• Nenhum resultado encontrado

Nenhum outro mar exerceu uma influência tão grande na ascensão do mundo que hoje conhecemos quanto o Mediterrâneo. Sem esse mar, suas qualidades peculiares e posição incomum, a vida política, econômica, social e cultural do mundo teria tomado outro rumo.

Em uma época em que o mar, desde que fosse calmo, era menos dispendioso e mais rápido do que a terra para o transporte de carga e de passageiros, o Mediterrâneo oferecia muitas vantagens. Estendia-se desde o Oceano Atlântico, a oeste, até quase duas enseadas do Oceano Indico, a leste: o proeminente Mar Vermelho e o Golfo Pérsico. O grande braço do Mediterrâneo, o Mar Negro, avançava para o interior da Ásia. Dois braços menores, ladeando a península itálica, chegavam até quase o sopé das montanhas cobertas de neve dos Alpes europeus.

O mar unia África, Europa e Ásia. Uma via marítima que ligava regiões diversas, cada uma produzindo algo diferente - cobre, estanho, ouro, prata, chumbo, vinho, azeite de oliva, grãos, madeira, gado, corantes, roupas, armas, especiarias, pedras de obsidiana e outros luxos. Esse mar era um condutor veloz de idéias e de crenças religiosas. Se a Ásia e a África tivessem possuído um mar tão vasto e central, a história desses continentes teria sido profundamente diferente. Em essência, esse mar era um lago estratégico, com a vantagem de que, no Estreito de Gibraltar, sua garganta estreita abria-se ao imenso oceano.

O Mediterrâneo, sendo quase todo cercado por terra, podia permanecer surpreendentemente calmo por longos períodos; em alguns dias, era um espelho plano e, no verão, era praticamente livre de tempestades. Aqui, os grandes barcos a remo, conhecidos como galeras, eram privilegiados em parte pela ausência de vento em certas épocas do ano. Sob tempo calmo, os remos eram as únicas forças motoras e possibilitavam às galeras entrarem nos portos estreitos que, sob vento contrário, eram muito arriscados para a aproximação de qualquer barco. Quando as raras tempestades chegavam e ondas de cristas brancas solapavam as praias de cascalho, essas galeras podiam afundar em questão de minutos, esquadras inteiras podiam desaparecer, e poucas vidas seriam poupadas. Em 480 a.C, quando os persas atacavam Atenas, o resultado da guerra foi parcialmente determinado pelo surgimento de um vento que jogou os navios persas contra a costa rochosa da Grécia. Século após século, vidas famosas acabaram influenciadas por essas tempestades ocasionais do Mediterrâneo.

O Mediterrâneo não apresentava grandes variações de maré. O nível de suas águas mudava pouco durante o curso de 24 horas e, assim, os navios podiam atracar no cais e nas docas e ser descarregados com relativa faci- lidade. Só em alguns portos rasos, os navios tinham de esperar pela maré alta antes de poder entrar ou partir. A cidade de Veneza, com canais em vez de ruas, só era praticável porque a variação das marés era mínima.

As vantagens de um grande mar calmo e seus golfos profundos eram que uma grande potência militar poderia comandar uma grande área. Sucessivamente, fenícios, gregos, cartagineses e romanos fizeram uso dele, e ali foi vista pela primeira vez uma singular invenção: o barco a vela. O registro mais antigo de uma embarcação a vela é uma decoração feita num vaso egípcio, por volta de 3100 a.C. A vela quadrada assemelhava-se a um grande quadro-negro suspenso em um cavalete e, sem dúvida, foi empregada num navio que navegava pelo tumultuado Rio Nilo. Couro ou pele bem podem ter sido usados para confeccionar as primeiras velas, mas já em 2000 a.C. estavam sendo substituídos por linho, extraído das fortes fibras da planta de mesmo nome. O abastecimento garantido de linho continuou sendo um ingrediente essencial da força naval até o surgimento do barco a vapor.

