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CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

3.4 Método de recolha de dados

A recolha de dados é outra etapa fundamental de um trabalho de investigação, pois requer a seleção de um método adequado ao problema em estudo e a elaboração de um instrumento apropriado que vá ao encontro dos objetivos inicialmente traçados e às características da população. Os dados são informações na forma de informação, ou medidas, ou valores de uma ou mais variáveis normalmente fornecidos por diversas entidades (Hill e Hill, 2012).

Yin (2015) acrescenta que um investigador pode utilizar diversos métodos para recolha de dados, o que permite recorrer a várias perspetivas sobre a mesma situação, bem como obter informação de diferente natureza e proceder, posteriormente, a comparações entre as diversas informações, efetuando assim a triangulação da informação obtida.

Segundo Kotler (1992) o plano de pesquisa pode necessitar da recolha de dados secundários, primários ou ambos. De acordo com o mesmo autor, os dados secundários provêm de outras fontes já estruturadas, de outros estudos já realizados com outro objetivo,

mas que prestam à coleta de dados para um novo estudo, seja na mesma ou em outra área. Por outro lado, o investigador tem que recorrer a dados primários que consistem em informações originais para um tema específico.

Neste estudo, o método de recolha de dados consistiu na recolha de dados primários, através de inquérito por questionário, isto por ser a que mais se adequa aos objetivos de um estudo desta natureza, e também devido à inexistência de dados secundários que permitam responder aos objetivos previamente delineados. De acordo com Ketele e Roegiers (1993) este instrumento permite recolher informações sobre um determinado assunto preciso, junto de uma população, com uma amostra determinada e com o objetivo de caracterizar certos parâmetros. É um método que tem como finalidade obter de forma sistemática e ordenada, informações sobre as variáveis que intervêm numa investigação, em relação a uma população ou amostra determinada.

Barañano (2004) define questionário como sendo uma ferramenta utilizada para a obtenção de informação em primeira mão, onde o entrevistador tem bastantes conhecimentos sobre o tema em análise e foca essencialmente nos aspetos em que tenciona aumentar os conhecimentos. Já para Cervo e Bervian (2005) o questionário é a forma mais usada para obter dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja.

A elaboração de um bom questionário pressupõe algumas etapas, tais como: • Determinar qual a informação a recolher;

• Construir um conjunto de questões; • Formular as questões;

• Ordenar as questões;

• Submeter o esboço do questionário à revisão; • Pré-testar o questionário;

• Redigir a introdução e as instruções.

A construção do questionário foi elaborada de forma a facilitar as respostas por parte dos inquiridos, recorrendo a um questionário do tipo fechado com alternativas claras e precisas, por facilitar o tratamento e análise da informação, exigindo menos tempo. Por outro lado, facilita a resposta a um sujeito que não saberia ou que poderia ter dificuldades acrescida em responder uma determinada questão (Quivy e Campenhoudt, 2005).

questões de escolha múltipla, que comportam uma série de respostas possíveis onde se permite aos respondentes escolher uma das alternativas.

Na maioria das questões foi utilizada uma escala de Likert de 5 pontos, que vai desde 1 (“discordo totalmente”) a 5 (“concordo totalmente”), e que determina que os respondentes indicassem um grau de concordância ou de discordância com cada uma das afirmações constantes no instrumento de coleta (Malhotra, 2006). A finalidade das escalas de Likert visa medir aspetos como atitudes ou opiniões do público-alvo com a preocupação de colocar questões que envolvam as variáveis, as preocupações que estão subjacentes nas hipóteses da investigação (Hill e Hill, 2012). A escolha deste tipo de escala levou em conta a objetividade do levantamento, de forma a permitir o tratamento posterior (Gil, 2010). Quando um investigador elabora e administra um inquérito por questionário, tem de ter em atenção em não esquecer a interação indireta que existe entre ele e os inquiridos, onde se verifica que a linguagem e o tom das questões que constituem o mesmo, se revestem de elevada importância (Quivy e Campenhoudt, 2005). Neste sentido torna-se necessário que se estabeleça como critério quais as questões mais importantes a serem propostas e que interessam ser conhecidas, de acordo com os objetivos. Neste caso devem ser propostas perguntas que conduzam facilmente às respostas de forma a não insinuarem outras comparações.

Na perspetiva de Hill e Hill (2012) a diferença entre perguntas abertas e perguntas fechadas situa-se essencialmente na forma como a resposta é dada. As perguntas abertas requerem uma resposta construída e escrita pelo respondente, ou seja, a pessoa responde com as suas próprias palavras, enquanto as perguntas fechadas o respondente tem de escolher entre respostas alternativas fornecidas pelo autor. Freixo (2012: 200) acrescenta que “as perguntas abertas são as quais as pessoas respondem como querem utilizando o seu próprio vocabulário, fornecendo os pormenores e fazendo os comentários que consideram certos”. O mesmo autor acrescenta ainda que “as perguntas fechadas são aquelas que os respondentes escolhem como suas respostas entre duas ou mais opções” (Freixo, 2012: 200).

O inquérito por questionário é um método especialmente adequado quando se tem por objetivo o conhecimento de uma população em relação às suas condições e modos de vida, os seus comportamentos, os seus valores ou suas opiniões (Quivy e Campenhoudt, 1998).

Possui vantagens relativamente a outras técnicas, mas também limitações como se pode constar na Figura 3.

Figura 3 - Vantagens e desvantagens do questionário Fonte: Elaboração própria

Apesar das desvantagens, este método foi utilizado, por ser o mais adequado para se atingir os objetivos a que o presente estudo pretende dar resposta.