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O artigo foi formatado de acordo com as normas para publicação na Revista Brasileira De Zootecnia – RBZ, e adaptado para leitura de

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Centro de Pesquisa e Manejo de suínos, que coordenadas de 5° 53' 7" S e 35° 21' 38" W. O projeto foi submetido e aprovado pela comissão de ética no uso de animais (CEUA) sob o registro de numero 002 – 2016.

Foram utilizados 24 suínos mestiços, machos castrados, oriundos de Pietrain, Large White e Landrace com peso médio inicial de 98,70 ± 1,63 kg. Os suínos foram alojados em galpão experimental, constituídos por baias com piso de concreto (2,76 metros de comprimento x 1,85 metros de largura), contendo comedouros semiautomáticos e bebedouros do tipo chupeta.

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro tratamentos e seis repetições. Este delineamento possui o modelo estatístico abaixo:

Xij  i  j  ij onde:

Xij  observação correspondente ao tratamento i no j-ésimo bloco;   média geral ao redor da qual encontram-se todos os valores de todas as observações; i  efeito do tratamento i;  j  efeito do j bloco;  ij  erro experimental associado a observação ij.

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40 Os tratamentos foram constituídos por uma dieta basal formulada à base de milho, farelo de soja e núcleo comercial para suínos em terminação. As dietas experimentais foram constituídas da seguinte maneira: T1 – Ração Basal (RB), T2 – RB (ajustada) + 10 ppm de Ractopamina, T3 – RB + cápsulas de óleo de coco, T4 – RB + cápsulas de óleo de cártamo.

As rações experimentais foram formuladas no programa prático de formulação de ração para suínos do excel, seguiu de acordo com a exigência nutricional para animais de desempenho médio em fase de pós-terminação e também as recomendações de Rostagno et al. (2011), conforme a Tabela 1. O ajuste da ração no tratamento com ractopamina se deu para atender as necessidades dos animais de acordo com a velocidade de crescimento.

As dietas e água foram oferecidas ad libitum e os óleos de coco e cártamo foram fornecidos via oral em forma de cápsulas de um grama (1g) cada, sendo três cápsulas fornecidas pela manhã e três à tarde (8:00 e 16:00, respectivamente), totalizando 6 capsulas por dia por animal.

O uso das cápsulas de óleos seguiu o padrão recomendado para os seres humanos, sendo oferecidas diretamente na boca do animal para garantir que a ingestão da quantidade de óleo recomendada realmente ocorresse.

As pesagens dos animais foram realizadas no início, meio e no final do experimento (dias 1, 14 e 28, respectivamente), as sobras das rações foram coletadas diariamente para avaliação dos parâmetros de desempenho, de ganho de peso diário (GPD), consumo de ração diário (CRD) e conversão alimentar (CA).

Após o período experimental os animais foram submetidos a jejum de sólidos por 8 horas, transportados em caminhão com carroceria simples para a Unidade de Processamento de Carne do município de Lagoa Salgada (RN), submetidos ao descanso

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41 pré-abate de 4 horas, totalizando 12 horas de jejum, em seguida foram insensibilizados por eletronarcose e submetidos à sangria por perfuração da veia jugular.

Tabela 01. Composição nutricional das rações experimentais para suínos em pós- terminação.

Ingrediente (g/kg-1) Ração basal (RB) Ração com Ractopamina

Milho 823,962 788,874 Soja 148,969 177,941 Núcleo1 25,000 25,000 L_Lisina 1,900 4,885 L_Treonina 0,168 1,800 L-Metionina 0,001 0,000 L_Triptofano 0,000 1,000 Ractopamina 10 ppm 0,000 0,500 Valores Calculados 1000 1000 Proteína Bruta 140 155 EM (kcal/kg) 3246 3232 Cálcio 6,61 6,66 Fósforo disponível 1,59 1,63 Sódio 1,65 1,64 Cloro 2,55 2,55 Lisina 6,91 9,88 Metionina 2,14 2,25 Treonina 4,63 6,47 Triptofano 1,25 2,33 Valina 5,78 5,78

