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CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.4 RECURSOS DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

2.4.5 Mapa conceitual

Mapas conceituais são estruturas organizadas hierarquicamente sobre um determinado tema, assunto, ou disciplina, semelhantes a um organograma, que ilustram relações entre conceitos e subtemas pertinentes á ideia central, a fim de auxiliar o processo de ensino e aprendizado. MOREIRA (2006) diz “... podem ser traçados para toda uma disciplina, para uma subdisciplina, para um tópico específico de uma disciplina e assim por diante...” e ele o define como:

De uma maneira ampla, mapas conceituais são apenas diagramas que indicam relações entre conceitos. Mais especificamente, podem ser interpretados como diagramas hierárquicos que procuram refletir a organização conceitual de um corpo de conhecimento ou de parte dele. Ou seja, sua existência deriva da estrutura conceitual de um conhecimento. (MOREIRA, 2006, p. 9).

Outra definição empregada pelo autor é:

... Mapas conceituais devem ser entendidos como diagramas bidimensionais que procuram mostrar relações hierárquicas entre conceitos de um corpo de conhecimento e que derivam sua existência da própria estrutura conceitual desse corpo de conhecimento. (MOREIRA, 2006, p. 9).

2.4.5.1 Aplicações dos Mapas Conceituais

Apesar de ainda não ser tão comum nas aulas nos dias de hoje e ainda haver muitos docentes que ignoram o uso dos mapas conceituais, as suas aplicações e vantagens são bem diversificadas no processo de ensino e aprendizagem. A seguir listo algumas das suas principais aplicações, conforme MOREIRA (2006):

2.4.5.1.1Didática - Isto é, mapas conceituais podem ser utilizados como facilitadores no processo de ensino e aprendizagem, como uma ferramenta didática que auxilie o professor a transmitir e elucidar o conhecimento que se está querendo ensinar ao aluno para que ele possa literalmente visualizar através da imagem os conceitos teóricos tratados.

2.4.5.1.2 Planejamento - Outra aplicação extremamente importante dos mapas conceituais é no planejamento seja na estruturação da disciplina ou na definição das estratégias pedagógicas a serem utilizadas. Sobre isso MOREIRA (2006) afirma: “Um bom planejamento de currículo implica uma cuidadosa análise de quais são os conceitos centrais para o entendimento da disciplina, ou parte da disciplina, que está sendo considerada. Mapas conceituais podem ser extremamente úteis nessa tarefa”.

2.4.5.1.3 Avaliação - E por fim os mapas podem ser utilizados como formas alternativas de avaliação do ensino e da aprendizagem, principalmente quando se deseja avaliar a capacidade do aluno relacionar e compreender relações entre os conceitos abordados.

2.4.5.2 Diferenças entre Mapas Conceituais

É importante mencionar que não existem formas corretas ou erradas de se traçar os mapas, no máximo teremos formas mais adequadas e próprias de traça-los de acordo com o fim ou objetivo especifico que se deseja enfatizar, sendo assim professores diferentes podem (e irão) traçar mapas diferentes sobre o mesmo assunto de acordo com seus entendimentos e estratégias. MOREIRA (2006) fala o seguinte sobre isso:

Existem várias maneiras de traçar um mapa conceitual, ou seja, há diferentes modos de representar uma hierarquia conceitual em um diagrama. Além disso, mapas conceituais traçados por diferentes especialistas em uma mesma área de conhecimento, provavelmente, refletirão pequenas diferenças de compreensão e interpretação das relações entre conceitos-chave dessa área. O ponto importante é que um mapa conceitual deve ser sempre visto como "um mapa conceitual", não como "o mapa conceitual" de um determinado conjunto de conceitos. Isto é, qualquer mapa conceitual deve ser visto apenas como uma das possíveis representações de uma certa estrutura conceitual. (MOREIRA, 2006, p.10).

Ainda sobre isso MOREIRA (2006) afirma em outro momento do mesmo texto a principal importância do emprego e utilização dos Mapas Conceituais, que é a importância deles serem uteis ao processo como um todo “Da mesma forma, não existe uma única maneira, ou a melhor maneira, de representar a matéria de ensino em um mapa conceitual. O importante é representá-la em um mapa de conceitos que tenha sentido e que seja útil para o planejamento curricular”

2.4.5.3 Tipos de Mapas conceituais

Mapas conceituais podem ser classificados de diversas maneiras e formas de acordo com os parâmetros desejados, porém a fim de não nos estendermos muito nesse item iremos destacar aqui apenas duas formas mais pertinentes e importantes para auxiliar os professores na elaboração e confecção de seus respectivos mapas.

