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Nos estudos realizados por Carlos (2007), ela aponta diversos elementos que contribuem para o debate e construção de um pensamento a respeito das grandes metrópoles da atualidade, dentre esses elementos destaca-se o seguinte: “As relações do cidadão, do homem comum, se realizam, concretamente no lugar, no plano da vida cotidiana. Neste sentido o homem não habita a metrópole, mas lugares da metrópole onde se desenrola a sua vida, marcada pelos trajetos cotidianos” (CARLOS, 2007a, p.14).

Aqui, a autora, esclarece que a metrópole, dada suas dimensões, não pode ser, em nenhuma hipótese, considerada – em sua totalidade – como o lugar da reprodução da vida do homem, mas aquelas parcelas da metrópole às quais o homem está em contato imediato e permanente. E segundo Lynch (1997), outro condicionante age restringindo as relações citadinas: são as limitações perceptivas humanas que contribuem para uma visão fragmentária e parcial da cidade,

Na maioria das vezes, nossa percepção da cidade não é abrangente, mas antes parcial, fragmentária, misturada com considerações de outra natureza. Quase todos os sentidos estão em operação, e a imagem é uma combinação de todos eles (LYNCH, 1997, p. 2).

Assim, partindo dessa imagem parcial e fragmentária da cidade, o indivíduo se reconhece e se identifica como morador de uma grande cidade participando e tendo contato apenas com fragmentos da metrópole. Ele vive a partir das frações do solo urbano às quais está em contato direto e diário.

Embora a tendência natural seja associar a cidade a uma gama de aparatos arquitetônicos e urbanísticos, ao desenvolvimento e adensamento espacial da técnica e as atividades relativas à reprodução do capital, deve-se entender a cidade sobre outra ótica, na qual aspectos subjetivos sejam relevados – não desconsiderando os elementos construídos.

Ela, a cidade, é um todo complexo, formado por contradições que se interconectam – entre elas objetividades e subjetividades –, implica modos sócio-espaciais de acontecer da vida associados aos intensos processos capitalistas (comerciais e/ou industriais). É nesse ponto que concorda-se com Carlos (2007a):

[...] a reflexão sobre a cidade é, fundamentalmente, uma reflexão sobre a prática sócio-espacial que diz respeito ao modo pelo qual se realiza a vida na cidade, enquanto formas e momentos de apropriação do espaço como elemento constitutivo da realização da existência humana. Assim, o espaço urbano apresenta um sentido profundo, pois se revela condição, meio e produto da ação humana – pelo uso – ao longo do tempo. Esse sentido diz respeito à superação da ideia de cidade reduzida à simples localização dos fenômenos (da indústria, por exemplo), para revelá-la como sentido da vida humana em todas as suas dimensões (CARLOS, 2007a, p. 11, grifo nosso).

Já quando se fala da pequena cidade essa relação homem-lugar pode se confundir com a relação homem-cidade dada as dimensões da própria urbi que, por seu tamanho diminuto, o homem pode, nos seus trajetos diários, manter diálogo com todo o perímetro urbano.

O que pode caracterizar a cidade como um lugar é o fato do homem interagir com toda a área da cidade – através do diálogo imediato do seu corpo com o espaço urbano e levando- se em consideração suas limitações corpóreas de deslocamento. O fragmento a seguir da obra de Carlos (2007b) expõe esta perspectiva,

O lugar é a porção do espaço apropriável para a vida – apropriada através do corpo – dos sentidos – dos passos de seus moradores, é o bairro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos afirmar que não seria jamais a metrópole ou mesmo a cidade latu sensu a menos que seja a pequena vila ou cidade – vivida/conhecida/reconhecida em todos os cantos (CARLOS, 2007b, p. 17, grifo do autor).

Como esclarece a autora, a pequena cidade pode ser considerada um lugar, pois o seu morador faz uso, interage, conhece e reconhece todas as parcelas do seu modesto espaço urbano no dia a dia vivido, ao locomover-se pelas ruas e avenidas, ao frequentar praças, mercados, lojas, casas de parentes e amigos – o mundo está ao alcance de uma caminhada.

Na presente investigação, a questão acima aludida será tratada na apresentação dos resultados da pesquisa empírica, pois, ainda que seja pequena (a cidade) pode – dependendo de sua conjuntura, fatores econômicos, sociais e políticos (entre outros) – não fazer parte da vida do seu morador em sua totalidade. Desta forma, prescinde de estudos empíricos para a comprovação e consolidação desta abordagem teórica.

