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LT Porto Primavera – Dourados, 230 kV e SE Porto Primavera 440/230 k

Reforços na Rede Básica

2.14 LT Porto Primavera – Dourados, 230 kV e SE Porto Primavera 440/230 k

Ampliações na Rede Básica

LT: PORTO PRIMAVERA – DOURADOS, 230 kV E SE PORTO PRIMAVERA 440/230 kV

PROPRIETÁRIO DA LT:

Novas Instalações

DESCRIÇÃO: LT 230 kV, circuito simples, condutor 1.113 MCM, 190 km, banco de

autotransformadores de 440/230 kV - 4x150 MVA e equipamentos associados.

DATA NECESSIDADE:

JUNHO/2004

ÁREA ATENDIDA: Mato Grosso do Sul

JUSTIFICATIVA TÉCNICA:

A rede de transmissão que atende ao Mato Grosso do Sul é constituída pelas linhas Cascavel Oeste – Guaíra – Dourados, interligando o Paraná à SE Dourados 230/138 kV, no sul do estado, e a LT 230 kV Dourados – Anastácio, com a SE Anastácio, 230/138 kV, interligando-se à rede de 138 kV na SE Aquidauana, no oeste do Mato Grosso do Sul. Também apresentam papel fundamental no atendimento, duas linhas de circuito duplo de 138 kV que chegam a Campo Grande provenientes da UHE Jupiá, na fronteira com São Paulo, e uma linha nesta tensão proveniente da UHE Rosana, em São Paulo, chegando até a subestação de Dourados. O restante do sistema é constituído por linhas e subestações distribuidoras em 138 kV.

O parque gerador do estado é constituído pela UHE Mimoso, 30 MW, e pela UTE William Arjona, 5 x 35 MW, das quais duas máquinas estão associadas ao Programa Termelétrico Emergencial da CBEE.

Até recentemente o planejamento da expansão previa que o crescimento deste mercado do Mato Grosso do Sul fosse atendido pela implantação de geração térmica no estado. Estavam previstas no Programa Prioritário de Termelétricas a implantação da UTE Corumbá, 88 MW, da UTE San Marcos, 88 MW, em 2002 e da UTE Campo Grande, 237 MW, em 2003. Como este programa de expansão da geração térmica não se efetivou, o planejamento setorial indicou uma solução de atendimento pela expansão da transmissão, recomendando a implantação da LT 230 kV Porto Primavera – Dourados e de uma nova subestação 440/230 kV em Porto Primavera.

Até que seja concretizada esta expansão, estimada para 2006, o atendimento ao estado continuará sendo realizado predominantemente pela LT 230 kV Cascavel - Guaíra – Dourados e pelas duas linhas de 138 kV em circuito duplo entre Jupiá – Mimoso – Campo Grande.

O carregamento nos transformadores 230/138 kV das subestações de Dourados e Anastácio e nas linhas de 138 kV entre Dourados, Campo Grande e Jupiá depende não apenas das solicitações do mercado local, mas também das condições de intercâmbio de energia entre as regiões sul e sudeste e do montante de geração local, conectada à rede de 138 kV.

A condição de intercâmbio sudeste – sul elevado aumenta o carregamento nas linhas de 138 kV entre Jupiá e Mimoso, provocando sobrecargas neste eixo e baixo perfil de tensão em condição normal de operação. Observam-se sobrecargas de 6% na linha Jupiá - Mimoso para geração de 60 MW na UTE Arjona na carga pesada de inverno de 2004. Para geração de 30 MW, a sobrecarga eleva-se para 14% e para geração nula seria necessário corte de carga de 10 MW para restabelecer as tensões no sistema de distribuição para 90%. Em 2005, este corte sobe para 29 MW. Este quadro indica a necessidade de redução do intercâmbio entre as regiões sul e sudeste, com conseqüente não cumprimento das metas de otimização energética.

A perda da LT 230 kV Guaíra – Dourados provoca perda de carga por subtensão, cujos montantes que variam com a geração da UTE Willian Arjona e da UHE Mimoso. A Tabela 2.14-1 mostra os cortes de carga estimados para restabelecer as tensões no sistema de distribuição em 90%, esgotados todos os outros recursos de regulação, durante a indisponibilidade da LT 230 kV Guaíra – Dourados. Estes cortes correspondem ao patamar de carga pesada de inverno, considerando 29 MW de geração na UHE Mimoso, e cenários variados de geração térmica em Arjona e intercâmbio com a Região Sudeste. Na Tabela 2.14-2 são registrados os cortes de carga no caso da perda da LT 230 kV Dourados – Anastácio. Em ambos os caso foi considerada nas simulações a partir de 2006 a expansão da Rede Básica proposta pelo CCPE.

A indisponibilidade da LT 230 kV Cascavel Oeste – Guaíra provoca baixo perfil de tensão na região de Guaíra, caracterizado por um déficit de suporte capacitivo que varia de 40 Mvar em 2004 a 47 Mvar em 2005, para geração térmica de 90 Mvar no MS, ou de 91 Mvar a 118 Mvar, para geração térmica nula na UTE W. Arjona.

