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4. CASUÍSTICA, MATERIAIS E MÉTODOS

4.5. MÉTODO DE TRABALHO

O desenho proposto para o estudo caracterizou-o como longitudinal, observacional e prospectivo.

A população de estudo foi submetida a ultra-sonografias cerebrais, de modo seriado, nas primeiras 8 horas de vida, entre 8 e 24 horas de vida, e depois a cada 24 horas até que o paciente completasse 10 dias de vida ou enquanto permanecesse internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ou Unidade de Risco Intermediário. A partir do décimo dia de vida as ultra-sonografias cerebrais foram realizadas semanalmente até a alta hospitalar.

No grupo de recém-nascidos em que foi constatada a presença de HPIV, esta foi graduada de acordo com a classificação proposta por PAPILE et al. (1978):

- Grau I - hemorragia subependimária;

- Grau II - hemorragia intraventricular sem dilatação ventricular; - Grau III - hemorragia intraventricular com dilatação ventricular;

- Grau IV - hemorragia intraventricular com hemorragia parenquimatosa.

A gradação da gravidade da HPIV, segundo estes critérios ocorreu de acordo com o grau máximo observado na ultra-sonografia cerebral. As Figuras 2 a 5 ilustram exemplos das imagens obtidas quando foi realizado o diagnóstico de HPIV, de acordo com a sua classificação.

A partir de registros em prontuários médicos do recém-nascido e de sua mãe, foram obtidos os dados referentes a fatores pré-natais, perinatais e neonatais, conforme descrito a seguir:

• Antecedentes maternos: − idade e raça;

− antecedentes mórbidos pessoais e antecedentes obstétricos. • Gestação atual:

− complicações obstétricas e anormalidades observadas no decorrer da gestação: doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) leve, pré- eclâmpsia, eclâmpsia, hipertensão arterial sistêmica crônica, diabete mellitus, amniorrexe prematura, hemorragia, infecção do tracto urinário, outras infecções (incluindo corioamnionite que se caracterizou clinicamente pela presença de febre materna não justificada por outro foco infeccioso ou de líquido amniótico fétido; broncopneumonia, conforme diagnóstico clínico e radiológico), incompetência istmo-cervical, isoimunização Rh e sorologia positiva para o vírus da imunodeficiência humana (HIV);

FIGURA 2: ULTRA-SONOGRAFIA CEREBRAL NOS PLANOS CORONAL (A) E SAGITAL (B) DE UM CASO COM DIAGNÓSTICO DE HPIV GRAU I (HEMORRAGIA SUBEPENDIMÁRIA -

INDICADA PELA SETA).

A– PLANO CORONAL

FIGURA 3: ULTRA-SONOGRAFIA CEREBRAL NOS PLANOS CORONAL (A) E SAGITAL (B) DE UM CASO COM DIAGNÓSTICO DE HPIV GRAU II (HEMORRAGIA INTRAVENTRICULAR SEM DILATAÇÃO VENTRICULAR - INDICADA PELA SETA).

A – PLANO CORONAL

FIGURA 4: ULTRA-SONOGRAFIA CEREBRAL NOS PLANOS CORONAL (A) E SAGITAL (B) DE UM CASO COM DIAGNÓSTICO DE HPIV GRAU III (HEMORRAGIA INTRAVENTRICULAR COM DILATAÇÃO VENTRICULAR - INDICADA PELA SETA).

A – PLANO CORONAL

FIGURA 5: ULTRA-SONOGRAFIA CEREBRAL NOS PLANOS CORONAL (A) E SAGITAL (B) DE UM CASO COM DIAGNÓSTICO DE HPIV GRAU IV (HEMORRAGIA INTRAVENTRICULAR COM HEMORRAGIA PARENQUIMATOSA - INDICADA PELA SETA).

A – PLANO CORONAL

B – PLANO SAGITAL

− tabagismo, uso de álcool ou substâncias ilícitas (maconha e cocaína); − uso materno pré-natal de agonistas beta-simpaticomiméticos (terbutalina) ou indometacina; para inibição do trabalho de parto;

− uso materno de anti-hipertensivos: alfa-metil-dopa e outros (nifedipina e hidralazina);

− uso materno de sulfato de magnésio para prevenção de convulsões na pré-eclâmpsia e para tratamento da hipertensão arterial associada; ou para inibição do trabalho de parto prematuro;

− uso de corticosteróides: caracterizado pela administração pré-natal de betametasona, 12 mg, por via intramuscular. O esquema terapêutico completo foi definido pela administração de 2 doses, no mínimo 24 horas e no máximo 168 horas antes do parto. O tratamento foi considerado incompleto, quando foram administradas menos de 2 doses, ou quando as doses foram administradas há menos de 24 ou mais de 168 horas do parto.

• Condições do Parto:

− tempo de ruptura da bolsa amniótica; − duração do trabalho de parto;

− uso de drogas para indução do trabalho de parto; − tipo de parto;

− uso de fórceps no parto; − tipo de anestesia; − apresentação fetal. • Dados do recém-nascido:

− peso de nascimento - conforme determinação por balança digital Filizola, no momento da admissão na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ou Unidade de Risco Intermediário;

− avaliação da idade gestacional; − sexo;

− necessidade de manobras de reanimação na sala de parto de acordo com o protocolo preconizado pela Academia Americana de Pediatria e Associação Americana de Cardiologia (BLOOM, CROPLEY e cols., 1994);

− evolução clínica do recém-nascido com avaliação seriada da pressão arterial sistêmica durante o período de internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, da fração inspirada de oxigênio (FiO2) e suporte

ventilatório necessários para manter a saturação de oxigênio da hemoglobina em nível normal, da presença de doenças ou complicações relacionada à prematuridade;

− avaliação laboratorial, a critério da equipe médica responsável pelo atendimento ao recém-nascido, nos casos indicados pela presença concomitante de doenças ou complicações associadas à prematuridade (pH, gases sangüíneos e bicarbonato sérico, hematócrito, contagem de plaquetas, glicemia, sódio, potássio e cálcio séricos, bilirrubina sérica total).

• Avaliação de procedimentos diagnósticos e terapêuticos utilizados: − tipo de suporte ventilatório: pressão positiva contínua de vias aéreas (CPAP) ou ventilação mecânica;

− intubação e aspiração traqueal; − aspiração de vias aéreas superiores; − cateterismo venoso e arterial umbilical; − venopunção;

− flebotomia; − punção arterial;

− punção arterial repetida (quando houve necessidade de 3 ou mais punções para a coleta de um único exame).

− punção de calcanhar; − drenagem torácica;

− exosangüíneotransfusão total ou parcial; − punção lombar;

− cateterismo vesical;

• Avaliação de drogas utilizadas: − bicarbonato; − surfactante exógeno; − analgésicos; − sedativos; − bloqueadores neuromusculares; − corticosteróides; − heparina; − indometacina;

− inotrópicos (dopamina e dobutamina); − nutrição parenteral total (NPT); − hemoderivados.

Os dados obtidos foram registrados em protocolos individuais para cada paciente (ANEXO 3).

4.6. CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICOS REFERENTES À AVALIAÇÃO

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