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CAPÍTULO 3 METODOLOGIA

4.6 Métodos e técnicas adaptativas aplicadas ao PCP

Como o segmento de confecção direcionado para o vestuário objeto da pesquisa, caracteriza-se como um segmento empresarial fortemente atrelado às vicissitudes decorrentes da moda, principalmente quando veiculada em mídia de massa, além da influência de variáveis climáticas provenientes das estações, todas as empresas pesquisadas enfrentam sazonalidade da demanda como visto anteriormente, tendo que adequar seus sistemas de produção a métodos e estratégias adaptativas para atender a demanda e competir no mercado da moda.

Diante dessa realidade, todas as empresas objeto da pesquisa tem um mix de produção muito diversificada e sazonal, tornando-se muito difícil efetuar um planejamento de produção para uma grande quantidade de produtos fabricados pertencentes às famílias de produtos. Para lidar com esse tipo de demanda sazonal e diversificada é preciso traçar estratégias com ações adaptativas a realidade do setor que possam ser viabilizadas dentro do sistema produtivo de forma que os planos de vendas são executados em comum sintonia com o planejamento e controle da produção.

A primeira delas utiliza um mix das técnicas de gestão. Após análise da previsão de vendas (histórica e projeção), dos estoques existentes e dos pontos de ressuprimento dos materiais e produtos, é elaborado um Programa Mestre de Produção, assemelhado ao MRP. Por meio da análise do Fluxo Operacional do processo é determinada a melhor sequência de elaboração do produto, procurando-se balancear o fluxo das atividades para minimizar as perdas ou gargalos ocorrentes no desenvolver dos procedimentos de manufatura. .

A segunda pesquisada adota algumas práticas do MRP, adaptando uma metodologia de modo a encontrar viabilidade de uso sintonizado com sua realidade vocacional (modinha), através da prática de uma mistura de técnicas voltadas a integrar a produção ao planejamento mestre, empregue as mesmas ferramentas do MRP, mas de forma adequada à realidade da empresa. Só libera a ordem de corte quando tem toda matéria-prima de referencia para não travar o processo.

A terceira e quarta empresas pesquisadas utilizam o MRP de maneira adequada à realidade da empresa. No processo produtivo utiliza a metodologia da explosão de materiais, seguindo a ficha técnica do produto. Adota como base uma projeção de 30% (trinta por cento) da coleção planejada, efetuando aprovisionamento. Quando o produto vai sendo criado, aplica a customização e o aproveitamento, tentando aperfeiçoar o estoque. O PCP efetua a explosão através do aprovisionamento e vai gerar a necessidade geral de matéria-prima (explosão de materiais).

A quinta e menor delas não utiliza algum método formalizado de PCP. Embora, de forma empírica e simplificada possui o planejando e o controle de estoques na intenção de minimizar custos de armazenamento. Seu processo produtivo é simples, com um sistema pouco padronizado de PCP nivelado com a demanda.

O próximo tópico trata das considerações finais acerca dos resultados coletados na análise dos dados.

4.7 Considerações Finais

Diante dos fatos coletados, pode-se analisar que todas as pequenas empresas de confecção, objeto de estudo, possuem gestão familiar e atuam a mais de dez anos no mercado, estando fora do risco de mortalidade. Solidificadas no mercado, saíram da zona de risco e conquistaram um crescimento rápido, superando as expectativas do setor.

Todas operam com produtos de baixo volume e alta diversidade, caracterizando uma produção com alta flexibilidade de ampliação do mix de produtos para atender uma demanda crescente, oscilante e bastante competitiva, mesmo sendo de ramos diferenciados no setor do vestuário como (moda íntima, casual (modinha), jeans e surf wear), com grande diversificação de modelos, criam coleções trimestrais no ano em média de 100 peças por coleção.

Percebe-se que todas utilizam a facção e terceirização em algumas etapas dos seus processos produtivos, por causa da necessidade de atender a elevada demanda de produtos,

associada à diversificação de modelos decorrentes das coleções desenvolvidas com objetivo de acompanhar as tendências de moda, enfrentando a concorrência do mercado. Outro motivo para o uso destes sistemas alternativos reside na indisponibilidade de recursos financeiros, mão de obra especializada, espaço físico, etc. para a efetivação de determinadas operações de produção, sendo mais rentável terceirizá-las a facções localizadas na própria cidade do que ampliarem suas capacidades produtivas.

