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4 MATERIAL E MÉTODO

No documento UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO (páginas 29-77)

Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, descritivo, quantitativo.

Como fonte de dados foram utilizadas as fichas de notificação do SINAN, processa-das pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria municipal de Saúde de Bauru.

A Leishmaniose Tegumentar (LT) foi excluída do trabalho, bem como todas as fichas com endereços de residência em branco, incompletos ou com falhas que não permitiam a localização geográfica correta da residência da pessoa. Também foram excluídos todos os casos não autóctones e todos os casos suspeitos.

Foram analisados os casos confirmados autóctones de Leishmaniose Visce-ral (LV) humana de residentes no município, que foram notificados no Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação – SINAN e que tinham a data do início dos sintomas da doença entre 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2017, um período de 11 anos.

A coleta dos dados foi realizada nos meses de abril e maio de 2018, na Se-ção de Doenças Transmissíveis e Inusitadas à Saúde da Divisão de Vigilância Epi-demiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Bauru, utilizando senha de acesso aos dados do município ao sistema SINAN, fornecida pelo profissional responsável e autorizado da referida divisão.

Foi utilizada a Versão 5.0.0.0/Patch 5.3.0.0 do SINAN.

Foram analisados aspectos diversos da LV, sociodemográficos (sexo, faixa etária, local de residência), clínico-laboratoriais (sintomas, coinfecção com HIV, caso novo ou recidiva), epidemiológicos (comorbidades, tempo de início dos sintomas e autoctonia) e evolução (óbito, cura ou abandono).

O primeiro passo para realização do acesso ao SINAN deu-se por meio de identificação com “NOME DO USUÁRIO” e “SENHA”, conforme mostra a Figura 2.

Figura 2 – Tela de acesso ao SINAN

Fonte: Modificado a partir de SINAN NET (2018).

Após o acesso ser efetuado, obteve-se a tela com os menus, entre os quais foi escolhido a opção “FERRAMENTAS” e então “EXPORTAÇÃO (DBF)” – Figura 3.

Figura 3 – Tela com os menus e opções

Fonte: Modificado a partir de SINAN NET (2018).

Surgiu então a tela EXPORTAÇÃO com os seus menus em que foi assinalado a opção “Exportar dados de identificação do paciente”, indicado o período da pesquisa e em seguida assinalou-se a opção da doença a ser pesquisada, no caso

“LEISHMANIOSE VISCERAL” e para finalizar, clicou-se em “EXPORTAR” – Figura 4.

Figura 4 – Tela de exportação de dados

Fonte: Modificado a partir de SINAN NET (2018).

Os dados foram exportados para o disco rígido do computador em planilha de Excel. Foi acessado o disco local e localizado a pasta “SINANNET”, abriu-se a pasta

“BASE DBF” e em seguida, o arquivo “LEISHNET” e assim apareceu a tela “Importar arquivo de dados” com as opções de idiomas, foi selecionado o “PORTUGUÊS” e assim, os dados foram trabalhados conforme a necessidade – Figura 5.

Figura 5 – Tela para importação dos dados do disco local

Fonte: Modificado a partir de SINAN NET (2018).

A caracterização epidemiológica da LV foi feita por análise estatística dos casos confirmados e notificados no SINAN, por meio do sistema Epi Info™ para Windows, disponível gratuitamente na internet. A versão utilizada foi a EPI INFO™

en-US VERSION 7.1.5.2. CAPS (CDC.GOV, 2018).

O Epi Info é um software de domínio público projetado para a comunidade global de médicos e pesquisadores da saúde pública. Oferece ferramentas para elaboração de bases de dados e formulários de entrada de dados e análises estatísticas, com gráficos e mapas epidemiológicos. O Epi Info™ é usado em investigações de surtos, no desenvolvimento de sistemas de pequeno a médio porte de vigilância de doenças e na constante formação científica sobre os métodos de análise de epidemiologia e saúde pública em escolas de saúde pública em todo o mundo (CDC.GOV, 2018).

A figura 6 mostra a tela de aceso ao Epi info com a versão utilizada.

