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Média dos Dados obtidos nos pontos verificados na UTIG

A tabela 6 apresenta a média dos níveis sonoros obtidos minuto a minuto a partir do horário das 07:00h com a presença de profissionais, pacientes, e estrutura física da UTIG.

Tabela 6: Média do nível de pressão sonora no turno da manhã (07:00h) na UTIG. TURNO MANHÃ

PONTOS VERIFICADOS VALORES EM (dBA)

ENTRADA PRINCIPAL 78,1

CENTRO DA UTI (ENFERMARIA) 80,1

ENTRE LEITOS LADO DIREITO 76,9

ENTRE LEITOS LADO ESQUERDO 77,6

PRÓXIMO DO AR CONDICIONADO 85,6

A tabela 7 apresenta a média dos níveis sonoros obtidos minuto a minuto a partir do horário das 17hs com a presença de profissionais, pacientes, familiares e estrutura física da UTI.

Tabela 7: Média do nível de pressão sonora no turno da tarde (17:00h) na UTIG. TURNO DA TARDE

PONTOS VERIFICADOS VALORES EM dBA

ENTRADA PRINCIPAL 92,8

CENTRO DA UTI (ENFERMARIA) 89,4

ENTRE LEITOS LADO DIREITO 90,1

ENTRE LEITOS LADO ESQUERDO 91,6

PRÓXIMO DO AR CONDICIONADO 95,5

A tabela 8 apresenta a media dos níveis sonoros obtidos minuto a minuto a partir do horário das 22:00h com a presença de profissionais, pacientes, e estrutura física da UTIG.

Tabela 8: Média do nível de pressão sonora no turno da noite (22h00min) na UTIG. TURNO DA NOITE

PONTOS VERIFICADOS VALORES EM dBA

ENTRADA PRINCIPAL 74,4

CENTRO DA UTI (ENFERMARIA) 75,5

ENTRE LEITOS LADO DIREITO 71,7

ENTRE LEITOS LADO ESQUERDO 73,6

PRÓXIMO DO AR CONDICIONADO 75,5

A Figura 7 mostra o cálculo da média em dB obtida minuto a minuto dos cinco pontos verificados em seus respectivos turnos. E comprovou-se de uma forma geral que o turno da tarde é o mais ruidoso, assim como o ponto próximo do Ar condicionado.

Figura 7: Média do nível de pressão sonora nos três turnos na UTIG.

7 DISCUSSÃO

Observou-se que os valores sonoros foram influenciados pela presença de vozes e movimentação dos profissionais da equipe multiprofissional, aparelhos de suporte a vida, ar-condicionado, além das vozes dos familiares nos horários de visita e ruído de fundo proveniente de fora da UTI.

Os resultados evidenciam que a intensidade do ruído verificado nos três turnos em cinco pontos diferentes durante 10 minutos, estabelecidos minuto a minuto no ambiente da UTIG pública foram acima da normalidade o que pode acarretar em danos e desconforto a equipe multiprofissional e aos pacientes.

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1987; 2000), os níveis de ruído nos hospitais não devem ultrapassar 45dB no período diurno e 35dB no noturno entre 35 a 45 dB como níveis de ruído toleráveis nos diferentes recintos hospitalares. Os dados da Tabela 1 Figura 2(78,1dB) são semelhantes aos encontrados por Oliveira, Posso, (2006) ao mensurar o ruído emitido por equipamentos eletromédicos dentro de uma UTI adulto, com o dosímetro próximo à porta de entrada.

O ruído produzido na UTIG pública em estudo pode ser percebido diferentemente pelo indivíduo, pois é uma sensação subjetiva, a intensidade sonora e sua frequência podem afetar de maneiras diversas às pessoas de acordo com a sensibilidade auditiva individual, assim é preciso adotar diferentes estratégias para superar o incomodo (POSSO, 1982; OLIVEIRA, POSSO, 2006; BENEDETT; FERRAZ; POSSO, 2009 ) .

Segundo Pereira (2003), a discrepância entre os valores verificados e o recomendado é importante, porque o nível de pressão sonora em dBA é proporcional à intensidade sonora. Diante desses dados, o que merece destaque é que, segundo a lei da física acústica, um aumento de 10dBA reverte no dobro do valor da escala sonora subjetiva. Isso significa dizer que quando nos deparamos com valores de mais de 20 dBA acima do recomendado pela literatura, há a comprovação de um incremento preocupante do nível de ruído.

Os valores obtidos nesta pesquisa foram de 71,5dBA (tabela 3) e 96,3dBA (Tabela 5), para limites mínimo e máximo respectivamente. O limite mínimo

foi encontrado entre leitos do lado direito no turno da noite, já o máximo foi obtido próximo do ar condicionado no turno da tarde.

Todos os valores mínimos e máximos encontrados nesta pesquisa foram superiores ao da pesquisa de Ichisato (2004), assim como os encontrados na pesquisa de Pereira (2003) em uma UTI adulto.

