PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 1ª REGIÃO 3ª Vara do Trabalho de Nova Iguaçu
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PROCESSO: 0101022-06.2016.5.01.0223
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985) RECLAMANTE: JEAN CARLOS BAPTISTA DIAS
RECLAMADO: SUBLIME SABOR - REFEICOES COLETIVAS LTDA
SENTENÇA PJe-JT
Trata-se de demanda ajuizada por meio eletrônico, na qual são formulados os pedidos abaixo julgados.
Antecipação de tutela deferida com a determinação de expedição de alvará para levantamento do FGTS e ofício para habilitação no seguro desemprego.
Audiência aberta em 21 de fevereiro de 2017. A ré apresentou contestação.
Foram juntados documentos. Conciliação recusada.
Sem mais provas, foi encerrada a fase instrutória do procedimento.
Razões finais orais remissivas, restando impossível a conciliação das partes. É O RELATÓRIO.
DECIDO:
As razões despendidas pela demandada não encontram qualquer relação com os elementos objetivos da demanda.
É o que basta à rejeição da preliminar. Prescrição:
Ante a data em que ajuizada a ação e período do contrato de trabalho do autor, não há prescrição a ser pronunciada.
Prestações resilitórias:
A ex-empregadora não comprovou o pagamento das verbas discriminadas no TRCT - que nem mesmo ostenta assinatura do autor. Ademais, o demandante declarou que não recebeu o salário correspondente ao recibo também não assinado anexado à contestação.
Desta forma, diante da inexistência de controvérsia séria, atual e verdadeira acerca do inadimplemento lamentado pelo trabalhador, condeno a empresa em obrigação de pagar, com acréscimo de 50% (CLT, art. 467): o salário retido de maio de 2016; o saldo de salário de junho de 2016 (16 dias); a gratificação natalina proporcional de 2016 (6/12); e as férias vencidas em dobro de 2014
(2/12), acrescidas de 1/3. /2015, simples de 2015/2016 e proporcionais de 2016/2017
Em decorrência da mora patronal, acolho, ainda, o pedido de pagamento da multa do art. 477 da CLT.
Por fim, condeno a ré ao pagamento de eventuais diferenças de FGTS diretamente ao trabalhador, que deverá trazer aos autos, quando da liquidação, extrato analítico atualizado, do qual conste o saque efetuado por força do alvará que lhe foi deferido. Porque também incontroversa a dispensa sem justa causa, condeno a empresa em obrigação de pagar a indenização de 40% sobre a integralidade do FGTS.
No que tange ao aviso prévio, verifico que, conforme documento de ID , o período correspondente foi trabalhado. Nesse sentido, não há fundamento para que o autor
d0105cc - p.2
faça jus à indenização substitutiva. Rejeito o pedido. Cestas básicas:
Como não há imposição legal de fornecimento e tampouco o reclamante trouxe aos autos norma coletiva que amparasse sua pretensão, improcedeo pedido de pagamento de cestas básicas.
Danos morais:
O inadimplemento das prestações resilitórias é flagrantemente obstativo do acesso igualitário do trabalhador aos bens necessários ao gozo de uma vida condigna, o que obviamente retira-lhe a paz de espírito e dá azo a lesões de natureza extrapatrimonial.
No presente caso, é mesmo intuitiva a frustração, a intranquilidade e a amargura espiritual do trabalhador diante da barreira erguida entre si, o adimplemento de suas dívidas e as suas já limitadas expectativas após perda do emprego. Tal situação exige reparação condizente com a natureza da lesão e com a capacidade financeira do réu.
Por conseguinte, condeno a empresa ao pagamento de R$ 3.393,60, correspondentes ao triplo do último salário da parte demandante, a título de indenização por danos morais.
Honorários de sucumbência:
Porque não atendidos os requisitos do art. 14 da Lei 5.584/70, rejeitoo pedido de pagamento de honorários de advogado. No mesmo sentido, confira-se a jurisprudência sumulada do Colendo TST (Enunciados 219 e 329).
CONCLUSÃO:
PELO EXPOSTO, rejeito a preliminar de incompetência absoluta, afasto a prejudicial de prescrição e ACOLHO PARCIALMENTE os pedidos, para condenar a ré a satisfazer ao autor as prestações acima discriminadas, no prazo de oito dias.
Juros e correção monetária na forma da lei, observando-se, para fixação do critério de "época própria", o quinto dia do mês subsequente ao da prestação dos serviços. Como única
exceção, saliento que, uma vez fixada indenização por danos morais com base no salário vigente no momento da dispensa, a correção de tal reparação começa a correr do dia em que extinguiu-se o contrato de trabalho. Juros contados a partir do ajuizamento da demanda.
A fim de obstar eventual enriquecimento sem causa, autorizo a dedução das parcelas comprovadamente pagas sob idênticas rubricas, bem como determino que, quando da apuração do quantum debeatur, sejam observados os dias efetivamente trabalhados e a variação salarial do demandante.
Retenham-se as quotas previdenciárias na forma do Verbete n. 368 da Súmula de Jurisprudência do TST.
Não efetuados os recolhimentos previdenciários, executem-se, respeitados os limites da Súmula Vinculante n. 53 do Supremo Tribunal Federal. Observe-se que não incide tributação dessa natureza sobre valores relativos às prestações elencadas no par. 9o do art. 28 da Lei 8212/91 c/c parágrafo 9o do art. 214 do Decreto 3048/99.
O cálculo e a retenção do Imposto de Renda deverão observar as diretrizes da Instrução Normativa 1.500/2014 da RFB.
Observe-se, ademais, que os juros de mora, computados desde o a data de ajuizamento da demanda, ostentam natureza indenizatória, uma vez que visam apenas a indenizar os danos marginais por indução processual, ou seja, aqueles decorrentes da própria existência do processo (fl. Súm. 17 TRT-1ª Reg.).
Relembra-se às partes que eventual omissão, obscuridade ou contradição nesta sentença poderá ser sanada por meio de embargos de declaração. No entanto, a interposição de tal recurso com fim diverso - notadamente visando à modificação do julgado - será tida por conduta meramente protelatória e ensejará a aplicação das sanções cabíveis (cf. arts. 81 e 1026, par. 2º, do CPC).
Custas de R$ 200,00 calculadas sobre R$ 10.000,00, valor arbitrado, a serem recolhidas pela ré.
NOVA IGUACU ,1 de Março de 2017
MARCELO ALEXANDRINO DA COSTA SANTOS Juiz Titular de Vara do Trabalho
NOVA IGUACU, 1 de Março de 2017
MARCELO ALEXANDRINO DA COSTA SANTOS
Juiz do Trabalho Titular
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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 1ª REGIÃO 3ª Vara do Trabalho de Nova Iguaçu
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RECLAMADO: SUBLIME SABOR - REFEICOES COLETIVAS LTDA