O hasteamento das velas em mastros e o uso mais hábil das cordas andavam lado a lado com um conhecimento cada vez maior dos ventos. Na época do poeta Homero, os gregos já sabiam muito sobre os ventos e suas direções prevalecentes; de fato, quando ao mar, o conhecimento dos ventos e das estrelas era praticamente a única bússola existente. Assim, os marinheiros em alto-mar, numa noite escura, podiam verificar seu rumo, em parte, observando a direção da qual vinham os ventos úmidos, frios e sibilantes. Conhecido como zéfiro, a origem desse vento geralmente apontava o ocidente.

As galeras eram dotadas de velas. Quando o vento soprava de um quadrante favorável, uma vela quadrada era levantada, porém, se o vento era brando, a tripulação usava os remos. Com o tempo, as pequenas galeras deram espaço às galeras maiores, que eram especialmente feitas para combates no mar. Os remadores ficavam agora posicionados em dois conveses, em vez de em um só. Mais tarde, o trirreme surgiu com três conveses e, talvez, 170 remadores. Os remadores, sentados no convés superior, tinham de manejar remos muito longos para que as pás pudessem alcançar a água bem mais abaixo.

A combinação de velas e remos permitiu que os navios atingissem uma velocidade que as velas sozinhas ou apenas os remos não teriam conseguido. Assim sendo, um leve vento de popa permitia que a galera, quando totalmente

tripulada, aumentasse sua velocidade de 4 para 6 nós, tornando desnecessários os remos; se as velas fossem levantadas em dois mastros, o navio às vezes se inclinava tanto que o uso de remos se tornava impossível.

Em Atenas, as galeras navais dependiam principalmente do esforço de homens livres, mas as galeras que transportavam carga dependiam mais de escravos. Em um dia calmo qualquer, dezenas de milhares de escravos devem ter sido vistos trabalhando nos remos de navios de propriedade das cidades e colônias gregas. Seus tornozelos eram presos por grilhões que os impediam de sair da posição ao lado do remo; se o navio em que estavam de repente afundasse durante uma batalha ou tempestade, eles tinham pouca esperança de escapar.

A região mediterrânea, principalmente sua margem norte, acabou se tornando o centro do poder e da criatividade. Sua crescente influência foi ajudada pelo lento e paulatino domínio dos homens de terra sobre os navios e por outro fenômeno que aos poucos se acercava: o advento do ferro barato.

Os artefatos de ferro sempre tinham sido um luxo. O ferro, a princípio, não vinha das rochas, onde era abundante, mas como uma dádiva dos céus. Por muito tempo, o meteorito era a única fonte de ferro em uso; tendo origem celeste, freqüentemente era reservado para rituais sagrados. Com o passar do tempo, o minério de ferro foi encontrado nas rochas, cujos pedaços mais pesados e mais ricos eram explorados de forma primitiva, fazendo-se tentativas de separar o ferro dos materiais improdutivos que permeavam as rochas. A fundição de cobre funcionou como diretriz. Por volta de 1500 a.C, metalurgistas desconhecidos, mas de grande inteligência, aprenderam a fundir minério de ferro aumentando a temperatura do forno para mais de 1.500 graus centígrados, que era 400 vezes mais alta (sic) que a temperatura necessária para a fundição do minério de cobre. Rapidamente, o ferro vindo da terra se tornou mais barato que o ferro vindo do céu; não obstante, o ferro metálico ainda era tão caro que a maioria dos europeus nem mesmo possuía um fragmento sequer desse metal, que seria capaz de revolucionar o cultivo da terra e o corte de árvores.

Por volta de 1000 a.C, na parte central da Grécia, o ferro concorria com o bronze como metal precioso a ser enterrado com os mortos. Dois séculos depois, artefatos e armas feitas de ferro estavam sendo amplamente usados ao longo do Mar Egeu. Embora a madeira permanecesse mais importante, mesmo para a produção de ferramentas, a resistência e o poder de corte do ferro estavam mudando os conflitos de guerra, a agricultura e algumas outras artes.

