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O PENSAMENTO ECOSSISTÊMICO PARA O GERENCIAMENTO DOS RECURSOS INTEGRADOS

MÉTODOS DE EXTRAÇÃO METALÚRGICA USADOS NO CANADÁ

Método Metalúrgico Vantagens Ambientais Desvantagens Ambientais

Pirometalurgia

Perda mínima de efluentes líquidos; consome menos

energia.

Requer maior demanda benéfica; emissão de S02; geralmente menos agradável no trabalho ambiental.

Hidrometalurgia

Pouca descarga no meio ambiente se feito num circuito fechado; grande potencial para

a integração com operações essenciais.

Perda de soluções no meio ambiente; Requer muita energia.

Eletrometalurgia

Produto altamente puro; Possível alto controle de

qualidade.

Requer muita energia;

Produção de líquidos mistos e alguns gases tóxicos; Possibilidade de tóxicos químicos perdidos na

hidrosfera;

Geralmente usado junto com um dos métodos acima.

Fonte: Ripley et al, 1996:43.

f) Rec u pera ç ã o

Embora a vida da atividade de mineração possa ter seu tempo determinado pelo desenvolvimento de novas tecnologias, impulsionada pelo preço de mercado e pela demanda mineral, por outro lado a perspectiva finita dos corpos minerais e processos ambiciosos geralmente remetem para sua exaustão, ainda que o aspecto temporal de seu curso possa ser considerado.

A história da atividade de mineração tem demonstrado que finalizadas as operações ou a vida do corpo mineral as minas e suas estruturas tendem a ser fechadas, abandonadas, depósitos de rejeitos são acumulados e sem cuidados, e um conjunto de lugares e locais transtornados. Assim, muitos reflexos são de preocupações imediatas como por exemplo alterações da topografia e da superfície, drenagem de superfície e subsuperfície, vegetação e solos destruídos, estradas e construções abandonadas, entre outros.

Estes aspectos levaram ao desenvolvimento, em muitos países, de um processo de recuperação relacionado aos distúrbios da terra e do ambiente. Este geralmente está baseado na avaliação de fatores naturais - incluindo topografia, clima e características do solo - e em relação a fatores culturais tal como os ambientes e locais classificados segundo seu aspecto qualitativo e quantitativo, formas e acessibilidade. O processo teria um papel, portanto, para o desenvolvimento de cenários alternativos, sua avaliação e seleção (Ibid., 46).

Considerando-se que os efeitos da atividade de mineração não respeitam fronteiras, muitas outras áreas acabam, de uma maneira ou de outra, sendo atingidas com efeitos ambientais negativos. Estes podem ser classificados enquanto prejudiciais a corpos de águas, riscos para a saúde humana, espécies aquáticas, outras vidas selvagens e danos estéticos. Nesse sentido, a recuperação, além de ser um processo que promove a conservação e/ou reorganização do solo, como também do uso produtivo da terra transtornada, pode ser definida, segundo L.L.E. Hogg (1971:1-4), como a melhoria de qualquer destes efeitos.

Para J.B. Peterson e H.M. Etter (apud Ripley et al, 1996:46), três fases estariam envolvidas no processo de recuperação: a) planejamento anterior ao uso da terra; b) operações físicas para atingir uma topografia sustentável, se necessário e c) natural ou revegetação auxiliada e subseqüente gerenciamento da terra recuperada. A concepção dessa idéia, portanto, necessariamente provê uma visão abrangente do assunto, enfatizando as inter-relações entre as várias esferas de influência.

Ao resgatar a área a uma condição ou alternativa aceitável, além disso, tomam- se necessários processos de monitoramento e ações remediais (Sánchez, 1994). E, muito embora de prática e implementações relativamente recentes, quando comparada à dinamização histórica da atividade de mineração, a recuperação vem sendo considerada parte da operação mineral, já que diretamente relacionada, também, à responsabilidade ambiental da atividade.

