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Método da pesquisa de campo, análise dos dados, resultados e discussão

MÉTODO DA PESQUISA DE CAMPO, ANÁLISE DOS DADOS,

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética sob o nº. de protocolo 2.338.140 (Anexo A). Trata-se de um estudo com uma abordagem qualitativa, de natureza aplicada, com objetivos exploratórios e com procedimento de estudo de caso.

Foram contatados mais de 20 torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras e do Sport Club Corinthians Paulista durante o primeiro semestre de 2018. Esta escolha se deu pela grandiosidade nacional dos dois times, pela evidente rivalidade histórica na capital paulistana, pelo fato da torcida do Corinthians ser considerada uma das maiores do Brasil e uma das mais fanáticas pelo seu time.

O contato inicial se deu prioritariamente a partir de jogos de futebol televisionados ou por conversas em ambientes sociais compartilhados. No primeiro caso, ao perceber homens torcedores atentos a jogos específicos do Corinthians ou do Palmeiras, uma pergunta introdutória era feita: “para qual time você torce?”, em seguida o fluir do convívio social em diálogos futebolísticos norteava a conversa. Porém, uma pergunta em algum momento da conversa era intencionalmente feita: “você se considera um torcedor fanático?”. À medida que a resposta era positiva, e o torcedor era fanático pelo Corinthians ou pelo Palmeiras, maiores explicações sobre a pesquisa eram apresentadas e ao final desta conversa informal, o convite para a participação da pesquisa era oficialmente realizado. No segundo caso, contato iniciado em outros ambientes sociais que não o futebolístico, à medida que o assunto futebol se estabelecia nas rodas de conversa o mesmo roteiro era seguido. A investigação pelo time de preferência e pelo nível de entrega ao ato de torcer, para que assim se desse o convite formal para a participação na pesquisa.

Inúmeras histórias sobre as vivências futebolísticas destes voluntários em potencial poderiam ilustrar uma grande revista em quadrinhos. Tantas emoções compartilhadas conduziram a uma mudança de visão desta pesquisa sobre o torcedor fanático de futebol. Ainda, outros contatos foram feitos com torcedores organizados ícones ou não, conhecidos local e/ou nacionalmente por sua atuação frente as torcidas organizadas de seus times. Estes últimos, quase todos com algum tipo de doença cardíaca, tiveram que ser excluídos do estudo.

Durante o processo de execução desta pesquisa, passamos por diversos encontros de aprimoramento do seu desenvolvimento. Em um desses momentos estivemos em um congresso internacional sobre as teorias de Norbert Elias, no estado do Paraná, onde diversos

pesquisadores de diferentes nacionalidades se encontraram. Um desses pesquisadores, um alemão também intrigado pelas questões futebolísticas escolheu a camisa do Corinthians para ser souvenir de sua viagem. Neste momento pude vislumbrar o alcance deste símbolo.

A priori a proposta de coleta era unir torcedores fanáticos de ambos os times, na final do campeonato paulista de 2018, para simular o que acontece em alguns estádios do Brasil nos quais não há a imposição de torcida única4. Este tipo de convite a priori não atraiu a nenhum dos sujeitos. As justificativas por menos explicitas que fossem, afirmavam ser impossível não brigar com homens desconhecidos ou conhecidos, torcedores do time rival, em uma final de campeonato. Este fato por si só, de acordo com Redden e Steiner (2000), comprova o fanatismo da população estudada. Os autores indicam que alguém fanático pode reagir violentamente com alguém de opinião contrária.

Passou-se então a segunda estratégia, comparar jogos de magnitude diferentes com torcedores de um mesmo time. Fizemos então a coleta da final do campeonato paulista 2018 apenas com torcedores fanáticos pelo Corinthians. Para isto, observamos atentamente a tabela de jogos de todos os campeonatos que o Corinthians participava no referido ano. A partida do segundo turno do brasileirão 2018, novamente com o Palmeiras se encaixou perfeitamente nos pré-requisitos para a comparação. O jogo se deu no mesmo horário e dia da semana que a final, entre os mesmos times, em um contexto completamente diferente do primeiro jogo.

