• Nenhum resultado encontrado

lugar a um Estado catalítico, conformando uma nova dinâmica de governança nacional e internacional.

No documento Edição completa (páginas 66-69)

nacional e internacional através das agendas do multilateralismo e do re- gionalismo.

Tabela 8

Fatores de influência na construção de building

blocks

Fatores positivos Fatores negativos

Crescimento contínuo de outros blocos regionais. Manipulação de interesses por parte de setores beneficiados com acordo regional.

Obtenção de apoio político à liberalização a partir de

fortalecimento de agentes exportadores. Apoio esgotável das firmas à liberalização con-tínua, podendo se satisfazer apenas com a re- gionalização.

Liberalização competitiva através do incentivo de sucessivas rodadas de negociação.

Recursos limitados para negociação, podendo se exaurir na rodada regional de liberalização. Efeito lock-in e mobilização regional.

Eficiência da negociação a partir de maiores unida- des: ganho de escala.

Poder de barganha dos blocos incentivando o protecionismo contra terceiros.

Baseada em Frankel (1997) e Cepal (2004b)

Não seria correto falar do desaparecimento do Estado, e

sim na mudança da natureza de suas funções, no seu modo

de atuação nos espaços públicos e em especial no plano

econômico. Neste sentido, o Estado integral cede

lugar a um Estado catalítico, conformando uma nova

dinâmica de governança nacional e internacional.

Notas

1 Economista e cientista político (UNICAMP). Especialista pós- graduado lato-sensu em Administração: Gestão e Estratégia de Empresas (UNICAMP). Atualmente realizando mestrado em Relações Internacionais no programa Santiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP) e em Geografia (UNICAMP). Visiting scholar na University of Texas at Austin (UT) e na Universidad de Buenos Aires (UBA).

2 A título de ilustração, são apresentadas algumas referências representativas das discussões numeradas: 1) Stallings (1995) e Axline (1994) e Sideri (1996); 2) Ffrench-Davis (1995); 3) Mistry (1995); Blackhurst e Henderson (1993) e Cepal (2004); 4) Bhagwati, Greenaway e Panagariya (1998) e Yeats (1997); e finalmente 5) Schiff e Winters (2003) e Hilaire e Yang (2003). 3 O objetivo era de expor os produtores nacionais à competição internacional, ao mesmo tempo em que encorajava a produção de produtos exportáveis, esperando-se que isso resultaria numa maior produtividade, com a absorção de novas tecnologias e aumento da especialização.

4 O Artigo XXVI do GATT, o artigo V do GATS e a Enabling Clause permitem que os membros da OMC se desviem do mais importante princípio da OMC (Artigo I do GATT), sob certas condições, e estabelece os requerimentos necessários que

devem ser preenchidos pelos membros dos acordos regionais que estejam de acordo com a OMC.

5 O Artigo XXVI do GATT estabelece que tarifas e outros regulamentos de comércio devem ser eliminados em todas as trocas entre os países membros de acordos, e que as barreiras para países terceiros não devem ser no geral mais altas ou mais restritivas. Observa-se, com isso, que principal função desse artigo é a de facilitar as trocas entres os membros e não permitir que aumentem as barreiras a países terceiros. 6 A Enabling Clause possibilita a isenção do Artigo I do GATT para um elevado número de arranjos preferenciais, incluindo acordos regionais feitos entre países menos desenvolvidos, com o intuito de reduzir ou eliminar as tarifas. A sua

principal função é a de promover as trocas entres os países em desenvolvimento e não permitir o aumento das barreiras e o surgimento de dificuldades de intercâmbio com outros países. Observa-se, com isso, que um grande número de acordos Sul- Sul têm sido feitos sob a Enabling Clause.

7 “A democracia reforça e preserva as condições institucionais apropriadas à vigência do mercado e o faz por meio da imposição de limites à atuação de todas as forças individuais e coletivas capazes de subvertê-lo, a começar pela domesticação do próprio Estado, submetido à vontade soberana do eleitor” (Pio, 2002).

Bibliografia

AXLINE, W. A. “Cross regional comparisons and the theory of regional cooperation: Lesson from Latin America, the Caribbean, South East Asia and the South Pacific”. In: AXLINE, W. A. (ed.). The Political Economy

of Regional Cooperation: Comparative case studies.

