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MÉTODO

Este capítulo descreve o método utilizado nesta pesquisa tendo como subseções o delineamento do estudo, participantes e instituição, instrumentos, procedimentos e análise de dados adotados.

5.1 Delineamento

Um delineamento descritivo foi adotado para responder as questões de pesquisa 1 e 2.

Foi utilizado, também, um delineamento fatorial 2x3 (Gall, Borg & Gall, 1996) a fim de responder às questões de pesquisa 3 e 4 do presente estudo, que é descritivo e de caráter exploratório. As variáveis independentes foram: gênero feminino e masculino e tempo de experiência docente. As variáveis dependentes pesquisadas foram: práticas docentes que favorecem a criatividade dos alunos (Incentivo a Novas Idéias; Clima para a Expressão de Idéias, Avaliação e Metodologia de Ensino e Interesse pela Aprendizagem do Aluno) e barreiras encontradas à promoção da criatividade (alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula; desconhecimento de práticas pedagógicas que poderiam ser utilizadas para propiciar o desenvolvimento da criatividade dos alunos; elevado número de alunos por turma, entre outras).

5.2 Participantes

Participaram da pesquisa 100 professores de Inglês de um Centro Binacional Inglês- Português, instituição particular de ensino de língua inglesa localizada em Brasília, composta de quatro unidades – Asa Sul, Asa Norte, Lago Sul e Sudoeste e outra, na cidade satélite de Taguatinga. Como a participação dos professores foi voluntária utilizou-se uma amostra de conveniência.

A escolha da instituição deu-se em razão de a pesquisadora ter mais facilidade para obter autorização por parte da direção por ser professora, além do interesse da instituição em pesquisa e particularmente pelo tema da pesquisa.

Dentre os participantes 26 eram do gênero masculino e 74 do gênero feminino. A idade média dos professores foi 38,21 anos, variando entre 22 e 64 anos. Nessa amostra 79% dos participantes tinham idade superior a 30 anos. O tempo de experiência docente dos participantes do estudo variou de 2 a 42 anos, sendo a média igual a 17,09 anos de experiência de ensino, indicando que 77% dos entrevistados tinham tempo de experiência docente superior a 10 anos. A respeito da escolaridade dos participantes, 5 tinham o curso superior incompleto, 51 curso superior completo, 15 pós-graduação incompleta e 27 tinham pós- graduação completa. Dois professores não informaram o nível de escolaridade. Um detalhamento maior das características da amostra está apresentado na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1 – Distribuição da amostra de docentes de língua inglesa, referente às variáveis gênero, idade, escolaridade e tempo de Experiência Docente.

Variáveis f % Média Gênero Feminino 74 74 Masculino 26 26 Total 100 100 Idade 20 a 25 anos 8 8 26 a 30 anos 17 17 31 a 35 anos 17 17 36 a 40 anos 15 15 41 a 45 anos 19 19 46 a 50 anos 15 15 51 a 55 anos 6 6 56 a 60 anos 2 2 > 60 anos 1 1 Total 100 100 38,21 anos Escolaridade Ensino Médio 2 2 Superior Incompleto 5 5 Superior Completo 51 51 Pós-Graduação Incompleta 15 15 Pós-graduação completa 27 27 Total 100 100 Experiência Docente < 5 anos 6 6 6 a 10 anos 22 22 11 a 15 anos 21 21 16 a 20 anos 16 16 21 a 25 anos 19 19 26 a 30 anos 11 11 31 a 35 anos 2 2 > 35 anos 3 3 Total 100 100 17,09 anos

5.3 Instrumento

Para a coleta de dados foi utilizado um questionário que, além da seção para dados biográficos, incluía o Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade (ALENCAR; FLEITH, 2004b) e uma checklist de barreiras à promoção de condições favoráveis à criatividade na prática docente (ALENCAR; FLEITH, 2008) construído com base em estudos anteriores (ALENCAR, 1995; MARIANI; ALENCAR, 2005; MORGAN; FORSTER, 1999).