Na final do campeonato paulista de 2018, o Corinthians havia perdido o primeiro jogo da disputa, precisava marcar um gol para decidir o campeonato nos pênaltis, ou vencer por dois gols de diferença para arrematar o campeonato no tempo regulamentar. No segundo jogo, o time do Corinthians havia sido desmontado, como é de praxe no futebol brasileiro quando é aberta a janela de contratação internacional. O Palmeiras estava em melhor campanha e não era um jogo decisivo em nenhuma hipótese. Mesmo assim, era uma partida considerada clássica.

Quando selecionados, os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo B), informado anteriormente ao início de qualquer procedimento. A identificação das amostras coletadas foi numeral e não nominal, garantindo assim a confidencialidade e a privacidade dos indivíduos analisados, tendo estas sido identificadas de acordo com o dia de coleta (CF ou CR) e ao momento no qual a coleta foi realizada (1, 2, 3, 4,

4Implantada pela Secretaria da Segurança Pública desde abril de 2016, vigora no estado de SP a política de

torcida única nos estádios. Em jogos entre dois dos maiores clubes do estado (Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos) apenas quem tem o mando de campo pode receber seus torcedores nas arquibancadas.

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/03/23/O-que-%C3%A9-a-pol%C3%ADtica-de-torcida- %C3%BAnica-e-por-que-h%C3%A1-quem-queira-acabar-com-ela

5). Os resultados dessa pesquisa foram divulgados por meio de apresentação de trabalho como comunicação oral no ‘2018 Elias conference Brussels’ e por meio de um artigo científico submetido à revista IRSS - Internacional Review for Sociology in Sport. Um termo de liberação de imagens também foi assinado (Anexo C) permitindo assim a exemplificação de expressões emocionais corporais nesta tese e nas publicações.

Os instrumentos de coleta foram utilizados em três encontros, com no mínimo 48 horas de intervalo entre um e outro (Tabela. 1). Em suma, o primeiro encontro com os voluntários teve o objetivo de explicar os procedimentos, colher a assinatura no termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), preencher o questionário sobre a caracterização socioeconômica dos torcedores e o significado do torcer, além de entregar o instrumento de coleta de cortisol salivar referente às medidas CF1 e CR1. O questionário aplicado (Anexo D), no intuito de caracterizar os torcedores avaliados, foi elaborado pela equipe de pesquisa e revisado por uma equipe de especialistas quanto ao seu conteúdo e aparência (TERRA, 2010).

O segundo encontro, coleta futebol (CF), aconteceu em duas etapas: a primeira em 8 de abril de 2018, final do campeonato paulista de futebol e a segunda em 9 de setembro de 2018, durante o segundo turno do campeonato brasileiro de futebol. Ambas as partidas foram disputadas entre o Sport Clube Corinthians Paulista e a Sociedade Esportiva Palmeiras, as mesmas ocorreram em domingos e tiveram seu início às 16 horas.

Nas duas etapas do segundo encontro, os participantes foram reunidos em uma sala reservada para os fins de coleta desta pesquisa, na faculdade de Educação Física da UNICAMP, com temperatura controlada entre 22 e 25 graus, água a vontade e televisor com transmissão do jogo pela rede aberta de televisão (Globo). A priori, os voluntários passaram por um período de familiarização com o ambiente. Em seguida foram convidados a preencher o inventário sobre ansiedade assim como sobre a presença/intensidade de depressão e, só então, foi colocado o equipamento para coleta de frequência cardíaca (firstbeat SPORTS team 4.6®). Neste mesmo

dia foram feitas as coletas de cortisol salivar, glicose sérica e pressão arterial em cinco momentos distintos: imediatamente após o despertar (CF1 – pelo próprio voluntário – tendo sido este previamente orientado pela pesquisadora), 30 minutos antes do início da partida (CF2), durante o intervalo do jogo (CF3), imediatamente após o termino do jogo (CF4) e 40 minutos após o fim da partida (CF5). Todos os horários que aconteceram cada coleta foram anotados para serem replicados na coleta rotineira (CR).

O terceiro encontro com os sujeitos/voluntários, denominado de coleta rotineira (CR), aconteceu no mesmo horário e período de duração do jogo que o voluntário assistiu, em um dia

rotineiro, de forma individual, sem jogo do Corinthians por pelo menos 24h antes ou depois do dia de CR, de acordo com a disponibilidade de cada participante.

