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Análises da resposta térmica ao meio

Ventilação 71.4% Massa Térmica para resfriamento 2.72%

Resfriamento Evaporativo 1.55%

Ar Condicionado 24.7%

Frio 0.13%

Percebemos que os dados plotados se encontram bastante dispersos quando comparados com os pontos da carta psicrométrica para a cidade de Maceió, mostrada no Gráfico 11.

Gráfico 10 – Carta Bioclimática das medições urbanas externas. Fonte: idem.

Zona de Conforto Ventilação Passiva

Vent./Alta inércia/Resf. Evaporativo Vent./Alta inércia

Alta inércia p/ resfriamento Ar condicionado

Alta inércia/Resf. Evaporativo Resf. Evaporativo

Importa lembrar que essas medições foram realizadas nos meses de fevereiro e março – período mais quente do ano o que pode justificar as altas temperaturas registradas. Além disso, a carta para Maceió foi realizada a partir do ano típico de referência (TRY), que descarta os registros

extremos de temperatura e umidade em prol de valores médios intermediários, tendendo ao amortecimento dos valores gerais (PASSOS, 2009).

Sabemos serem empíricos os dados monitorados e, por tal motivo, sujeito a erros inerentes a esse tipo de experiência. No entanto, vale ressalvar que todos os cuidados87 sugeridos foram implementados para evitar comprometimento dos registros de temperatura e umidade relativa do ar. Verificamos, ainda, que os valores coletados para o exterior são, como veremos a seguir, condizentes com as aferições dos pontos internos88

, em especial das Casas 4 e 5, onde o efeito da massa térmica não se mostra tão determinante.

Durante o primeiro momento de registro dos dados externos das casas urbanas (17 de fevereiro a 3 de março de 2009), a temperatura alcançou extremos de 22,1°C e 34°C. A temperatura média registrada foi 26,3°C. A amplitude média diária foi de 8,3°C, com um máximo de 10,7°C. Também a umidade relativa do ar apresentou-se bastante variável com valores máximos e mínimos de 100% e 46,3%, respectivamente. Esse nível mais baixo de umidade correspondeu ao dado de temperatura mais alta, corroborando a característica que as elevadas temperaturas dilatam a capacidade de reter vapor d‟água no ar. A umidade média é

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O equipamento foi protegido da incidência direta dos raios solares, da chuva, foi pendurado por um cordão no centro do ambiente (na varanda de serviço da Casa 4) a uma altura de 1,20m em relação ao chão, como recomendado por Oliveira e Lamberts (2006).

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As curvas de temperatura e umidade da Casa 5 perfazem percursos semelhantes às curvas do equipamento externo, como podemos observar nos Gráficos 21 e 22.

Gráfico 11 – Carta Bioclimática para Maceió. Fonte: Lamberts, Dutra & Pereira, 1997.

de 89%. O local onde ficou exposto o equipamento esteve abrigado dos raios solares diretos e da água das chuvas; a vegetação estava presente nas proximidades.

O monitoramento interno da Casa 2, no mesmo período, registrou temperatura média de 26,7°C, máxima de 29,9°C e mínima de 24°C. A amplitude mais alta chegou a 4,7°C e a média esteve em torno de 2,8°C. A umidade relativa do ar apresentou seu valor máximo de 85,3%, mínimo de 51,1% e médio de 72,3%. Ao confrontarmos as informações ilustradas pelo Gráfico 12 percebemos que as oscilações térmicas são substancialmente menores dentro da edificação estudada – enquanto que no exterior acompanhamos uma amplitude média de 8,3°C, no interior é 2,8°C – efeito da massa térmica das paredes limítrofes da edificação. O mesmo acontece com a umidade relativa que não ultrapassa os 85%, ao passo que foi freqüente 100% de umidade no ponto exterior.

Gráfico 12 – Faixa de conforto sobre monitoramento dos dados de temperatura e umidade relativa do ar nos pontos exterior e interior, ao longo de 15 dias. Fonte: idem.

