nacional e internacional através das agendas do multilateralismo e do re- gionalismo.
Tabela 8
Fatores de influência na construção de building
blocks
Fatores positivos Fatores negativos
Crescimento contínuo de outros blocos regionais. Manipulação de interesses por parte de setores beneficiados com acordo regional.
Obtenção de apoio político à liberalização a partir de
fortalecimento de agentes exportadores. Apoio esgotável das firmas à liberalização con-tínua, podendo se satisfazer apenas com a re- gionalização.
Liberalização competitiva através do incentivo de sucessivas rodadas de negociação.
Recursos limitados para negociação, podendo se exaurir na rodada regional de liberalização. Efeito lock-in e mobilização regional.
Eficiência da negociação a partir de maiores unida- des: ganho de escala.
Poder de barganha dos blocos incentivando o protecionismo contra terceiros.
Baseada em Frankel (1997) e Cepal (2004b)
Não seria correto falar do desaparecimento do Estado, e
sim na mudança da natureza de suas funções, no seu modo
de atuação nos espaços públicos e em especial no plano
econômico. Neste sentido, o Estado integral cede
lugar a um Estado catalítico, conformando uma nova
dinâmica de governança nacional e internacional.
Notas
1 Economista e cientista político (UNICAMP). Especialista pós- graduado lato-sensu em Administração: Gestão e Estratégia de Empresas (UNICAMP). Atualmente realizando mestrado em Relações Internacionais no programa Santiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP) e em Geografia (UNICAMP). Visiting scholar na University of Texas at Austin (UT) e na Universidad de Buenos Aires (UBA).
2 A título de ilustração, são apresentadas algumas referências representativas das discussões numeradas: 1) Stallings (1995) e Axline (1994) e Sideri (1996); 2) Ffrench-Davis (1995); 3) Mistry (1995); Blackhurst e Henderson (1993) e Cepal (2004); 4) Bhagwati, Greenaway e Panagariya (1998) e Yeats (1997); e finalmente 5) Schiff e Winters (2003) e Hilaire e Yang (2003). 3 O objetivo era de expor os produtores nacionais à competição internacional, ao mesmo tempo em que encorajava a produção de produtos exportáveis, esperando-se que isso resultaria numa maior produtividade, com a absorção de novas tecnologias e aumento da especialização.
4 O Artigo XXVI do GATT, o artigo V do GATS e a Enabling Clause permitem que os membros da OMC se desviem do mais importante princípio da OMC (Artigo I do GATT), sob certas condições, e estabelece os requerimentos necessários que
devem ser preenchidos pelos membros dos acordos regionais que estejam de acordo com a OMC.
5 O Artigo XXVI do GATT estabelece que tarifas e outros regulamentos de comércio devem ser eliminados em todas as trocas entre os países membros de acordos, e que as barreiras para países terceiros não devem ser no geral mais altas ou mais restritivas. Observa-se, com isso, que principal função desse artigo é a de facilitar as trocas entres os membros e não permitir que aumentem as barreiras a países terceiros. 6 A Enabling Clause possibilita a isenção do Artigo I do GATT para um elevado número de arranjos preferenciais, incluindo acordos regionais feitos entre países menos desenvolvidos, com o intuito de reduzir ou eliminar as tarifas. A sua
principal função é a de promover as trocas entres os países em desenvolvimento e não permitir o aumento das barreiras e o surgimento de dificuldades de intercâmbio com outros países. Observa-se, com isso, que um grande número de acordos Sul- Sul têm sido feitos sob a Enabling Clause.
7 “A democracia reforça e preserva as condições institucionais apropriadas à vigência do mercado e o faz por meio da imposição de limites à atuação de todas as forças individuais e coletivas capazes de subvertê-lo, a começar pela domesticação do próprio Estado, submetido à vontade soberana do eleitor” (Pio, 2002).
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