1-Níveis de garantia por kg do núcleo comercial: cálcio (min) 240 g/kg; cálcio (máx) 245 g/kg; fósforo (min) 24,00 g/kg; sódio (min) 55 g/kg; ferro (min) 3, 200 mg/kg; cobre (min) 5,000 mg/kg; manganês (min) 1,275 mg/kg; zinco (min) 2,235 mg/kg; iodo (min) 25,50 mg/kg; cobalto (min) 12,70 mg/kg; selênio (min) 9,50 mg/kg; vitamina A (min) 182,800 ui/kg; vitamina D3 (min) 33,000 ui/kg; vitamina E (min) 722,00 ui/kg; vitamina k3 (min) 36 mg/kg; vitamina b1 (min) 28,0 mg/kg; vitamina b2 (min) 105,00 mg/kg; niacina (min) 630 mg/kg; ácido pantotênico (min) 360 mg/kg; vitamina B6 (min) 35,0 mg/kg; ácido fólico (min) 18 mg/kg; biotina (min) 1,80 mg/kg; vitamina B12 (min) 550 mcg/kg; colina (min) 5, 000 mg/kg e lincomicina 733,33 mg/kg. Óleo de cártamo: cada capsula contem 1000mg de óleo, fornecendo, aproximadamente, 9kcal, 1g de gorduras totais, 0,1g de gorduras saturadas, 750mg de Ácido Linoleico (ômega 6), 150mg de Acido oleico (ômega 9) e 2,5mg de Vitamina E. Óleo de coco: cada capsula contem 1000mg de óleo, fornecendo, aproximadamente, 9kcal, 1g de gorduras totais, 500mg de acido láurico, 250mg de acido miristico, 250mg de acido oleico (ômega 9).

Após a toalete e evisceração, foram aferidos o pH inicial e a temperatura inicial no musculo Longissimus dorsi, com o auxilio do phmetro portátil com eletrodo de inserção, modelo Meat pH Meter H1 99613 – Hanna Instruments, depois às carcaças foram serradas ao meio e realizou-se o peso de carcaça quente conforme metodologia descrita pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos – ABCS (1973) e foram avaliados o peso do fígado, coração, pulmão, rins, intestino e estomago.

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42 Após 24 horas da realização do abate, foram realizadas as avaliações referentes aos parâmetros quantitativos e qualitativos segundo o Método Brasileiro de Classificação de Carcaça (ABCS, 1973) e Bridi e Silva (2009).

As variáveis quantitativas analisadas foram: área de gordura, área e profundidade do músculo Longissimus dorsi, espessura de toucinho e relação carne/gordura. Já os parâmetros qualitativos foram avaliados: cor do músculo, marmoreio, temperatura e medida do pH (ABCS, 2014).

Depois da transformação do músculo em carne, foram aferidas as medidas do pH final e da temperatura final. Em seguida, as carcaças foram pesadas para obtenção do peso da carcaça resfriada. Para obtenção do rendimento de carcaça, utilizou–se os valores de peso da carcaça quente e o peso do animal ao abate.

Equação 1- Rendimento de Carcaça (%): (Peso de carcaça quente/peso vivo ao abate) x100.

As medidas da área de olho de lombo foram realizadas na altura da última costela, na região de inserção da última vértebra torácica com a primeira lombar, e desenhada à área de do lombo e do toucinho em papel vegetal. As medidas das áreas de olho de lombo e de gordura foram determinadas com o auxílio de um planímetro. Para a determinação da área de gordura no corte, foram realizados os mesmos procedimentos utilizados para a obtenção do desenho da área do músculo Longissimus dorsi. Tendo os valores da área do músculo Longissimus dorsi e da gordura, foi calculada a relação carne/gordura, que foi medida segunda a equação 2, onde - Relação carne/gordura: área do musculo Longissimus dorsi / área de gordura.

Para a medida de espessura de toucinho, adotou-se a metodologia da ABCS (1973), na qual foram marcados três pontos, o primeiro na altura da primeira costela, o segundo na altura da ultima costela e o terceiro na altura da ultima vertebra lombar.

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43 Estas medidas foram realizadas perperdicularmente à linha dorso-lombar com o auxílio de um paquímetro.

A avaliação da profundidade do músculo Longissimus dorsi, deu–se pelo posicionamento do paquímetro perpendicularmente até o limite extremo oposto do músculo (ABCS, 1973).

Para a quantidade de carne na carcaça utilizou a equação proposta por Irgang (1998), onde: Equação 3. Quantidade de carne na carcaça (kg): (peso da carcaça resfriada x rendimento de carne) ÷ 100.

Para a determinação de cor e marmoreio da carne foram utilizados como parâmetro a Tabela National Pork Producers Council, estes parametros foram avaliados 24h após o abate sobre o musculo Longissimus dorsi.