Os inventários de ansiedade e presença/intensidade de depressão de Beck foram aplicados pela psicóloga (CRP -06/110928) Luciana Bittencourt (Anexo H) que ofereceu suporte à equipe durante todo o processo de coleta e análise de dados, obedecendo assim, a exigência da Casa do Psicólogo.

População da Pesquisa

A amostra foi composta por seis homens (n=03 em cada jogo) a partir de 18 anos de idade, sem histórico de doença neurológica, cardíaca ou metabólica, que não fizessem uso de esteroides e, que se autodenominaram torcedores fanáticos5 de futebol. Os indivíduos foram orientados a não consumir álcool6 ou doces nos dias das coletas, tampouco se alimentarem ou escovarem os dentes imediatamente antes de cada coleta no intuito de preservar a fidedignidade dos dados coletados.

5 Aquele indivíduo que assume que se altera quando assiste a um jogo.

6 muitos dos participantes convidados, demonstraram insatisfação e até impossibilidade de participação devido a

Tabela 1 - Resumo do delineamento experimental

Instrumentos para coletas de dados

Questionário para caracterização socioeconômico e do significado de torcer

Este questionário (Anexo D), de nossa autoria, contém 25 perguntas, abordando as variáveis: idade, crença religiosa, estado civil, renda familiar mensal, número de filhos, tipo de moradia, nível de escolaridade, regime de trabalho, tabagismo, consumo de bebida alcoólica, doenças, uso de medicamentos, experiência pessoal em estádios de futebol, relação emocional com seu time de futebol, significado pessoal do torcer, frequência de acompanhamento dos jogos e experiência pessoal sobre descontrole no ato de torcer.

O modelo de coleta de dados por meio de questionário possibilita medir o que se deseja com exatidão, tendo em vista que a resposta das questões é realizada pelo próprio informante, devendo ter a natureza impessoal, ser limitado em sua extensão e finalidade (CERVO e BERVIAN, 2002).

Este instrumento foi submetido a um processo de refinamento (validação de aparência), no intuito de verificar o alcance do objetivo traçado, a clareza, a objetividade e a abrangência em relação ao que se propõe verificar (GALDEANO, 2007).

Para esta validação, o questionário foi encaminhado a dois docentes/pesquisadores, especialistas no estudo sobre torcedores de futebol, junto com um formulário contendo questões avaliativas sobre a forma de apresentação, facilidade de leitura, clareza e conteúdo, assim como espaço para sugestões de modificação (Anexo E).

Inventário de Ansiedade de Beck (BAI)

Este instrumento fornece informações sobre as propriedades psicométricas através de uma escala construída no auto relato (Anexo F). O inventário foi traduzido para o português e validado no Brasil por Cunha (2017) e estabelece uma diferença precisa com os aspectos depressivos. Este inventário não tem como propósito revelar um diagnóstico, mas sim, refletir somaticamente, afetivamente e cognitivamente os sintomas característicos da ansiedade (BECK

et al, 1988; CUNHA, 2017).

A escala do tipo likert (4 pontos) é constituída por 21 itens afirmativos descritivos sobre a ocorrência de incomodo por cada um dos sintomas durante a semana que passou, refletindo os níveis de gravidade dos sintomas. O escore total é o resultado da soma dos escores de cada item e pode variar de 0 a 63. As indicações de interpretação do resultado são: 0 a 10- ansiedade mínima; 11 a 19 – ansiedade leve; 20 a 30 – ansiedade moderada; 31 a 63 – ansiedade grave (BECK et al, 1988; CUNHA, 2017).

Inventário de Depressão de Beck (BDI-I)

Este instrumento (versão brasileira, GOERENTEIN e ANDRADE, 1996) é aprovado pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos/ Conselho Federal de Psicologia, com autorização do The Psychological Corporation e, apoio da Casa do Psicólogo (PINTON, 2006).

Ele avalia as manifestações comportamentais que indicam a intensidade da depressão, caso esta exista. É um instrumento estruturado no auto relato, composto de 21 categorias de sintomas e atitudes (Anexo G) que descrevem manifestações cognitivas, afetivas e somáticas da depressão.

As categorias contêm quatro alternativas que expressam níveis de gravidade dos sintomas da depressão, sendo sua pontuação por categoria entre 0 e 3, onde zero indica ausência de sintomas e 3 a presença dos mais intensos. Os itens não foram escolhidos para refletir qualquer teoria sobre a depressão (TERRA, 2010).