Figura 6 – Tela de acesso ao EPI Info

Fonte: Modificado a partir de Epi Info (2018).

O município de Bauru está localizado no interior do estado de São Paulo, a noroeste da capital do estado, distando desta cerca de 330 km. Possui uma população estimada de 371.690 hab., sendo o município mais populoso do centro-oeste paulista (IBGE, 2018).

Os dados da população geral estimada do município utilizados no estudo, foram levantados através de consulta ao portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018).

Para fins de atenção à saúde, em 2017, a Secretaria da Saúde do município iniciou o processo de territorialização da saúde, que ainda está em construção, con-siderando o disposto nas Políticas Nacionais de Atenção Básica (PNAB) e de Vigi-lância em Saúde (PNVS), dividindo virtualmente o município em quatro (4) macroter-ritórios e vinte e quatro (24) microtermacroter-ritórios. Em cada um dos macrotermacroter-ritórios, existe uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O macroterritório 1, também chamado de Sul, abrange as regiões sul, sudoeste e oeste do município e é formado por seis microterritórios, sendo, uma Unidade de Saúde da Família e cinco Unidades Básicas de Saúde e atende uma população estimada de 82.106 habitantes. Já o macroterri-tório 2, também chamado de Noroeste, abrange as regiões noroeste e centro e é formado por sete microterritórios, sendo, duas Unidades de Saúde da Família e cin-co Unidades Básicas de Saúde e atende uma população estimada de 144.156 habi-tantes. O macroterritório 3, também chamado de Norte, abrange as regiões norte e leste e também é formado por sete microterritórios, sendo, três Unidade de Saúde da Família e quatro Unidades Básicas de Saúde e atende uma população estimada de 61.516 habitantes e por fim o macroterritório 4, também chamado de Sudeste, que abrange a região sudeste e é formado por somente quatro microterritórios, sen-do tosen-dos Unidades Básicas de Saúde e atende uma população estimada de 83.912 habitantes (BRASIL, 2018; IBGE, 2017; BAURU, 2018).

Os dados estimados da população geral dos macroterritórios foram forneci-dos pelo Grupo de Estudo e Desenvolvimento da Territorialização da Secretaria Mu-nicipal de Saúde de Bauru e são baseados em dados do Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE, 2017; BAURU, 2018).

Entende-se processo de territorialização como, um meio operacional para o desenvolvimento do vínculo entre os serviços de saúde e a população, permitindo

sua aproximação para o entendimento dos problemas e necessidades de saúde do território onde estão inseridos (BRASIL, 2018).

Segundo o Ministério da Saúde, 2018, o território vai além das questões ge-ográficas e inclui o conjunto de relações sociais, comportamentais e psicológicas que o indivíduo estabelece, é um espaço dinâmico, onde as pessoas estudam, tra-balham, estabelecem relações e redes sociais, mantêm estilos de vida, hábitos, crenças e sua cultura.

Contudo, a territorialização tem como objetivo permitir aos serviços de saúde identificar junto as comunidades nas quais atuam, o seu papel como promotora da saúde, criando estratégias que norteiam as ações de atenção, assistência e vigilân-cia em saúde de acordo com as diversas realidades das comunidades das áreas de responsabilidades das equipes (BRASIL, 2018).

A Figura 7 ilustra as regiões abrangidas por cada macroterritório.

Figura 7 – Representação dos macroterritórios, seus microterritórios e população atendida.

UBS Europa USF Dutra UPA Ipiranga

Macroterritório 2

USF Sta Edwirges UPA Bela Vista

Fonte: BAURU, 2018; elaborada pela autora.

A caracterização demográfica foi realizada por inserção dos locais de residência (logradouro e bairro) dos casos confirmados no mapa geográfico de Bauru, utilizando o software BatchGeo, de acesso gratuito pela internet. A versão utilizada neste trabalho foi a BatchGeo LLC 2018.

O BatchGeo cria um mapa a partir de uma lista de múltiplas localizações. Usa endereços, códigos postais ou coordenadas e os localiza no Google Maps, sendo possível a localização geográfica dos casos de LV humana no município de Bauru e a visualização dos locais de maior ocorrência (BATCHGEO, 2018).

