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Utilização de cápsulas de óleos de coco e cártamo em substituição a ractopamina para suínos em fase de pós-terminação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

UTILIZAÇÃO DE CÁPSULAS DE ÓLEOS DE COCO E

CÁRTAMO EM SUBSTITUIÇÃO A RACTOPAMINA

PARA SUINOS EM FASE DE PÓS - TERMINAÇÃO

VÍTOR MAGALHÃES DE MENDONÇA CUNHA MIRANDA

MACAÍBA/ RN - BRASIL

AGOSTO/2019

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VÍTOR MAGALHÃES DE MENDONÇA CUNHA MIRANDA

UTILIZAÇÃO DE CÁPULAS DE ÓLEOS DE COCO E

CÁRTAMO EM SUBSTITUIÇÃO A RACTOPAMINA

PARA SUINOS EM FASE DE PÓS - TERMINAÇÃO.

Documento apresentado à Universidade Federal do Rio Grande Do Norte - UFRN, Campus de Macaíba, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Orientador: Prof. Dr. José Aparecido Moreira

Macaíba – RN – BRASIL Agosto – 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola Agrícola de Jundiaí - EAJ

Miranda, Vitor Magalhães de Mendonça Cunha.

Utilização de cápsulas de óleos de coco e cártamo em

substituição a ractopamina para suínos em fase de pós-terminação / Vitor Magalhães de Mendonça Cunha Miranda. - 2019.

73 f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Produção Animal. Macaíba, RN, 2019. Orientador: Prof. Dr. José Aparecido Moreira.

1. Suinocultura - Dissertação. 2. Carcaça - Dissertação. 3. Óleos vegetais - Dissertação. 4. Aditivos - Dissertação. 5. Viabilidade econômica - Dissertação. I. Moreira, José Aparecido. II. Título.

RN/UF/BSPRH CDU 636.4 Elaborado por Elaine Paiva de Assunção Araújo - CRB-15/492

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VITOR MAGALHÃES DE MENDONÇA CUNHA MIRANDA

UTILIZAÇÃO DE CÁPULAS DE ÓLEOS DE COCO E

CÁRTAMO EM SUBSTITUIÇÃO A RACTOPAMINA

PARA SUINOS EM FASE DE PÓS - TERMINAÇÃO.

Documento apresentado à Universidade Federal do Rio Grande Do Norte - UFRN, Campus de Macaíba, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Animal. APROVADA EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________ Prof. Dr. José Aparecido Moreira (UFRN)

Orientador

______________________________________________ Prof. Dra. Claudia Costa Lopes (UFAM)

Primeiro Membro (Externo)

______________________________________________ Prof. Dr. Jorge Dos Santos Cavalcanti (UFRN)

Segundo Membro

______________________________________________ Prof. Dra. Elisanie Neiva Magalhaes Teixeira (UFRN)

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“Tenho a impressão de ter sido

uma criança brincando à beira-mar,

divertindo-me em descobrir uma

pedrinha mais lisa ou uma concha

mais bonita que as outras, enquanto o

imenso oceano da verdade continua

misterioso diante dos meus olhos”.

(Isaac Newton)

“Veni, Vidi, Vici” (Julio César 42

A.C).

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6 AGRADECIMENTOS

A Deus, pela oportunidade a cada novo dia de viver, aprender, por ouvir minhas preces, pelas bençãos proporcionadas, pelos caminhos impostos e pela força de prosseguir em cada um deles.

Aos meus pais, Cleide e Antonio, ao meu cachorro Bolt e ao Thor (in Memorian) pelo apoio, paciencia e conselhos proporcionados.

Aos meus familiares Tias, tios, primas, avó por todas as palavras de incentivo e de conforto.

Ao meu orientador, Professor José Aparecido Moreira, pela paciência, respeito, ensinamentos, pelas caronas e pela amizade.

À minha namorada, Leticia Aline, pela paciência, dedicação, conselhos, ajuda, preocupação e por tudo mais feito, que palavras não seriam capazes de expressar.

Ao Programa de Pós-Graduação em Produção Animal (PPGPA) pela oportunidade de me fazer crescer e também pela chance de alcançar maiores e melhores resultados na minha vida e no meu futuro.

Ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Suinocultura – GEPSUI em geral, por toda a ajuda proporcionada e conhecimentos trocados. Em especial Myllena Carmo pelas conversas e pela amizade construida.

A todos que contribuiram de alguma forma para a execução deste projeto e que não foram citados.

A CAPES pela concessão da bolsa. Meus mais sinceros agradecimentos.

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7 UTILIZAÇÃO DE CÁPSULAS DE ÓLEOS DE COCO E CÁRTAMO NA

ALIMENTAÇÃO DE SUINOS EM FASE DE PÓS-TERMINAÇÃO

Miranda, Vítor Magalhães De Mendonça Cunha. UTILIZAÇÃO DE CÁPSULAS DE ÓLEOS DE COCO E CÁRTAMO NA ALIMENTAÇÃO DE SUINOS EM FASE DE PÓS-TERMINAÇÃO. 2019. 73f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal: Nutrição de Não-Ruminantes) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba- RN, 2019.

RESUMO: Objetivou-se com este estudo avaliar a substituição da ractopamina por cápsulas de óleos de cártamo e coco na dieta de suínos em fase de Pós - Terminação. Foram utilizados 24 suínos, machos castrados, mestiços com peso médio de 98,70 ± 1,63 kg, distribuídos em delineamento em blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram divididos em: T1 – Ração basal (RB); T2 - RB + 10 ppm de Ractopamina; T3 - RB + Óleo de Cártamo e T4 - RB + Óleo de Coco. Foram avaliados os parâmetros de desempenho, viabilidade econômica, pesos dos órgãos, qualidade de carne e características de carcaça. Os dados foram avaliados pelo teste de Duncan a 5% pelo programa estatístico SAS, versão 8.0 (SAS, 2003). O óleo de cártamo apresentou os maiores valores de quantidade de carne na carcaça e peso de pernil, enquanto que o óleo de coco apresentou o maior valor de área de olho de lombo e menor de área de gordura, resultando numa relação carne: gordura superior aos demais. Na parte de Viabilidade Economica observou-se que a dieta controle apresentou menor custo por kg de ração (CR), enquanto que os menores valores da ração por kg de peso vivo do animal (VR) foram encontrados nos grupos alimentados com ractopamina e no grupo controle. Os altos valores observados nos óleos vegetais influenciaram negativamente nos resultados do Indice de Eficiencia Economica (IEE) de forma que os resultados obtidos mostraram uma menor eficiência quando comparados aos grupos controle e ractopamina, esse resultado pôde ser observado também no Indice de Custo (IC), devido à adição de óleos que aumentou significativamente as dietas. A utilização do óleo de coco na alimentação de suínos em pós-terminação apresentou melhores resultados de RCG e RCCF dos animais quando comparados com o óleo de cartamo e a ractopamina, podendo ser utilizado como uma fonte natural em substituição a ractopamina para produção de carne magra.