Os pesos dos pernis foram determinados seccionando a articulação entre a última e a penúltima vértebra lombar, sendo pernil pesado por completo contendo a cauda, com a pata sem a unha e sem retoques na gordura e na carne.

Para a realização da avaliação econômica dos tratamentos, verificou-se a viabilidade econômica das dietas, dessa forma determinou-se o custo da dieta por quilograma de peso vivo ganho (Yi), segundo Bellaver et al. (1985), em que:

Yi = (Pi*Qi)/Gi onde,

Yi = custo da dieta por quilograma de peso corporal ganho no i-ésimo tratamento; Pi = preço por quilograma da dieta utilizada no i-ésimo tratamento; Qi = quantidade de dieta consumida no i-ésimo tratamento; Gi = ganho de peso do i-ésimo tratamento.

Em seguida, foram calculados o valor do custo por kg de carcaça, e com isso, calculou-se o índice de eficiência econômica (IEE) e o índice de custo (IC), propostos por Fialho et al. (1992), na qual: IEE = (MCe/CTei)*100 e IC = (CTei/MCe)*100.

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44 MCe é o menor custo da dieta por quilograma ganho observado entre as dietas; e CTei, custo do tratamento i considerado.

Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade utilizando o pacote SAS (2003) versão 8.0.

RESULTADOS

Quando avaliados os parâmetros de desempenho (Tabela 2), verificou-se que a utilização da ractopamina e dos óleos vegetais na alimentação dos suínos não demonstraram diferença significativa (P>0,05), para os parâmetros de ganho de peso diário (GPD), consumo de ração diário (CRD) e conversão alimentar (CA).

Tabela 2. Desempenho dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais. Parâmetros Controle Ractopamina Cartamo Coco P-Valor SEM

GPD (Kg) 0,80 0,73 0,76 0,77 0,932 0,001

CRD (Kg) 2,95 2,56 2,88 2,87 0,284 0,003

CA 3,68 3,50 3,78 3,72 0,557 0,005

Médias com diferentes letras na mesma linha diferem estatisticamente segundo o teste de Duncan (P<0,05). SEM – Standard Error of the Media.

Os parâmetros de pesos dos órgãos (Tabela 3), não obtiveram efeito significativo para os tratamentos estudados (P>0,05).

Tabela 3. Pesos dos Órgãos dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais. Órgaos (Kg) Controle Ractopamina Cartamo Coco P-Valor SEM

Coração 0,375 0,334 0,354 0,357 0,615 0,001 Fígado 1,619 1,522 1,537 1,616 0,860 0,002 Baço 0,157 0,141 0,160 0,164 0,484 0,001 Pulmão 0,625 0,540 0,593 0,665 0,699 0,001 Rins 0,285 0,276 0,306 0,328 0,559 0,001 Intestinos 3,513 3,451 3,664 3,740 0,722 0,004 Estomago 0,529 0,481 0,523 0,507 0,478 0,001

Médias com diferentes letras na mesma linha diferem estatisticamente segundo o teste de Duncan (P<0,05), SEM – Standard Error of the Media.

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45 Os parâmetros de cor e marmoreio (Tabela 4), mostraram que a utilização dos óleos vegetais e da ractopamina na alimentação dos animais não diferiram significativamente (P>0,05), entretanto observou-se que a utilização da ractopamina influenciou os parâmetros de pH inicial, pH final, temperatura inicial e temperatura final (P<0,05).

Tabela 4. Qualidade de carne dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais.

Parâmetros Controle Ractopamina Cartamo Coco P-Valor SEM

Ph Inicial 6,80A 6,46B 6,83A 6,75A 0,010 0,002

Temp.

Inicial 29,25AB 28,41B 29,91A 29,48AB 0,049 0,108

Ph Final 5,52B 5,63A 5,50B 5,48B 0,037 0,001

Temp.

Final 9,18B 9,80A 9,25B 9,20B 0,043 0,003

Cor 2,67 3,00 2,67 2,83 0,622 0,005

Marmoreio 1,50 2,16 2,00 2,00 0,292 0,006

Médias com diferentes letras na mesma linha diferem estatisticamente segundo o teste de Duncan (P<0,05). SEM – Standard Error of the Media.

Com os dados de características de carcaça (Tabela 5), foi possível observar que não houve diferença estatística dos óleos e da ractopamina sobre os parametros de rendimento de carcaça, espessura de toucinho (ET-1, 2, 3 e média), área de gordura (AG), área de olho de lombo (AOL) e profundidade de lombo (PL) (P>0,05).

