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CAPITULO II A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE NO

3.2. Método de recolha de dados

Os dados usados no estudo foram obtidos através da aplicação de um inquérito por questionário.

Segundo Quivy e Campenhoudt (1988, p.190), o inquérito por questionário “consiste em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente representativo de uma população, uma série de perguntas relativas à sua situação social, profissional ou

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familiar, às suas opiniões, à sua atitude em relação a opções ou a questões humanas e sociais, às suas expectativas, ao seu nível de conhecimento ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, ou ainda sobre qualquer ponto que interesse os investigadores”.

Para Albarello et al. (2005, p.52), “depois de o campo de investigação e a questão de base terem sido precisados e de as hipóteses terem sido clara e explicitamente determinadas, convém confeccionar o suporte material da abordagem quantitativa por sondagem (…), o questionário”, sendo este a condensação de reflexões sobre “a delimitação do campo, determinação de um quadro teórico e de objectivos específicos bem como a explicitação de hipóteses” (Albarello et al, 2005, p.52). Por conseguinte, a formulação das questões inerentes a este instrumento deve ser de tal forma que possibilite respostas que respondam à problemática.

Segundo Bell (2004, p. 95), “depois de definido o tema e especificados os objectivos”, o investigador “estará em condições de considerar a forma de recolha da informação de que necessita.”

O inquérito por questionário é constituído por vários itens destinados à obtenção de dados pessoais dos respondentes e de várias questões, com alguns itens, sobre a problemática que se pretendia estudar.

Para a construção do questionário, procedemos à consulta e análise de vários documentos existentes sobre o assunto, de alguns estudos já realizados por este processo e da legislação específica. Analisámos também alguns textos publicados, relatórios elaborados por professores, enfim, todo um conjunto de documentação que julgámos importante para o estudo que nos propúnhamos realizar.

Depois de elaborar o inquérito, certificámo-nos de que se tratava de um instrumento de recolha de dados válido e fiável.

Na opinião de Fox (1981, p. 403), “a qualidade da investigação não pode ser melhor que a qualidade dos métodos que se utilizam para recolher e analisar os dados”.

Partindo desta afirmação, podemos concluir que num processo de investigação o instrumento da recolha de dados deve ser um meio coerente e consistente de recolha.

Neste sentido, também é importante que o investigador esteja certo que as informações recolhidas são suficientes, necessárias e que reflectem a realidade que pretende estudar. Estas são as condições para validar o processo de recolha de informação. Desta forma, deve validar -se o instrumento para verificar se ele mede o que

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se pretende medir. Fox (1981, p. 418) define validade como o “grau em que o método cumpre o que se pretende que cumpra ou mede o que se pretende que meça”.

Após definir a primeira versão pelos autores do estudo, o questionário foi aplicado a sete professores do 3º ciclo e secundário que exerciam funções em escolas fora do distrito de Viana do Castelo, para validação do mesmo. Este procedimento teve o objectivo de avaliar a compreensão do conteúdo de cada item, nomeadamente a sua clareza, compreensibilidade e adequação aos objectivos do estudo.

Desta fase piloto não se verificaram quaisquer problemas na compreensão por parte dos professores, pelo que não foram introduzidas alterações ao questionário.

Este foi constituído por dois eixos de análise: o primeiro correspondia a dados pessoais e profissionais dos inquiridos, que se agrupava em nove variáveis independentes e, o segundo, à recolha de opiniões acerca do estudo que pretendíamos realizar e distribuía-se por setenta e cinco questões (Anexo II).

No protocolo do questionário, explicitámos os objectivos que perseguia e assegurámos a confidencialidade dos dados, assim como o anonimato, que foi relevante para a obtenção de uma maior sinceridade nas respostas permitindo o seu preenchimento sem reservas ou constrangimentos.

Na secção A - dados pessoais e profissionais apresentámos um conjunto de perguntas sobre o tempo de serviço, o género, a situação profissional, faixa etária, grupo de recrutamento, habilitação académicas, nível de ensino que lecciona, exercício de cargos, tempo de serviço na escola/agrupamento actual.

Na secção B - processo de avaliação do desempenho docente subdividimos o questionário nas seguintes dimensões: perspectivas de avaliação do desempenho docente; objecto de avaliação ou o que avaliar; critérios, instrumentos, procedimentos ou como Avaliar; avaliador (es) ou quem avalia; conhecer a opinião dos docentes sobre a obrigatoriedade, ou não, da apresentação dos OI para a ADD.

Optámos por itens em escala Likert de 1 a 5, correspondendo a escala 1 a DT –

Discordo Totalmente, a escala 2 a D − Discordo, a escala 3 a SO – Sem Opinião, a

escala 4 a C − Concordo e a escala 5 a CT − Concordo Totalmente. Com a escolha da escala de 1 a 5 procurou-se uma maior especificação e diferenciação das respostas, avaliando com mais rigor as sensibilidades dos inquiridos no que concerne a problemática em questão. Este tipo de resposta fechada permitiu aos inquiridos ter em

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conta possibilidades que, de outra forma, poderiam talvez esquecer ou ignorar. Por outro lado, a unidade da forma facilita o tratamento dos questionários.

As questões sobre as perspectivas de avaliação do desempenho docente centraram-se na concepção sobre ADD (questões 1 a 4), funções da ADD (questões 6, 7, 8, 9, 10, 11, 23, 25 e 26) e consequências da ADD (questões 5, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 24).

Nesta dimensão também quisemos saber se os sujeitos consideravam que este modelo da ADD está mais na base de controlo ou do desenvolvimento profissional e, para isso, colocámos as questões 4, 9, 12, 21, 24, 25 para o controlo, e para o desenvolvimento profissional, as questões 2, 3, 5, 7, 8, 10, 11, 13, 14, 15, 20, 22, 26.

No que diz respeito ao objecto de avaliação ou o que avaliar, procurámos saber o que os professores consideram importante ter em conta ao avaliar o seu desempenho profissional (itens de 27 a 35).

Quanto aos critérios, instrumentos, procedimentos ou como avaliar pretendíamos compreender as condições ou as exigências que os professores consideravam necessária para proceder a sua avaliação desempenho (itens 36 a 46).

Em relação aos avaliador (es) ou quem avalia procurámos saber para além do próprio professor, que outros intervenientes os professores consideram dever existir para garantir maior equidade na sua avaliação (itens de 47 a 66).

Finalmente, para conhecer globalmente a opinião dos docentes sobre a obrigatoriedade, ou não, da apresentação dos OI para a ADD, apresentámos os itens 61 a 75. Alguns itens procuram compreender se a formulação dos OI é um factor de desenvolvimento profissional (itens 62, 63, 66, 67, 70, 72, 74 e 75); outros se essa formulação é um factor de prestação de contas (os itens: 61, 64, 65, 68, 69, 71 e 73).