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O PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES – PROFA

2.1 Os Módulos e as Unidades do PROFA

O Programa de Formação de Professores Alfabetizadores é composto por três

módulos nos quais se encontram distribuídas as atividades que integram as unidades do

curso segundo as competências, os conteúdos e os procedimentos didáticos previstos

para a formação do professor. Em outras palavras, cada um dos módulos trata de

assuntos específicos mobilizados a partir de um conjunto de competências que precisam

ser desenvolvidas pelos professores ao longo do curso. Essas competências são

Aprendizagem”.

Os módulos encontram-se organizados no Guia do Formador e seguem uma

estruturação comum divididas em partes:

Parte I – Orientações para o uso do Guia do Formador: nessa parte são

apresentadas as orientações sobre os temas tratados no módulo e as

informações e os conteúdos que serão abordados; a caracterização do material;

as expectativas de aprendizagem para os professores e as expectativas de

atuação dos formadores;

Parte II – Unidades do Curso: compreende a seqüência e o detalhamento das atividades de formação previstas para cada módulo;

Parte III – Apontamentos: compreende os textos de orientação elaborados especificamente para que o formador possa intervir da maneira adequada e

desejável durante as discussões dos temas, assim como na operacionalização dos

programas de vídeo.

A quantidade de unidades varia de módulo para módulo, sendo que a última

unidade destina-se a avaliação final e individual dos professores. Conforme a Coletânea

de Textos, Módulo II (BRASIL, 2001g), a avaliação é compreendida como um processo

que

[...] contempla diversas atividades, algumas delas com o objetivo de orientar o processo de aprendizagem (os trabalhos pessoais e atividades em grupo), e outras para certificar o domínio de conhecimentos, ou a atribuição de competências (produções individuais ao final de cada módulo). (BRASIL, 2001g, M2U10T4)

Já no que se refere aos conteúdos, o Guia do Formador, Módulo I (BRASIL,

2001c) expõe que:

A organização e o tratamento dado aos conteúdos das Unidades expressam uma concepção de formação de professores, focada principalmente na resolução de situações-problema e na reflexão sobre os

processos de aprendizagem e sobre a prática pedagógica de alfabetização. (BRASIL, 2001c, p.18)

Sendo assim, os conteúdos têm caráter informativo, isto é, apresentam de forma

sucinta a temática abordada na unidade utilizando os programas de vídeo como

complemento dos textos e vice-versa. Cabe ao formador provocar, através das pausas

devidamente “sugeridas” para os vídeos e das “propostas de encaminhamento” já

previstas e orientadas nos “Apontamentos” do Guia do Formador, as discussões entre os

professores sobre o objeto de estudo, bem como a reflexão individual e coletiva, verbal

e escrita, sobre sua própria prática, a fim de provocar as mudanças desejáveis para uma

atuação “adequada e significativa” de profissionais competentes e comprometidos com

a alfabetização de seus alunos (BRASIL, 2001e).

A estrutura das unidades também segue um formato padrão para a apresentação

das atividades propostas para cada encontro, sendo que uma mesma unidade pode ter

duração de um ou mais encontros, dependendo do conteúdo abordado. As unidades

encontram-se assim estruturadas:

Tempo previsto: trata-se da especificação do tempo de duração de cada atividade

proposta para o encontro cuja duração máxima é de três horas. Há abertura para

uma possível flexibilização do tempo de duração das atividades, caso isso seja

efetivamente necessário, porém nenhuma atividade pode ser descartada ou

realizada em outro momento para o qual não foi planejada, assim como o tempo

de duração do encontro não pode ser desrespeitado;

Objetivos: estão relacionados aos conteúdos tratados nas unidades apresentando o que se espera que os professores aprendam a partir das atividades;

Conteúdos: expressam os conceitos, os procedimentos e as atitudes,

especialmente voltados para uma concepção psicogenética, construtivista, sobre

trabalhados nas unidades;

Quadro importante: trata-se de observações que pretendem chamar a atenção do

formador para aspectos considerados relevantes para o encaminhamento de

propostas de discussão, reflexão ou aplicação aos professores cursistas;

Para saber mais: trata-se de sugestões bibliográficas para leitura complementar

recomendada para o formador e não obrigatória para os professores cursistas.

