SUMÁRIO
4. RESULTADOS 71 1 Ensaio de curto prazo
2.2 Objetivos específicos
3.2.1 Métodos diagnósticos e terapêuticos
Todos os pacientes foram entrevistados por meio de questionário estruturado para obtenção de informações sobre idade, sexo, etnia, tempo do inicio dos sintomas, olho acometido, histórico ocular e sistêmico pregresso, história familiar de DMRI e história pessoal, incluindo tabagismo e uso de suplementação vitamínica. (Anexo C)
Todas as variáveis coletadas foram comparadas ao genótipo do CFH (CC, CT ou TT). Houve mascaramento dos investigadores em relação aos genótipos durante a coleta dos dados e análise estatística.
3.2.1.1 Ensaio de curto prazo
Todos os participantes do ensaio prospectivo foram submetidos à medida da acuidade visual após refração a quatro metros utilizando-se a tabela do ETDRS, biomicroscopia e fundoscopia. A fundoscopia foi realizada com lâmpada de fenda e lente positiva de 78 ou 90 dioptrias.
Os pacientes foram submetidos a exames de retinografia e angiografia fluoresceínica, sendo realizados após dilatação pupilar com instilação de 3 gotas de tropicamida 1%, num intervalo de 5 minutos entre as instilações. Realizou-se a injeção de 5 ml de fluoresceína sódica endovenosa a 10%. Nos casos de MNVSR ocultas, o exame foi complementado com angiografia com indocianina verde, com injeção de 25 mg de indocianina verde diluídos em 2 ml de solvente aquoso e as imagens foram obtidas até 30 minutos após a administração do corante.
Métodos 61 O acesso venoso (veia cubital) era mantido com cateter hidrolisado até o término do exame, para tratar possíveis reações adversas, sendo verificada alguma sintomatologia do paciente antes de retirar o acesso venoso.
Os indivíduos incluídos no estudo foram submetidos ao exame de OCT de alta resolução com o aparelho Cirrus® (Carl Zeiss Meditec, Dublin, CA, USA), ou Spectralis® (Heidelberg Engeneering, Heidelberg, Germany), respeitando o mesmo aparelho nos exames subsequentes. Inicialmente, os pacientes tiveram as pupilas dilatadas de forma similar para realização das imagens fotográficas, sendo posicionados confortavelmente sentados em frente ao aparelho, com mento e região frontal bem encostados. O módulo foi alinhado de forma que a lente ficasse no eixo óptico do olho a ser examinado. Cada paciente foi orientado a fixar o alvo interno do aparelho no centro da tela. A fixação do paciente e a localização da varredura do tomógrafo foram monitoradas por imagem na tela do computador, mostrada durante o exame.
As aquisições das imagens foram obtidas por meio do protocolo de medidas de espessura retiniana, no centro da fóvea, quando a depressão foveal era visível e foram submetidas a correção manual de segmentação e centralização. O cálculo das medidas de espessura retiniana foi obtido automaticamente pelo aparelho, o qual considera a distância entre a relação interface vítreo-retiniana e a superfície anterior do EPR e a estratégia para análise quantitativa foi o mapa de espessura macular que analisa os mapas circulares de cada olho centralizado na mácula e apresenta como resultados a espessura e volume retiniano (Figura 3).
62 Métodos
Figura 3. Impresso dos parâmetros obtido por meio do OCT Cirrus®. Os
mapas apresentam as medidas de espessura retiniana, usando um código de cor e valores numéricos das medidas de espessura macular média (em micra) de cada setor.
Métodos 63 A injeção intravítrea de bevacizumabe ou ranibizumabe foi realizada nas instalações das instituições envolvidas na pesquisa. Após anestesia tópica com colírio de tetracaína, realizou-se antissepsia da pele com solução de iodo povidona e colocou-se o blefarostato, seguidos de instilação de iodo povidona a 5% no saco conjuntival por três minutos antes da injeção.110
O bevacizumabe (Avastin, Genentech Inc., South San Francisco, CA, EUA), na concentração de 25 mg/ml, foi injetado no volume de 0,05 ml, que corresponde a 1,25 µg da droga, por meio de seringa de insulina com agulha 27 gauge, na região temporal ou nasal inferior à distância medida com compasso de 3,5 mm do limbo em pseudofácicos e a 4 mm em fácicos, perpendicular à parede do bulbo ocular e direcionada ao centro da cavidade vítrea, com o bisel voltado para o cristalino (Figura 4).
Figura 4. Técnica da injeção intravítrea de antiangiogênicos
Logo após a injeção, a artéria central da retina era avaliada por meio da biomicroscopia com lente asférica de 78 dioptrias e, se diagnosticada oclusão vascular, a pressão intraocular era mensurada e verificada necessidade de
64 Métodos
paracentese na câmara anterior. Por outro lado, não havendo esta oclusão, uma gota de colírio de moxifloxacino 0,5% ou gatifloxacino 0,3%, 4 vezes ao dia, era prescrita por 5 dias e o paciente recebia orientações quanto ao retorno ao ambulatório para seguimento.
Os pacientes retornavam para a primeira visita após sete dias e, para a segunda, vinte e oito dias após o procedimento e eram submetidos a reavaliações incluindo acuidade visual após refração a quatro metros utilizando-se a tabela do ETDRS e OCT de alta resolução respeitando o mesmo aparelho dos exames anteriores.
3.2.1.2 Ensaio de longo prazo
Todos os pacientes incluídos no ensaio retrospectivo de longo prazo haviam sido previamente submetidos a tratamento com antiangiogênicos. Foram utilizados, a critério da instituição envolvida na pesquisa, bevacizumabe 1,25 µg
ou ranibizumabe (Lucentis, Novartis, South San Francisco, CA, EUA), injetado pela mesma técnica, no mesmo volume, o que corresponde a 1 µg da droga. Os pacientes foram tratados no regime PRN, de acordo com a presença de sinais de doença neovascular em atividade. O acompanhamento desses indivíduos incluiu visitas mensais e avaliação de acuidade visual com tela de Snellen, biomicroscopia de fundo e OCT nos aparelhos Cirrus®, Spectralis®, Stratus® (Carl Zeiss Meditec, Dublin, CA, USA), ou RTVue® (Optovue, Inc, Fremont, CA, USA), respeitando-se sempre o mesmo aparelho nos exames subsequentes de cada paciente.
Métodos 65 Foram submetidos a revisão de prontuário e colhidos dados nos momentos do início do tratamento e de um ano de acompanhamento, tendo sido incluídas as informações de acuidade visual com melhor correção, espessura retiniana central por OCT, número de injeções intravítreas realizadas e atividade persistente de doença.
No caso de doença bilateral, foi incluído no estudo somente o primeiro olho tratado. Os pacientes do estudo de longo prazo foram questionados também quanto à percepção subjetiva de evolução da dificuldade visual ao longo do acompanhamento. Foi solicitado que classificassem a evolução quanto à melhora, manutenção ou piora da dificuldade visual.89