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MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO

No documento Previdenciário Concursos 2018 (páginas 100-104)

A manutenção da qualidade de segurado é dada no período de tempo onde o segurado se mantém coberto pela previdência social, podendo, em determinadas situações, ela se dar mesmo sem o segurado contribuir. Por isso ela é, nesses casos, chamada de período de graça. É um período onde o segurado, independentemente de estar contribuindo, ou seja, ―de graça‖, continua sendo segurado, conservando todos seus direitos perante a previdência social. O período de graça não conta como tempo de contribuição ou carência, é apenas um período de tempo onde o segurado continua coberto pela previdência social.

Os prazos elencados no regulamento são os seguintes:

Decreto 3.048/99

Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;

IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;

V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e

VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.

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A primeira previsão é bastante evidente. Quem está em gozo de benefício não contribui (exceto salário-maternidade), mas não deixa de ser segurado. Se uma pessoa está em gozo de auxílio-doença há dois anos, estando, portanto, sem contribuir, ela continuará sendo segurada da previdência social durante esse período. Segurado em gozo de auxílio-acidente também mantém sua qualidade dessa forma.

Após a cessação do benefício por incapacidade, se o segurado não estiver contribuindo, ele continuará a ser segurado por até 12 meses após a data de cessação do benefício. Imagine que, 12 meses após o término do auxílio-doença, o segurado já curado e que esteja sem contribuir venha sofrer um acidente. Ele fará jus a novo benefício, pois ainda matinha a qualidade de segurado.

Também o segurado que deixar de exercer atividade remunerada e que esteja sem contribuir terá 12 meses de período de graça. Se o segurado já tiver mais de 120 contribuições sem interrupções que acarretem a perda da qualidade de segurado, esse prazo será ampliado em mais 12 meses. Ainda, se o segurado comprovar por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego sua condição de desempregado, ele terá esse prazo ampliado em mais 12 meses, podendo todos esses acréscimos se acumular chegando a 36 meses de período de graça.

Se, por exemplo, um segurado que trabalhou por 10 anos consecutivos em uma empresa for demitido, vindo a receber seguro-desemprego, por deixar de exercer atividade remunerada (1), ter mais de 120 contribuições sem interrupções que acarretem a perda da qualidade de segurado (2) e comprovar por registro no órgão próprio do MTE sua condição de desempregado (3), ele terá 36 meses de período de graça.

No caso de algumas doenças contagiosas, a pessoa deve ser segregada pelo Poder Público. Nestes casos, se a pessoa não tiver recebido auxílio-doença e não se enquadrou na primeira hipótese, então, após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória terá 12 meses de período de graça.

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Após o livramento, o segurado detido ou recluso terá 12 meses de período de graça. É o tempo que a lei considera razoável para que o preso, pessoa muitas vezes estigmatizada pela sociedade, possa reingressar ao mercado de trabalho.

O segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar terá, após o licenciamento, 3 meses de período de graça.

Já o segurado o facultativo tem um prazo de 6 meses após a cessação das contribuições para restabelecê-las sem perder a qualidade de segurado. Claro que o segurado facultativo, após a cessação de benefício por incapacidade, manterá a qualidade de segurado pelo prazo de 12 meses.

O segurado que, dentro do prazo de manutenção de sua qualidade de segurado (12, 24 ou 36 meses), se filiar ao RGPS como facultativo, ao deixar de contribuir nesta última, terá o direito de usufruir o período de graça de sua condição anterior.

É importante ainda ressaltar que todos esses prazos sofrem um acréscimo. Isso se dá porque a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos. Desta forma, o segurado facultativo, por exemplo, perde a qualidade de segurado no 16º dia do 8º mês sem recolhimentos. (Vide Anexo XXIV da IN 77/2015)

11.2 Perda da qualidade de segurado

A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa condição96. Aquele que perde a qualidade de segurado deixa de fazer jus às prestações previdenciárias. Se um segurado perde a qualidade de segurado e fica doente, ele não fará jus à prestação alguma. O detalhe reside é nos benefícios que não são afetados pela perda da qualidade de segurado.

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A começar pelas aposentadorias por tempo de contribuição e especial. Nenhuma delas será afetada pela perda da qualidade de segurado. Se, por exemplo, um segurado trabalhou e contribuiu por 35 anos e posteriormente parou de trabalhar e perdeu a qualidade de segurado, se 10 anos depois ele quiser requerer a aposentadoria por tempo de contribuição, mesmo sem ter qualidade de segurado, por já ter cumprido os requisitos ele terá direito.

Também a aposentadoria por idade não será afetada pela perda da qualidade de segurado, desde que seja cumprida a carência e o segurado tenha a idade necessária. Os requisitos não precisam ser cumpridos simultaneamente. Um segurado pode, por exemplo, trabalhar por 15 anos para cumprir a carência, perder a qualidade de segurado, nunca mais trabalhar até completar 65 anos e se aposentar por idade. Ele primeiro cumpriu a carência e depois a idade.

A pensão por morte não é concedida aos dependentes de quem já havia perdido a qualidade de segurado na data do falecimento. Porém, caso o falecido já tiver cumprido todos os requisitos necessários para obtenção de aposentadoria ao perder a qualidade de segurado, seus dependentes farão jus ao benefício97. Imagine, por exemplo, que um segurado que tenha contribuído por 35 anos, completando assim os requisitos para obtenção de aposentadoria por tempo de contribuição, deixe de contribuir durante muito tempo e venha a falecer sem ter qualidade de segurado. Por já cumprir todos os requisitos para obtenção de aposentadoria, seus dependentes farão jus à pensão por morte.

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CAPÍTULO 12 - PERÍODOS DE CARÊNCIA

No documento Previdenciário Concursos 2018 (páginas 100-104)