PALAVRAS CHAVE – Aditivos, Carcaça, Óleos Vegetais, Suinocultura, Viabilidade Econômica.

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USE OF COCONUT AND SAFFLOWER OIL CAPSULES IN THE

FEEDING OF SWINE IN POST FINISHING

Miranda, Vítor Magalhães De Mendonça Cunha. USE OF COCONUT AND CELLAR OIL CAPSULES IN THE FEEDING OF PIGS IN THE POST FINISHING. 2019. 73f. Dissertation (Master in Animal Production: Nutrition of Non-Ruminants) - Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2019.

ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the replacement of ractopamine by

capsules of safflower and coconut oils in the diet of pigs in post - termination phase. Twenty four castrated male pigs with an average weight of 98.70 ± 1.63 kg were distributed in a randomized block design with four treatments and six replications. The treatments were divided into: T1 - Basal diet (RB); T2 - RB + 10 ppm Ractopamine; T3 - RB + Safflower Oil and T4 - RB + Coconut Oil. Performance parameters, economic viability, organ weights, meat quality and carcass characteristics were evaluated. Data were evaluated by the 5% Duncan test by SAS statistical software, version 8.0 (SAS, 2003). Safflower oil presented the highest values of carcass meat quantity and ham weight, while coconut oil presented the highest value of loin eye area and lowest fat area, resulting in a meat: fat ratio higher than too much. In the Economic Viability part, it was observed that the control diet presented lower cost per kg of feed (CR), while the lowest values of feed per kg of live weight of the animal (RV) were found in the ractopamine-fed and in the group control. The high values observed in vegetable oils negatively influenced the Economic Efficiency Index (IEE) results so that the results obtained showed a lower efficiency when compared to the control and ractopamine groups, this result could also be observed in the Cost Index (CI), due to the addition of oils that significantly increased the diets. The use of coconut oil to feed post-finishing pigs showed better results of the animals' RCG and RCCF when compared to safflower oil and ractopamine and can be used as a natural source to replace ractopamine for lean meat production.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Composição Nutricional das rações experimentais para suínos em pós-terminação

41

Tabela 02. Desempenho dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais

44

Tabela 3. Pesos dos Órgãos dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais

44

Tabela 4. Qualidade de carne dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais

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Tabela 5. Parâmetros de carcaça dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais

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Tabela 6. Viabilidade Econômica dos suínos alimentados com ractopamina e óleos vegetais

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Estrutura química da ractopamina 18

Figura 02. Mecanismo de ação dos agonistas β-adrenérgicos 20

Figura 03. Acondicionamento Das Rações 61

Figura 04. Óleos De Cartamo E Coco 61

Figura 05. Local do Abate 61

Figura 06. Descanso Pre-Abate 61

Figura 07. Separação e Pesagem dos Órgãos 61

Figura 08. Ph e Temperatura Inicial 61

Figura 09. Ph e Temeperatura Final 62

Figura 10. Mensuração da Espessura de Toucinho 62

Figura 11. Desenhando a AOL 62

Figura 12. Desenho da AG e AOL 62

Figura 13. Cor e Marmoreio 62

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO

12

1. Introdução

13

2. Tendencia Mundial de Produção de Carne Suína

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3. Ractopamina

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4. Óleos Vegetais

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4.1. Óleo de Coco

22

4.2. Óleo de Cártamo

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5. Considerações Finais

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6. Referências

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CAPITULO II – ARTIGO PARA SUBMISSÃO

37

INTRODUÇÃO

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MATERIAL E MÉTODOS

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RESULTADOS

44

DISCUSSÃO

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CONCLUSÃO

54

REFERÊNCIAS

54

ANEXO A

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ANEXO B

61

ANEXO C

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13 1. INTRODUÇÃO

A suinocultura brasileira vem conquistando espaços tanto na produção nacional quanto na mundial, onde atualmente ocupa a quarta posição de maior produtor e exportador de carne suína e tendo um consumo per capita de 14,7 kg/habitante ano (ABPA, 2018).

O mercado externo atualmente tem exigido carcaças mais magras e com menor deposição de gorduras, dessa forma o Brasil que abatia normalmente animais com peso médio de 100 kg tem se adaptado a esta nova exigência ao mesmo tempo em que acompanha uma nova tendência mundial que é o animal tipo exportação (Pinto, 2018), que apresenta peso médio em torno de 130 kg (Brasil, 2000).

Um dos principais fatores que podem afetar a qualidade da carne suína é a dieta consumida pelo animal, pois através desta forma é possível enriquecer este produto com o oferecimento de uma dieta de boa qualidade e enriquecida para que esses nutrientes possam ser incorporados na carne (Moura et al., 2015).

Segundo Melo et al. (2014) a utilização de algum alimento ou produto na dieta, independente de nível ou tipo e inclusão, e ainda que altere significativamente a qualidade da carne ou não, será efeito desses parâmetros. Dessa forma a composição tem efeito sobre os diferentes cortes dos animais, e alguns dos principais componentes que sofrem essas variações são as concentrações de ácidos graxos, perfil lipídico e colesterol (Abreu et al., 2014).

