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Atividade 8

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A língua portuguesa a serviço da cultura e da língua hunsriqueana

CONTEÚDO

TEMPO ESTIMADO 3 aulas de 55 minutos.

RECURSOS

Aparelho multimídia, computador ou celular com acesso à internet, jornais impressos, caderno, caneta, lápis, borracha.

AVALIAÇÃO

Participação dos alunos nas atividades orais e apropriação das informações para a produção escrita de uma peça teatral.

OBJETIVOS

- Possibilitar maior visibilidade para este projeto de pesquisa;

- Conhecer o caminho da notícia até a sua publicação em um jornal;

- Motivar a leitura;

- Produzir textos orais e escritos.

- Incentivar a prática da leitura de jornais impressos e online;

- Identificar a variação da língua portuguesa presente nas matérias jornalísticas;

- Informar-se acerca da cultura e da língua hunsrückich no município de Marechal Floriano;

- Dar a conhecer a pesquisa nacional sobre a língua hunsrückich, falada em Marechal Floriano;

Desenvolvimento: A língua hunsrückich, usada por falantes de Marechal

Floriano e redondezas, vira tema de pesquisa nacional, e as mídias impressa, online e televisiva abrem-lhe espaço e a valorizam. A matéria, relacionada a seguir, publicada no jornal impresso O Noticiário e no jornal online Montanhas Capixabas, pode ser disponibilizada aos alunos para busca de informações a respeito do tema de estudo.

CULTURA

Língua alemã falada nas montanhas vira tema de pesquisa nacional

Texto: Julio Huber / Foto: Julio Huber | Marechal Floriano, 01 de outubro de 2017

A preservação e o incentivo à prática do idioma hunsrückisch, presente no dia a dia de muitas famílias de descendência alemã da região de montanhas do Espírito Santo, p o d e rá g a n h a r u m re f o rç o a p ó s a conclusão de estudos que estão sendo feitos por especialistas do Espírito Santo e de entidades nacionais.

No último mês de agosto, os municípios de Marechal Floriano, Domingos Martins e Santa Leopoldina receberam a visita de um grupo de pesquisadores que conheceram famílias descendentes de alemães e que ainda falam a língua. Eles se surpreenderam com a preservação da língua e com o número de pessoas que ainda preservam os costumes dos antepassados.

O projeto, que é patrocinado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é promovido por uma parceria entre o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (IPOL), e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do Projeto Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata - ALMA- H.

A pesquisa no Espírito Santo teve a duração de uma semana e fará parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística do Brasil (INDL), que tem como objetivo conhecer a variedade linguística do Brasil.

A pesquisa, que tem como coordenadores o professor da UFRGS, Cleo Vilson Altenhofen, e a professora e coordenadora do IPOL de Florianópolis (SC), Rosângela Morello, também contou com o apoio de outros três pesquisadores: o ex-professor de alemão em Domingos Martins e falante de hunsrückisch, André Kuster Cid, a professora de sociolinguística da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Edenize Ponzo Peres, e o 37

Em Marechal Floriano, o grupo foi guiado pela professora Reni Klippel e pelo coordenador do Grupo Folclórico Germânico Grünes Tal, do distrito de Santa Maria, Werner Bruske. Já em Domingos Martins, o pesquisador André Kuster foi o guia, enquanto que em Santa Leopoldina o grupo foi recebido por Jones Herzog.

Durante o mapeamento, a equipe realizou visitas às zonas rurais destas cidades. Foi analisada a história da língua nos municípios, seu uso e se ela é ensinada às crianças pelos pais ou na escola. Com esse trabalho, será possível conhecer e descrever as variedades da língua e onde estão essas pessoas que falam o hunsrückisch.

SURPRESAS – A professora e pesquisadora da Ufes, Edenize Ponzo Peres,

afirmou que se surpreendeu com a quantidade de pessoas que ainda falam o hunsrückisch na região. Ela afirmou que o estudo vai contribuir muito para o reconhecimento dessa língua.

“Eu descobri uma riqueza que eu não tinha ideia que existia no Espírito Santo. Essa pesquisa vai ser muito importante para mostrar para as pessoas que o Estado tem uma diversificação linguística fantástica”, enfatizou a professora. A coordenadora do IPOL, Rosângela Morello, afirmou que em muitas comunidades de Marechal Floriano e Domingos Martins o hunsrückisch é a língua que as pessoas falam no seu dia a dia.

“Alguns jovens têm manifestado a vontade de aprender. E o interessante é que são jovens cujos pais não falam a língua porque tiveram um processo de discriminação linguística muito forte e os avós não ensinaram porque não queriam que os filhos passassem por situações que eles passaram”, relatou a pesquisadora.

RESULTADOS - Após esse trabalho de campo, que também está sendo feito nos

estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os dados coletados serão compilados e transformados em gráficos e dados estatísticos. A previsão é de que tudo esteja pronto no primeiro semestre de 2018, quando serão publicados

professor do IPOL Rodrigo Schlenker.

“Nós convivemos com muitos descendentes de hunsrucküsch, que hoje estão lamentando a perda da língua, que era falada pelos seus antepassados. Esse é o momento importante de fazer alguma ação concreta para preservar essa

cultura tão importante em nossa região. É preciso fazer esse resgate, e o

poder público tem um papel fundamental nesse processo”, garantiu Reni. Santa Maria de Jetibá foi o primeiro município brasileiro que pôde contar com um senso linguístico municipal. “Nós fizemos parte desse trabalho, que levou à cooficialização do pomerano. Hoje o Brasil tem 20 municípios com línguas cooficiais. O primeiro passo para esse processo de reconhecimento é esse levantamento que estamos fazendo com relação ao hunsrucküsch”, relatou a coordenadora do IPOL, Rosângela Morello.

no Inventário Nacional da Diversidade Linguística do Brasil (INDL), o que representará o reconhecimento da língua hunsrucküsch ou o hunsriqueano, como Referência Cultural Brasileira.

“Essa pesquisa não ficará apenas no Brasil, o que poderá atrair até pesquisadores internacionais para o Estado. Ao ver sua língua pesquisada e valorizada, esses falantes terão mais predisposição em manter e passar para as gerações futuras. Isso também é uma imensa homenagem aos imigrantes que lutaram tanto e que construíram boa parte do Espírito Santo”, destacou a professora e pesquisadora da Ufes, Edenize Ponzo Peres.

Projetos municipais podem contribuir para o incentivo à língua

Em Marechal Floriano, o grupo de pesquisadores teve a oportunidade de apresentar o projeto aos vereadores, durante uma sessão da Câmara Municipal. De acordo com a professora Reni Klippel, que mora e trabalha no município, seria ideal que fosse criando um projeto de incentivo à língua hunsrucküsch, da mesma forma que existe em municípios onde o pomerano é ensinado na sala de aula.

Inclusive, segundo a pesquisadora, o hunsrucküsch é língua cooficial em Antônio Carlos (SC) e Santa Maria do Herval (RS). “Marechal Floriano, por exemplo, tem todas as condições de ter um ensino bilíngue nas escolas. E podem ser desenvolvidas ações conjuntas entre vários municípios, como é o

http://www.montanhascapixabas.com.br/site/index.php/pt-br/cultura/1740-lingua-alema-falada-nas- montanhas-vira-tema-de-pesquisa-nacional.

Acesso em: 07 mar 2018. Disponível em:

Proepo, que ensina o pomerano em escolas de alguns municípios do Espírito Santo” sugeriu.

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