Até aqui o entendimento em torno do assunto leva a dois pressupostos para que a cidade possa ser considerada um lugar:

 O primeiro diz respeito ao tamanho mesmo da cidade. A dimensão do espraiamento urbano é um elemento importante, pois quanto menor for a cidade maiores são as possibilidades de o morador – ponderando suas limitações corpóreas de deslocamento – manter um convívio imediato e íntimo com o perímetro urbano;

 O segundo diz respeito à capacidade do homem em interagir com todos os espaços dessa mesma cidade ainda que pequena, a depender de sua mobilidade espacial condicionada à sua situação socioeconômica. Isso quer dizer que melhores condições financeiras proporcionam maior mobilidade – tanto pelo fato de possuir meio de transporte próprio quanto por poder pagar (poder de compra) pelos serviços e produtos ofertados em alguns lugares da cidade – e, consequentemente, o morador tem a possibilidade de experimentar e conviver com maiores áreas urbanas.

Como mencionado anteriormente, a produção do lugar, no seu sentido antropológico, dá-se por meio dos usos dos espaços, equipamentos e objetos dispostos em toda malha urbana. É através do corpo – e dos sentidos corpóreos “[...] semelhantes aos de outros primatas, mas [que] são coroados por uma capacidade excepcionalmente refinada para a criação de símbolos” (TUAN, 1983, p. 5) – que o indivíduo entra em contato – e faz uso – imediato e sem intermediários com os elementos espacializados e com as demais pessoas (vizinhos, parentes, amigos) na cidade.

Deve-se observar que os sentidos corpóreos não são neutros, nem puramente instintivos, na apresentação dos fatos. Os sentidos, assim como os próprios objetos percebidos, tem seu traço social construído por fatores históricos presentes no ente percebido e no ser que percebe, em conformidade com o pensamento de Horkheimer citado por Jovchelovitch (2000),

[...] ‘os fatos que nossos sentidos nos apresentam são socialmente construídos de duas maneiras: através do caráter histórico do objeto sendo percebido e através do caráter histórico do organismo que percebe. Ambos não são simplesmente naturais; eles são formados pela atividade humana’ (HORKHEIMER apud JOVCHELOVITCH, 2000, p. 208).

O corpo humano, nessa perspectiva, é o “nó vital” (CARLOS, 2007b, 18) através do qual, o individuo, age e interage com o entorno construindo sua história, sua identidade, sua memória ao mesmo tempo em que usa e atribui significado aos objetos cotidianos.

Nessas condições, é reconhecendo a configuração espacial urbana como lugar do acontecer da vida que, até mesmo um pequeno detalhe pode ser determinante na construção da memória na vida do homem. De acordo com Tuan (1983), “o lugar pode adquirir profundo significado para o adulto através do contínuo acréscimo de sentimento ao longo dos anos. Cada peça dos móveis herdados, ou mesmo uma mancha de parede, conta uma estória” (TUAN, 1983, p. 37).

Ao ver, tocar e sentir as coisas o indivíduo percebe que, a priori, nada está totalmente claro ou manifesto, mas aos poucos, com o passar do tempo – com base nos referenciais adquiridos –, ele vai imputando sentido à cada canto, à cada pedaço do vasto espaço urbano ao qual contata ao longo de sua história vivida, no decorrer de seus dias, nos afazeres diárias, no seu cotidiano, concordando com o pensamento de Lynch (1997).

A cada instante, há mais do que o olho pode ver, mais do que o ouvido pode perceber, um cenário ou uma paisagem esperando para serem explorados. Nada é vivenciado em si mesmo, mas sempre em relação aos seus arredores, às sequências de elementos que a ele conduzem, à lembrança de experiências passadas. Cada cidadão tem vastas associações com algumas partes de sua cidade, e a imagem de cada um está impregnada de lembranças e significados (LYNCH, 1997, p. 1, grifo nosso).

A imagem da cidade – ou imagem ambiental conforme Lynch (1997) – é produto da relação bilateral entre observador e seu meio (ver figura 21): um exercendo influência sobre o outro. O debruçamento do observador sobre algo é uma atitude ativa acarretando na atribuição de significados ao objeto alvo do exame. E, por conseguinte, o meio – com seus objetos distribuídos – apresenta ao espírito do observador sugestões de relações possíveis que podem ser desenvolvidas em seu cerne, ou seja, constata-se a convergência com os enfoques supracitados de Santos (2008) e de Certeau (1999), nos quais a forma como os objetos estão dispostos no espaço – determinada pela natureza ou pelo desenvolvimento da técnica – tem sua importância na construção dos lugares significantes para o habitante das cidades.

Fonte: Lynch, 1997. Adaptado pelo autor. Fonte: Lynch, 1997. Adaptado pelo autor.

