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Os agregados reciclados do RCD (Resíduos de Construção e Demolição) são utilizados neste método como matéria-prima para o fechamento de valas e nos pavimentos realizados pelo SEMAE em Piracicaba.

A Figura 67 apresenta um corte típico de uma vala e o modo como deverão ser realizados os serviços de fechamento destas e para recuperar a estrutura danificada dos pavimentos após sua abertura, para fazer manutenção nas redes de abastecimento de água ou nas de retirada dos esgotos da cidade.

Tubulação reparada

CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), traço C do DER SP, espessura de 3 cm para ruas e 5 cm para avenidas. Base com espessura de 15 cm, realizada com bica corrida do RCD + 6 % cimento em massa, adicionar água se necessário e compactar com compactador “sapo” mecânico até 95 % da EC Intermediária, conf. NBR 7182.

Reaterro da vala com agregado graúdo bica corrida do RCD, realizado em camadas de 20 em 20 cm, compactadas com o compactador mecânico tipo “sapo” até 95 % da EC Normal, conf. NBR 7182.

Camada de proteção do tubo, realizada com agregado miúdo, diâmetro menor que 5 mm, de areia reciclado do RCD, compactada com cuidado, com o soquete manual e água.

Figura 67. Corte típico do método proposto para fechamento de vala

O processo de intervenção se dá no escritório central do SEMAE, que recebe uma ocorrência da população, através de um número de telefone que é disponibilizado, ou de uma outra forma qualquer, informando um problema na rede que faz o abastecimento de água ou na

problema, faz-se um diagnóstico preliminar e dependendo do caso, aciona uma das equipes mais próxima para realizar a devida intervenção. Quando trata-se de casos mais complicados, engenheiros especializados em manutenção são acionados para ajudar na solução definitiva do problema encontrado.

O processo todo pode se repetir por várias vezes quer seja para as redes de águas ou de esgotos, separando suas proporcionalidades, é claro. Existe desde uma pequena intervenção até uma obra de grandes proporções, como é o caso do rompimento de adutoras de água.

Localizado o problema e sua exata dimensão, faz-se a demarcação no asfalto para o corte no pavimento. A abertura da vala é feita com a retroescavadeira ou um outro equipamento capaz de executar o mesmo serviço, removendo o solo para um caminhão basculante, que fará o transporte para a usina de reciclagem.

Como demonstra a Figura acima típica, o processo começa pela reparação da tubulação. Após a realização do conserto na tubulação, faz-se o envelopamento (recobrimento) desta com a areia reciclada (agregado miúdo), até 30 centímetros acima da geratriz da tubulação se for de água - caso a tubulação seja de esgoto, pode-se passar para 50 cm, compacta-se com cuidado com soquetes manuais para não danificar a tubulação e, se necessário, adiciona-se água ao material, realizando uma compactação hidráulica.

As camadas seguintes são realizadas com a bica corrida em camadas de 20 em 20 cm, que após a compactação deva-se atingir uma espessura de 15 cm, com o compactador manual (sapo) - acrescentado água se necessário - até 18 cm da superfície final da vala (cota de tráfego dos veículos), para ruas de baixo volume de tráfego ou 20 cm para ruas ou avenidas de tráfego intenso.

A camada de base do pavimento de 15 cm deixando uma espessura final de três ou de cinco centímetros para ser preenchido com uma camada de CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), nas condições de exigência de tráfego do local conforme descrito acima. Esta camada deverá ser realizada adicionando cimento Portland, na proporção de seis por cento em massa, e se faz a compactação com o compactador manual, acrescentado água se necessário. Este processo permite a reconstrução da base do pavimento no local da intervenção.

A camada final, passado o tempo de cura, que é de, no mínimo, três dias, é realizado o preenchimento com CBUQ nas espessuras convenientes para ruas e avenidas conforme recomenda acima.

Antes da aplicação do CBUQ uma limpeza de superfície é necessária e, também, uma pintura com material de origem de petróleo, emulsão de ruptura rápida tipo RR IC ou RR IIC recortada em água na porção de cinqüenta por cento.

Em seguida, após a cura por alguns minutos, aplica-se o CBUQ na espessura recomendada. Será preferível adotar como granulometria a faixa C do DER-SP de São Paulo, material mais fino, mais apropriado para aplicá-lo manualmente, conferidos os perfis transversais e longitudinais, e caso necessário far-se-á correção e liberação da via para o tráfego.

Apresenta-se, a seguir, a seqüência da aplicação do método com Figuras do processo executivo de uma intervenção na via. As fotos são todas obtidas de uma seção, exceto a da camada de rolamento que foi tirada em um outro local, mas sobre as mesmas especificações aqui apresentadas.

Na primeira etapa do serviço é recomendável que se faça um pré-corte no pavimento com a serra tipo Clipper para facilitar a escavação da vala, evitando, assim, causar um dano maior ao pavimento.

A Figura 68 ilustra a realização da primeira camada de proteção da tubulação (envelopamento), que neste caso foi para a que fornece água, realizada com areia reciclada (agregado miúdo), diâmetros abaixo de 4,8 mm, que foi preenchida aproximadamente 30 cm acima do tubo, este material além dar proteção a tubulação contribuiu também com a absorção da água e da umidade do local conforme constatado na realização dos serviços.

Estes agregados por ter sua origem dos materiais de queima de cerâmica, argamassas e concretos, estão secos e ao absorverem a água que vazou quando da reparação da tubulação, torna-se extremamente vantajoso sua utilização.

Figura 68.Fechamento da vala após substituição da tubulação que fornece água.

Na seguinte etapa dos serviços foi utilizada a bica corrida (agregados graúdos) como material de reaterro da vala, com o auxílio da retroescavadeira e acerto manual do material em camadas de 20 centímetros, adicionando água até a umidade desejada. A bica corrida foi compactada com compactador manual tipo sapo até atingir o grau de compactação desejável, que é próximo de 95 % da EC normal, conforme mostra a Figura 69.

Figura 69. Fechamento da vala em camadas de 20 cm com bica corrida.

A Figura 70 ilustra a realização da camada de base, etapa que deve ser realizada com mais cuidado, por ser a camada que vai absorver e transferir às camadas inferiores a maioria dos esforços transmitidos pelo tráfego local.

Foi adicionado à bica corrida seis por cento de cimento tipo Portland CP II em massa, cuja função é garantir mais uniformidade de resistência ao material. Procedeu-se a compactação com compactador manual do tipo sapo até atingir-se um grau de compactação satisfatório, maior ou igual a 95 % da EC intermediária do laboratório.

Figura 70. Realização da camada de base de bica corrida com seis por cento de cimento em massa.

A última etapa do método conforme Figura 71, consiste na aplicação da camada final, realizada por uma equipe especializada para este tipo de operação. Neste caso não foi aplicado na mesma intervenção citada anteriormente, porém manteve-se o mesmo principio do método proposto neste trabalho.

Esta camada que é também chamada de camada de rolamento e tem a função de dar as condições e conforto ao tráfego local, foi realizada com CBUQ faixa C do DER SP, neste caso com três centímetros de espessura, resguardado o tempo de cura de três dias do material de base.

Antes da aplicação do material, foi realizada uma limpeza da superfície e uma pintura de ligação com emulsão betuminosa do tipo cura rápida RR IIC, recortada com cinqüenta por cento em água, conferido e corrigidos os perfis transversais e longitudinais, compactado com o rolo vibratório e em seguida liberado para o tráfego.

Figura 71. Aplicação da camada final com CBUQ, faixa C do DER SP.

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