A Figura 8 mostra a tela inicial do BatchGeo, em que inicialmente clicou-se

como os endereços seriam identificados no mapa (Figuras 9 e 10) e finalizamos clicando em “mapear agora”.

Figura 8 – Tela inicial do bathgeo

Fonte: Modificado a partir de Batchgeo (2018)

Figura 9 – Localizando os endereços

Fonte: Modificado a partir de Batchgeo (2018)

Figura 10 – Forma de identificação dos grupos no mapa

Fonte: Modificado a partir de Batchgeo (2018)

Em seguida, o BatchGeo mostrou a tela com o título do mapa e o campo para inserção do endereço de e-mail para o envio do mapa pronto, conforme ilustra a Figura 11. Clicou-se em “Salvar Mapa” para finalizar.

Figura 11 – Tela para inserir título e endereço de e-mail

Fonte: Modificado a partir de Batchgeo (2018)

O BatchGeo enviou o mapa pronto com o link para acesso, ao e-mail indicado (Figura 12). Ao clicar no link indicado, acessou-se o mapa por meio da opção

“Editar” e o mesmo aparece, conforme ilustrado na Figura 13.

Figura 12 – Acessar o mapa criado através do e-mail

Fonte: Modificado a partir de Batchgeo (2018)

Figura 13 – Tela imagem Google maps com o mapa criado

Fonte: Elaborada pela autora.

Ao aproximar a imagem, pode-se visualizar cada um dos macroterritórios, os bairros e as ruas e a quantidade de casos por rua, conforme ilustrado na Figura 14.

Figura 14 – Mapa com imagem aproximada para ter acesso ao macroterritório

Fonte: Elaborada pela autora.

Por meio dos mapas e resultados estatísticos gerados foi possível estabele-cer uma interpretação e análises aestabele-cerca da situação atual da LV no município.

A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Univer-sidade do Sagrado Coração em 06 de março de 2018, sob o nº 82894018.9.0000.5502 (ANEXO A) e autorizada pela Comissão Científica da Secre-taria Municipal de Saúde de Bauru no dia 02 de abril de 2018 (ANEXO B).

5 RESULTADOS

No período de onze anos, de 2007 a 2017 foram confirmados 400 casos au-tóctones de leishmaniose visceral (LV) humana na cidade de Bauru com a ocorrên-cia de 26 óbitos, o que leva o município a uma taxa de letalidade pela doença de 6,5% e uma média de mortalidade de 0,66 por 100.000 habitantes (‰00 hab.), con-forme mostra a Tabela 1 (apêndice A).

O ano com a maior incidência de casos foi 2008, 22,21‰00 hab., com 79 ca-sos confirmados, 19,75% do total no período pesquisado, e foi também o com a maior ocorrência de óbitos, 8 óbitos (30,76%), com uma mortalidade de 2,24 ‰00 hab. e letalidade de 10,13%.

Em 2008 apesar da ocorrência de casos ter sido 49,37% maior que a de 2007, a letalidade no ano foi menor, 10,13% em 2008 e 15,38% em 2007, o número de óbitos em 2007 foi 6 (de 39 casos) e em 2008 foi 8 (de 79 casos).

A ocorrência de casos apresentou uma queda de 46,8% de 2008 para 2009 e o número de óbitos também diminuiu, passando de 8 óbitos em 2008 para 1 em 2009. Em 2010 a ocorrência de casos manteve-se em queda e a letalidade estável.

Em 2011, a incidência da doença voltou a subir, indo de 10,46‰00 hab. em 2010 para 12,71‰00 hab.. Também em 2011 ocorreram 5 óbitos, elevando a letalidade para 11,36%, sendo maior até que em 2008 (10,13%), ano que haviam sido registrados a maior incidência de casos e de óbitos no município.

A partir de 2012, a ocorrência de casos entrou em declínio, de 36 casos em 2012, a cidade passou para 17 casos em 2016, uma redução de 47,22%, mas em 2017 a ocorrência de casos voltou a subir, passando para 24 casos, um aumento de 29,17% quando comparado a 2016, com uma incidência de 6,45‰00 hab.