Tabela 2.14-1 – Cortes de Carga Estimados na Indisponibilidade da LT 230 kV Guaíra - Dourados

90 MW 60 MW 30 MW 0 MW -1300 MW 14 MW 46 MW 62 MW 94 MW -3360 MW 17 MW 51 MW 69 MW 103 MW +4000 MW 7 MW 35 MW 85 MW 151 MW -1300 MW 21 MW 52 MW 75 MW 106 MW -3500 MW 30 MW 58 MW 79 MW 113 MW +4000 MW 16 MW 77 MW 99 MW 145 MW -1300 MW - - - - -3500 MW - - - - +4000 MW - - - - 2005 2006

Despacho da UTE Willian Arjona RSUL

2004 ANO

Tabela 2.14-2 – Cortes de Carga Estimados na Indisponibilidade da LT 230 kV Dourados – Anastácio

ASPECTOS RELACIONADOS À DISTRIBUIÇÃO

Nas simulações foi assumido o cronograma de expansão da transformação de fronteira informado pela distribuidora, no qual está indicada a implantação do segundo transformador de Anastácio e do terceiro transformador de Dourados em 2004.

Com esta configuração, a perda de uma unidade na SE Dourados causa sobrecarga de 9% nos transformadores remanescentes, para intercâmbio sul – sudeste de 3400 MW e geração térmica nula na UTE W. Arjona. Nas mesmas condições, a perda de um transformador em Anastácio provoca sobrecarga de até 42% na remanescente.

SOLUÇÃO PROPOSTA

A solução apontada nos estudos de planejamento para atendimento ao estado do Mato Grosso do Sul é a LT 230 kV Porto Primavera – Dourados, circuito simples, 190 km, atendida a partir de uma nova subestação 440/230 kV, 4x150 MVA, a ser construída junto à UHE Porto Primavera. Também consta da solução de planejamento a implantação de um terceiro transformador de 75 MVA na SE Anastácio e de uma quarta unidade na SE Dourados com essa configuração da Rede Básica.

A implantação destas obras reduz consideravelmente a dependência de geração térmica interna ao estado e elimina restrições a intercâmbios sudeste – sul elevados, bem como problemas de corte de carga para a perda das LT 230 kV Guaíra – Dourados e LT 230 kV Cascavel Oeste – Guaíra

A operação da LT 230 kV Porto Primavera – Dourados em 2006 elimina a

90 MW 60 MW 30 MW 0 MW -1300 MW - - - 10 MW -3360 MW - - - 15 MW +4000 MW - - 22 MW 65 MW -1300 MW - - - 13 MW -3500 MW - - - 15 MW +4000 MW - - 46 MW 90 MW -1300 MW - - - 24 MW -3500 MW - - - 59 MW +4000 MW - - - 8 MW 2005 2006

Despacho da UTE Willian Arjona RSUL

2004 ANO

necessidade de corte de carga na indisponibilidade da LT 230 kV Guaíra – Dourados, para os níveis analisados de intercâmbio com a região sudeste, mesmo considerando geração térmica nula no estado do Mato Grosso do Sul. Também não são mais observados problemas de atendimento a Guaíra para qualquer nível de geração térmica no estado do MS.

Na indisponibilidade da LT 230 kV Dourados – Anastácio, a LT 230 kV Porto Primavera – Dourados mostra-se efetiva somente para intercâmbio sudeste – sul, como pode ser observado na Tabela 2. Para intercâmbios do Sul para o Sudeste permanecem problemas de atendimento, principalmente na região de Corumbá, para geração térmica abaixo de 30 MW na UTE W. Arjona.

CONCLUSÃO

A implantação da LT 230 kV Porto Primavera – Dourados e da SE Porto Primavera 440/230 kV permitirá eliminar as restrições ao intercâmbio sudeste – sul elevado em condição normal de operação, bem como problemas de cortes de carga na perda das LT 230 kV Guaíra – Dourados e da LT 230 kV Cascavel Oeste – Guaíra. Considerando geração térmica mínima de 30 MW na UTE William Arjona, também não ocorrem problemas de atendimento na perda da LT 230 kV Dourados – Anastácio, para todo o horizonte do estudo.

Como os benefícios são consideráveis a partir de 2003, recomenda-se que a implantação da solução seja encaminhada com a maior brevidade possível.

CUSTOS DE REFERÊNCIA: (R$ mil), custos de referência da ELETROBRAS,

1999, (Taxa de câmbio: R$/US$= 1,76)

LT 230 kV, 190 km, 1113 MCM, Circuito simples:...30.590 LT 440 kV, 2 km, 4x636 MCM, Circuito simples:... 652 MÓDULO GERAL 440 kV,...16.025 EL 230 kV, 2x2006:... 4.012 TR 440/230 kV – 4x150 MVA:...16.572 CT 440 kV: (saídas de linha da usina)

CT 230 kV:... 1.665 IB 230 kV:... 1.098

Total:...70.614

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS:

OBSERVAÇÕES GERAIS:

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA:

ONS, Plano de Ampliações e Reforços na Rede Básica - Período 2003 a 2005, Jun/2002.

CCPE, Atendimento Elétrico ao Estado do Mato Grosso do Sul – Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica, Jan/2003.