A luz brilhante de Atenas

Em tempos mais recentes, períodos de alguns poucos séculos têm sido marcados por breves ciclos de vitalidade que, mesmo depois de superados, parecem continuar brilhando como uma luz ao longo de uma costa solitária. Tais eras geralmente têm sido confinadas a uma pequena parte do mundo, embora o brilho de sua luz pudesse alcançar muito mais a seu redor. Os gregos acenderam esse tipo de luz: dia e noite, ela brilhava nos altos promontórios, dominando grandes extensões de mar e, por muitos séculos, podia ser vista de

longe.

Os colonizadores gregos se disseminaram. Hoje, no Mar Negro, os turistas nos barcos de passeio que contornam a costa do porto russo de Sukhumi são informados de que navegam sobre um colchão de areia que cobre as ruínas de uma antiga cidade grega. Já no século 6º a.C, os colonizadores gregos ocupavam uma faixa de litoral no sul da França e da Espanha. Suas cidades eram espalhadas pelas costas do sul da Itália, da Sicília, do norte da África, das ilhas de Creta e de Chipre, bem como um grande cinturão do que hoje é a costa da Turquia. Essas cidades eram pequenas, mas a maioria fervilhava de vitalidade. Parte dessa vitalidade se refletia nas brigas violentas que travavam entre si; se tivessem se unido, em vez de terem entrado em conflito, teriam conquistado a maior parte do mundo ocidental.

Atenas emergiu como a mais impressionante das cidades-estado gregas. Seu território de colinas secas, conhecido como Ática, não era maior que a atual área urbana da grande Los Angeles. Sua população total mal passava dos 300 mil habitantes e, ainda assim, era o pedaço de terra mais influente que o mundo havia visto até então. Depois de ter sido queimada e saqueada pelos invasores persas em 480 a.C, seus moradores revidaram e venceram o inimigo. A derrota e a humilhação lhes deram oportunidade e incentivo; sonhos ousados foram erguidos sobre pedra. O Parthenon, cuja construção teve início por volta de 447 a.C. e terminou em menos de 10 anos, abrigava a elegante estátua da deusa Atena, esculpida por Fídias e adornada com ouro e marfim.

Atenas e outras cidades-república da Grécia lideraram um grande florescimento na história da arte. Aprendendo com os egípcios, os artistas gregos também lucraram com seu clima intelectual confiante e de grande empolgação. Possivelmente, o período mais fértil foi entre 520 e 420 a.C, quando a graça e a fluência marcaram tantas de suas construções, pinturas e esculturas.

A expansão do comércio exigiu algo mais organizado e menos incômodo que o escambo de um conjunto de mercadorias por outro. Em 670 a.C, a ilha grega de Egina foi uma das primeiras a cunhar moedas. Feitas de prata, eram reconhecíveis pela figura de uma tartaruga marinha cunhada em uma das faces. O dinheiro facilitou o comércio de bens, já que os mercadores aceitavam as moedas quando não havia outro artigo que eles desejassem.

De minúsculos objetos a templos majestosos, não havia limites para a habilidade dos artistas gregos. Dois diminutos amuletos escarabeídeos, esculpidos em cristal de rocha no fim do século 6º, podem ser vistos no Getty Museum, na Califórnia. Um representa um cavalo balançando o rabo enquanto é conduzido por um jovem; o outro é um pequeno anel, quase da cor de groselha madura, representando um jovem nu raspando óleo, sujeira e suor de sua perna com uma lâmina curva.

Na arte de viver luxuosamente, a elite das cidades gregas, especialmente na Sicília e no sul da Itália, era perfeccionista. As iguarias vinham de longe; peixes frescos, incluindo espécies pequenas, como a ascídia, eram um espetáculo e um cheiro comuns nos mercados. As aves foram introduzidas por volta de 600 a.C, vindas da Índia, mas a ave popular dos terreiros de fazenda gregos era a pequena codorna.

Para os escravos e cidadãos mais pobres, os principais alimentos eram o trigo, a cevada, o feijão e os frutos do carvalho que caíam no chão. A carne bovina era uma raridade. Às vezes, até o azeite de oliva, usado como "manteiga" no pão e como óleo para cozinhar, tornava-se muito caro para os lares de nível médio e, na verdade, a maioria das olivas cultivadas nas

cercanias de Atenas era amassada, espremida e seu óleo despachado para portos distantes em grandes jarros de cerâmica. Para os pobres, beber vinho, sempre diluído em água, não era um prazer do dia-a-dia.