FIGURA 21 – Esquema da construção da imagem ambiental

Esta imagem gerada a partir do processo interacional entre observador-objeto pode ser decomposta em três elementos: identidade da imagem, diz respeito a sua diferenciação em relação aos demais objetos especializados; a estrutura, na qual é especificada a relação mantida com os outros objetos circunvizinhos; e o significado dado pelo observador na sua relação cotidiana com os objetos, podendo ser de cunho emocional ou prático. A figura 22 expõe um esquema ilustrativo e resumido dos elementos constituintes da imagem propostos por Lynch:

Porém, este esquema dinâmico da formação da imagem, proposto por Lynch (1997), tem suas debilidades reconhecidas: desconsidera a ação de agentes exógenos na constituição do objeto e na formação do intelecto do observador. A análise torna-se frágil por não prever as redes relacionais que interligam lugares distintos e por vezes longínquos – aspectos locais e globais convivendo juntos e reforçando as diferenças locacionais. Para preencher esta lacuna, a visão de Marc Augé (1994) foi adotada. O autor percebe o mundo interconectado, sendo cada lugar influenciado por forças globais e globalizantes. À qual é complementada pelo pensamento de Santos (1996), Carlos (2007a) e Debord (1997).

E a história vivida do homem pode ser muito bem contada pelos seus passos, ou seja, se é através do corpo que o homem se liga ao mundo então esse mesmo corpo ao movimentar- se espacialmente amplia, a cada passo, os horizontes de sua percepção e de seu entendimento. É pelo simples fato de por o corpo em momento – deslocar-se de um canto para outro – que o homem experiencia novas coisas, novos objetos aumentando seu diálogo com o mundo ao longo da vida e como diz Tuan (1983),

Movimentos tão simples como esticar os braços e as pernas são básicos para que tomentos consciência do espaço. O espaço é experienciado quando há lugar para se mover. Ainda mais, mudando de um lugar para outro, a pessoa adquire um sentido de direção. [...] A experiência, contudo, é necessária (TUAN, 1983, p. 13).

Tuan (1983) declara ainda, que a associação da cinestesia22, visão e tato permite aos seres humanos sentimentos fortes pelo espaço. Hall (2005) argumenta que existe uma relação muito próxima entre o sentido do espaço e o próprio sentido do eu para o indivíduo no processo interativo com o meio. O meio, neste sentido, pode interferir no modo como o indivíduo constrói sua percepção de si e no seu desenvolvimento corpóreo e cognitivo,

O sentido que o ser humano tem do espaço apresenta uma relação muito próxima com seu sentido do eu, que está em íntima interação com o ambiente. Pode-se considerar que o ser humano possui aspectos visuais, cinestésicos, táteis e térmicos de seu eu cujo desenvolvimento pode ser inibido ou estimulado pelo ambiente (HALL, 2005, p.77).

E Lynch (1997) amplia e condensa esse pensamento ao falar da capacidade humana de perceber a si e outros objetos no que ele chama de ambiente e de fazer o reconhecimento das entidades corpóreas utilizando-se de várias faculdades, dentre elas a capacidade de estruturar e identificar os objetos espacializados para interpretá-los.

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Capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão.

Estruturar e identificar o ambiente é uma capacidade vital entre todos os animais que se locomovem. Muitos tipos de indicadores são usados: as sensações visuais de cor, forma, movimento ou polarização da luz, além de outros sentidos como o olfato, a audição, o tato a cinestesia, o sentido da gravidade e, talvez, dos campos elétricos ou magnéticos (LYNCH, 1997, p. 3-4).

O referido autor trata especialmente da qualidade espacial da cidade ao eleger como foco central de sua pesquisa a legibilidade – capacidade de ser reconhecida e resumida através de uma representação genérica – do ambiente urbano por meio da percepção dos habitantes, mas, mesmo salientando sua importância devido as dimensões e complexidades urbanas, admite que essa qualidade visual não é a única virtude que a cidade possui.

Tudo que está distribuído e o modo como cada coisa é disposta no território urbano é, na maioria das vezes, definido por uma condensação de forças representadas pelos interesses do Estado, das classes hegemônicas e do próprio capital (representado especialmente pelo mercado imobiliário e pela indústria do turismo).

Porém, o sentido, o significado efetivo de cada coisa, de cada canto e pedaço urbano, é dado pelo indivíduo. É no seu livre desenvolvimento individual que, o habitante, cria suas representações da cidade, das coisas visíveis. Representar, como meio de chegar ao conhecimento dos objetos e formulações de sentidos para as coisas, é um fenômeno presente no cotidiano das pessoas vivendo em sociedade, em conformidade com o que sintetiza Moscovici (2009),

[...] Em síntese, as representações sustentadas pelas influências sociais da comunicação constituem as realidades de nossas vidas cotidianas e servem como o principal meio para estabelecer as associações com as quais nós nos ligamos uns aos outros (MOSCOVICI, 2009, p.8).

