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Biblioteca Universitária UFSC

MÉTODO COMPORTAMENTAL

Consiste em algumas técnicas que visam uma mudança

comportamental, sendo que as habilidades humanas estão se

tornando cada vez mais necessárias a nível empresarial. _^

Postula-se que as informações e o conhecimento técnico . podem ser adquiridos facilmente, dado a quantidade de recursos destinados a este fim. 0 mesmo não acontece com as habilidades.

Esta transformação da ênfase no conhecimento técnico para o aspecto comportamental se deve a uma humanização das relações de trabalho.

Este método está mais direcionado para a modificação de

necessidades e valores, sendo que as ferramentas mais

utilizadas são dinâmica de grupo, vivências e auto-análise.

Dinâmica de grupo

É desenvolvida em grupo e trabalha basicamente aspectos comportamentais, através de técnicas diversas. As dinâmicas

devem ser aplicadas por profissionais adequados, devido a

responsabilidade de trabalhar com aspectos da personalidade dos ' participantes.

A ênfase desta técnica está no emprego das forças do grupo

para o desenvolvimento a nível individual. As técnicas

aplicadas são as mais variadas e dependem de que

Vivências

Consiste na experimentação a nível grupai, de algumas .

situações sugeridas pelo instrutor. 0 objetivo é a

conscientização individual, da forma como se lida com aspectos da própria personalidade.

Auto-análise

É uma técnica que busca o auto-conhecimento através da análise dos aspectos comportamentais. A utilização do feed-back é um recurso apropriado para este fim.

Outra técnica importante num programa de capacitação, é a motivacional, apresentada a seguir.

3.3 - Motivação

A motivação é o outro enfoque presente no programa de capacitação, além da aprendizagem, descrita anteriormente.

" A

Com o intuito de abordar a questão da motivação em relação ■ a programas de capacitação, se utiliza uma proposta recente, apresentada por Spitzer (1997). Segundo este autor, existem dois tipos de motivação: a automotivação e a motivação externa, sendo que raras vezes uma existe sem a outra.

"A motivação envolve a interação das pessoas e seu1,

ambiente e, conseqüentemente, quase sempre resulta de uma

combinação de fatores internos e externos" (Spitzer, 1997, . p.31) .

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Apesar de afirmar que a verdadeira motivação é basicamente interna, Spitzer salienta que em geral é necessário que haja um elemento externo para precipitá-la.

As pessoas são impulsionadas a agir por forças internas.1. Estas forças são conhecidas como desejos, que são responsáveis,

pela automotivação. ~

É importante salientar que na concepção deste autor, os desejos diferem das necessidades. Enquanto as necessidades se

caracterizam por algo essencial para a sobrevivência, os

desejos são coisas que se quer ativamente, que tornam as

pessoas mais felizes e mais eficazes, porém não se morre por1 falta delas.

"Existem oito grandes desejos humanos, cada um com '■

potencial para liberar enormes quantidades de força

motivacional... Quando esses desejos podem ser exprimidos,

gera-se grande motivação. Quando são bloqueados, o resultado inevitável é a raiva e a frustração" (Spitzer, 1997, p.38). Num programa de capacitação, por exemplo, è necessário possibilitar

a expressão destes desejos por parte dos treinandos. !

Apresenta-se a seguir, os oito desejos capazes de motivar as pessoas, na concepção de Spitzer.

• Desejo de atividade: é a busca inata dos indivíduos em !

direção à estimulação, à atividade. Reflete uma postura

contrária à passividade.

• Desejo de propriedade: refere-se tanto à propriedade' material (aquisição e coleção de bens) quanto à propriedade

• Desejo de poder: consiste na vontade das pessoas de)

fazer escolhas, de controlar a si próprias. v

• Desejo de afiliação: como seres sociais, os indivíduos: têm um desejo profundo de interagir, de ter contato social com outras pessoas.

• Desejo de competência: relaciona-se com a auto-estima, com a percepção de si próprios.

• Desejo de realização: vincula-se ao sucesso pessoal que as pessoas buscam a partir de suas próprias concepções de sucesso.

• Desejo de reconhecimento: consiste em querer ser

apreciado, ser positivamente reconhecido por seus atos. Pode variar de um<^simples obrigado a recompensas financeiras.

• Desejo de significado: consiste na importância e na razão que se dá para a própria vida. É uma espécie de missão que transcende o significado da sobrevivência.

Para cada um dos desejos descritos acima, existe um ou mais motivadores que possuem a capacidade de estimulá-los. Os motivadores são capazes de transformar positivamente o contexto de uma capacitação, porque aumentam os desejos dos individuos. \

No próximo item, se apresenta os motivadores que se

relacionam com os desejos citados anteriormente, a partir da concepção de Spitzer(1997).

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3.3.1 - Os motivadores

Os motivadores são os meios utilizados para se alcançar o objetivo proposto, a partir do enfoque da motivação.

Ao abordar a questão das atividades humanas, é importante

considerar o aspecto motivacional. Seja ela o trabalho, o

lazer, o esporte, o estudo, sempre há de se verificar a

implicação da questão motivacional.

Conforme citado no item 3.2, pode-se concluir que apesar, de necessário, o aspecto motivacional constitui-se numa dificil

tarefa para quem lida com capacitação. J

"Recentemente os aspectos técnicos do treinamento

progrediram de forma significativa. Com a atual tecnologia de

treinamento e planejamento para treinamento, é possível

elaborar cursos que ensinem praticamente qualquer habilidade,

de forma rápida e eficaz. Porém, como ocorreu com outros

sistemas organizacionais, os aspectos motivacionais foram, em grande parte, ignorados. A motivação é o elo fraco de quase todos os sistemas de treinamento" (Spitzer, 1997, p. 176) .

Apesar da dificuldade de lidar com a motivação, há algumas possibilidades de tratar este aspecto. Segundo Spitzer, os

motivadores são estimuladores. Motivam porque aumentam o

desejo, fazendo com que as pessoas queiram trabalhar, queiram participar, queiram aprender, etc.

Apresenta-se a seguir, os principais motivadores citados por este autor. A tabela 3.2 demonstra as conexões entre os desejos (já descritos no item 3.3) e os motivadores (que serão descritos a seguir).

DESEJOS MOTIVADORES