São apresentadas ao final de cada unidade e, em sua grande maioria referem-se a

capítulos de livros e artigos sobre a alfabetização na perspectiva construtivista.

As atividades, propriamente ditas, variam de unidade para unidade, segundo o

tema abordado, os objetivos e os conteúdos previstos. São categorizadas pelo próprio

Programa como:

Atividades permanentes: trata-se das atividades que se repetem em todas as

unidades e módulos. São elas: Leitura Compartilhada; Rede de Idéias; e

Trabalho Pessoal;

Outras atividades: variam em quantidade e em freqüência, segundo o conteúdo

da unidade. Encontram-se organizadas em seqüências cuja proposta

compreende: levantamento dos conhecimentos prévios dos professores sobre o

tema abordado; atividades de ampliação do conhecimento dos professores, nas

quais em geral são utilizados os programas de vídeo e os textos; atividades de

aplicação dos conhecimentos estudados nas unidades; atividades de síntese dos

assuntos estudados; propostas de encaminhamento.

Das atividades permanentes, a Leitura Compartilhada, como dito anteriormente,

é destinada a leitura de textos “literários”. Cabe aos professores acompanhar a leitura

que deverá ser realizada em voz alta pelo formador e arquivar os textos em fichário. O

Trabalho Pessoal é composto de atividades obrigatórias e individuais para serem

está prevista uma hora de estudo na carga horária semanal do curso. As atividades

também são destinadas ao processo de avaliação dos professores sendo retomadas no

encontro seguinte, no momento da Rede de Idéias destinado a socialização das

interpretações suscitadas pelo Trabalho Pessoal, tendo como finalidade recuperar o

entendimento do grupo a respeito dos temas tratados.

As atividades previstas para um encontro são apresentadas ao formador no início

da unidade, no chamado Quadro-síntese, que pode ser reproduzido aos professores

cursistas para que ajudem a controlar o tempo previsto para o desenvolvimento de cada

atividade. Para exemplificar, apresentamos a seguir uma reprodução do Quadro-síntese

da Unidade 2, Módulo II, intitulada “O que temos de igual é o fato de sermos

diferentes” (BRASIL, 2001d, p. 30):

Atividades propostas Tempo previsto

1. Leitura Compartilhada

2. Rede de Idéias: retomada da elaboração do quadro com a rotina semanal 3. Exibição e discussão da Parte I do programa de vídeo O que temos de igual é o

fato de sermos diferentes

4. Aplicação didática do conhecimento sobre as hipóteses de escrita 5. Exibição da Parte II do programa de vídeo

6. Trabalho Pessoal: leitura do texto: “Contribuições à prática pedagógica – 6” e reflexão sobre o processo pessoal de aprendizagem

10' 30' 15' 75' 40' 10'

De acordo com o Programa, a capacidade de gerenciar o tempo sem prejuízo do

conteúdo ou das atividades propostas é uma das competências mais importantes para

que o formador contribua para a eficácia do PROFA e para a efetiva formação dos

professores cursistas que estão sob sua responsabilidade. De acordo com o Guia do

Formador, Módulo I (BRASIL, 2001b), o formador deve assumir uma posição “firme”

mais adequadas para os momentos de estudo em grupo.

Por exemplo, um comportamento típico de muitos profissionais, quando se agrupam, é ocupar parte considerável do tempo disponível com a discussão sobre as difíceis condições de trabalho que enfrentam. Embora seja uma discussão importante, e legítima na maioria dos casos, é preciso ter jogo de cintura para lidar com ela, para evitar que inviabilize o cumprimento das pautas previstas. (BRASIL, 2001b, p.06)

A fim de evitar que situações como a exemplificada se tornem recorrentes nas

reuniões de formação, os idealizadores do Programa reafirmam a necessidade de o

formador estudar as unidades que compõem os módulos e “preparar” com antecedência

suas intervenções, para que não seja surpreendido e corra o risco de se perder na

condução dos trabalhos e na finalização das unidades.