A faixa de conforto compreende parcela significativa dos valores aferidos no interior da Casa 2, apenas registrando temperaturas superiores no primeiro dia monitorado (17 de fevereiro de 2009) entre às 10:00 e às 16:00h (29,9°C); no dia 20 de fevereiro de 12:30 às 14:00h alcança 28,3°C e no quinto dia seguinte, quando a temperatura interna no horário de

Legenda: UR Externa UR Interna Temp. Externa Temp. Interna Faixa de conforto Tem pera tura ( °C ) UR ( %) Hora

meio dia chega aos 28,7°C às 13:00 horas. Nos demais dias considerados, a Casa 2 apresenta valores de temperatura dentro dos limites confortáveis. No exterior, entretanto, em treze dos quinze dias aferidos as temperaturas ultrapassam o parâmetro de conforto adotado, enfatizando o desconforto por calor no entorno da edificação. Percebemos ainda alguns momentos, durante a noite, pequeno desconforto por frio, mas, nesses horários, um cobertor resolve o possível problema.

Continuando a explorar os dados coletados, caracterizamos as curvas dos valores horários médios de temperatura e umidade, conforme o Gráfico 13. Aqui o valor máximo de temperatura se aproxima dos 31°C, mas internamente a temperatura só alcança os 28°C. As temperaturas mínimas desse dia calculado são também interessantes, pois enquanto no exterior fica pouco abaixo de 24°C, dentro da edificação é maior que 25°C. A umidade relativa do ar nesse dia encontrado, através das médias de todas as temperaturas dos mesmos horários, comporta-se de maneira inversa. Quando a temperatura do ar está mais alta, a umidade alcança seu nível mínimo, assim no exterior varia entre 70% e 95% e no interior mantém-se entre 65% e 78% aproximadamente.

Gráfico 13 – Curvas dos valores horários médios de temperatura e umidade relativos ao período de medição na Casa 2. Fonte: idem.

Tem pera tura ( °C ) UR ( %) Hora Legenda: UR Externa UR Interna Temp. Externa Temp. Interna Faixa de conforto

Esse comportamento térmico também pode ser atribuído à capacidade de amortecer e atrasar a transferência de calor para o interior da edificação – inércia térmica. Além disso, como as paredes exteriores se encontram abrigadas da incidência solar direta, detectamos significativas atenuações das temperaturas extremas, proporcionando valores diurnos mais agradáveis. Observemos que a curva do comportamento térmico no interior da edificação encontra-se totalmente dentro da faixa de conforto, calculada de acordo com a equação 1 para encontrar a temperatura neutra, ao passo que a externa ultrapassa o valor máximo atribuído ao conforto entre às 10:00h e às 17:00h.

Vejamos no Gráfico 14, a Carta Bioclimática da Casa 2 em comparação com as aferições exteriores. Confrontando as respostas obtidas pelos Gráficos 10 e 14, verificamos que o interior dessa casa se apresenta muito mais confortável que seu entorno – em 58% das horas monitoradas a edificação encontra-se em conforto. Os 42% dos pontos que estão fora dessa zona, podem, através do incremento das estratégias passivas, alcançar semelhante estado de bem-estar térmico.

A ventilação, sozinha, pode restabelecer o conforto nas horas desconfortáveis. O aumento da massa térmica e o uso do resfriamento evaporativo seriam efetivos em 23,5% das horas, não havendo necessidade do uso do ar condicionado. O desconforto por frio é insignificante.

Gráfico 14 – Carta Bioclimática das medições internas da Casa 2 (em vermelho) em comparação com o monitoramento exterior (na cor

azul). Fonte: idem. Zona de Conforto

Ventilação Passiva

Vent./Alta inércia/Resf. Evaporativo Vent./Alta inércia

Alta inércia p/ resfriamento Ar condicionado

Alta inércia/Resf. Evaporativo Resf. Evaporativo