O número de óbitos também caiu a partir de 2012 quando comparado a 2011, de 5 em 2011, com letalidade de 11,36% para 1 óbito em 2012 e letalidade de 2,78%. Em 2014, o número de óbitos subiu para 2 e a letalidade para 7,14%, sendo que em 2015 e 2016 a cidade não registrou nenhum óbito por LV. Em 2017, 1 óbito foi registrado, elevando a letalidade de zero para 4,17%.

Quanto a mortalidade por LV, foi maior em 2008 (2,24‰00 hab.) e 2007 (1,72‰00 hab.), com um aumento importante em 2011 (1,44‰00 hab.), quando comparado a 2009 (0,27‰00 hab.) e 2010 (0,29‰00 hab.).

O Gráfico 1 mostra a frequência absoluta de casos e a taxa de letalidade da doença por ano em Bauru.

Gráfico 1 – Frequência absoluta de casos e taxa de letalidade por ano em Bauru

Fonte: Elaborado pela autora.

O Gráfico 2 e a tabela 2 (apêndice B) mostram a distribuição dos casos de LV nos quatro macroterritórios. O macroterritório 1 (Sul) foi o que teve a maior incidên-cia de casos, 14,86 por 10.000 habitantes (‰0 hab). O segundo macroterritório com maior incidência foi o 3 (Norte), 12,19‰0 hab., seguido pelo macroterritório 2 (Noro-este) com incidência de 10,61 ‰0 hab. e do macroterritório 4 (Sudeste), com a me-nor incidência de casos, 5,84‰0 hab.

Somente um caso (0,25%) era de residente em zona rural, não sendo possí-veis os cálculos de incidência, mortalidade e letalidade nesta região.

Ainda de acordo com o Gráfico 2 e a tabela 2 (apêndice B), o maior número de óbitos por LV ocorreu no macroterritório 2, 46,15% (12) do total de óbitos, sendo também o com a maior letalidade, 7,84% e mortalidade de 0,49‰0 hab. No macroter-ritório 1 ocorreram 9 óbitos (34,62%), com maior mortalidade, 1,1‰0 hab. e letalida-de letalida-de 7,38% e no macroterritório 3 ocorreram 3 óbitos (11,54%), com uma mortali-dade de 0,49‰0 hab. e letalidade de 4%. Já no macroterritório 4 ocorreram 2 óbitos, com a menor mortalidade 0,24‰0 hab. e letalidade de 4,08%.

Gráfico 2 – Incidência de casos, taxa de letalidade e mortalidade por macroterritório

Fonte: Elaborado pela autora.

A Figura 15 abaixo mostra os 400 casos de LV distribuídos nos quatro macro-territórrios e ilustrado no mapa do município de Bauru. Os pontos em verde repre-sentam os casos que ocorreram no macroterritório 1, onde podemos notar uma ele-vada ocorrência de casos, os pontos em vermelho representam os casos do macro-território 2, onde também notamos uma elevada ocorrência de casos, os amarelos os que ocorreram no macroterritório 3, os azuis os do macroterritório 4, estes dois com uma menor ocorrência de casos e o único em roxo representa o caso da zona rural.

Já as Figuras 16 a 19 mostram a distribuição dos casos nos macroterritórios correspondentes, com a indicação dos bairros de abrangência.

Figura 15 – Caracterização demográfica da LV nos macroterritórios

Fonte: Elaborada pela autora.

Figura 16 – Caracterização demográfica da LV no macroterritório 1

Fonte: Fonte: Elaborada pela autora.

Figura 17 – Caracterização demográfica da LV no macroterritório 2

Fonte: Elaborada pela autora.

Figura 18 – Caracterização demográfica da LV no macroterritório 3

Fonte: Elaborada pela autora.

Figura 19 – Caracterização demográfica da LV no macroterritório 4

Fonte: Elaborada pela autora.

