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3. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

3.6 Método de análises dos dados

A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos objetivos e sistemáticos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitem a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens (BARDIN, 1977).

Nogueira Martins e Bogus (2004, p.54) relata que:

Analisar os dados qualitativos significa “trabalhar” todo o material obtido durante a pesquisa. A tarefa de análise implica, num primeiro momento, a organização de todo o material, dividindo-o em partes, relacionando essas partes e procurando identificar tendências e padrões relevantes. Em um segundo momento, essas tendências e padrões são reavaliados, buscando- se relações e inferência em um nível de abstração mais elevado.

Os dados foram analisados de acordo com o método da análise de conteúdo descrito por Bardin (2002) que aponta como pilares a fase da descrição ou preparação do material; a inferência ou dedução e; a interpretação.

Dessa forma, os principais pontos da pré-análise são a leitura flutuante (primeiras leituras de contato), a escolha dos documentos (no caso os relatos transcritos), a formulação das hipóteses e objetivos (relacionados com a disciplina), a referenciação dos índices e elaboração dos indicadores (a frequência de aparecimento) e a preparação do material, que consiste em um trabalho gradativo dos textos, onde se estabelecem várias idas e vindas, através de leituras exaustivas dos textos analisados, até que aparecem os traços das primeiras unidades de sentido, palavras, conjunto de palavras formando uma locução ou temas, são definidas passo a passo e guiam o pesquisador na busca das informações contidas no texto.

A exploração do material constitui a segunda fase, que consiste na exploração do material com a definição de categorias (sistemas de codificação) e a identificação das unidades de registro (unidade de significação a codificar corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando à categorização e à contagem frequencial) e das unidades de contexto nos documentos (unidade de compreensão para codificar a unidade de registro).

A exploração do material consiste numa etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e inferências. Esta é a fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e (qualquer material textual coletado) submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização são básicas nesta fase (BARDIN, 2006).

A terceira fase diz respeito ao tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Esta etapa é destinada ao tratamento dos resultados, ocorre nela à condensação e o destaque das informações para análise culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da intuição, da análise reflexiva e crítica.

Tendo em vista as diferentes fases da análise de conteúdo, destacam-se como o próprio autor o fez as dimensões da codificação e categorização que possibilitam e facilitam as interpretações e as inferências. No que tange à codificação corresponde a uma transformação efetuada segundo regras precisas dos dados brutos do texto, transformação que, por recorte, agregação e enumeração, permite atingir uma representação do conteúdo, ou da sua expressão (BARDIN, 2006).

De posse dos questionários, foi realizada a leitura flutuante por unidade, mais de uma vez, quando necessárias e listadas todas as questões para assim se realizar e obter a saturação das respostas. Através da saturação, segue a etapa de inferência, na tentativa de construção das categorias por meio das interpretações, conforme o quadro teórico e os objetivos propostos ou identificando-se novas dimensões teóricas sugeridas pela leitura.

Ao final desta etapa, ressaltar que o complexo hospitalar–HUWC atualmente passa por um intenso processo de mudança (reestruturação dos hospitais universitários), e quando iniciado o projeto, os ânimos dos profissionais que ali trabalham não estavam tão afetados quanto hoje. O que se observa é certa apreensão dos profissionais em todos os níveis. Este comportamento tem evidenciado que toda novidade é preocupante e ameaçadora para os profissionais envolvidos no contexto da instituição.

Acredita-se que tais mudanças têm alterado simultaneamente a receptividade de alguns profissionais. Desta forma, o primeiro contato da pesquisadora não foi muito acolhido, o comportamento revelado pelos profissionais não foi muito receptivo, apesar de o espaço se tratar de um local de ensino e pesquisa. O fato revela que, além da questão das mudanças, transpareceu o pouco investimento na pesquisa com a equipe de enfermagem, principalmente no tocante aos recursos humanos nesta área.

Bastos (2004, apud CASTRO; TAKAHASHI 2008, p.306) contextualiza com relação à aprendizagem em favor de adaptação para a mudança.

A aprendizagem no contexto do trabalho enfoca benefícios para a organização como: adaptação à mudança, redução do stress, melhoria das decisões, aumento da eficiência no desempenho das funções, diminuição dos erros organizacionais e ampliação potencial de mudança do comportamento.

Quanto à abordagem aos profissionais para participar desta pesquisa, foi percebido alguns profissionais ansiosos e amedrontados até mesmo com atitude de recusa e alguns comentários tipo: estas perguntas são muito difíceis? Estas perguntas vêm da direção? Então, houve a necessidade de se reunir pequenos grupos e explanar o contexto, bem como os objetivos da pesquisa, para assim se obter melhor aceitação. Em seguida, foi entregue o questionário junto com o termo

de consentimento e livre esclarecimento (TCLE) aos participantes. A coleta de dados se realizou durante seis semanas, nos meses de junho e julho de 2013.

Após o recebimento do instrumento de coleta respondido pelos profissionais, deu-se o início ao procedimento para análise, enumerando-se todos os questionários e realizando-se a leitura flutuante, transcritos um a um até começar a saturação das respostas, o que facilita ao mesmo tempo a familiarização da pesquisadora com o contexto, obtendo-se desta forma o sentido das frases, atendendo nesta etapa a fase de pré-análise. Após isso, se investiu para o significado das unidades de registro e, posteriormente, o agrupamento das semelhanças entre as perguntas e as respostas, no sentido de se obter através da inferência as categorias temáticas.

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