5.3.1 Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade

Este inventário foi construído e validado por Alencar e Fleith (2004b) em uma pesquisa com 807 estudantes universitários com o objetivo de avaliar a percepção desses estudantes quanto à extensão em que seus professores apresentam comportamentos e implementam práticas docentes que favorecem o desenvolvimento e expressão da criatividade do aluno. O inventário original é composto de 37 itens, destes, o item “Proporciona ampla bibliografia relativa aos Tópicos Abordados” referente ao Fator 4 foi excluído em função dos objetivos do estudo. Cada item foi respondido em uma escala de cinco pontos: (1) discordo totalmente; (2) discordo; (3) em dúvida; (4) concordo; (5) concordo totalmente.

Para estabelecer a validade de construto do instrumento foi verificada sua estrutura interna por meio de análise fatorial (ALENCAR; FLEITH, 2004b). Utilizando-se o pacote estatístico SPSS, realizou-se uma análise dos eixos (Principal Axis Factoring), com rotação oblíqua (oblimin), antecedida por análise exploratória dos dados, com vista a verificar a normalidade das distribuições e os pressupostos da análise fatorial. Os dados obtidos resultaram em cinco fatores extraídos com base no critério de Kaiser em que o eigenvalue do fator deve ser igual ou maior que 1. A solução de 5 fatores explicou 49,9% da variância comum. Entretanto, um dos fatores foi descartado por incluir apenas um item. Além disso, integraram os fatores apenas os itens com carga fatorial igual ou maior que 0,30. Os coeficientes alfas de consistência interna desses fatores obtiveram variações entre 0,72 e 0,93.

O Inventário avalia os seguintes fatores:

1. Incentivo a Novas Idéias (Fator 1): este fator inclui 14 itens relativos à estimulação das

2. Clima para Expressão de Idéias (Fator 2): este fator inclui 6 itens que estão relacionados à postura de respeito e aceitação por parte do professor acerca das idéias apresentadas pelos alunos.

3. Avaliação e Metodologia de Ensino (Fator 3): este fator inclui 4 itens relativos a

práticas de ensino favoráveis ao desenvolvimento da expressão criativa.

4. Interesse pela Aprendizagem do Aluno (Fator 4): este fator inclui 12 itens envolvendo

estratégias e recursos de ensino que motivam o aluno a aprender de forma criativa. A título de ilustração, apresentaremos alguns itens que formam o universo de cada um desses fatores.

Fator 1: Incentivo a Novas Idéias

• Cultiva nos alunos o gosto pela descoberta e pela busca de novos conhecimentos • Faz perguntas desafiadoras que motivem os alunos a pensar e raciocinar

• Estimula os alunos a analisarem diferentes aspectos de um problema

Fator 2: Clima para a Expressão de Idéias

• Cria um ambiente de respeito e aceitação pelas idéias dos alunos • Dá chances aos alunos para discordarem de seus pontos de vista • Escuta com atenção as intervenções dos alunos

Fator 3: Avaliação e Metodologia de Ensino

• Utiliza formas de avaliação que exigem do aluno apenas a reprodução do conteúdo dado em classe ou contido nos livros-texto

• Utiliza sempre a mesma metodologia de ensino

• Oferece aos alunos poucas opções de escolha com relação aos trabalhos a serem desenvolvidos

Fator 4: Interesse pela Aprendizagem do Aluno

• Oferece informações importantes e interessantes relativas ao conteúdo da disciplina • Expõe o conteúdo de uma maneira didática

5.3.2 Checklist de barreiras à promoção de condições favoráveis à criatividade na prática docente

Este instrumento é composto de 17 itens relativos a possíveis fatores que dificultam ao professor fomentar a criatividade em sala de aula como, por exemplo, “alunos com dificuldade de aprendizagem”, “elevado número de alunos por turma”, “extensão do conteúdo sob sua responsabilidade, a ser cumprido no decorrer do semestre”. Eles deveriam marcar todos os itens que julgassem ser barreiras à promoção e expressão da criatividade do aluno. Ao final da checklist foi designado um espaço para o professor incluir outros possíveis fatores que se constituem como barreiras à promoção de condições adequadas ao desenvolvimento e expressão da criatividade de seus alunos.

Uma cópia do instrumento respondido pelos professores se encontra no Anexo A.