Na pesquisa, as três primeiras empresas utilizam a capacidade instalada máxima 100% e as duas últimas utilizam apenas 80% da capacidade. O aumento da capacidade produtiva é uma questão estratégica, onde os empresários consideram altos custos e de longo prazo os investimentos em ampliação da capacidade produtiva instalada, como exemplos: ampliação das instalações atuais ou em novas instalações, investimento em inovação tecnológica com aquisição de novas máquinas, contratações e capacitação de mão-de-obra qualificada, e outros.

Todas possuem um setor específico de PCP com um responsável direto por suas atividades, formalizando o planejamento da produção e o controle. O plano anual faz parte do planejamento estratégico da maioria delas, onde o setor de confecção possui uma diversificação muito grande de itens por coleção e cada uma planeja quatro coleções no ano (primavera, verão, outono e inverno) de acordo com a moda e segmentação de mercado.

O PCP utilizado pelas empresas é estruturado sob duas modalidades: manual e informatizado, programando a entrada de referencias no grupo, tendo entre suas atribuições a análise da capacidade produtiva. Em um ramo de elevada concorrência e a imperiosa necessidade de se obter respostas urgentes ante as oscilações de mercado, a informática representa uma grande importância no processo gerencial pela sua capacidade de mesclar dados e, através de análises efetivadas em curto espaço de tempo, proporcionar alternativas a gestão eficiente e eficaz. Neste caso, as empresas que apenas utilizam informações em relatórios impressos perdem competitividade, pois dependem exclusivamente da competência de seus profissionais para a análise e decisão.

Os controles de estoque são simples, possuindo cálculos de pontos de ressuprimento efetuados via informática, alimentando os dados no sistema, diariamente. A gestão de estoque é definida no planejamento estratégico anual decorrente do planejamento de cada coleção trimestral como alternativas de redução de custos.

Por se tratar de um segmento empresarial fortemente atrelado às vicissitudes decorrentes da moda, principalmente quando veiculada em mídia de massa, além da

influência de variáveis climáticas provenientes das estações, todas as empresas pesquisadas enfrentam flutuações e sazonalidade da demanda.

De posse destas informações, analisa-se o comportamento destas no sentido de utilizar uma programação da produção empurrada que se orienta pela data mais cedo que uma determinada atividade deve ser completada, sendo típico de sistemas de planejamento centralizado utilizados nas confecções, identificando os itens mais vendidos no primeiro momento e programa o segundo lote de produção da mesma coleção trimestral.

As empresas utilizam o que é semelhante ao JIT para produzir somente as quantidades encomendadas; Eliminar desperdícios de compra de matéria-prima; Reduzir custos com estoque de produtos acabados; Racionalizar etapas dos processos através do uso de facções e terceirizações, reduzindo custo de mão de obra e maquinário do processo produtivo.

E um pouco do MRP adaptando uma metodologia de modo a encontrar viabilidade de uso sintonizado com sua realidade vocacional (modinha), através da prática de uma mistura de técnicas voltadas a integrar a produção ao planejamento mestre, mas de forma adequada à realidade da empresa, só libera a ordem de corte quando tem toda matéria-prima de referencia para não travar o processo, utiliza a metodologia da explosão de materiais, seguindo a ficha técnica do produto.

Os resultados demonstraram que as empresas estruturam o seu sistema de produção formalmente, utilizando um “mix” de técnicas envolvendo aquelas relacionadas ao sistema JIT e MRP conforme mencionado no referencial teórico, estrategicamente adaptado às suas realidades internas.

Na área comercial, as organizações estudadas são obrigadas a produzir várias coleções durante o ano, cada uma absorve um portfólio de produtos com diferenciada participação na composição dos lotes de fabricação, considerando cor, tamanho, acessórios, e outros, resultante das oscilações da demanda gerada por aspectos naturais, como estações do ano, tendências da moda e ações da concorrência que atuam direta e indiretamente na configuração de uma estratégia comercial que tem no PCP uma técnica de rara importância na realidade competitiva.