Conforme mostra a Tabela 3 (apêndice C) e o Gráfico 3, quanto à faixa etária, 20,50% (82) dos casos tinham de 1 a 4 anos, 15,5% (62) tinham de 5 a 15 anos, 13,5% (54) de 45 a 54 anos, 12% (48) tinham de 35 a 44 anos e 11% (44) de 25 a 34 anos. As menores ocorrências de casos foram registradas entre os que tinham 65 anos e mais, 4,5% (18), de 55 a 64 anos, 5,5% (22) e os que tinham de 15 a 25 anos e os menores de 1 ano, com 8,75% (35) dos casos cada.

A faixa etária mais predominante nos casos do sexo masculino foi a de 45 a 54 anos, 17,51 % (45) e no sexo feminino foi a de 1 a 4 anos, 32,17% (46). A segunda faixa etária mais predominante no sexo masculino foi a de 35 a 45 anos, 16,73% (43) e no sexo feminino a de 5 a 14 anos, 23,78% (34). As outras faixas etárias em ordem decrescente de ocorrência de casos foram de 14,01% (36) de 1 a 4 anos no sexo masculino e 13,29% (19) de 25 a 34 anos no sexo feminino, seguida da de 5 a 14 anos, 10,89% (28) no sexo masculino e de menor de 1 ano e de 15 a 24 anos, 6,99% (10) cada no sexo feminino e das menores de 1 ano, 15 a 24 anos e 25 a 34 anos, 9,73% (25) cada no sexo masculino e da de 45 a 54 anos, 6,29% (9) no sexo feminino. As faixas etárias com as menores ocorrências de casos foram as de 55 a 64 anos 6,61% (17) no sexo masculino, de 35 a 44 anos, 55 a 64 anos e 65 anos e mais, 3,50% (5) cada no sexo feminino, seguida das de 65 anos e mais, 5,06% (13) no sexo masculino.

Pode-se notar que existe uma maior ocorrência de casos nas crianças de 1 a 14 anos. No sexo feminino a maior ocorrência de casos é nas crianças até 14 anos

(90) e no sexo masculino a ocorrência é maior em adultos acima de 25 anos (143), conforme mostra o Gráfico 3.

Gráfico 3 – Proporção (%) de casos por faixa etária

Fonte: Elaborado pela autora.

A Tabela 4 mostra que dos 400 casos autóctones confirmados de LV em Bauru no período analisado, 64,25% (257) eram do sexo masculino e 35,75 % (143) do sexo feminino.

Metade dos acometidos era da cor branca, 50% (200), cor também predominante no sexo masculino, 48,25% (124) e no feminino 53,15% (76). A cor parda está representada em 28% (112) dos casos e a preta em 20,25% (81), ainda conforme a Tabela 4.

A tabela mostra também que a maioria possuía ensino fundamental incompleto, 37,5% (150), a mesma escolaridade predominante no sexo masculino, 41,25% (106), sendo que no sexo feminino a escolaridade predominante foi a não se aplica, 43,36% (62), justificada pelo predomínio da doença neste sexo na faixa etária de 1 a 4 anos.

Ainda em relação a tabela 4, quando analisamos se os acometidos eram gestantes, observamos o predomínio de não se aplica em 85,5% (342) dos casos, 13% (52) não eram gestantes e somente 0,75% (3) eram gestantes.

Quanto à coinfecção pelo HIV, 55% (220) dos casos não eram infectados pelo vírus, 23,50% (94) eram HIV positivo e em 21,50% (86) esta informação era ignorada. No sexo feminino o número de casos ignorados para coinfecção pelo HIV foi maior que o de casos HIV positivos, 31,47% (45) e 15,38% (22) respectivamente.

Dos 400 casos de LV humana confirmados, 90,25% (361) eram casos novos e 9,75% (39) eram recidivas, mostra ainda a Tabela 4.

Tabela 4 – Frequência e proporção (%) de LV, segundo sexo, raça/cor da pele, escolaridade, coinfecção com HIV, gestação e tipo de entrada

“Continuação”

Tabela 4 – Frequência e proporção (%) de LV, segundo sexo, raça/cor da pele, escolaridade, coinfecção com HIV, gestação e tipo de entrada

NÃO SE APLICA 257 (100) 85 (59,44) 342 (85,5)

IGNORADO 0 (0) 3 (2,1) 3 (0,75)

TIPO DE ENTRADA

CASO NOVO 227 (88,33) 134 (93,71) 361 (90,25)

RECIDIVA 30 (11,67) 9 (6,29) 39 (9,75)

Fonte: Elaborada pela autora.