Consoante a Moscovici (2009) – que realizou estudos sobre as representações sociais – elas têm por finalidade tornar familiar algo que o homem não conhece, nunca viu ou não teve contanto até dado momento. E, é nessa dinâmica de mudança de valor do não-familiar para o familiar que o significado, a identidade e a imagem das coisas e seres são criados ou outorgados,

Em seu todo, a dinâmica das relações é uma dinâmica de familiarização, onde os objetos, pessoas e acontecimentos são percebidos e compreendidos em relação a prévios encontros e paradigmas. Como resultado disso, a memória prevalece sobre a dedução, o passado sobre o presente, a resposta sobre o estímulo e as imagens sobre a ‘realidade’ (MOSCOVICI, 2009, p.54-55).

Esta dinâmica das relações, à qual se refere o autor, é facilmente verificada no momento em que o homem se depara com algo novo – nunca visto – e tenta compará-lo às imagens e às lembranças presentes na memória no intuito de convencioná-lo a uma categoria de coisas preexistente – construída ao longo da história vivida – transformando, assim, o objeto desconhecido em familiar. Esta categorização objetiva agrupar coisas com características similares, facilitar sua identificação e comparação com objetos novos.

Na perspectiva dos processos de familiarização, o homem urbano é constantemente convidado a interagir com objetos diferentes e a fazer novas conexões, aumentando seu repertório de representações no seu diálogo ininterrupto com os espaços urbanos: ao fazer uso dos equipamentos e mobiliários urbanos, ao tentar reproduzir sua vida em seu cotidiano vivido, ao locomover-se, ao executar suas tarefas, afazeres e compromissos diários o habitante cria sua própria imagem da cidade e constrói suas próprias representações da realidade.

Logo, os estudos dos lugares da vida do homem têm seu cerne na observação dos usos dos espaços urbanos pelo habitante, pois é ao fazer uso dos espaços citadinos que os processos de familiarização, construção da imagem e percepção são demonstrados.

Por conseguinte, o lugar da vida será composto por todos os espaços indiferenciados (TUAN, 1983) que por ventura venham a fazer parte do ordinário do indivíduo. O homem ao caminhar pelas ruas da cidade em busca do sustento, da diversão, do lazer, do conhecimento – entre outras possibilidades de concretização da vida – está interagindo com os espaços, está conhecendo e reconhecendo, vendo e sendo visto (CERTEAU, 1999). A interação do homem com os espaços urbanos será feita e refeita a cada dia, no ir e vir pela cidade, no diálogo permanente com os equipamentos urbanos, com as experiências adquiridas através do tempo de acordo com os esclarecimentos de Carlos (2007a),

[...] o plano do lugar pode ser entendido como a base da reprodução da vida e espaço da constituição da identidade criada na relação entre os usos, pois é através do uso que o cidadão se relaciona com o lugar e com o outro, criando uma relação de alteridade, tecendo uma rede de relações que sustentam a vida, conferindo-lhe sentido. É assim, por exemplo, que a cidade – enquanto articulação de lugares – produz-se e revela-se no plano da vida e do indivíduo e cria identificações. Esse plano é aquele do local, que faz da cidade uma mediação entre as ordens próxima e distante (CARLOS, 2007a, p. 43).

Logo, a condição de se pensar o lugar, é motivada, pelo fato de que é nele onde se realiza o contato do homem com o mundo: “É pelo lugar que revemos o Mundo e ajustamos nossa interpretação, pois, nele, o recôndito, o permanente, o real triunfam, afinal, sobre o

movimento, o passageiro, o imposto de fora” (SANTOS, 1996, p. 16). Existe, então, uma relação estável que só é encontrada pelo homem no lugar, onde há permanência – ainda que relativa – dos elementos, ou ao menos suas mudanças respeitam o tempo necessário para que as condições corpóreas humanas as assimilem.

É por meio do lugar da vida cotidiana que são conhecidas e reconhecidas as instâncias macro do espaço, por exemplo: a cidade e o mundo – o próximo e o distante. No lugar – onde se desenrola a vida cotidiana – é possível encontrar elementos mundializados, ou seja, que podem ser verificados em todas as partes do globo e, ao mesmo tempo, encontrar configurações espaciais únicas raramente experienciadas noutro ponto do planeta. Portanto,

O lugar, acima de tudo, não é o particular, perdido do mundo, é o diferente. Nasce do embate com os outros lugares, como totalidade, com a totalidade dos lugares, o mundo. Coloca-se no mundo para ser o lugar. O que rege a existência do lugar, com [a existência] do cotidiano, é o desenvolvimento desigual (DAMIANI, 2007, p. 169- 170).

E propondo-se verificar e comprovar esse arcabouço teórico exposto, o estudo descreverá – fazendo uso de instrumental metodológico apropriado a ser definido no próximo capítulo – os usos do espaço, os percursos realizados e os lugares frequentados cotidianamente a fim de delimitar o perímetro urbano onde a vida acontece e tentará entender as relações de familiaridade e de identidade com essas áreas.