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Com o objetivo de obter um estudo planialtimétrico de determinada área de forma fácil, rápido e gratuito, foram utilizados os softwares QGIS, na sua versão 3.0.1, e o Google Earth Pro, versão 7.3.1.4507. Como forma de extensão, o QGIS oferece, em seu sistema, plugins que deixam o programa mais robusto e com maior diversidade de ferramentas para se trabalhar de acordo com as necessidades de cada projeto. Os plugins utilizados nesse projeto foram: Obtain Elevation e Profile Tool.

A área a ser estudada para a fase de análise do plano de contingência contra enchentes do município de Jaguaribe-CE está localizada às margens do Rio Jaguaribe na área urbana da Sede, limitando o estudo a uma faixa de 400 metros distante do rio, prevendo o avanço das águas para o centro do município. A Figura 13 mostra a delimitação.

Inicialmente foram feitas as demarcações da área de estudo e das quadras a serem analisadas no programa Google Earth através da ferramenta de criação de polígonos, projetando e conhecendo as formas de cada quadra para posterior medição das suas áreas de ocupação. Esses polígonos, estando em formato Keyhole Markup Language (kml) e em coordenadas Universal Transversa de Mercator (UTM), projetados pelo datum WGS 84, original do programa, foram transformados em arquivos de formato shapefile (shp) e projetados no datum SIRGAS 2000 através do QGIS e implementados ao projeto.

Figura 13 - Delimitação da área de estudo.

Fonte: Autoria Própria (2018).

Destaca-se que os dados dos limites do município em estudo, assim como, os limites de bairros (definido pelo IBGE) foram obtidos no formato shapefile. Já vindo pronto para ser trabalhado e editado no QGIS, permite que o usuário reduza seu tempo de pesquisa, necessitando apenas realizar a criação do banco de dados e recortes desejados (IBGE, 2010b).

Em campo, no dia 14 de fevereiro de 2018, foi feito um levantamento da localização de alguns equipamentos públicos que poderão servir de locais para refúgio dos afetados, através do aparelho GPS MAP, modelo 78s e os dados obtidos, posteriormente, foram extraídos pelo programa Google Earth, onde pôde-se observar as quadras que representavam os prédios e, logo em seguida, envolvidas por polígonos, e estes incluídos ao projeto na plataforma do QGIS como arquivo shapefile. No mesmo dia foram retratadas imagens do posto linimétrico, utilizado para medições do nível da água, localizado sob a ponte situada na BR-226, a montante e distante 950 metros do ambiente de estudo.

Com a delimitação da área de estudo processada no QGIS foi possível a realização da coleta (de modo irregular) dos pontos de amostragem das altitudes do terreno utilizando o plugin Obtain Elevation, que, de forma online, consegue obter pontos de elevações gerados pelo Google Maps.

A partir da implementação dos dados de elevação ao projeto, foi feito a criação do arquivo MDT ou Modelo Digital do Terreno que é produzido em formato raster (imagem) e possibilita ao usuário o cálculo para geração da declividade do terreno, que pode ser

representada por curvas de contorno. Esse arquivo foi resultado da interpolação dos pontos de elevações através do método da Rede Irregular de Triângulos (TIN) gerando uma imagem sombreada, em que seus pontos mais escuros representam maior profundidade com relação aos mais claros.

Com o Modelo Digital do Terreno elaborado pôde-se projetar as curvas de nível, sendo configuradas para intervalos de 1 metro, que proporciona uma análise ampla da declividade do terreno em projeção 2D, e traçar o perfil de elevação que representa a variação de altitude do Rio Jaguaribe no trecho da área em estudo através do plugin Profile Tool.

A análise do terreno, tendo em vista a elevação do nível da água do Rio Jaguaribe, partiu da verificação de cada cota, apresentando suas áreas de influências, número de quadras contidas em sua extensão, quantidade de vias atingidas e a estimativa do número de pessoas que possivelmente seriam afetadas com a propagação. Para isso foi necessário a vetorização da imagem, gerada pela interpolação dos pontos, realizada a partir de um dos geoalgoritmos dos comandos do GRASS GIS 7 chamado r.to.vect encontrado no QGIS, possibilitando, assim, a quantificação dessas análises.

Como forma de facilitar o processo de avaliação por cota foi utilizado a ferramenta de seleção de feições por equação, empregando os intervalos requeridos, e logo em seguida transformando cada feição selecionada em um arquivo shapefile que represente cada cota estudada.

Para o cálculo da população atingida foi tomada como base a densidade populacional da área urbana da Sede do município, conseguindo encontrar a população locada na área de estudo e nas quadras definidas quando conhecidas suas áreas de ocupação, da mesma forma ocorre para as áreas de cada cota.

Com a ferramenta “recorte” foi possível sobrepor as áreas de influência das cotas sobre as áreas das quadras, definindo facilmente o número de quadras e o número de vias de acesso atingidas.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As análises dos resultados que serão apresentadas através de mapas temáticos, figuras, tabelas e estatísticas descritivas. Utilizou-se para confecção dos mapas e dos dados espaciais o sistema de projeção cartográfica Universal Transversa de Mercator (UTM); datum SIRGAS 2000, o qual é o datum oficial do Brasil (IBGE, 2018), e fuso (zona) 24 sul.

Em decorrência de não haver nenhum trabalho como esse aplicado a região semi-árida nordestina a comparação com outros trabalhos publicados está inviabilizado.

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