Essas concentrações podem ser modificadas de acordo com a pratica de exercícios (Yamashita et al., 2008) ou mesmo através da manipulação da alimentação dos animais na forma de aditivos, alguns destes aditivos são chamados de promotores de crescimento, e tem sido utilizado com o objetivo de obter carcaças mais magras e pesadas (Corassa et al., 2010).

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14 Como um bom exemplo de aditivo pode-se destacar o papel da ractopamina, que teve o seu uso aprovado no Brasil, EUA, Canadá, e Austrália. (Ferreira et al., 2011). Entretanto, muitos países importadores da carne suína têm o uso desse aditivo proibido como: União Europeia, China e Rússia (Bridi et al., 2006). Assim se faz necessário a busca por aditivos que apresentem a mesma função da ractopamina e não ofereçam riscos aos consumidores.

Segundo Silva (2010), o uso de promotores de crescimento passou a ser considerado um produto de risco a saúde humana com o passar do tempo, isso se deu devido à presença de resíduos na carne e ao fortalecimento de bactérias patógenas ao ser humano. Dessa forma a utilização destes como aditivos na alimentação animal começaram a ser banidos. Visando buscar formas alternativas de melhorar o desempenho animal, começou-se a utilizar produtos de origem vegetal, para se obter melhores resultados e não afetar a saúde humana.

Alguns produtos como o óleo de coco e o de cártamo vem sendo utilizado no combate à obesidade humana, fruto de pesquisas desenvolvidas com animais, principalmente com ratos, Wistar e Sprague-Dawley (Camapanella et al., 2014; Resende et al., 2016). Esses óleos atuam no organimo acelerando o metabolismo, reduzindo a deposição de gorduras nos tecidos e contribuindo para o aumento de carne magra (Costa, 2017).

O óleo de coco é um produto natural e possui em sua composição aproximadamente 90% de ácidos graxos saturados (Debmandal e Mandal, 2011). Já o óleo de cártamo possui na sua composição, em maior parte, o acido graxo linoleico (Ômega 6) responsável por atuar no combate a hipertensão (Vosoughkia et al., 2011).

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15 O objetivo desta revisão é abordar a importância do uso da ractopamina na produção de suínos e avaliar a possibilidade de se estudar um produto alternativo para reduzir os impactos na produção pela possível retirada deste produto do mercado.

2. TENDENCIA MUNDIAL DE PRODUÇÃO DE CARNE SUÍNA

A suinocultura mundial tem passado por modificações ao longo dos anos na sua cadeia produtiva visando garantir um produto de boa qualidade. Por volta da década de 90 no Brasil, os abates dos suínos eram feitos com peso médio entre 90 a 100 kg, entretanto, nos últimos 20 anos tem sido observado uma relativa mudança na preferencia de abates de suínos no Brasil e no mundo, aumentando a busca por animais mais pesados, que passaram a ser abatidos entre 120-130 kg (Bertol et al., 2015). A utilização de animais pesados não era muito difundida devido aos poucos trabalhos sobre o manejo nutricional, tendo assim a ideia que quanto mais pesado, maior seria o teor de gordura da carcaça (Rosa et al., 2008).

Ligado a isso houve um aumento na produção e assim para atender o mercado externo tem-se utilizado os animais de pós-terminação que apresentam o peso acima de 100 kg, esse aumento no peso ao abate vai proporcionar uma redução nos custos de produção e um aumento na eficiência dos processos produtivos, uma maior diversidade de cortes e uma produção de cortes especiais e diferenciados (Santos et al., 2010).

Alguns cuidados devem ser tomados, visto que a curva de deposição de gordura é mais acentuada nessa fase, de forma que o excesso de energia consumida é depositado como gordura, elevando a porcentagem na carcaça. Enquanto que ocorre uma queda natural na taxa de deposição de músculo, fazendo com que a composição corporal seja alterada (Bertol et al., 2001). A utilização de animais com alto teor de gordura é desvalorizada pelo mercado consumidor, que tem atualmente buscado animais com um

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16 melhor acabamento, além de carnes mais magras. Dessa forma, faz-se necessário utilizar alternativas alimentares que possam reduzir a quantidade de gordura na carcaça do animal e aumentar a produção de tecido magro sem afetar seu desempenho.

Além dos problemas do aumento da gordura, outro ponto relevante é quanto à viabilidade econômica destas novas estratégias utilizadas para obter animais com menor quantidade de gordura, visto que os custos alimentares dentro de uma produção representam 60-70 %, além da questão ambiental oriundo dos dejetos dos animais, pois a produção de suínos hoje é considerada uma das maiores produtoras de poluentes (Pinto, 2018).

Através de pesquisas realizadas com os suínos no decorrer dos anos, foi possível observar que a junção de estratégias nutricionais e ações de melhoramento genético resultaram em animais mais magros, melhores conversões alimentares e com menos danos ao meio ambiente.

Segundo Pinto (2018), os suínos utilizados para terminação tiveram um melhoramento genético visando uma maior deposição de carne magra em detrimento da deposição de gordura. Este melhoramento dos suínos selecionados ao longo dos anos permitiu uma menor deposição de gordura nos animais em terminação do que os animais jovens, independente da quantidade de energia da ração. Além disso, foram selecionados os animais mais eficientes, que tivessem melhores conversões alimentares com o menor consumo de ração. Entretanto isto gerou uma maior vulnerabilidade a problemas sanitários, o que pode acarretar em menores consumos.

Os suínos que possuem genótipos com alto potencial para deposição de carne magra e baixo consumo voluntário, não apresentam respostas à restrição de energia, em qualquer peso, tendo um melhor desempenho e uma alta qualidade de carcaça (Bertol et al. 2001).

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17 Outro fator que contribuiu para a produção de animais mais pesados foram os avanços na nutrição animal, tendo exigências nutricionais adequadas para animais de pós-terminação e a elaboração de estratégias alimentares ajustadas a esse perfil, como a utilização de aditivos para ajudar na maior deposição de carne e menor deposição de gordura.

