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Efeito da Restrição Pré e Pós Natal Sobre o Crescimento e Desempenho de Cordeiros Santa Inês

5 MATERIAL E MÉTODOS 5.1 Local, período, animais e instalações

O experimento foi conduzido no Setor de Ovinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), no período de março de 2000 a novembro de 2001.

Foram utilizados 68 cordeiros da raça Santa Inês, sendo 24 cordeiros crias de ovelhas que sofreram restrição energética durante o terço final da gestação e o restante, proveniente de ovelhas que não sofreram qualquer tipo de restrição durante a gestação. No grupo de cordeiros nascidos de fêmeas que não sofreram restrição durante a gestação, os animais foram novamente divididos em dois grupos: um grupo recebeu alimentação à vontade e o outro recebeu alimentação restrita, para que pudessem ser identificados os efeitos tanto da restrição pré quanto pós-natal.

Assim, os tratamentos foram compostos por três grupos de cordeiros: um grupo que sofreu restrição pré-natal, um grupo que sofreu restrição pós-natal e um grupo que não sofreu nenhum tipo de restrição (cordeiros controle), sendo que dentro de cada grupo os animais foram abatidos em diversos pesos, conforme descrito na Metodologia Geral (Capítulo 1).

5.2 Manejo dos cordeiros

Ao nascer os cordeiros permaneceram com suas mães durante três dias para poderem mamar o colostro e depois deste período foram separados e alojados em baias individuais, onde foram amamentados artificialmente até os 60 dias de idade.

Além do sucedâneo do leite, os animais tiveram acesso à dieta experimental, a qual foi balanceada segundo as recomendações do ARC (1980), sendo fornecida duas vezes ao dia. Os animais dos grupos controle e restrição

pré-natal receberam sucedâneo do leite à vontade e ração em quantidade para permitir uma sobra de 30% do total de ração oferecida, enquanto os animais do grupo de alimentação restrita receberam quantidades de sucedâneo e ração para proporcionar um ganho de 150 g/dia. A composição do sucedâneo e da dieta experimental estão descritas na Metodologia Geral (Capítulo 1).

O controle do consumo do sucedâneo e da dieta experimental foi feito diariamente e o controle do desenvolvimento dos animais foi feito através de pesagens semanais e pesagens em dias específicos, conforme descrito na Metodologia Geral (Capítulo 1).

5.3 Avaliação do desempenho dos animais

O desempenho dos animais foi avaliado em duas fases específicas: antes e após o desmame. Durante a fase de aleitamento o desempenho dos animais foi avaliado através do peso ao nascer, peso aos 15 dias, peso ao desmame, consumo do sucedâneo do leite e ganho de peso médio.

Após o desmame o desempenho dos animais foi avaliado através do consumo médio de ração, consumo total de ração, consumo de MS/kg PV0,75, consumo de EM/kg PV0,75, consumo de PB/kg PV0,75, consumo de FDN/kg PV0,75, idade ao abate , ganho de peso médio diário e conversão alimentar dos cordeiros em cada tratamento.

5.4 Avaliação do crescimento dos animais

O crescimento dos animais também foi avaliado em duas fases distintas: antes e após o desmame. A curva de crescimento dos animais lactantes foi obtida utilizando-se o peso ao nascer de todos os animais e os pesos aos 3, 10, 15 e 60 dias dos animais que não foram abatidos ao nascer.

A curva de crescimento dos animais após a fase de aleitamento foi obtida utilizando-se a idade e peso ao desmame e ao abate dos animais abatidos com 15, 25, 35 e 45 kg de peso vivo.

5.5 Período e Delineamento Experimental

Na fase dos cordeiros lactantes o período experimental teve a duração de 57 dias, correspondendo à entrada dos animais com três dias de idade até o desmame aos 60 dias. Já na fase após o desmame, o período experimental não teve duração pré-fixada, pois correspondeu ao período necessário para que os animais atingissem o peso pré-determinado para o abate.

As variáveis peso ao nascer, peso aos 15 dias, peso ao desmame, consumo de sucedâneo e ganho de peso dos cordeiros lactantes foram analisadas através de um delineamento experimental inteiramente casualizado, com 3 tratamentos e 24 repetições para o peso ao nascer, 16 repetições para peso ao desmame e 20 repetições para as demais variáveis, sendo que cada animal representou uma unidade experimental.

Estas variáveis foram analisadas utilizando o seguinte modelo estatístico:

Υ

Υij = µµ + ααi + ξξij , em que:

Yij os valores observados para as variáveis supracitadas no nível i de

tratamentos de restrição, na repetição j

µµ a média geral;

ααi o efeito do nível i de tratamentos (i = 1,2,3);

ξξij o erro experimental associado à observação Yij, que por hipótese tem

Para a análise dos dados de desempenho após o desmame foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 4 (3 tratamentos: grupo controle, restrição pré e pós-natal e 4 pesos de abate: 15, 25, 35 e 45 kg) com 4 repetições, em que cada animal representou uma unidade experimental. Estas variáveis foram analisadas utilizando o seguinte modelo estatístico:

Υ

Υijk = µµ + ααi + ββj + (ααββ)ij + ξξ(ij) k ,em que:

Yijk os valores observados para as variáveis supracitadas no nível i de

tratamentos de restrição e no nível j de peso de abate, na repetição k (k=1,2,3,4)

µµ a média geral;

ααi o efeito do nível i de tratamentos (i = 1,2,3); ββj o efeito do nível j de pesos de abate (j = 1,2,3,4);

(ααββ)ij o efeito da interação dos fatores tratamentos e pesos de abate; ξξ(ij) k o erro experimental associado à observação Yijk, que por hipótese

A análise do crescimento dos animais nas duas fases foi realizada através de equações de regressão do peso em função da idade dos animais. O modelo estatístico utilizado neste caso foi:

Yij = µ + b1x1i + eij , em que:

Yij os valores observados para o peso do animal (kg) no nível i de

tratamentos de restrição, na repetição j;

µ a média geral;

b1 o coeficiente de regressão;