.601.620 2.315.783 285.837 Couve-flor KG 657.576 393.741 263.835 Mamão Papaia KG 2.999.229 2.530.426 468.803 Morango Unid. 1.032.201 433.024 599.177

Fonte: Banco de Dados, Hortifruti, 2010 Gráfico 1 – Perdas de produtos perecíveis

(período 01/01/2009 a 31/12/2009) 599.177 468.803 310.919 285.637 269.137 263.835 MORANGO MAMÃO PAPAIA ALFACE TOMATE AIPIM COUVE-FLOR

Fonte: Banco de Dados, Hortifruti, 2010

Diante dos dados apresentados no quadro 4 e gráfico 1, observa-se que o grau de perda é bem elevado. No caso do aipim, 37% dos produtos são descartados; alface (24%); Tomate (11%); Couve-flor (40%); mamão papaia (16%) e morango (58%). Já o quadro 5 e o gráfico 2 ilustram as perdas no período de Janeiro à outubro de 2010.

Quadro 5 – Entrada e saída de produtos perecíveis (período 01/01/2010 a 31/10/2010)

Descrição Unidade Qtd. Ent. Qtd. Saída Diferença

Aipim KG 651.506 403.877 247.629 Alface Unid. 1.183.226 900.237 282.989 Tomate KG 2.344.926 2.125.945 218.981 Couve-flor KG 567.376 369.656 197.720 Mamão Papaia KG 2.209.819 1.871.699 338.120 Morango Unid. 874.332 711.695 162.637

Gráfico 2 – Perdas de produtos perecíveis (período 01/01/2010 a 31/10/2010) 338.120 282.989 247.629 218.981 197.720 162.637 MAMÃO PAPAIA ALFACE AIPIM TOMATE COUVE-FLOR MORANGO

Fonte: Banco de Dados, Hortifruti, 2010

O quadro 5 e o gráfico 2 demonstram que no período de Janeiro à Outubro de 2010, o nível de perdas ainda é grande, embora a perda de alguns produtos tenha diminuído significantemente, como no caso do morango que de 58% de perda em 2009 caiu para 19% em 2010. Já os outros produtos apresentaram pouca diferença: o aipim com 38%; a alface com 24%; o tomate com 9%; a couve-flor com 35% e o mamão papaia com 15% de perda.

Os números demonstram que ainda há muito a ser feito no processo logístico de distribuição da empresa Hortifruti, buscando minimizar as perdas

ocorridas com os produtos perecíveis. Torna-se necessário que sejam implantadas ações estratégicas e um monitoramento constante.

Ao implantar um programa voltado à eliminação dos desperdícios, dois pontos são fundamentais: o conhecimento dos processos e a adequação dos conceitos às peculiaridades de cada organização. O conhecimento dos processos, sejam eles, administrativos ou produtivos, permite identificar a metodologia ideal para cada situação. Isto requer um polarizador com know howe experiência prática, para convencer e conduzir os esforços do grupo de apoio no sentido do objetivo estabelecido. Além disso, devem ser avaliados os recursos disponíveis, no sentido de alcançar racionalização e simplicidade operacional.

Tentar impor qualquer metodologia pelo simples resultado de sucesso em outras organizações não é suficiente, e pode conduzir a experiência ao fracasso. De uma forma geral, os esforços das empresas podem ser divididos em trabalho e desperdícios, o trabalho pode ser dividido em trabalho que agrega valor e trabalho que não agrega valor.

O trabalho que agrega valor ou trabalho efetivo compreende as atividades que realmente aumentam o valor do produto. Já os desperdícios, não adicionam valor aos produtos e também não são necessários ao trabalho efetivo, sendo que às vezes até diminuem o valor desses produtos. A empresa Hortifruti procura concentrar-se em eliminar os desperdícios e minimizar o trabalho adicional, maximizando o trabalho efetivo que precisa ser efetuado com maior eficiência possível.

Segundo Bornia (2002) os desperdícios classificam-se em sete tipos: Superprodução, transporte, processamento, fabricação de produtos defeituosos, movimento, espera e estoque. As empresas são obrigadas a adaptar-se à nova realidade do mercado e aperfeiçoar-se de forma contínua e eficiente. Uma das principais tarefas da gerência da empresa moderna é, portanto, a identificação e eliminação dos desperdícios ocorridos durante as atividades, pois a grande concorrência atual exige especialização e competência nas atividades da empresa, se essa quiser manter-se no mercado.

Neste sentido, um sistema que permita a identificação e quantificação sistemática dos desperdícios de uma empresa é, sem dúvida, útil para auxiliar o processo de análise e melhoria da eficiência interna dos processos produtivos, tornando-se uma poderosa ferramenta de apoio gerencial.

Essa pesquisa possibilitou verificar que a empresa Hortifruti tem uma preocupação com o processo logístico de produtos perecíveis, entretanto, o nível de perdas ainda é grande, pois certos produtos, como, por exemplo, o morango, que apresenta um nível de perda muito grande é muito vulnerável, o que dificulta para a empresa a eliminação completa das perdas, mas detectou-se que no ano de 2010 as perdas referentes a esse produto diminuíram muito.

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CONCLUSÃO

Nos últimos anos, a logística se tornou uma ferramenta indispensável dentro da gestão empresarial, uma vez que proporciona à empresa, quando bem utilizada, vantagem competitiva e conseqüentemente uma fatia maior do mercado, onde somente os inovadores e arrojados, conseguem alcançar os seus objetivos em sua totalidade. A logística dentro de uma organização exerce papéis múltiplos, dentre os quais salientam-se manusear, armazenar, deslocar, adquirir, controlar seus produtos e reduzir seus custos. Para que isso ocorra é necessário que haja uma agilidade nesses processos, possibilitando, dessa forma, uma maximização na gestão da empresa.

Cabe salientar que a sua utilidade não está restrita a distribuição e armazenamento de produtos, uma vez que o seu enfoque atual é voltado na direção de agregar a tudo isto as necessidades dos clientes, que podem ser diferenciadas, sejam elas para repor o estoque regulador, seja para produção imediata ou para atender a um pedido especial de algum consumidor. Tal visão está relacionada à satisfação daqueles que são parte fundamental dentro do processo de comercialização, proporcionando a empresa perspectivas de aumento de receitas, de vendas e margens de lucro.

Cada vez mais o processo logístico tem demonstrado ser de suma importância nas ações estratégicas das empresas, visto que, principalmente no mercado varejista, a logística é a alma da empresa. Isso porque, sem um processo logístico bem estruturado, todo o restante acaba desestruturado.

Conclui-se que as empresas que trabalham com produtos perecíveis, precisam melhorar o processo logístico para conseguirem minimizar as perdas de produtos perecíveis. Quanto à questão norteadora do trabalho, conclui-se que o processo logístico de distribuição de produtos perecíveis somente irá minimizar as perdas quando forem adotadas medidas, como o cuidado com a temperatura aonde são alocados os produtos e a adoção de embalagens que protejam.

O grande desafio das empresas é formatar um sistema de distribuição de produtos perecíveis que diminua o volume de perdas, diminuindo, dessa forma, os custos e assim o preço final dos produtos ao consumidor. A dificuldade encontrada para a realização dessa pesquisa foi a escassez de dados referentes a perdas de produtos perecíveis no comércio varejista.e no que tange às indicações para pesquisas futuras, é importante que outros estudos aprofundem o tema, a partir de sugestões como: foco no estudo sobre processo logístico de produtos perecíveis em outras grandes empresas do ramo para fins comparativos e foco sobre a importância da distribuição de produtos perecíveis no comércio varejista

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