3. RACTOPAMINA

A ractopamina é mais comercializada na forma de cloridrato de ractopamina, que foi reconhecida como aditivo agonista β adrenérgico e passou a ser utilizada nas indústrias suinícolas pelo Food and Drug Administration (FDA) a partir de 1996 como um promotor de crescimento para a fase de terminação, sendo uma alternativa para aprimorar o desempenho e aumentar a produção de carne magra.

Com a liberação do uso da ractopamina no Brasil, ela passou a ser utilizada nas agroindústrias, colaborando para produção de carcaças bem-acabadas e mais pesadas, o que ajudou no desenvolvimento de cortes especiais, e o surgimento de produtos industrializados (Moraes et al., 2010). Porém, esse aditivo, possui seu uso proibido em 126 países, como por exemplo: os países da União Europeia, China, Japão e Rússia, que não utilizam e não aceitam o uso desse aditivo nos animais que importam, mesmo não havendo estudos que comprovem que a ractopamina seja ou não prejudicial à saúde humana. O Brasil e mais 26 países possuem legislações que permitem o uso da ractopamina como aditivo para a suplementação de dietas de suínos em terminação (Ferreira et al., 2011).

Mesmo nos países onde o uso da ractopamina é liberado, existem restrições da quantidade que se pode utilizar. O limite recomendado pelo Codex Alimentarius para a ractopamina no músculo de suíno é de 10 µg/kg, e o Brasil segue a mesma

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18 recomendação. Para a exportação, o limite estabelecido é de 0,1 µg/kg, determinado no Subprograma de Monitoramento em Carnes (Bovina, Aves, Suína e Equina) Leite, Pescado, Mel e Ovos (CODEX, 2010).

A indústria produz alguns compostos sintéticos com propriedades químicas, estruturais e farmacológicas semelhante à das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), que são utilizados para melhorar o desenvolvimento do animal e a composição da carcaça. Alguns desses compostos são a ractopamina, clembuterol, cimaterol e salbutamol que vão reagir com os receptores β-adrenérgicos na membrana das células (Squires et al., 1993). A ractopamina (Figura 1) é um agonista que pertencente ao grupo das fenetanolaminas, pertencente à classe de compostos que vão se ligar aos receptores α e β-adrenérgicos localizados na superfície da membrana celular (Palermo Neto, 2002).

Os receptores β podem ser dividem em: β1 – encontrados no coração, tecido adiposo e musculatura esquelética; β2 –encontrados no tecido adiposo e musculatura esquelética, e a β3 presente em todos esses, a proporção dos receptores se dá por 75%, 20% e 5% do total no organismo, respectivamente (Mersmann, 2002).

A utilização dos agonistas: Cimaterol, Ractopamina, Salbutamol e Clembuterol possuem especificidade para receptores β2, alguns destes produtos eram antes utilizados

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19 na medicina no combate a doenças bronconstritoras, já na área animal todos estes produtos tiveram ações comprovadas de atuação lipolítica e de aumento da produção de proteína no animal (Ramos et al., 2001; Costa et al., 2015a).

Esses receptores vão atuar como modificadores do metabolismo dos animais, atuando na divisão dos nutrientes, com aumento do crescimento e a deposição de tecido magro e reduzindo a síntese lipídica dos animais (Bridi et al. 2002), possibilitando um melhor ganho de peso, conversão alimentar e melhores características qualitativas de carcaça (Pereira et al., 2008).

O mecanismo de ação da ractopamina vai ocorrer com a ativação dos receptores específicos presentes na superfície das células musculares e adiposas do organismo, provocando várias reações bioquímicas no interior destas células. Uma dessas reações é a transformação dos sinais metabólicos das células adiposas e musculares, assim reduzindo a taxa de deposição de gordura e síntese dos ácidos graxos (Panisson et al., 2016).

Segundo Mersmann (1998), os receptores β presentes na membrana celular recebem sinais metabólicos oriundos das células musculares e adiposas, esta resposta gera um aumento de energia visando depositar na forma de tecido muscular ao invés de depositar na forma de gordura, visto que segundo Costa et al. (2015b), a síntese muscular é mais rápida que a síntese lipídica, e requisita apenas metade da quantidade de energia do tecido adiposo para depositar a mesma quantidade em tecido magro.

Toledo et al. (2016), afirmam que esta ativação se dá pela retenção e aumento da produção de tecido magro na membrana plasmática das células, assim o IGF-1 (Fator de crescimento semelhante à insulina-I) atua estimulando a síntese miofibrilar nas células musculares, resultando no aumento da musculatura do animal. Já Araújo et al. (2014), afirmam que a ação da ractopamina nos receptores β–adrenérgicos presentes no tecido

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2 0

20 adiposo dos suínos, segue os padrões apresentado pela ação das catecolaminas, onde na composição do mensageiro intracelular adenosina monofosfato cíclico (AMPc), que vai fosforilar a proteína quinase A (PKA), para que ocorra sua ativação. Com a proteína PKA ativa, ela vai ligar as enzimas lipolíticas que vão atuar na quebra das reservas de gordura do animal (Figura 2).

Segundo Gonzalez et al. (1993), a ação dos agonistas é feita através da Adenosina Monofosfato (AMPc), que promove respostas celulares como: estimulação de lipólise, inativação de enzimas lipogênicas, glicogenólise e relaxamento da musculatura lisa. Dessa forma, a produção de proteína se da por catabolismo e anabolismo da miofibrila, para isso é necessário que haja a síntese de tecido magro, a diminuição da degradação ou que aconteça ambos no organismo, assim os β-adrenérgicos atuam bloqueando a lipogênese e aumentando a lipólise.

Leal (2015), utilizaram diferentes níveis de ractopamina (0; 3; 6; 9; 12 e 15 ppm), em 30 fêmeas e 30 machos castrados, avaliou o peso final em kg dos animais e observaram um aumento linear (108,70; 109,97; 111,23; 112,50; 113,77; 115,04) e redução da conversão alimentar (3,33; 3,17; 3,01; 2,84; 2,68; 2,52), dos animais em função do aumento do nível de ractopamina utilizados.