O lutador de Crotona

Os gregos foram os primeiros a se tornar obcecados por uma atividade muito característica da atual era: esportes competitivos. Seus Jogos Olímpicos, abertos somente a cidadãos do mundo grego, tornaram-se um evento e data especial do calendário a cada quatro anos. Segundo se diz, começaram em 776 a.C. e, de início, eram uma festa de menores proporções. Competindo como corredores, arremessadores, lutadores ou condutores de carruagens, os atletas gregos inicialmente usavam roupas; mais tarde, porém, quase todos preferiam ficar nus na arena abarrotada de gente.

Algumas cidades mais ambiciosas recrutavam atletas e lhes pagavam bem se ganhassem. Silenciosamente, o profissionalismo permeou um festival que, mais tarde, foi aclamado pelos europeus como o coração do amadorismo, ao ressuscitarem os Jogos Olímpicos, em 1896. Uma cidade grega chamada Crotona, no extremo sul da Itália, criou o desejo atual de ganhar a qualquer custo. Rica e gigantesca - andar em torno de sua muralha requeria uma jornada de quase duas horas -, Crotona conseguiu atrair atletas de outras cidades. Nos cem anos que começaram em 588 a.C, os corredores de Crotona foram várias vezes vitoriosos.

Um de seus atletas, Milo, trouxe ainda mais glória a Crotona ao ganhar a luta livre olímpica por seis vezes consecutivas. Seus ombros maciços eram fortes o suficiente para carregar um boi vivo ao redor do estádio. Certa vez, devorou um boi inteiro num único dia. Quando caminhava pela cidade, respirando o ar do fim de tarde, sua presença deve ter sido um foco de orgulho cívico muito maior que o de outro dos imortais dessa cidade, o eminente matemático Pitágoras.

A inveja e a rivalidade enfraqueceram as cidades gregas. Às vezes, vaticina-se que o esporte internacional se tornara um substituto das guerras internacionais, mas a experiência das cidades gregas de Crotona e Síbaris, que eram rivais, deixa dúvidas quanto a essa previsão. Síbaris, com ciúmes da proeza de Crotona nos esportes, criou a própria festa esportiva por volta de 512 a.C. Crotona não se impressionou. Por fim, despachou para Síbaris um exército sob o comando de ninguém menos que Milo, o lutador. Gregos lutaram contra gregos, derramando sangue pelo piso dos templos e pela grama das arenas. A cidade da sensualidade ficou praticamente destruída.

As cidades-estado gregas aprenderam também a excelência do esporte da política popular. Dando seus primeiros passos na democracia, levaram-na mais adiante que talvez qualquer outra das primeiras sociedades. Em Atenas, os proprietários de terras, reunindo-se quase toda semana, faziam discursos e davam instruções àqueles que brevemente assumiam o Poder acima deles. Ninguém durava muito no poder; mesmo o influente conselho, consistindo de 500 homens, todos de mais de 30 anos, estava em constante mudança. Seus membros eram escolhidos por sorteio ou loteria, e nenhum membro podia servir por mais de dois anos. Acima do conselho ficava outro grupo, sendo um

de seus membros escolhido por loteria para presidir formalmente a cidade e seu interior. Sua permanência no poder era surpreendentemente curta. Ele governava simplesmente do nascer do sol até o nascer do sol do dia seguinte. Na verdade, a assembléia de cidadãos arrendava seu poder aos oficiais superiores, dividindo-o em pequenos pedaços e, depois, juntava os pedacinhos e os inspecionava.

Como poderia um estado pequeno, freqüentemente envolvido em guerras, ser governado com eficiência dessa forma? O chefe das forças armadas era parcialmente isento do governo de curta duração. No século 5º, no auge da democracia de Atenas, o chefe militar era eleito diretamente, não mais por sorteio.