Ao analisar o efeito dos óleos vegetais sobre o peso do pernil dos suínos, observou-se que a utilização do óleo de cártamo na alimentação gerou um pernil mais pesado quando comparado com a ractopamina (P˂0,05).

Foi possível observar também que a Relação carne:gordura (RCG) com a utilização do óleo de coco houve uma redução da quantidade de gordura,

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46 transformando-a em uma carne mais magra (P˂0,05), aumentando a RCG, quando comparada com os grupos controle e ractopamina.

Em relação aos dados de Rendimento de carne da carcaça fria (RCCF), observou-se que a utilização do óleo de coco garantiu um maior rendimento de carne (P<0,05), quando comparado com o tratamento que continha ractopamina.

Ao analisar os parâmetros de Quantidade de carne na carcaça (QCC), observou-se que a utilização do óleo de cártamo proporcionou uma maior quantidade de carne quando comparada ao grupo alimentado com ractopamina (P˂0,05).

Tabela 5. Parâmetros de carcaça dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais.

Parâmetros Controle Ractopamina Cartamo Coco P-Valor SEM Rend. de Carc (%) 79,90 79,37 79,18 79,32 0,591 0,009 ET-1 (mm) 45,88 45,82 46,63 47,07 0,970 0,005 ET-2 (mm) 30,84 27,72 30,91 26,55 0,470 0,005 ET-3 (mm) 29,36 28,74 32,40 39,20 0,471 0,012 MET (mm) 35,37 34,09 36,65 37,61 0,423 0,003 Pernil (Kg) 14,83AB 13,67B 15,42A 14,85AB 0,049 0,100 AOL (cm2) 47,59 44,22 48,68 55,61 0,183 0,863 AG (cm2) 27,40 26,38 26,37 22,09 0,321 0,513

RCG 1,76B 1,70B 1,93AB 2,68A 0,048 0,006

RCCF (%) 66,27AB 66,13B 66,27AB 66,59A 0,039 0,002 QCC (Kg) 57,61AB 52,57B 58,49A 56,84AB 0,045 0,393 PL (mm) 6,63 6,33 6,53 6,69 0,665 0,007

Médias com diferentes letras na mesma linha diferem estatisticamente segundo o teste de Duncan (P<0,05). Rend. De Carc- Rendimento de Carcaça. ET- Espessura de Toucinho. MET- Média da Espessura de Toucinho. AOL- Area de Olho de Lombo. AG- Area de Gordura. RCG- Relação Carne:Gordura. RCCF- Rendimento de Carne na Carcaça Fria. QCC- Quantidade de Carne na Carcaça. PL- Profundidade de Lombo. SEM – Standard Error of the Media.

Em relação viabilidade econômica dos dados (Tabela 6), observou-se que o valor da ração (VR) do grupo controle foi o mais barato (P<0,05), quando comparada com os demais tratamentos, entretanto quando avaliado o custo da ração por kg de peso vivo do

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47 animal (CR), notou-se que os tratamentos controle e ractopamina foram os mais viáveis economicamente (P<0,05).

Foi possível constatar que para os parâmetros de Indice de Eficiencia Economica (IEE) e Indice de Custo (IC), a utilização dos grupos controle e ractopamina foram os mais eficientes economicamente, por terem apresentado os menores custos (P<0,05).

Tabela 6. Viabilidade Econômica dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais.

Parâmetros Controle Ractopamina Cartamo Coco P-Valor SEM

VR 1,039D 1,137C 1,368A 1,319B <0,001 0

CR 4,016B 3,945B 5,346A 4,997A 0,047 0,716

IEE 100,185A 101,532A 75,744B 80,315B 0,048 14,112 IC 101,801B 100B 135,519A 126,67A 0,047 18,164

Médias com diferentes letras na mesma linha diferem estatisticamente segundo o teste de Duncan (P<0,05). SEM – Erro Padrão da Média.

DISCUSSÃO

Desempenho

Os dados de desempenho obtidos neste experimento não foram afetados pelos tratamentos estudados, embora os animais tenham sido submetidos a certo nível de estresse térmico, pois durante o experimento foram registradas temperaturas mínimas, máximas e umidade relativa (UR) de: 23°C, 37°C e 54%, respectivamente, isto mostra que os animais estavam adaptados ao ambiente, mas o desempenho pode ter sido afetado de forma uniforme entre os tratamentos, o que não compromete os resultados obtidos.