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21 Resultados encontrados por Ferreira et al. (2011) e Garbossa et al. (2013) ao utilizarem níveis crescentes (0; 5; 10; 15 e 20 ppm) de ractopamina na alimentação de suínos machos castrados observaram aumento no peso final e redução da conversão alimentar dos animais, enquanto que Sanches et al. (2010) e Gonçalves et al. (2016) utilizando (0; 5; 10 e 20 ppm) não observaram diferenças quando avaliados o desempenho dos suínos machos castrados em terminação.

Ao se utilizar ractopamina e comparar entre as categorias animais, as fêmeas apresentam maior rendimento de carcaça quente em relação aos machos imunocastrados, porém esses apresentaram rendimento superior aos machos castrados. Com relação à carne magra, observaram-se maior deposição de carne magra nos machos imunocastrados e femeas do que nos machos castrados (Moraes et al., 2010). Resultados semelhantes foram encontrado por Agostini et al. (2011), tendo as fêmeas apresentado médias superiores aos machos castrados em relação ao peso de carcaça quente, peso de carcaça fria, comprimento de carcaça, área de olho de lombo, rendimento de carcaça, profundidade de músculo, quantidade de carne na carcaça e rendimento de carne na carcaça.

Athayde et al. (2012), ao utilizarem ractopamina (0; 5 e 10 mg/kg) em machos castrados e em fêmeas, e não observaram diferença significativa quando avaliados as características de pH e temperatura para os animais que foram suplementados com ractopamina em relação ao controle, resultados estes semelhantes ao encontrados por Costa e Silva et al. (2017), que utilizaram 7,5 ppm de ractopamina em dietas para fêmeas, machos castrados e imunocastrados e também não encontraram diferença significativa no pH das carcaças dos suínos avaliados.

Suínos na fase de terminação suplementados com 10 ppm de ractopamina, apresentaram aumentos de 1,32% no rendimento de carcaça, 21,4% na área de olho de

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22 lombo e 5,7%, no rendimento de carne (Amaral et al., 2009), enquanto que Hinson et al. (2011), utilizaram dietas de baixa, média e alta energia, junto com fornecimento de 7,4 ppm de ractopamina e observaram redução na medida de espessura de toucinho, na altura primeira vértebra e na última vértebra lombar.

Rodrigues (2013), avaliou o custo da ração com a adição de ractopamina e essa apresentou uma redução de custo de 4,71% quando comparada com a ração controle, mesmo tendo, a dieta com ractopamina um acréscimo de 30% no nível de lisina, alterando assim todos os outros aminoácidos, dessa forma a ração apresentou quantidades diferentes de ingredientes, principalmente quanto ao farelo de soja, contribuindo para que o custo da ração fosse menor quando comparada a ração controle.

4. ÓLEOS VEGETAIS

4.1 ÓLEO DE COCO

O coqueiro é uma palmeira perene originária do sudeste asiático, trazida ao Brasil através de colonizadores portugueses no século XVI, esta planta detém uma grande relevância entre as espécies perenes no mundo, visto que sua utilização garante renda para os produtores, sendo através da comercialização de frutos in natura ou industrializados na forma de coco seco maduro (responde por 85% da produção nacional), para o consumo humano ou para produção de seus derivados, como leite de coco, óleo, sabão e outros (Penha et al., 2010).

Segundo DebMandal e Mandal (2011), o óleo de coco possui em sua composição valores de aproximadamente 0,5% de ácido capróico (C6:0), 8% de ácido caprílico (C8:0), 6% de ácido cáprico (C10:0), 48% ácido láurico (C12:0), 17% de ácido

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2 3

23 mirístico (C14:0), 9% de ácido palmítico (C16:0), 3,5% de ácido esteárico (C18:0), 7% de ácido oleico (C18:1) e 1% de ácido linoleico (C18:2).

Devido a sua composição em ácidos graxos saturados, o óleo de coco é classificado como gordura saturada. Sabe-se que o nível de saturação determina a consistência da gordura em temperatura ambiente, ou seja, quanto maior o grau de saturação, maior a dureza da gordura. No entanto, o óleo de coco é uma exceção, pois apesar de ser altamente saturado, é líquido, devido à predominância de ácidos graxos de cadeia média (AGCM), que correspondem à maioria da sua composição (Costa et al., 2015a).

Os ácidos graxos de cadeia média diferem dos de cadeia longa, pois não necessitam da ação dos quilomicrons via sistema linfático para chegarem aos tecidos, estes percorrem diretamente pelo sistema portal com a ajuda da albumina, facilitando por sua vez a oxidação mitocondrial e a metabolização no figado (Figueiredo-Silva, 2012).

Durante a oxidação mitocondrial os ácidos graxos de cadeia média têm a sua entrada facilitada na mitocôndria por não serem dependentes da carnitina palmitoiltransferase-1 (CPT-1), essa enzima transforma o acido graxo em acil-CoA à acilcarnitina (Gao et al., 2013), dessa forma, não são depositados em adipócitos, não podendo assim aumentar peso do animal.

O óleo de coco surgiu com a premissa de ser um importante aliado no processo de combate à obesidade e ofertando saúde (Rodrigues, 2012). Entretanto, seu consumo deve ser feito com moderação, pois sua composição possui ácidos graxos saturados em quase sua totalidade, dessa forma, a ingestão em excesso pode levar a problemas relacionados a dislipidemias (Santos et al., 2012), podendo acarretar no desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Santos et al., 2013).

Quando aborda-se à dislipidemia, Roos et al. (2001) e Mensink et al. (2003), afirmam que gorduras saturadas ricas em acido láurico resultam um perfil menos

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24 favorável a ter problemas de saúde do que uma alimentação rica em gorduras ricas em ácidos graxos trans.

Segundo Oliveira et al. (2014), o acido láurico possui propriedades antibacterianas, antivirais e antiprotozoárias. Este ácido no organismo transforma-se em um monoglicerideo de nome monolaurina, e tem como função a destruição da capa lipídica de microorganismos como Influenza, HIV, Giardia, Staphylococcus aureus entre outros. Dessa forma, Silveira et al. (2005) afirmam que o acido láurico atua no combate de bactérias Gram negativas e positivas no corpo humano.