A democracia grega era vulnerável em tempos de crise ou guerra. Era lenta na tomada de decisões e, como a maioria das democracias dos tempos modernos, relutante na imposição dos impostos necessários. Aristóteles, uma das notáveis mentes da Grécia, detectou as virtudes e falhas desse modo raro de governo. Ele lamentava o fato de que, se muitos proprietários de terra mais pobres freqüentassem a assembléia, suas reivindicações por subsídios para si mesmos sugariam todas as forças do país. Em sua opinião, "os pobres estão sempre recebendo e querendo mais e mais". Ainda assim, ele defendia a idéia de que todos que possuíam terra deveriam partilhar o direito de governar seu país e o dever de pagar impostos.

Em Atenas, as decisões públicas eram tomadas diretamente pelas pessoas, e não a distância, como é hoje a prática em todas as grandes democracias. Mas a democracia de Atenas, como a estrada que ia da cidade ao porto de Pireu, era enclausurada por paredes. Somente aqueles classificados formalmente como cidadãos tinham direito de falar e votar e, a partir do ano 451 a.C, um cidadão ateniense que se casasse com uma estrangeira privava, conseqüentemente, todos os filhos desse casamento do direito de votar. Os pobres não votavam, as mulheres e os inúmeros escravos não votavam; somente os proprietários de terras podiam votar, mas muitos fazendeiros eram muito pobres ou moravam muito longe de Atenas para poderem parar o trabalho e estar presentes aos barulhentos debates.

Os atenienses acreditavam na democracia, embora não acreditassem na igualdade. Na opinião deles, as pessoas nasciam desiguais e nunca conquistariam a igualdade. Num discurso de confronto, em 330 a.C, o orador Demóstenes demonstrou desdém a um orador rival, Esquines, acusando-o de provir de uma família humilde: "Quando menino, você foi criado em extrema pobreza, servindo com seu pai em sua escola, moendo tinta, limpando os bancos, varrendo as salas, fazendo as obrigações de um criado, ao contrário de um homem nascido livre." Era como se o passado humilde de uma pessoa nunca pudesse ser perdoado.

A habilidade de falar e prender a atenção das pessoas, seja como um contador de histórias ou um poeta, um profeta ou um persuasor, tinha sido estimada por mais de mil sociedades tribais e analfabetas diferentes no espaço de inúmeros anos. Os gregos a chamavam de oratória e a transformaram numa forma de arte. A oratória também era uma ferramenta de poder, porque as assembléias ao ar livre, compostas de eleitores violentos e temperamentais, às vezes chegando a seis mil, podiam ser facilmente envolvidas por um orador eficaz.

Mestras do debate, as cidades gregas que pontilhavam as margens do Mediterrâneo também eram mestras da violência, quando necessário. Enquanto Atenas ouvia as doces palavras dos oradores, os gregos na Sicília

estavam se massacrando e se torturando. Agátocles, governante da poderosa cidade-Estado de Siracusa, matou quatro mil homens em um dia. Os romanos acabariam batendo esse recorde.

As notáveis cidades portuárias da Grécia, mesmo após a morte da democracia, fervilhavam com energia intelectual. Hoje, muitos estudiosos renomados sugerem que Platão de Atenas foi o mais talentoso de todos os filósofos, enquanto Aristóteles é reverenciado no que hoje é chamado de ciência política. Na arquitetura e nas artes, as cidades gregas, embora gratas ao Egito, abriram novos caminhos. Na medicina, um médico na pequena ilha de Cós foi o primeiro no mundo ocidental e seu nome continua vivo no juramento de Hipócrates, o juramento ético da medicina moderna. Na física, na ética, na lingüística, na biologia, na lógica e na matemática, os melhores dos pensadores e pesquisadores gregos eram como uma sucessão de luzes piscando na escuridão. A história, derivada de uma palavra grega, foi outra área na qual os gregos foram desbravadores de caminhos; sua vitalidade e gênio também se estenderam ao teatro, esportes e política democrática, bem como idéias abstratas de grande complexidade.

A engenharia foi outra potência dos gregos. Na Ilha de Samos, no século 6º a.C, um túnel de um quilômetro foi escavado através de um morro de

Documentos relacionados