• Nenhum resultado encontrado

Métodos quantitativos de análise econômico-financeira

8. ANÁLISES ECONÔMICO-FINANCEIRAS

8.2. Métodos quantitativos de análise econômico-financeira

Existe uma grande variedade de métodos utilizados na gestão do portfólio, sendo os financeiros, os mais utilizados (BITMAN, 2005). Esses métodos inserem-se nos tradicionais de viabilidade econômico-financeira como, por exemplo, os que fornecem indicadores a partir de fluxos de caixa descontados e serão apresentados nos itens 8.2.1., 8.2.2. e 8.2.3.2.

Além desses há os mais sofisticados como, por exemplo, os que simulam cálculos de probabilidades e riscos. Métodos ainda mais complexos buscam modelar as incertezas inerentes ao front-end, principalmente se o produto for inovador e o mercado desconhecido.

No início do desenvolvimento são definidos, portanto, os principais indicadores do projeto associados ao produto final tais como o custo do produto e as previsões de retorno do empreendimento. Essa análise preliminar de viabilidade é a referência para as fases seguintes, tornando-se fundamental no prosseguimento da execução do projeto (RODRIGUES, 2015).

De maneira geral, os critérios utilizados para análises econômico-financeiras de um projeto de investimento são classificados como científicos ou empíricos; os científicos baseiam-se no fluxo de caixa e no valor do dinheiro no tempo e os empíricos desconsideram esse valor ou desprezam uma parte dos valores obtidos.

Os fluxos de caixa operacionais representam o fluxo de entradas e saídas dos recursos financeiros durante o ciclo de vida planejado para o produto, bem ou serviço. São utilizados vários formatos de conhecimentos, explícitos ou implícitos e seus resultados econômicos auxiliam nas tomadas decisórias e utilização de procedimentos específicos para diversas situações (BISCHOFF, 2013).

No grupo dos científicos destacam-se o Valor Presente Líquido (VPL); Taxa Interna de Retorno (TIR); Payback Descontado (PBD) e Índice de Lucratividade (IL), dentre os quais serão apresentados VPL, TIR e PBD por serem empregados na metodologia do presente trabalho. E, dentre os empíricos, o mais utilizado é o Payback Simples (PBS) também comentado, devido à simplicidade de operação e grande aceitação pública.

Para aplicação dos métodos acima descritos faz-se necessárias as seguintes hipóteses:

 Admite-se um ambiente sem restrições orçamentárias de capital, o que pressupõe recursos financeiros ilimitados ou financiamento disponível sempre a uma taxa constante ao longo do tempo;

 As taxas de desconto são “puras”, isto é, exclui-se o prêmio por risco;  Os componentes risco e incerteza são desconsiderados.

Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

A TMA é uma taxa que serve como parâmetro para a aceitação ou rejeição de um determinado projeto de investimento; é o valor mínimo a ser atingido pelo investimento para que seja viável (REBELLATO, 2004; RODRIGUES, 2015) e deve refletir o valor do dinheiro no tempo.

A TMA representa o “custo de oportunidade” de se optar por um investimento em detrimento a outro, de melhor alternativa disponível, de mesmo capital e mesmo risco (ASSAF NETO e LIMA, 2010).

8.2.1. Valor Presente Líquido (VPL)

O VPL, também chamado de Net Present Value (NPV), é um método amplamente utilizado em análises de viabilidade de projetos de investimento. O método consiste em trazer para a data zero todos os fluxos de caixa e somá-los ao valor do investimento inicial tendo como taxa de juro, a TMA do projeto; considera, portanto, a valorização do capital ao longo do tempo e estima o ganho real do investimento.

Se o VPL for negativo, o retorno do projeto será menor que o investimento inicial, indicando a inviabilidade do projeto; em caso positivo, o valor obtido pagará o investimento, acrescido da remuneração pela TMA, tornando-o viável e no caso em que VPL resulte nulo, a decisão será neutra (PRATES, 2017a).

8.2.2. Taxa Interna de Retorno (TIR)

A TIR, ou Internal Rate of Return (IRR), é a taxa necessária para igualar o valor presente de um investimento aos seus respectivos retornos futuros ou saldos de caixa

gerados em cada período; assim, define-se matematicamente a TIR como sendo a taxa que torna o VPL de um fluxo de caixa igual a zero (PRATES, 2017a).

Se a TIR de um investimento for maior que a taxa mínima de atratividade TMA, o projeto será atrativo; sendo igual é indiferente e sendo menor, configura-se uma situação de não atratividade.

Portanto, a TIR representa o ponto de reversão da decisão de investir; se a TMA do investimento for inferior à TIR o projeto deverá ser aceito e se a TMA for superior à TIR, o projeto deverá ser rejeitado e quanto maior a TIR melhor e mais lucrativo será o projeto ou novo negócio (SVIECH, 2013).

8.2.3. Retorno do capital

Um dos critérios mais importantes para decidir investir em uma empresa ou produto é o custo de oportunidade. Assim, um indicador que deve ser avaliado pela gestão é o retorno do capital, mais conhecido como payback, tempo em meses ou anos, que corresponde ao prazo necessário para que o lucro líquido se equipare ao valor investido.

8.2.3.1. Payback Simples

O Payback Simples (PBS) é uma técnica de aplicação simples e direta que permite a estimativa do prazo de retorno do capital.

É calculado acumulando-se os fluxos de caixa para determinar o período em que houve a transição do valor negativo para positivo, ou seja, o momento em que o dinheiro investido foi recuperado.(RODRIGUES, 2015; REBELATTO, 2004).

O PBS pode ser empregado como uma primeira medida, para comparar o tempo de recuperação do capital e o prazo máximo tolerado pelo investidor; o projeto será aceitável se o PBS for superior a este valor e rejeitado se for inferior.

No entanto, este método apresenta desvantagens por desconsiderar dois importantes fatores: a taxa de desconto e, portanto, o valor do dinheiro no tempo e também os valores do fluxo de caixa gerados após o prazo de recuperação.

Sendo assim, o PBS não é indicado como único critério na seleção de alternativas de investimento, mas deve ser utilizado complementarmente a outros métodos de avaliação (BISSHOFF, 2013).

8.2.3.2. Payback Descontado

O Payback Descontado (PBD), ao contrário do PBS, considera o valor do dinheiro no tempo e representa o prazo de recuperação do investimento remunerado pela taxa de juro, que é a TMA do projeto.

Também por este método é necessário definir um prazo máximo tolerado para a recuperação do investimento, que será comparado ao valor obtido, para definir a adoção ou rejeição do projeto.

Analogamente ao PBS, o momento de recuperação do capital corresponde ao período (ano ou mês) em que o somatório dos fluxos de caixa descontados (considerando a taxa de juro) torna-se positivo.

Apesar de corrigir a distorção apresentada pelo PBS em relação aos juros, o PBD não considera todas as receitas que ocorrem ao longo da vida do projeto; por isso também não deve ser utilizado como único critério de avaliação de alternativas, mas sim em conjunto com outros critérios (ASSAF NETO e LIMA, 2010).

Documentos relacionados