Os resultados encontrados por Santos et al. (2013), mostram que o óleo de coco através dos ácidos láurico, mirístico e palmítico conseguem aumentar os níveis de LDL-c e HDL-LDL-c. Enquanto que MiLDL-cha et al. (2010) desLDL-creve que o aLDL-cido esteáriLDL-co pode provocar diminuição do LDL-c e aumento do HDL-c.

Resende et al. (2016), ao utilizar óleo de coco para ratos sedentários e em exercício não observaram diferenças significativas entre os animais para ganho de peso e índice de Lee (avalia o grau de obesidade dos animais, semelhante ao IMC para humanos), entretanto, houve um aumento de produção de carne magra, tanto para os animais que estavam em estado de sedentarismo quanto para os praticantes de exercício físico, além de ter aumentado para ambos os casos os níveis de VLDL-c, HDL-c, triglicerídeos e ter garantido uma relação LDL-c/HDL-c de 0,6 e 0,2 pra sedentários e praticantes de exercício físico, respectivamente.

Dauqan et al (2011), ao utilizarem diferentes tipos de óleo (óleos de milho, coco, palma e palma vermelha) para ratos Sprague Dawley, constataram que a utilização do óleo de coco quando comparados ao grupo controle permitiram um maior ganho de peso, enquanto que Arunima e Rajamohan (2012) ao utilizarem óleos de coco, girassol,

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25 oliva e copra para ratos Sprague Dawley, onde não encontraram diferenças significativas quando avaliadas as modificações sobre os pesos dos animais.

Nguyen et al. (2004), observaram que ao utilizarem óleos de coco, linhaça e peixe na alimentação de leitões em crescimento, resultou num menor ganho de peso diário e peso final dos animais alimentados com o óleo de coco quando comparado com o óleo de linhaça. Os autores justificaram que a forma de absorção do óleo de coco, por possuir muitos ácidos graxos de cadeia media, ajudaram no processo de perda de peso, enquanto há uma predominância maior dos ácidos graxos de cadeia longa no óleo de linhaça, o que pode ter ajudado no processo de ganho de peso.

Assunção et al. (2009), ao fornecerem óleos de soja e coco para mulheres por 12 semanas, notaram que o óleo de coco permitiu uma maior perda de massa corporal, enquanto que, quando se avaliou as perdas de gordura abdominal destas mulheres, verificou-se que apenas o óleo de coco foi capaz de realizar estas perdas.

Khaw et al. (2018), ao utilizarem 50 gramas de óleos de coco, oliva e manteiga para homens e mulheres por 4 semanas relataram que a utilização do óleo de coco na alimentação dessas pessoas aumentou significativamente os níveis de HDL-c e de colesterol, sem aumentos significativos nos teores de LDL-c. Enquanto que para ganho de peso, perda de gordura corporal e abdominal não foram observadas diferenças entre os produtos utilizados.

4.2 ÓLEO DE CÁRTAMO

O óleo do cártamo é extraído da semente e da flor, ele possui em sua composição o ácido linoleico, um ácido graxo poliinsaturado ω-6 (70-85%), ácido oleico (16-20%) um ácido graxo poliinsaturado ω-9, ácido palmítico (6-8%) e ácido esteárico (2-3%) todos com tamanho longo de cadeia carbônica (Yeilaghi et al., 2012). Também apresenta na

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26 sua composição uma alta concentração de α-tocoferóis, sendo a Vitamina E um antioxidante natural que auxilia no combate ao envelhecimento e estresse oxidativo, além de melhorar o funcionamento do sistema imunológico (Vosoughkia et al., 2011).

Os principais benefícios do óleo de cártamo são: anti-inflamatório, antioxidante natural, atuação na perda da gordura através da aceleração do metabolismo e diminuição da atividade oxidativa, aumenta a tonicidade muscular e diminui o colesterol, atua na regularização do LDL e triglicerídeos e fortalece o sistema imunológico (Delshad et al., 2018).

A absorção deste óleo no organismo acontece de forma diferente do óleo de coco, visto que sua composição detem diferentes tamanhos de cadeia, ela se da após a absorção dos quilomicrons nos capilares, esses são enviados à linfa que sofrem ação da lipoproteína HDL, que tem como função a retirada de colesterol de vasos sanguineos (Schaefer et al., 1982; Havel, 1984). Os quilomicrons são enviados ao tecido adiposo pelo HDL e são metabolizados pela Lipase Lipoproteína (LPL), a LPL possui a função de realizar o armazenamento lipídico no tecido adiposo e no fornecimento de energia para o músculo (Ladu et al., 1991), atuando assim no ganho de peso do animal. Entretanto com a atuação do acido linoleico oriundo do óleo de cártamo, ocorre uma diminuição da atuação da LPL, dessa forma o corpo vai requisitar uma maior produção de energia para suprir as exigências.

Com o crescente aumento da exigência de energia do corpo, ocorre a ativação da Carnitina Palmitoiltransferase (CPT) no musculo (Park et al., 1999), a CPT possui a função no organismo de transportar a gordura para dentro das mitocôndrias. Dessa forma, o aumento da enzima CPT no organismo acarreta numa maior movimentação de energia para as células, assim aumentando a lipólise e gerando energia para organismo (Delshad et al., 2018).

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27 Giustina (2014), ao alimentar durante 7 dias ratas Wistar com óleos de coco, cártamo e frutose encontrou que a utilização destes produtos não foi capaz de modificar o peso corporal dos animais, o consumo alimentar, os parâmetros plasmáticos e o peso absoluto do tecido adiposo, coração, fígado e rins das ratas. Para estes resultados a autora justifica que a utilização de uma alimentação normolipídica pelo curto período de tempo pode não ter dado tempo para que modificações no desempenho e no plasma fossem feitas.

Campanella et al. (2014), ao utilizarem óleo de cártamo e alimentações normolipídicas e hiperlipídicas por 30 dias para ratos Wistar, encontraram que quando o óleo de cártamo era acrescentado na alimentação normo ou hiperlipídica, seu consumo alimentar era reduzido significativamente, e segundo a autora isso pode se dar pela sensação de saciedade que o cártamo induz no organismo humano. Enquanto que quando avaliado o ganho de peso dos animais observou-se que induzidos pelo menor consumo alimentar, os animais alimentados com cártamo em ambas às dietas detiveram os menores pesos corporais.