Associated University Press, 1994.

BHAGWATI, J., GREENWAY, D. & PANAGARIYA, A. “Trading preferentially: theory and policy”. The

Economic Journal, vol. 108, Julho, 1998.

BLACKHURST, R. & HENDERSON, D. “Regional inte- gration agreements, world integration and the GATT”. In: ANDERSON, K. & BLACKHURST, R. (eds.),

Regional Integration and the Global Trading System.

New York: St. Martin’s Press, 1993.

BULL, H. A Sociedade Anárquica – Um estudo da ordem

na Política Internacional. Brasília: IPRI, 2002.

CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e Caribe. “Bilateralism and Regionalism in the Aftermath of Cancun: Re-establishing the Primacy of Multilateralism”. Round Table of Executives Secretaries of

the United Nations Regional Commissions at Unctad XI.

São Paulo, 2004a.

CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e Caribe. “Multilateralism and Regionalism: The new interface”. Round Table of Executives Secretaries of the

United Nations Regional Commissions at Unctad XI, São

Paulo, 2004b.

DEVLIN, R. & FFRENCH-DAVIS, R. “Towards an Evaluation of Regional Integration in Latina America in the 1990s”. Documento de Trabalho do Banco

Interamericano de Desenvolvimento, n°2. Washington:

BID, 1998.

ETHIER, W. “The New Regionalism”. The Economic

Journal, vol. 108, Julho, 1998.

FFRENCH-DAVIS, R. “Trends in regional cooperation in Latin America and the Caribbean: The crucial role of intra-regional trade”. In: TEUNISSEN, J. J. (ed.).

Regionalism and the global economy: The case of Latin America and the Caribbean. The Hague: FONDAD,

1995.

FRANKEL, J. Regional trading blocs in the world eco-

nomic system. Washington: Institute for International

Economics, 1997.

HILAIRE, A. & YANG, Y. The United States and the New

Regionalism/Bilateralism. Washington: IMF, 2003.

MANSFIELD, E. D. & MILNER, H. V. “The New Wave of Regionalism”. International Organization, vol. 53, n° 3, Summer 1999.

MISTRY, P. “Open regionalism: Stepping stone or mill- stone toward an improved multilateral system?”. In: TEUNISSEN, J. J. (ed.). Regionalism and the global

economy: The case of Latin America and the Caribbean.

MIYAMOTO, S. “O Brasil e as Negociações Multilaterais”.

Primeira Versão, n° 93. Campinas: Ifch-Unicamp, 2001.

PIO, C. Relações internacionais: economia política e globa-

lização. Brasília: IBRI, 20002.

PFEIFER, A. “O Nafta e a Alca: O caso do México”. In: ALBUQUERQUE, J. A. G. & OLIVEIRA, H. A. (orgs).

Relações Internacionais e sua Construção Jurídica. São

Paulo: FTD, 1998.

RÊGO, E. C. L. “Do GATT à OMC: O que mudou, como funciona e para onde caminha o sistema multilateral do comércio”. Revista do BNDES, vol. 3, no 6. Rio de

Janeiro: Bndes, 1996.

RUGGIE, J. G. Multilateralism Matters: The Theory and

Praxis of an Institution Form. New York: Columbia

University Press, 1993.

RUGGIERO, R. “Multilateralismo y regionalismo en el comercio”. Perspectivas Económicas, vol. 1, no 16, no-

viembre de 1996.

SABBATINI, R. C. Regionalismo, multilateralismo e

Mercosul: Evidência da inserção comercial brasileira após alguns anos de abertura. Tese de Doutorado. Campinas:

Ie-Unicamp, 2001.

SCHIFF, M. & WINTERS, A. Regional Integration and

Development. Washington: World Bank and Oxford

University Press, 2003.

STALLINGS, B. Global Change, Regional Response: The

new international context of development. Cambridge:

Cambridge University Press, 1995.

WTO - World Trade Organization. International Trade

Statistics. Geneva: WTO, 2001.

YEATS, A. “Does Mercosur’s trade performance raises concerns about effects of Regional Trade Arrangements?”. Policy Research Working Paper of the

Resenha

Cooperação internacional

No documento Edição completa (páginas 66-69)