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Métodos de avaliação

No documento Documento (páginas 59-63)

Carlos Alberto Ferreira Fernandes †

2.3 Métodos de avaliação

A avaliação tem por base os resultados da lecionação das UCs descritas nos parágrafos anteriores e da minha participação no Projeto Observar e Aprender durante o ano letivo 2014/15. Incidirá sobretudo nos aspetos comuns encontrados dentro da diversidade existente de praticas pedagógicas.

Os alunos têm dificuldade em gerir de forma eficaz o seu tempo de estudo, com consequências nefastas para os períodos em que existem picos de trabalho, como acontece nas semanas de avaliações intercalares. Esta é uma das possíveis razões para o absentismo às aulas nesse período e consequente progressivo desfasamento no acompanhamento da matéria. A participação em projetos do IST, tais como o já referido

Observar e Aprender e o Tutoradovi permitiu-me concluir que esta é uma realidade nos

diferentes universos de alunos, conduzindo a uma atitude passiva da quase generalidade dos alunos no decurso das aulas, que urge colmatar. Detetado o problema e as razões que lhe estão associadas há que o resolver.

Sumarizo em seguida algumas das ações tomadas nesse sentido e com algum sucesso. 1. Durante a aula, questiono frequentemente os alunos, tentando criar um ambiente

favorável para que a iniciativa parta também dos alunos, pondo questões que julguem oportunas.

2. Mudo de estratégia de ensino se os alunos mostram não ter a compreensão esperada.

3. Incentivo o espírito crítico dos alunos, analisando e discutindo com eles as dificuldades sentidas e os resultados obtidos. Um boa prática de atuação sugerida é que os alunos pensem na solução expectável antes de efetuar a experimentação. Se houver surpresas que tentem perceber antes de aceitar o resultado.

4. Tento motivar os alunos pela positiva, mostrando que aprender apenas para ter sucesso na avaliação é uma atitude muito imediatista e de visão redutora.

5. Nas aulas P os exercícios propostos devem ser de certa forma um reflexo do quotidiano e não puramente didáticos. Para cada série de exercícios propostos é cedida uma informação de cariz mais geral sobre as conclusões a tirar e as competências a adquirir sobre o tema versado.

54 C.A. Fernandes /CNaPPES 2015, 49-55

6. Tento usar uma linguagem que não seja hermética, mas que, pelo contrário, estabeleça pontes, criando competências transversais. Este é o verdadeiro espírito da comunicação. A ausência de interdisciplinaridade leva a que os mesmos assuntos sejam, em contextos diferentes, tratados de forma tão distinta, que os alunos nem se apercebem que se está a falar da mesma coisa.

7. Nas minhas apresentações nas aulas T, o primeiro diapositivo é uma citação de pessoas das várias áreas do saber, tentando mais uma vez criar pontes. Verifiquei com agradável surpresa que os alunos têm uma atenção acrescida no início da aula, como que se questionando: “o que vai sair hoje?”.Por vezes em vez da citação uso uma imagem associada a uma pergunta, cuja resposta só aparece no último diapositivo apresentado. Criando expectativas, fomento a aproximação.

8. Evitar a rotina é uma atitude positiva. É sobretudo importante para os alunos com menor rendimento e que repetem a disciplina. Em Formação Livre I introduzi uma novidade este ano. Foram convidados 3 especialistas que durante 1 hora falaram da sua especialidade. A análise das palestrasvii foi uma das componentes da

avaliação da UC. Os alunos aderiram massivamente à ideia e acham que ela deve continuar para o ano, alargando os temas de análise e sugerindo ideias.

Nos relatórios QUCviii tem-se acesso à avaliação feita pelos alunos ao funcionamento das

UCs.

3 Transferibilidade

Os resultados apresentados na secção 3 correspondem a práticas pedagógicas de índole geral que podem ser importadas para outro área de saber com os ajustes necessários às suas especificidades

4 Conclusões

Foram apresentados métodos e práticas pedagógicas referentes a duas UCs do IST com estruturas muito distintas no modo de funcionamento. As “boas” práticas são as que determinam que o docente possa garantir, de acordo com o conteúdo programático, que o aluno desenvolva as competências necessárias às especificidades da UC. As tendências atuais apontam para a necessidade de uma forte formação interdisciplinar, esbatendo as fronteiras entre as várias áreas do saber. Realçando as práticas de ensino em que os aspetos transversais são mais evidentes, sou da opinião que multidisciplinaridade e especificidade são duas vertentes compatíveis no processo de ensino/aprendizagem.

5 Referências

[1] http://quc.tecnico.ulisboa.pt/observar-e-aprender/ [2] http://nep.tecnico.ulisboa.pt/download/o-ingresso-no-ist-em-2014_15_vfinal.pdf [3] https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/disciplinas/FEle25/2014-2015/1-semestre [4] https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/disciplinas/FL15/2014-2015/1-semestre

i Projeto da Universidade de Lisboa inspirado nos modelos anglo-saxónicos de peer observation and

review of teaching. Pretende promover as competências de prática letiva através da retroação recebida pelo observado e da sensibilização pedagógica que resulta da atividade como observador. [1]

ii O MEEC teve em 2014/15 uma nota média de acesso de cerca de 15,6 e um número de vagas de

220; a LEE teve em 2015 uma nota média de acesso de 12,6 e um número de vagas de 34. [2]

iii Kurt Lewin (1890-1947), psicólogo alemão-americano.

ivA Eletrónica é por essência uma área transversal à maioria das áreas de conhecimento, uma vez

que todas estas recorrem cada vez mais a sistemas eletrónicos sofisticados.

v A plataforma FENIX que centraliza todo o sistema de informação académica da escola.

vi O Tutorado tem como missão promover a integração e o sucesso académico dos estudantes, na

transição do Ensino Secundário para o Ensino Superior e ao longo do seu percurso no IST. Existe desde 2003/04.

vii Linguagem e Comunicação por Prof. Carlos Gouveia; Quando falamos, falamos de quê? por

Ferreira Fernandes; A Electrónica ao serviço da Medicina por Dr Bruto da Costa.

European Dialogue Project: cooperar para

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