Altundag et al. (2013), ao utilizarem óleos de cártamo e peixe para peixes turbot encontraram que a utilização do óleo de cártamo permite adquirir melhores ganhos de peso, melhores valores de conversão alimentar e de taxa de crescimento especifico, além de maior porcentagem de proteína, lipídios e cinzas no músculo. Os dados de desempenho são justificados pelo autor que o turbot possui uma maior habilidade de aceitar óleos vegetais em detrimento de óleos de origem animal. Também foram reportados por este autor que o óleo de peixe possui maiores concentrações de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e no somatório de ácidos graxos poli-insaturados (Σn-6) quando comparado ao óleo de cártamo, entretanto quando avaliada a relação Ω3/ Ω6 foi constatado que não há diferença estatística entre os óleos.

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28 Waterman et al. (1975), ao utilizar sebo e óleo de cártamo por 28 dias para suínos, ratos e aves, observaram que para ratos o óleo de cártamo reduziu os níveis de triglicerídeos no plasma sanguíneo, aumentou o peso do fígado, reduziu os níveis de proteína solúvel do fígado, diminuiu a síntese de ácidos graxos no fígado, além de aumentar no tecido adiposo a sintetase dos ácidos graxos, carboxilase acetil coA e a síntese destes ácidos graxos. A estes resultados os autores explicam que para a redução dos níveis de triglicerídeos pode ter havido uma maior produção da lipase, o que acarretaria numa menor quantidade de triglicerídeos circulantes no sangue. Devido à composição do óleo de cártamo possuir ácidos graxos de cadeia longa na composição e ser absorvido via quilomicrons para deposição no tecido adiposo, observou-se que houve um maior efeito neste local de atuação.

Os autores observaram também que para aves a atuação do óleo de cártamo permitiu uma maior sintetase dos ácidos graxos no fígado. Para os suínos a utilização do óleo de cártamo resultou em aumento dos níveis de triglicerídeos no plasma sanguíneo, aumento no tecido adiposo da síntese e sintetase dos ácidos graxos, aumento da produção da enzima málica e de carboxilase Acetil-coA.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de óleos vegetais na alimentação dos animais de produção tem sido capaz de desencadear uma série de efeitos positivos no organismo, como: melhorias na saúde, diminuição da gordura corporal, aumento da produção de tecido muscular entre outros, além dessas melhorias a sua utilização é permitida para exportação da carne mundialmente, enquanto que a ractopamina por ser um produto sintético é considerado prejudicial à saúde humana por alguns países, sua utilização vem sendo proibida cada vez mais no mundo por conta das suposições que afetam a Saúde do animal, mesmo não

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29 havendo comprovação cientifica dos malefícios, assim são necessárias pesquisas voltadas para uma possível substituição deste produto por alternativos como o caso desses óleos vegetais.

6. REFERENCIAS

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37 CAPITULO 2 - UTILIZAÇÃO DE CÁPULAS DE ÓLEOS DE COCO E CÁRTAMO EM SUBSTITUIÇÃO A RACTOPAMINA PARA SUINOS EM FASE DE PÓS - TERMINAÇÃO

O artigo foi formatado de acordo com as normas para publicação na

Revista Brasileira De Zootecnia – RBZ, e adaptado para leitura de

dissertação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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38 INTRODUÇÃO

A carne suína é um dos alimentos mais apreciados no mundo, pois além de saborosa é muito nutritiva. Este produto se destaca também pela sua composição em aminoácidos, vitaminas do complexo – B, baixa concentração em sódio e em ácidos graxos poli-insaturados (Resende e Campos, 2015). Normalmente se comercializa no Brasil o suíno magro, abatido com peso até 100 kg, mas o mercado internacional tem preferência por animais mais pesados, acima de 130 kg (Pinto, 2018), porém, a partir dos 90 kg ocorre um aumento na taxa de deposição de gordura sendo necessario utilizar estrategias para reduzir essa deposição em suinos abatidos mais tardiamente (Bertol et al., 2001).

Além do melhoramento genético, há várias técnicas que podem auxiliar na produção de carne magra, como: uso de restrição alimentar e uso de aditivos (Zeng et al., 2015; Moreira et al., 2018). Os aditivos beta-adrenérgicos (Cimaterol, clembuterol, salbutamol e ractopamina), tem demostrado eficiência na redução da gordura na carcaça de suínos (Agostini, 2010), e a ractopamina vem sendo usada em alguns países como no Brasil, EUA e Canadá, levando a um aumento significativo na taxa de deposição de proteína na carcaça e redução na taxa de deposição de gordura, entretanto, a Europa, China e Rússia proíbem seu uso (Ferreira et al., 2011). Pesquisas com o intuito de encontrar um produto natural, que leve a redução do teor de gordura na carcaça, sem deixar resíduo na carne vem sendo amplamente desenvolvidas.

Alguns óleos vegetais podem alterar o metabolismo animal e levar a redução de gordura na carcaça, assim como ocorre em seres humanos (Costa, 2017). Dentre os óleos estudados se destacam os óleos de coco e cártamo, capazes de diminuir a gordura corporal em humanos, roedores e outros (Appletoon et al., 2015). Os óleos vegetais além de reduzirem a quantidade de gordura na carcaça podem enriquecer o produto,

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39 tornando-o mais saudável (Bertol et al ., 2015). Pesquisas demostram que o uso de óleos na dieta de animais não ruminantes pode auxiliar no controle da taxa de colesterol sanguineo, aumentando o HDL e diminuindo o LDL (Hann et al., 2014), o mesmo acontece com humanos.

Nesse contexto desenvolveu-se esta pesquisa visando avaliar os efeitos dos óleos de coco e cártamo, em substituição a ractopamina em dieta de suínos na fase de pós-terminação, sobre o desempenho, qualidade de carne, avaliação de carcaça, peso dos órgãos e viabilidade econômica.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Centro de Pesquisa e Manejo de suínos, que coordenadas de 5° 53' 7" S e 35° 21' 38" W. O projeto foi submetido e aprovado pela comissão de ética no uso de animais (CEUA) sob o registro de numero 002 – 2016.