Já a Tabela 5 (apêndice D) e o Gráfico 4 mostram as manifestações clínicas da doença (sintomas) apresentadas. A febre foi o sintoma mais evidente, 89,5%

(358), 93,01% (133) dos casos no sexo feminino e 87,55% (225) no sexo masculino seguida da palidez, 79,5% (318), 84,62% (121) no sexo feminino e 76,65% (197) no sexo masculino, do aumento do baço, 77,75% (311), 86,01% (123) no sexo feminino e 73,15% (188) e da fraqueza, 75% (300), 75,52% (108) no sexo feminino e 74,71%

(192) no sexo masculino. O aumento do fígado aparece logo em seguida com 71,5%

(287), 76,22% (109) no sexo feminino e 69,26% (178) no sexo masculino, seguido do emagrecimento com 67% (268), 67,13% (96) no sexo feminino e 66,93% (172) no sexo masculino. Estes seis sintomas são descritos em vários estudos como sendo os mais comuns nesta doença e neste estudo parece ser mais evidente no sexo feminino.

As outras manifestações clínicas apresentadas foram, a tosse que apareceu em 48,25% (193) dos casos, 47,55% (68) dos casos do sexo feminino e 48,64%

(125) do sexo masculino, seguido de outros sintomas, 32,25% (129), 28,67% (41) no sexo feminino e 34,24% no sexo masculino, dos fenômenos hemorrágicos, 14,25%

(57), 9,79% (14) no sexo feminino e 16,73% (43) no sexo masculino, da icterícia, 12,5% (50), 12,59% (18) no sexo feminino e 12,45% (32) no sexo masculino e do edema, com 11,75% (47), com 6,29% (9) no sexo feminino e 14,79% (38) no sexo

masculino. Estas cinco últimas manifestações clínicas, neste estudo parecem ser mais evidentes no sexo masculino.

Gráfico 4 – Proporção (%) dos sinais clínicos da doença por sexo

Fonte: Elaborado pela autora.

A tabela 6 mostra que dos casos novos, 16,62% (60) eram HIV positivo, sendo 73,33% (44) do sexo masculino e 26,67% (16) do sexo feminino, já nas recidivas, 87,18% (34) eram HIV positivo, sendo 82,35% (28) do sexo masculino e 17,65% (6) do sexo feminino. Já nos casos HIV negativo, 59,83% (216) eram casos novos, sendo 62,56% (142) do sexo masculino e 55,22% (74) do sexo feminino e nas recidivas, somente 12,26% (4) eram HIV negativo, sendo 6,67% (2) do sexo masculino e 22,22% (2) do sexo feminino. Nos casos novos, 23,55% (85) a informação sobre coinfecção com HIV era ignorada, sendo 18,06% (41) do sexo masculino e 32,84% (44) do sexo feminino e nas recidivas, em somente 2,56%(1) caso do sexo feminino a informação era ignorada.

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FEMININO MASCULINO

Tabela 6 – Frequência e proporção (%) de coinfecção pelo HIV por tipo de entrada HIV / ENTRADA CASO NOVO (%) RECIDIVA (%) TOTAL (%) MASCULINO

POSITIVO 44 (19,38) 28 (93,33) 72 (28,02) NEGATIVO 142 (62,56) 2 (6,67) 144 (56,03) IGNORADO 41 (18,06) 0 (0) 41 (15,95) TOTAL 227 (100) 30 (100) 257 (100) FEMININO

POSITIVO 16 (11,94) 6 (66,67) 22 (15,38) NEGATIVO 74 (55,22) 2 (22,22) 76 (53,15) IGNORADO 44 (32,84) 1 (11,11) 45 (31,47) TOTAL 134 (100) 9 (100) 143 (100) Fonte: Elaborada pela autora.