O ritmo de intensidade encontrado no estudo é extenuante, principalmente nos turnos da manhã e tarde devido à realização de cuidados integrais e do atendimento das interocorrências clínicas dos pacientes. Além disso, os ruídos tecnológicos exercidos por aparelhos de suporte a vida prejudicam a realização das tarefas e interfere na concentração, o que obriga os profissionais a interromperem o trabalho para atender os alarmes sonoros.

No estudo de Mendonza-Sánchez et al. (1996), o nível de ruído encontrado oscilou entre 50 e 59 dB(A) no local que seria considerado menos ruidoso; exceção à UTI, onde os níveis ultrapassaram os 59 dB(A), como consequência dos diversos aparelhos como monitores, bombas de infusão contínua, equipamentos de ventilação mecânica, assim como os alarmes e outras fontes de ruído.

De acordo com os resultados encontrados nesta pesquisa a intensidade média do ruído nos pontos verificados nos três turnos foi acima do recomendado pela literatura, como mostram as Tabelas 6, 7 e 8 e Gráficos. 6. Esses valores acima do que é aceitável pela ABNT(1997, 2000), tornam o ambiente da UTIG pública insalubre.

Procurou-se através deste estudo, analisar os níveis de ruídos em uma UTIG pública e comprovar a importância de se verificar constantemente a intensidade do ruído nesse local, utilizando métodos indispensáveis para que se possa reduzir os índices elevados em um ambiente onde a tranquilidade é um item fundamental tanto para o trabalho do profissional quanto para a recuperação dos pacientes, uma vez que o ruído pode causar alterações fisiológicas e psicológicas nos ser humano (POSSO, 1982; ABNT, 1987; 2000). A pesquisa demonstrou que os níveis de ruídos encontrados nos turnos verificados ultrapassaram os valores apropriados para o ambiente de UTIG. Um ambiente favorável para a integridade física em uma UTI é aquele que se apresenta entre 35 a 45dB pressão sonora (ABNT, 2000).

8 CONCLUSÃO

Procurou-se através deste estudo, analisar os níveis de ruídos em uma UTIG pública e comprovar a importância de se verificar constantemente as intensidades dos ruídos nesse local, utilizando métodos aceitáveis e indispensáveis para que se possam reduzir os índices elevados em um ambiente onde a tranquilidade é um item fundamental tanto para o trabalho do profissional quanto para a recuperação dos pacientes.

A partir dos resultados encontrados na pesquisa pode-se verificar que a intensidade do ruído nos 5 (cinco) pontos selecionados de acordo com os turnos manhã, tarde e noite apresentam diferenças significativas, devido a quantidade de pessoas e movimentos externos ao ambiente em cada um desses horários.

Durante todos os horários verificados os níveis de intensidade sonora encontram-se acima dos valores toleráveis ao ambiente de uma UTIG, destacando-se principalmente o turno da tarde onde ocorreram visitas. Tais níveis são capazes de prejudicar fisiológica e psicologicamente os profissionais e pacientes que convivem no dia a dia com esta rotina.

O comportamento dos visitantes, as ações exercidas pelos profissionais e os sons emitidos pelos aparelhos de suporte a vida podem alterar significativamente os valores de intensidade do ruído.

Um ambiente favorável para a integridade física em uma UTI é aquele que se apresenta entre 35 a 45dBA de ruídos recomendados.

Espera-se que este estudo possa contribuir no ponto de vista técnico, acadêmico e profissional, para a importância de se corrigir os excessos no ambiente de UTIG, evitando prejuízos importantes à saúde devido à exposição a elevados níveis de ruído. A pesquisa e a procura por mais descobertas não se esgotam nesta, pelo contrário, recomenda-se que mais profissionais possam desenvolver pesquisas neste sentido para que se possa abrir um leque de discussões sobre a elaboração, construção e implantação de condições acústicas e arquitetônicas ideais para um ambiente saudável na UTIG.

Destaca-se nessa perspectiva a atuação do bioengenheiro na verificação e na elaboração de programas de conservações acústicas ideais na UTIG para se evitar hábitos nocivos à audição.

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APÊNDICE A – Verificação dos ruídos.

DISERTAÇÃO DE MESTRADO EM BIOENGENHARIA – UNIVAP Orientadores: Dr. Alderico Rodrigues de Paula Junior

Dra. Maria Belén Salazar Posso Mestrando: Vivaldo Xavier Silva Sousa

LOCAL VERIFICADO

Verificação do Ruído a cada minuto (dBA)

TURNO 1min 2min 3min 4min 5min 6min 7min 8min 9min 10min

Manhã 07:00h Tarde 17:00h Noite 22:00h

APÊNCICE B – Média da Intensidade dos ruídos em cada ponto.

DISERTAÇÃO DE MESTRADO EM BIOENGENHARIA – UNIVAP Orientadores: Dr. Alderico Rodrigues de Paula Junior

Dra. Maria Belén Salazar Posso Mestrando: Vivaldo Xavier Silva Sousa

_______________________________________________________________ TURNO: _____________

PONTOS VERIFICADOS VALORES EM (dBA)

ENTRADA PRINCIPAL

CENTRO DA UTI (ENFERMARIA) ENTRE LEITOS LADO DIREITO ENTRE LEITOS LADO ESQUERDO PRÓXIMO DO AR CONDICIONADO

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