Segundo Collin et al. (2001), os suínos quando submetidos a altas temperaturas ambientais, tem como resposta imediata a queda no consumo voluntário de alimento representando uma tentativa do animal em minimizar a produção de calor provocada pelo metabolismo dos nutrientes.

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48 Manno et al. (2006), ao utilizar suínos em crescimento observaram que o desempenho de suínos é bastante comprometido quando submetido a regiões de altas temperaturas e alta umidade, o que reduz o consumo alimentar, o ganho de peso, além da troca de calor com o ambiente ser prejudicada.

Segundo Dahlke et. al. (2005), altas temperaturas reduzem os níveis sanguíneos do hormônio T3, responsável por acelerar o metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas (Rosbrought, 1999), podendo levar a redução no consumo de ração.

A literatura relata casos onde o consumo de óleo de cártamo e ractopamina induzem a uma diminuição de consumo alimentar, isso se dá, pois o óleo de cartamo segundo Campanella et al. (2014) reduz o consumo através do aumento da saciedade, decorrente de maiores concentrações de substratos metabólicos disponíveis no plasma sanguíneo como glicose e triglicerídeos.

A ractopamina atua de modo diferente, Souza (2011) explica que a diminuição deste consumo pode se dar devido à atuação da colescistoquinina (CCK) que ao diminuir o esvaziamento gástrico e taxa de passagem do animal resulta numa maior atuação da enzima sobre o alimento, gerando um maior aproveitamento dos nutrientes disponíveis e levando assim a uma melhor eficiência alimentar. Além disso, foi relatado por Pereira et al. (2008) que a deposição de tecido magro é mais eficiente do que a de gordura no organismo, isso se da pela própria constituição bioquímica da gordura e da proteína, dessa forma deposita-se mais moléculas de água com a deposição proteica, o que ajuda na melhora do ganho de peso e da eficiência alimentar. Estes fatos, contudo, não foram observados nesta pesquisa.

Leal et al. (2015), ao utilizarem níveis crescentes de ractopamina (0; 3; 6; 9; 12 e 15 ppm) para suínos em terminação por 28 dias, encontraram um aumento linear crescente do ganho de peso diário com a utilização da ractopamina enquanto que a

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49 conversão alimentar destes animais resultou numa diminuição linear, resultados esses que diferem dos encontrados neste experimento, entretanto o consumo de ração diário destes animais não diferiram entre si.

Esperavam-se nos dados de desempenho que a atuação da ractopamina mostrasse seus efeitos no CRD dos animais, visto que este aditivo diminui o consumo voluntario dos animais, resultados similares foram encontrados na literatura por Marinho et al. (2007), Bridi et al. (2008), Ferreira et al. (2011) e Garbossa et al. (2013).

Wang et al. (2015) ao utilizarem níveis de inclusão do óleo de coco para aves em fases inicial e crescimento não encontraram efeitos sobre o consumo, o ganho de peso e a conversão alimentar para nenhuma das fases estudadas, corroborando com os dados obtidos neste experimento.

Yang et al. (2018) ao utilizarem óleos de coco e palma na alimentação (fornecidos na forma de capsulas ou incluídos na ração) de leitões de 0 a 28 dias, observaram que não houve influência do óleo de coco para conversão, ganho de peso e consumo alimentar. Entretanto, quando o óleo de coco foi fornecido na forma de cápsula foi observado um aumento do ganho de peso e da conversão alimentar quando comparado ao grupo controle. Porém, quando comparado à utilização do óleo na ração e na forma de cápsula, observou-se que não houve diferença entre os dois.

Pesos dos Órgãos

Em relação aos resultados referentes ao peso dos órgãos, observou-se que nenhum dos aditivos utilizados na alimentação dos suínos foi capaz de modificar seu peso. Esse resultado é similar ao encontrado por Sanches (2010), onde o mesmo não encontrou diferença significativa ao utilizar níveis crescentes de ractopamina na alimentação de suínos em terminação para o peso do coração, pulmão, baço e intestino delgado, entretanto quando foi analisado o fígado notaram diminuição no peso com o aumentou o

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50 nível do nível de ractopamina na ração. Segundo Costa (2017), a importância de se avaliar o fígado e os rins destes animais é devido a sua importância no metabolismo proteico e lipídico com a adição de ractopamina nas dietas.