5.4 Procedimento

Em maio de 2008, após a apresentação do projeto e exposição dos objetivos da pesquisa, a pesquisadora solicitou à direção autorização para a coleta de dados na instituição foco do estudo. Após reunião do conselho diretor, a autorização foi concedida. Durante todo o mês de junho a pesquisadora visitou as quatro unidades localizadas no Plano Piloto. A unidade localizada na cidade satélite de Taguatinga não foi visitada por ser menor e por que a maioria dos professores que leciona nesta unidade também trabalha naquelas situadas no Plano Piloto. Os professores foram contatados pessoalmente em seus intervalos de aula. Após a explicação detalhada do projeto, todos eles se mostraram bastante solícitos. Foram aplicados 100 questionários, destes, aproximadamente 60 foram respondidos na presença da pesquisadora. Os demais foram respondidos posteriormente devido à falta de disponibilidade de tempo dos professores por ocasião das visitas para a aplicação dos questionários, porém cada professor foi orientado pessoalmente quanto ao preenchimento dos questionários. Os 100 professores que participaram do estudo constituem aproximadamente 70% do total de professores da instituição. O preenchimento do questionário levou em torno de 15 minutos. O caráter confidencial de suas respostas foi assegurado pela pesquisadora.

5.5 Análise de Dados

Os dados coletados foram inseridos no programa SPSS 10.0 (Statistic Package for

Social Science) utilizado para efetuar a análise dos dados. As questões de pesquisa 1 e 2

foram analisadas por meio de procedimentos estatísticos descritivos. Na questão 1 foram calculadas as médias e desvio-padrões dos dados apresentados, e na questão 2 foram calculadas as freqüências e porcentagens. Utilizou-se a estatística inferencial na questão de pesquisa 3 (análise de variância univariada – ANOVA) e na questão de pesquisa 4 o teste qui- quadrado. As variáveis independentes foram gênero (masculino e feminino) e tempo de experiência docente (entre 2 e 10 anos, entre 11 e 20 anos e mais de 20 anos). As variáveis dependentes foram os fatores relacionados às práticas pedagógicas e barreiras apontadas pelos professores ao desenvolvimento da criatividade. Antes de as análises terem sido efetuadas, foram examinados os requisitos para a realização dos testes, tais como a normalidade, a linearidade e homogeneidade de variância. Todos os requisitos foram atendidos.

CAPÍTULO 6

RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos com a aplicação do questionário “Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade” e a checklist de barreiras à promoção de condições favoráveis à criatividade na prática docente. Os dados foram organizados de forma a subsidiar as respostas às quatro questões de pesquisa formuladas.

Questão de Pesquisa 1: Qual a percepção dos professores de inglês quanto à extensão em que

consideram que vêm utilizando práticas pedagógicas promotoras da criatividade em sua prática diária no sentido de favorecer ou inibir o desenvolvimento e expressão da criatividade dos alunos?

A média e o desvio-padrão obtidos, por meio da aplicação do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade, relativos aos quatro fatores que avaliam práticas pedagógicas adotadas pelos docentes que promovem a criatividade dos alunos, estão descritos na Tabela 2. Como pode ser observado nessa tabela, todas as médias foram superiores ao valor 4, que corresponde a “concordo”. Ademais, a média mais alta (M= 4,71) foi no fator 2 (Clima para Expressão de Idéias) e a mais baixa (M= 4,04) no fator 3 (Avaliação e Metodologia de Ensino).

Tabela 2: Média e desvio-padrão dos participantes nos fatores do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade

Fatores M DP n

Incentivo a Novas Idéias Clima para Expressão de Idéias Avaliação e Metodologia de Ensino Interesse pela Aprendizagem do Aluno

4,64 4,71 4,04 4,58 0,38 0,31 0,59 0,34 100 100 100 100

Na Tabela 3 estão especificados os valores da média e desvio-padrão de cada um dos itens do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade, para uma maior compreensão das respostas obtidas. Os itens 14, 16, 18, 28 e 33 tiveram seus escores recodificados por se tratar de itens negativos. Observa-se nessa tabela que os itens que apresentaram as maiores médias foram:

• Criar um ambiente de respeito e aceitação das idéias dos alunos (M= 4,91; DP= 0,29) • Utilizar exemplos para ilustrar o que está sendo abordado em classe (M= 4,90; DP=

0,30)

• Estar disposto a elucidar dúvidas dos alunos (M=4,87; DP= 0,34) • Promover a autoconfiança dos alunos (M= 4,82; DP= 0,48) • Valorizar as idéias originais dos alunos (M=4,82; DP =0,39)

Por outro lado, a média mais baixa foi observada no seguinte item:

Tabela 3 - Média e desvio-padrão nos itens do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividadea

Itens do Inventário n M DP

1. Cultivar nos alunos o gosto pela descoberta e pela busca de novos conhecimentos.

100 4,74 0,52 2. Fazer perguntas desafiadoras que motivam os alunos a pensar e

raciocinar.

100 4,47 0,48 3. Estimular os alunos a analisarem diferentes aspectos de um problema. 99 4,75 0,48 4. Estimular a iniciativa dos alunos. 100 4,71 0,52 5. Estimular o aluno a pensar idéias novas relacionadas ao conteúdo da

disciplina.

100 4,57 0,64 6. Promover a autoconfiança dos alunos. 99 4,82 0,48 7. Estimular a curiosidade dos alunos através das tarefas propostas. 100 4,60 0,60 8. Incentivar a independência dos alunos. 100 4,65 0,56 9.Desenvolver nos alunos habilidades de análise crítica. 100 4,71 0,54 10. Levar o aluno a perceber e conhecer pontos de vista divergentes

sobre o mesmo problema ou tema de estudo.

100 4,48 0,69 11. Valorizar as idéias originais dos alunos. 100 4,82 0,39 12. Criar um ambiente de respeito e aceitação das idéias dos alunos. 97 4,91 0,29 13. Incentivar os alunos a fazerem questões relativas aos temas

estudados.

100 4,57 0,70 14. Preocupar-me apenas com o conteúdo informativo. 100 4,14 0,85 15. Dar chances aos alunos de discordarem de meus pontos de vista. 100 4,42 0,74 16. Utilizar formas de avaliação que exigem do aluno apenas a

reprodução do conteúdo dado em classe ou contido no livro-texto.

100 3,85 1,04 17. Apresentar vários aspectos da questão que está sendo estudada. 100 4,16 0,90 18. Utilizar sempre a mesma metodologia de ensino. 100 4,26 0,90 19. Promover o debate com estímulo à participação de todos os alunos. 100 4,75 0,46 20. Fazer perguntas, buscando conexões com assuntos abordados. 100 4,78 0,46 21. Utilizar exemplos para ilustrar o que está sendo abordado em classe. 100 4,90 0,30 22. Estar disposto a elucidar dúvidas dos alunos. 100 4,87 0,34 23. Despertar o interesse dos alunos pelo conteúdo ministrado. 100 4,68 0,63 24. Ter disponibilidade para atender os alunos fora de sala de aula. 100 3,67 1,06 25. Fazer uso de formas diversificadas de avaliação. 100 4,22 0,92 26. Apresentar situações-problema a serem solucionadas pelos alunos. 99 4,35 0,73 27. Expor o conteúdo de maneira didática. 100 4,58 0,65 28. Oferecer aos alunos poucas opções de escolha com relação aos

trabalhos a serem desenvolvidos.

100 3,72 0,95 29. Dar feedback construtivo aos alunos. 99 4,74 0,44 30. Oferecer informações importantes e interessantes relativas ao

conteúdo da disciplina.

100 4,72 0,45 31. Ter entusiasmo pela disciplina que leciono. 100 4,83 0,43 32. Escutar com atenção as intervenções dos alunos. 98 4,68 0,55 33. Não estar atento aos interesses dos alunos. 100 4,71 0,72 34. Ter expectativas positivas com relação ao desempenho dos alunos. 99 4,39 0,77 35. Ter senso de humor na sala de aula. 100 4,74 0,46 36. Apresentar conteúdo atualizado. 100 4,68 0,51

Questão de Pesquisa 2: Quais as barreiras apontadas pelos professores de inglês à promoção

de condições adequadas ao desenvolvimento/expressão da criatividade de seus alunos?