Para este estudo foi adotada a recomendação de Cunha (2017) para pontos de corte. Até 15 escores para população sem diagnóstico de depressão; 16 a 20 para o grupo com disforia ou depressão leve; 21 a 29 para o grupo com depressão moderada e, 30 ou mais, para depressão grave.

Este instrumento foi selecionado para este estudo por ter a depressão, uma relação direta com os níveis de cortisol, por ser de fácil aplicação e por ser considerado referência padrão na avaliação da depressão (CUNHA, 2017). O objetivo da utilização deste instrumento neste estudo é tão somente identificar a situação emocional em que o indivíduo se encontrava para, se necessário, comparar com os marcadores periféricos coletados, no intuito de obter uma qualidade mais acurada da descrição da expressão fisiológica emocional de cada indivíduo no momento da coleta.

Aferição da Pressão Arterial (PA)

A aferição da PA foi efetivada por meio do medidor de pressão arterial automático de braço Deluxe HEM 7113 (Omron®) que realizou medidas de pressão sistólica, diastólica e de pulso.

Para uma aferição fidedigna foi solicitado a cada participante não ingerir álcool ou exercitar-se pelo menos 30 minutos antes do início da coleta. O indivíduo foi requisitado a sentar-se com os pés apoiados no chão e repousar o braço sobre uma mesa, previamente preparada para a aferição. A braçadeira foi colocada no braço esquerdo de acordo com as indicações do fabricante.

Coletas de Glicose e Cortisol Salivar

As amostras de glicose foram coletadas por uma gota de sangue retirada da ponta do dedo indicador das mãos, alternadamente 1 a 5 de cada dia (CF e CR). Para tanto, foi utilizado o aparelho Glicosímetro accu-chek connect® (Roche) e suas respectivas lancetas descartáveis. A coleta de cortisol salivar ocorreu por meio de tubo específico (salivette®), nos momentos 1 a 5 de cada dia (CF e CR). Em suma, o voluntario posicionou o algodão armazenado no tubo debaixo de sua língua por 60 segundos e em seguida, com o algodão umedecido de saliva, o reposicionou novamente dentro do tubo, fechando-o bem. Para a coleta CF1 e CR1, após acordar o voluntário acionou a pesquisadora que foi ao seu encontro para coletar a pressão arterial, a glicose e acondicionar adequadamente o tubo contendo a saliva. Para transporte e armazenamento, as amostras foram acondicionadas a -20ºC de acordo com as recomendações do fabricante do kit de análise (Salivary cortisol ELISA kit-Salimetrics ®). O material coletado permaneceu adequadamente armazenado por até 6 meses e para a extração e

análise do cortisol proveniente da saliva, as amostras foram centrifugadas a 3000 x g, em temperatura ambiente por 5 minutos no intuito de remover as mucinas. O sobrenadante foi coletado para a análise de acordo com as orientações do kit. Em seguida ao processo de extração do analito, foi confeccionada uma curva padrão de diluições do cortisol contendo as concentrações finais de 0, 0.1, 0.5, 1.5, 4.0, 10 e 30 ng/mL, a fim de normalizar o resultado final das amostras. Para análise em ELISA, a placa foi montada com poços contendo uma concentração padrão de cortisol, um poço para controle de contaminação sem conter cortisol e as amostras teste em duplicata. A leitura de absorbância foi a 450nm.

Os cálculos de concentração foram feitos pela média de absorbância das amostras teste em relação a curva de diluição.

Aferição da Frequência Cardíaca (FC)

O comportamento da frequência cardíaca e a frequência cardíaca máxima (FC máxima) foram mensurados, em tempo real, através do equipamento firstbeat SPORTS team 4.6

performance monitoring system ® (Firstbeat techinologies). Para tanto, foi necessário aferir previamente o peso e a altura dos voluntários, assim como indicar o momento que se deu o início de cada tempo do jogo e suas ações.

Foram utilizadas cintas (individuais) de monitoramento cardíaco conectados ao software, identificados e específicos para cada voluntário, em concordância com os dados de altura e peso previamente anotados e inseridos no programa. Os medidores foram acionados através do receptor USB apropriado, de acordo com as instruções do fabricante e, o momento de início da coleta de dados foi anotado para posterior comparação entre os outros parâmetros coletados.