Quanto à evolução dos casos, a tabela 7 (apêndice E) e o Gráfico 5 mostram que 90,5% (362) foram curados, 6,5% (26) foram a óbito por LV, 1,25% (5) foram a óbito por outras causas que não LV e 0,5% (2) abandonaram o tratamento. Todos os que abandonaram o tratamento eram do sexo feminino. Somente um caso (0.25%), de um homem, foi transferido para acompanhamento em outro município e em 1%

(4) dos casos a evolução foi ignorada.

A tabela 7 (apêndice E) e o Gráfico 5 mostram ainda que tanto no sexo masculino quanto no feminino, a cura foi a evolução predominante, com 93,7% (134) dos casos no sexo feminino e 88,72% (228) no masculino.

Gráfico 5 - Proporção (%) da evolução dos casos por sexo

Fonte: Elaborado pela autora.

De acordo com a tabela 8, quando se analisa a evolução dos casos pelo tipo de entrada, dos casos novos, 91,09% (327) foram curados, 6,68% (24) foram a óbito por LV, 1,39% (5) foram a óbito por outras causas, 0,56% (2) abandonaram o tratamento e 0,28% (1) foi transferido para outro município. Já das recidivas, 94,59%

(35) foram curados e 5,41% (2) morreram por LV.

A tabela 8 mostra também que o percentual de cura no sexo feminino, 93,28% (125) no caso novo e 100% (9) na recidiva, é maior que no sexo masculino que é de 89,78% (202) no caso novo e de 92,86% (26) na recidiva. O percentual de óbito por LV foi menor no sexo feminino que no sexo masculino, 5,23% (7) e 7,55%

(17) respectivamente, nos casos novos e na recidiva do sexo feminino não ocorreu óbito, enquanto no sexo masculino na recidiva o percentual de óbito por LV foi de 7,14% (2).

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Tabela 8 – Frequência e proporção (%) da evolução dos casos por tipo de entrada 1,06% (1) abandonaram o tratamento e em 3,19% (3) a evolução do caso é desco-nhecida, conforme mostra a tabela 9. Dos casos novos em HIV positivo, 76,66% (46) foram curados, 13,33% (8) morreram por LV, 6,67% (4) morreram por outras causas, 1,67% (1) abandonaram o tratamento e na mesma quantidade a evolução é desco-nhecida. Já nos casos de recidiva em HIV positivo, 91,18% (31) evoluíram para cura, 2,94% (1) foi a óbito por LV e em 5,88% (2) a evolução é ignorada.

Tabela 9 – Proporção da evolução dos casos em HIV positivo pelo tipo de entrada

HIV+/ EVOLUÇÃO CASO NOVO (%) RECIDIVA (%) TOTAL (%)

CURA 46 (76,66) 31 (91,18) 77 (81,91)

ABANDONO 1 (1,67) 0 (0) 1 (1,06) ÓBITO POR LEISHMANIOSE 8 (13,33) 1 (2,94) 9 (9,58) ÓBITO POR OUTRAS CAUSAS 4 (6,67) 0 (0) 4 (4,26)

IGNORADO 1 (1,67) 2 (5,88) 3 (3,19)

TOTAL 60 (100) 34 (100) 94 (100)

Fonte: Elaborada pela autora.

Foi analisado também o intervalo entre o início dos sintomas e o início do tra-tamento do paciente, obtendo-se o seguinte resultado: Dos 400 casos confirmados, 374 (93,5%), tinham a data do início do tratamento descrita na ficha de notificação e 26 (6,5%) não continham esta informação e foram excluídos desta análise. A média temporal entre o início dos sintomas e o início do tratamento foi de 47,34 dias, com desvio padrão de 58,95 dias, sendo o tempo mínimo para o início do tratamento

Foi analisado também o intervalo entre o início dos sintomas e o início do tra-tamento do paciente, obtendo-se o seguinte resultado: Dos 400 casos confirmados, 374 (93,5%), tinham a data do início do tratamento descrita na ficha de notificação e 26 (6,5%) não continham esta informação e foram excluídos desta análise. A média temporal entre o início dos sintomas e o início do tratamento foi de 47,34 dias, com desvio padrão de 58,95 dias, sendo o tempo mínimo para o início do tratamento

No documento UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO (páginas 29-77)

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