Foram utilizados 24 suínos mestiços, machos castrados, oriundos de Pietrain, Large White e Landrace com peso médio inicial de 98,70 ± 1,63 kg. Os suínos foram alojados em galpão experimental, constituídos por baias com piso de concreto (2,76 metros de comprimento x 1,85 metros de largura), contendo comedouros semiautomáticos e bebedouros do tipo chupeta.

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro tratamentos e seis repetições. Este delineamento possui o modelo estatístico abaixo:

Xij  i  j  ij onde:

Xij  observação correspondente ao tratamento i no j-ésimo bloco;   média geral ao redor da qual encontram-se todos os valores de todas as observações; i  efeito do tratamento i;  j  efeito do j bloco;  ij  erro experimental associado a observação ij.

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40 Os tratamentos foram constituídos por uma dieta basal formulada à base de milho, farelo de soja e núcleo comercial para suínos em terminação. As dietas experimentais foram constituídas da seguinte maneira: T1 – Ração Basal (RB), T2 – RB (ajustada) + 10 ppm de Ractopamina, T3 – RB + cápsulas de óleo de coco, T4 – RB + cápsulas de óleo de cártamo.

As rações experimentais foram formuladas no programa prático de formulação de ração para suínos do excel, seguiu de acordo com a exigência nutricional para animais de desempenho médio em fase de pós-terminação e também as recomendações de Rostagno et al. (2011), conforme a Tabela 1. O ajuste da ração no tratamento com ractopamina se deu para atender as necessidades dos animais de acordo com a velocidade de crescimento.

As dietas e água foram oferecidas ad libitum e os óleos de coco e cártamo foram fornecidos via oral em forma de cápsulas de um grama (1g) cada, sendo três cápsulas fornecidas pela manhã e três à tarde (8:00 e 16:00, respectivamente), totalizando 6 capsulas por dia por animal.

O uso das cápsulas de óleos seguiu o padrão recomendado para os seres humanos, sendo oferecidas diretamente na boca do animal para garantir que a ingestão da quantidade de óleo recomendada realmente ocorresse.

As pesagens dos animais foram realizadas no início, meio e no final do experimento (dias 1, 14 e 28, respectivamente), as sobras das rações foram coletadas diariamente para avaliação dos parâmetros de desempenho, de ganho de peso diário (GPD), consumo de ração diário (CRD) e conversão alimentar (CA).

Após o período experimental os animais foram submetidos a jejum de sólidos por 8 horas, transportados em caminhão com carroceria simples para a Unidade de Processamento de Carne do município de Lagoa Salgada (RN), submetidos ao descanso

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41 pré-abate de 4 horas, totalizando 12 horas de jejum, em seguida foram insensibilizados por eletronarcose e submetidos à sangria por perfuração da veia jugular.

Tabela 01. Composição nutricional das rações experimentais para suínos em pós-terminação.

Ingrediente (g/kg-1) Ração basal (RB) Ração com Ractopamina

Milho 823,962 788,874 Soja 148,969 177,941 Núcleo1 25,000 25,000 L_Lisina 1,900 4,885 L_Treonina 0,168 1,800 L-Metionina 0,001 0,000 L_Triptofano 0,000 1,000 Ractopamina 10 ppm 0,000 0,500 Valores Calculados 1000 1000 Proteína Bruta 140 155 EM (kcal/kg) 3246 3232 Cálcio 6,61 6,66 Fósforo disponível 1,59 1,63 Sódio 1,65 1,64 Cloro 2,55 2,55 Lisina 6,91 9,88 Metionina 2,14 2,25 Treonina 4,63 6,47 Triptofano 1,25 2,33 Valina 5,78 5,78

1-Níveis de garantia por kg do núcleo comercial: cálcio (min) 240 g/kg; cálcio (máx) 245 g/kg; fósforo (min) 24,00 g/kg; sódio (min) 55 g/kg; ferro (min) 3, 200 mg/kg; cobre (min) 5,000 mg/kg; manganês (min) 1,275 mg/kg; zinco (min) 2,235 mg/kg; iodo (min) 25,50 mg/kg; cobalto (min) 12,70 mg/kg; selênio (min) 9,50 mg/kg; vitamina A (min) 182,800 ui/kg; vitamina D3 (min) 33,000 ui/kg; vitamina E (min) 722,00 ui/kg; vitamina k3 (min) 36 mg/kg; vitamina b1 (min) 28,0 mg/kg; vitamina b2 (min) 105,00 mg/kg; niacina (min) 630 mg/kg; ácido pantotênico (min) 360 mg/kg; vitamina B6 (min) 35,0 mg/kg; ácido fólico (min) 18 mg/kg; biotina (min) 1,80 mg/kg; vitamina B12 (min) 550 mcg/kg; colina (min) 5, 000 mg/kg e lincomicina 733,33 mg/kg. Óleo de cártamo: cada capsula contem 1000mg de óleo, fornecendo, aproximadamente, 9kcal, 1g de gorduras totais, 0,1g de gorduras saturadas, 750mg de Ácido Linoleico (ômega 6), 150mg de Acido oleico (ômega 9) e 2,5mg de Vitamina E. Óleo de coco: cada capsula contem 1000mg de óleo, fornecendo, aproximadamente, 9kcal, 1g de gorduras totais, 500mg de acido láurico, 250mg de acido miristico, 250mg de acido oleico (ômega 9).

Após a toalete e evisceração, foram aferidos o pH inicial e a temperatura inicial no musculo Longissimus dorsi, com o auxilio do phmetro portátil com eletrodo de inserção, modelo Meat pH Meter H1 99613 – Hanna Instruments, depois às carcaças foram serradas ao meio e realizou-se o peso de carcaça quente conforme metodologia descrita pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos – ABCS (1973) e foram avaliados o peso do fígado, coração, pulmão, rins, intestino e estomago.

Referências

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