Como pode ser observado na Tabela 4, um maior percentual de professores apontou como barreiras à promoção de condições adequadas ao desenvolvimento/expressão da criatividade do aluno: “alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula” (79%), “desinteresse do aluno pelo conteúdo ministrado” (70%), “elevado número de turmas e outras atividades sob sua responsabilidade, limitando o tempo de preparação para a prática docente” (59%) e “elevado número de alunos por turma” (45%). Por outro lado, as barreiras menos apontadas entre as que constavam na checklist foram: “cobrança de aulas expositivas por parte dos alunos” (9%) “escassez de recursos materiais básicos, na instituição de ensino de inglês onde trabalha” (8%) e “inabilidade para variar as práticas pedagógicas em sala de aula” (6%).

Tabela 4: Barreiras indicadas pelos professores à promoção de condições adequadas ao desenvolvimento / expressão da criatividade do aluno (porcentagem)a

Barreiras %

Alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula. 79,0

Desinteresse do aluno pelo conteúdo ministrado. 70,0 Elevado número de turmas e outras atividades sob sua

responsabilidade, limitando o tempo de preparação para a prática docente.

59,0

Elevado número de alunos por turma. 45,0

Conteúdo pouco adequado para se trabalhar a criatividade do aluno. 40,0

Extensão do conteúdo sob sua responsabilidade, a ser cumprido no decorrer do semestre.

34,0 Dificuldade de ir além da exposição do conteúdo previsto na disciplina. 27,0 Desconhecimento de textos (livros e/ou artigos) a respeito de como

implementar a criatividade em sala de aula.

25,0

Inabilidade para lidar com alunos indisciplinados em sala de aula. 25,0

Falta de autonomia na forma de conduzir as atividades docentes. 21,0 Desconhecimento de práticas pedagógicas que poderiam ser utilizadas

para propiciar o desenvolvimento da criatividade nos alunos.

19,0 Baixo incentivo, por parte da direção da escola, para inovar sua prática

docente.

18,0

Falta de entusiasmo pela atividade docente. 14,0

Cobrança de aulas expositivas por parte dos alunos. 9,0

Escassez de recursos materiais básicos, na instituição de ensino de inglês onde trabalha.

8,0

Inabilidade para variar as práticas pedagógicas em sala de aula. 6,0

Onze professores preencheram a opção “Outras” da checklist de barreiras. A seguir apresentamos essas barreiras descritas pelos participantes:

• Necessidade de avaliação numérica sem levar em consideração o aspecto desenvolvimental, o crescimento dos alunos, que é subjetivo e não pode ser mensurado.

• Adequar uma prática de caráter humanista e construtivista com instrumentos de avaliação que testam conteúdo.

• Tempo da hora/aula. Muita matéria/conteúdo para pouco tempo de aula.

• A falta de tempo é uma grande barreira à criatividade do professor e conseqüentemente à do aluno.

• Falta de tempo em sala de aula para atividades mais “costumizadas”, pois o conteúdo/ número de páginas a cobrir é denso.

• Pouca ou quase inexistente participação dos pais e/ou responsáveis na prática educativa.

• A coordenação “passa a mão” na cabeça do aluno. Muitas vezes a nossa autoridade como professor é desbancada pela coordenação que releva problemas graves com medo de perder um aluno/cliente.

• A ênfase da escola para que o aluno passe de ano, mesmo que não tenha aprendido o conteúdo.

• Penso que a carga de atividades em horário contrário ao seu turno na escola regular está muito pesada, fato esse que tem ocasionado um cansaço extremado e baixa produtividade dos alunos.

• Falta de motivação por parte dos alunos, que estão sobrecarregados com outras atividades. Falta de informação e/ou experiência dos alunos, que preferem se limitar às atividades do livro.

Questão de Pesquisa 3: Há diferenças entre professores do gênero masculino e feminino e

com maior e menor tempo de experiência docente na extensão em que percebem que vêm utilizando práticas pedagógicas promotoras da criatividade?