Sanches et al. (2010), explicam que a utilização da ractopamina permite uma maior eficiência dos aminoácidos da dieta, entretanto quando este aditivo não é adicionado na dieta, os rins e fígado precisam trabalhar mais no catabolismo dos aminoácidos com o intuito de eliminar o excesso de nitrogênio, aumentando assim os seus respectivos pesos. O que não aconteceu neste experimento.

Appleton et al (2015), ao utilizarem óleo de cártamo e acetato de desoxicorticosterona (DOCA) na alimentação de ratos Spraguee Dawley não encontraram diferença significativa para o peso do coração e pulmão, porém ao utilizarem o DOCA foi possível observar diferença para os outros órgãos avaliados, o que não ocorreu com os ratos alimentados com o óleo de cártamo.

Tso et al. (2012), ao avaliarem óleos de borragem e cártamo para ratos wistar machos e femeas não observaram diferença para a utilização destes produtos sobre fígado, rins, coração, pulmão e baço. Guo et al. (2013) ao utilizarem o óleo de cártamo para ratos não observaram efeito sobre o coração, rins, baço e pulmão quando comparados ao grupo controle.

Siddalingaswamy et al. (2011), ao utilizar óleo de coco quente e frio para ratos wistar diabéticos e não diabéticos não observaram modificações sobre o peso de fígado, rins e coração. Chandrashekar et al. (2010), ao utilizar óleos de girassol, soja e coco na alimentação de ratos wistar por 60 dias não observaram diferenças estatísticas ao avaliarem o coração e o fígado dos animais.

Santana et al. (2016), observaram que ao utilizar óleo de coco na alimentação de ratos Wistar não houve diferença no peso do: fígado, pulmão, baço, rins e coração. Os

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51 autores explicam que níveis muito baixos como o utilizado (8,46 kcal/ml) não foram capazes de aumentar o peso desses órgãos.

Qualidade de Carne

Para os parâmetros de qualidade de carne, observou-se que a utilização da ractopamina, quando comparada com os demais tratamentos, foi capaz de alterar (P<0,05) os valores de pH inicial dos animais, entretanto todos os valores apresentados estiveram dentro da faixa de normalidade, 6,3 a 7,0 descrita por Pearce et al. (2011), não interferindo nos resultados obtidos.

No pH final, ocorreu uma redução no seu valor devido à degradação do glicogênio e produção de ácido lático, até atingir valores entre 5,4 a 5,8 após as 24h pós abate (Pearce et al., 2011), para se tornar uma carne de cor normal, textura firme e não exudativa. Os animais suplementados com ractopamina apresentaram os menores e maiores valores de temperatura inicial e final, respectivamente, devido a sua correlação com pH, pois quando se tem um aumento do pH a temperatura tende a não cair rapidamente (Carmo et al., 2014).

Resultados similares a esta pesquisa foram encontrados por Rincker et al. (2009), que ao utilizarem 5 ppm de ractopamina por 28 dias para suínos em terminação, observaram que a adição da ractopamina na dieta aumentou estatisticamente o pH final da carne dos animais enquanto, que modificações na cor e marmoreio da carne não foram observadas.

Costa (2017) ao utilizar óleo de coco, óleo de cártamo e ractopamina na alimentação de suínos em terminação, observou que a cor da carne destes animais se mantiveram iguais estatisticamente, e a utilização de qualquer um destes aditivos não foi capaz de mudar a cor da carne dos animais. Resultados estes que corroboraram com os achados neste trabalho.

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52 A cor da carne dos alimentos é um dos atributos mais importantes na hora de consumir um produto, no caso da carne é determinada pela quantidade de mioglobina no musculo (Resende et al., 2015). Essa concentração indica também o estado de oxidação do musculo que é determinado pela pressão exercida do oxigênio e também por radicais livres, que são produzidos através da oxidação dos lipídeos, assim a utilização de produtos como os óleos estudados ajudam no combate a estes radicais.

Segundo Ferreira (2011), os valores de marmoreio da carne suína variam de 1 a 3 %, onde abaixo de 1 % as carnes apresentam um déficit de suculência e valores acima de 3% apresenta uma carne com bastante marmoreio. Para o parâmetro de marmoreio não foi observada diferença significativa entre os tratamentos.

Parametros de Carcaça

Quando avaliados os parâmetros de carcaça no que se refere a ET 1, 2, 3, MET, AOL, AG e PL, observou-se que estas características não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos, sendo similar aos resultados encontrados por Realini et al. (2010), que ao utilizarem diferentes tipos de óleos (Girassol, Cártamo e Linhaça)

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