2.4.2. Um a In c ur sã oà Com plexid a d e da At iv id a d e: o s Im pacto s da Mineração s o b r eo Meio Am bien teeos Eco ssiste m a s

Se algum tempo atrás foi possível ignorar os impactos ambientais da atividade mineradora, cujas fendas produzidas na paisagem cicatrizavam-se naturalmente, hoje em dia isso não é mais possível, devido à potência e velocidade das alterações possibilitadas pelas novas teconologias. Se no passado a escala e intensidade de atividade mineradora não eram muito extensas e, portanto, as áreas afetadas pela lavra eram limitadas, atualmente a situação é bem outra: as novas tecnologias de produção mineral provocam expressivos impactos sobre a água, ar, solo, subsolo, a paisagem como um todo.

Maurício Andrés Ribeiro

No item 2.2 do presente Capítulo, trabalhamos e definimos conceitualmente ecossistema. Para os objetivos deste estudo, achamos também fundamental conceituar meio ambiente e seu viés abrangente.

O meio ambiente pode ser entendido enquanto um habitat global do homem que compreende o espaço onde se desenvolvem, além das atividades humanas, a vida dos animais e vegetais direta ou indiretamente ligados a elas e, numa perspectiva sistêmica, envolvendo relações de interdependência.

Para Mareei Jollivet e Alain Pavé (apud Vieira, 1993:2), o termo pode ser caracterizado como o conjunto de componentes físico-químicos e biológicos, e de fatores sócio-culturais suscetíveis de afetar, direta ou indiretamente, a curto ou longo prazos, os seres vivos e as atividades humanas na ecosfera. Nesse sentido, o campo de pesquisas sobre meio ambiente abrange o conjunto de transformações da ecosfera suscetíveis de influenciar o desenvolvimento das sociedades humanas.

Segundo Luiz E. Sánchez (1994:72), a poluição industrial apresenta características diferentes dos impactos sobre os ecossistemas. Em sua concepção:

Poluição geralmente é definida como a presença ou lançamento ou a liberação de qualquer forma de matéria ou energia que afete negativamente o homem ou os outros organismos, sendo que estas podem ser medidas ou estimadas com o auxílio de instrumentos adequados a serem expressas na forma de grandezas físicas, como a concentração de determinadas substâncias na água, no ar ou no solo; os níveis de pressão sonora, vibração, radioatividade, etc. Já os impactos sobre os ecossistemas ocorrem na forma de destruição ou modificação de habitats; de limitação da disponibilidade de um ou mais recursos, como energia solar, água ou nutrientes; ou da criação de diversos tipos de stress, como os representados pela movimentação de pessoas ou veículos ou pela emissão de poluentes.

Octávio E. A. Brito (1978:61) entende também poluição ambiental ou deterioração do meio ambiente qualquer alteração das qualidades físicas, químicas ou biológicas que possam:

a) prejudicar a saúde e o bem-estar da população;

b) criar condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) ocasionar danos relevantes à flora, à fauna e a qualquer recurso natural; d) ocasionar danos relevantes ao acervo histórico, cultural e paisagístico.

Estas alterações estão diretamente relacionadas à ação do homem que, se por um lado proporciona e oferece efeitos de dinamização sócio-econômica de importância local, nacional e mundial, por outro lado possibilitam perturbações à sua qualidade de vida, transformando os recursos naturais e os elementos contidos na biosfera, a fauna, a flora, a vida biológica, água, ar, solo, e etc, em escalas sempre crescentes. Nesse contexto, encontra-se a atividade de mineração.

Os efeitos ambientais da mineração estão associados ao conjunto de etapas inerentes ao processo produtivo, exceto pelos métodos baseados em satélites (Ripley et al, 1996:13). Nesse sentido a interferência negativa da atividade vai desde

o seu processo inicial, através da construção de infra-estrutura para o processo operacional, até os estágios que acabam por afetar as pessoas, a vida selvagem, o conjunto das espécies localizadas na bio-região onde será realizada a mineração, a água, o ar e o solo. A Tabela 2 possibilita visualizar os efeitos ambientais proporcionados pelos diferentes tipos de extração, bem como suas vantagens e desvantagens.

TABELA 2

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