Relação da FC com as ações dos jogos

Para a análise de comportamento da frequência cardíaca durante os jogos de futebol, foi estabelecida a FC máxima e os valores correspondentes a 50% e 70% da FC máxima de cada indivíduo, como ponto de corte. O início do jogo foi considerado o momento do apito do árbitro e este tempo foi indicado como tempo zero, desta forma todas as ações subsequentes puderam ser identificadas no momento do jogo que aconteceram e relacionadas com sua correspondente FC. No intuito de sincronizar o comportamento da FC com as ações do jogo, foram extraídas da coleta total dos sujeitos as medidas de FC que se igualavam ou ultrapassavam os valores de

corte estabelecidos, para então serem associadas as ações do jogo. Cada partida foi assistida posteriormente pela internet.7

Análise de Dados

Para organização, descrição e análise de observações dos dados, foram utilizadas as escalas de medida nominal, ordinal e de razão, descritas por média e desvio padrão quando necessário.

A análise das características socioeconômica e do significado de torcer foram feitas de forma qualitativa e o comportamento dos parâmetros bioquímicos, mesmo com uma quantidade de sujeitos reduzida, foi feita de forma quantitativa, utilizando a média aritmética como medida de posição de tendência central. A análise de variância foi feita por meio do ANOVA (2way) quando os grupos e os momentos de coleta influenciavam a análise. Quando apenas os grupos em sua totalidade e não o momento da coleta estava sendo avaliado foi utilizado o teste T para amostras independentes. A representação gráfica está exibida em colunas e barras assim como em gráfico de linhas.

A análise do comportamento da FC foi feita de maneira descritiva em comparação às ações do jogo e apresentado em gráficos de linha.

Resultados e Discussão

Os resultados expostos a partir deste momento serão informados seguindo a apresentação metodológica. Quando o bloco de dados não tiver sofrido interferência da dinâmica da partida será exposto em conjunto, como a caracterização socioeconômica dos torcedores e o significado de torcer. Informações bioquímicas, de estado emocional ou qualquer variável afetada diretamente pela dinâmica de tensão-excitação dos jogos, serão expostas separadamente evidenciando sempre as peculiaridades das ações do jogo que desencadearam determinada sinalização.

Caracterização Socioeconômica da População da Pesquisa e Significado de Torcer

Todos os voluntários (n=6) eram homens, com uma idade média de 30 anos (± 7,8), renda familiar mensal que variou entre R$ 1.200,00 e R$ 15.000,00, com o ensino superior em andamento ou completo e de crenças religiosas diversas. Todos torcedores se autodenominaram fanáticos pelo Corinthians, assistem a todos os jogos que podem,

71º jogo – final do campeonato paulista 2018 08/04/2018 – 16:00 - https://www.dailymotion.com/video/x6hjm6v

1ºtempo; https://www.dailymotion.com/video/x6hk7cu 2ºtempo; https://www.dailymotion.com/video/x6hk7cv pênaltis. 2º jogo – 24ª rodada do campeonato brasileiro de 2018 09/09/2018 – 16:00 - https://www.dailymotion.com/video/x6tdd74 1ºtempo; https://www.dailymotion.com/video/x6tdd73 2ºtempo.

independente do campeonato. Metade deles estava desempregado no período da coleta, solteiro e praticante de atividade física diária. Sessenta e seis por cento destes torcedores residem em casa alugada e 44% desempenham carga semanal de trabalho próxima a 40 horas. Somente um dos voluntários afirmou fumar cigarros regularmente (aproximadamente 10 unidades por dia) e ele foi o único que assegurou não consumir bebidas alcoólicas com frequência. Todos os outros participantes fazem uso de bebida alcoólica, sendo quatro deles semanalmente e um com frequência de consumo quinzenal. Nenhum dos voluntários apresentou algum tipo de doença crônica e apenas um se referiu a consumo diário de medicamentos para ansiedade.

Quando perguntados sobre o motivo da escolha do Sport Club Corinthians Paulista para time do coração, 4 dos 6 voluntários indicaram a influência dos parentes como fator determinante. Dos seis entrevistados citados, apenas dois tinham filhos. Estes informaram que seus filhos também gostam de futebol, mas apenas em um dos casos o filho segue a tradição familiar de torcer para o Corinthians.

Um dos voluntários respondeu que a escolha por torcer pelo Corinthians foi uma opção

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