Para a análise de possíveis diferenças de percepção entre professores do gênero masculino e feminino e com maior e menor tempo de experiência docente quanto ao uso de práticas pedagógicas promotoras da criatividade, foi utilizado o teste estatístico ANOVA (Analysis of Variance), não tendo os resultados desse teste indicado haver diferenças nessa percepção entre professores do gênero masculino e feminino e com maior ou menor tempo de experiência docente. Os dados obtidos com a aplicação desse método estatístico estão descritos na Tabela 5.

Tabela 5 - Valores de F e p nos fatores do inventário de práticas docentes para a criatividade por gênero e tempo de experiência docente

Fatores Variáveis F p

Incentivo a Novas Idéias

Gênero 0,24 0,63

Experiência Docente 0,33 0,86

Clima para Expressão de Idéias

Gênero 0,81 0,37

Experiência Docente 0,84 0,50

Avaliação e Metodologia de Ensino

Gênero 0,28 0,60

Experiência Docente 1,53 0,20

Interesse pela Aprendizagem do Aluno

Gênero 0,30 0,58

Experiência Docente 0,61 0,66

A seguir apresentamos as Tabelas 6 e 7 com a média e desvio-padrão relativos aos quatro fatores, por gênero (masculino e feminino) e por tempo de experiência docente (de 2-10 anos; 11-20 anos; mais de 20 anos).

Tabela 6 - Média (M), desvio-padrão (DP) e número (n) de participantes do gênero masculino e feminino, nos fatores do inventário de práticas docentes.

Gênero

Masculino Feminino

Fatores

M DP n M DP n

Incentivo a Novas Idéias 4,61 0,44 26 4,66 0,36 74

Clima para Expressão de Idéias 4,76 0,22 26 4,70 0,34 74

Avaliação e Metodologia de Ensino 3,99 0,60 26 4,06 0,59 74

Interesse pela Aprendizagem do Aluno 4,62 0,31 26 4,57 0,35 74

Tabela 7 - Média (M), desvio-padrão (DP) e número (n) de participantes com diferentes tempos de experiência docente, nos fatores do inventário de práticas docentes

Experiência Docente

2-10 anos 11-20 anos > 20 anos

Fatores

M DP n M DP n M DP n

Incentivo a Novas Idéias 4,74 0,29 28 4,55 0,43 37 4,66 0,37 35

Clima para Expressão de Idéias 4,70 0,32 28 4,68 0,31 37 4,76 0,31 35

Avaliação e Metodologia de Ensino

3,97 0,64 28 4,01 0,53 37 4,12 0,62 35 Interesse pela Aprendizagem do

Aluno

Questão de Pesquisa 4: Há diferenças entre professores do gênero masculino e feminino,

com maior e menor tempo de experiência docente nas barreiras apresentadas à promoção da criatividade em sala de aula?

Para análise de possíveis diferenças entre professores do gênero masculino e feminino, com maior e menor tempo de experiência docente, foi utilizado o teste Qui-Quadrado e os resultados estão descritos nas Tabelas 8 e 9. A análise estatística revelou não haver diferenças entre docentes do gênero masculino e feminino nas barreiras apontadas à promoção da criatividade em sala de aula. No que diz respeito ao tempo de experiência docente, constatou- se diferença significativa entre professores apenas no item “desconhecimento de textos (livros e/ou artigos) a respeito de como implementar a criatividade em sala de aula” tendo um percentual significativamente superior de professores com 2 a 10 anos de experiência (42,9%) apontado esta barreira comparativamente àqueles com 11 a 20 anos (21,6%) e mais de 20 anos (14,3%) de experiência docente.

Tabela 8 - Barreiras indicadas pelos professores à promoção de condições adequadas ao desenvolvimento/expressão da criatividade do aluno, analisadas por gênero (freqüência, porcentagem, valor do

qui-quadrado e p)

Gênero

Masculino Feminino

Barreiras

f % f % χ2 p

Alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula. 19 73,1 60 81,1 0,74 0,39 Baixo incentivo, por parte da direção da escola, para inovar

sua prática docente.

5 19,2 13 17,6 0,036 0,85

Cobrança de aulas expositivas por parte dos alunos. 2 7,7 7 9,5 0,073 0,79

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