2.4.5.3.1 Quanto à Quantidade de Dimensões

A primeira delas é quanto a quantidade de dimensões2 que o mapa possui.

Um mapa unidimensional seria apenas uma relação sequencial hierárquica de assuntos sugerindo assim uma verticalização ou então uma relação igualitária entre eles, sugerindo assim uma horizontalização do mapa. Sendo que de uma forma ou de outra um mapa unidirecional seria apenas uma lista itens relacionados igualitariamente ou hierarquicamente.

Mapas Bidimensionais são os mais utilizados na prática com o nome de mapa, isto porque, mapas unidimensionais geralmente são tratados exclusivamente apenas como listas mesmos e os mapas tridimensionais, que não abordaremos nesta obra, porque além de serem mais complexos, difíceis de serem obtidos e representados, também são muito menos utilizados e neste trabalho utilizaremos apenas os mapas bidimensionais.

Essa categoria de mapa amplia muito a possibilidade de representação de relações entre os elementos que o constituem, possibilitando representar simultaneamente em um único mapa relações hierárquicas de abrangência e dependência quanto relações igualitárias entre si. MOREIRA (2006) fala o seguinte sobre isso:

Em princípio, esses diagramas podem ter uma, duas ou mais dimensões. Mapas unidimensionais são apenas listas de conceitos que tendem a apresentar uma organização linear vertical. Embora simples, tais mapas dão apenas uma visão grosseira da estrutura conceitual, por exemplo, de uma disciplina ou subdisciplina. Mapas bidimensionais tiram partido também da dimensão horizontal, permitindo, portanto, uma representação mais completa das relações entre os conceitos, por exemplo, de uma disciplina. Obviamente, mapas com mais dimensões permitiriam uma representação ainda melhor dessas relações e possibilitariam a inclusão de outros fatores que afetam a estrutura conceitual de uma disciplina. Todavia, mapas bidimensionais são mais simples e mais familiares. Além disso, mapas com mais de três dimensões já seriam abstrações matemáticas, de limitada utilidade para fins instrucionais, ao invés de representações concretas de estruturas conceituais.

MOREIRA (2006).

2.4.5.3.2 Quanto à Estrutura

Quanto à estrutura elucidaremos apenas sobre o modelo adotado que é o modelo ausubeliano da diferenciação conceitual progressiva, que é o modelo padrão adotado por Marco Antônio Moreira e consequentemente utilizado como referência pela maioria dos autores nacionais.

Esse modelo trabalha com o princípio da subordinação hierárquica dos itens, colocando no topo o(s) conceito(s) ou palavra chave mais abrangente(s) e na base os termos mais específicos, subordinados aos superiores, porém nessa descida rumo à especialização dos assuntos pode ocorrer também as ramificações dos mesmos. MOREIRA (2066) descreve esse modelo como:

Este modelo propõe uma hierarquia vertical, de cima para baixo, indicando relações de subordinação entre conceitos. Conceitos que englobam outros conceitos aparecem no topo, conceitos que são englobados por vários outros aparecem na base do mapa. Conceitos com aproximadamente o mesmo nível de generalidade e inclusividade parecem na mesma posição vertical. MOREIRA (2006).

A figura 3 resume e ilustra o modelo de mapa adotado para este trabalho, que é um Mapa Ausubeliano da diferenciação conceitual progressiva e bidimensional.

Fig. 3

Modelo de mapa conceitual

Fonte: (MOREIRA, M A. “Mapas Conceituais e Diagramas V”, p. 11, 2006)

2.4.5.4 Conclusão Com isso podemos perceber que mapas conceituais são ferramentas poderosíssimas, ricas e de larga aplicação no ensino, podendo ser usada em todas as etapas do ensino, isto é, desde o planejamento, passando pela execução da aula até a avaliação do processo de ensino e aprendizagem. E sendo os mapas conceituais ferramentas tão poderosas assim podemos supor que a sua baixa utilização em sala de aula se deva ao pouco material disponível e até mesmo pela falta de ênfase dessa ferramenta durante a formação acadêmica dos docentes.