• Nenhum resultado encontrado

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita filho”, Campus de Botucatu/SP, sob protocolo nº 27/2009-CEEA, estando, portanto, de acordo com os princípios éticos adotados pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal.

9.1 Dos animais:

Foram incluídos neste estudo animais clinicamente sadios, machos e fêmeas com idade de 2 a 5 anos, que não apresentaram histórico de doenças de cunho neurológico, estavam em bom estado geral, e com anamnese e exame clínico e neurológico sem alterações. Os dados individuais dos animais que cumpriram os critérios de inclusão neste estudo, sexo, peso e a idade, estão dispostos no apêndice.

Foram utilizados 15 animais da raça Pastor Alemão (Grupo D) representando os dolicocefálicos, 15 animais da raça Rottweiler (Grupo M) representando os mesaticefálicos e 15 animais da raça Boxer (Grupo B) representando os braquicefálicos, perfazendo um total de 45 exames.

9.2 Delineamento e protocolo experimental:

Todos os cães foram, previamente ao exame tomográfico, submetidos ao exame clínico e neurológico. Em seguida cada um dos cães do grupo D e M foram submetidos ao seguinte protocolo acepran 0,05 mg/kg associado à 0,5 mg/kg, morfina como medicação pré-anestésica. No grupo B foi utilizado uma mais dose baixa de acepran 0,02 mg/kg e 0,5 mg/kg de morfina. Utilizou-se para cateterização venosa cateter 20G acoplado a uma torneira de 3 vias, não acoplado a soro intravenoso. A indução anestésica, foi realizada sala de tomografia, com propofol 5 mg/kg intravenoso e manutenção com isofluorano vaporizado em oxigênio à 100%. A pressão arterial sistólica e a frequencia

cardíaca foram mensuradas com Doppler ® e a frequencia respiratória através da visualização do balão do aparelho anestésico.

Para realização do exame tomográfico o animal foi colocado em decúbito ventral com a cabeça sobre um apoio acolchoado posicionando de forma que o palato duro ficasse paralelo à mesa. Os membros torácicos foram mantidos paralelos lateralmente ao crânio, flexionados ou estendidos caudalmente, de modo que não estivessem no mesmo plano de corte que o encéfalo, minimizando a formação de artefatos.

Foi utilizado um aparelho de tomografia computadorizada helicoidal de terceira geração Marca SHIMADZU®1, modelo SCT – 7800 TC, pertencente ao parque de equipamentos do Setor de Diagnóstico por Imagem, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu-SP.

Foram realizados cortes axiais, a partir do limite rostral da cavidade craniana, região do platô cribiforme e margem caudal dos ossos etmoturbinados, e terminando na porção caudal do cerebelo (forâmen magno).

Os cortes foram de 3mm de espessura por 3mm de incremento (3x3) na região supratentorial e de 2mm de espessura por 2 de incremento (2x2) na região infratentorial, para minimizar os artefatos de técnica causados pela grande massa óssea presente na porção petrosa do osso temporal.

A técnica utilizada foi 160 mA e 120 kVp nos cortes 2x2 e 150mA e 120Kvp nos cortes 3x3, com filtro adequado para a visualização dos tecidos nervosos.

Após a realização do exame simples, utilizou-se para o exame contrastado um meio de contraste iodado iônico, composto de diatrizoato de meglumina (60g) e 280mg de iodo por ml (Reliev®2 60%). Utilizou-se para este procedimento 2mL de contraste por kilo de peso (LeCOUTEUR et al, 1981) num volume máximo de 40ml para os animais de até 40kg e os mais pesados, um volume máximo de 60ml, totalizando em gramas de iodo respectivamente, 11,2g e 16,8g, respeitando a dose máxima de iodo citada nos livros textos de 30g por animal e mantendo a qualidade do exame.

1 Shimadzu do Brasil comércio Ltda. Av. Marquês de São Vicente nº 1771 – São Paulo – SP 2 Reliev 60% - JUSTESA Imagem do Brasil S/A. Av. Fernando Mattos, 300 – salas 305 a 308 –

9.3 Da avaliação das imagens:

As imagens obtidas foram estudadas com auxílio do software eFilm®, de forma quantitativa e qualitativa, dando atenção também a aparência normal das demais estruturas e as diferenças anatômicas entre os grupos.

Para mensuração dos ventrículos laterais e terceiro, quando mensuráveis, foi utilizada a ferramenta “distância”, determinado o ponto mais ventral da parede ventricular, traçou-se uma reta paralela à fissura longitudinal (EVANS & DeLAHUNTA, 2001), até o limite dorsal, demonstrado na figura 1. E para mensuração da altura encefálica utilizou-se a mesma ferramenta para traçar uma reta paralela e sobre a fissura longitudinal, do limite cerebral ventral ao dorsal.

Para a determinação dos valores de atenuação de diversos locais do parênquima encefálico e cerebelar foram escolhidas ROIs/RIs (“regions of interest”/regiões de interesse) circulares com abertura fixa de 0,5cm2, utilizando a ferramenta “ROI/densidade” que fornece o cálculo da área em centímetros quadrados, densidade média e desvio-padrão, sendo esta dada em Unidades Hounsfield (UH) da região de interesse escolhida.

As regiões escolhidas incluem o bulbo olfatório, os lobos, frontal, parietal, occipital, temporal e o cerebelo, os locais para mensuração da atenuação das “ROIs” foram iguais para todos os animais e padronizados com referências anatômicas, em sua maioria estruturas ósseas adjacentes às áreas de interesse. Foi traçada uma linha paralela ao eixo do palato duro em determinada área de cada lobo e cerebelo e desenhado um círculo com a mesma abertura para todos os locais, com ferramenta do programa eFilm® específica, e em cada hemisfério (direito e esquerdo) à mesma distância do calvário, as mesmas áreas foram medidas na fase pré e pós-contraste para fins de comparação das atenuações. As mensurações da atenuação em cada região são estão exemplificadas nas figuras de 2 a 7.

Quanto à avaliação qualitativa, atentou-se aos seguintes aspectos, no estudo dos ventrículos laterais, a dificuldade ou não na sua identificação e alterações em sua aparência, simetria, identificação ou não do septum pellucidum, visibilização ou não do terceiro ventrículo.

No estudo do parênquima encefálico, os exames foram avaliados primeiramente na fase simples, segundo seu aspecto, homogêneo ou heterogêneo, considerado pela presença de áreas de hipo ou hiperdensidade focais evidentes, desvio da linha média e a incidência desses padrões em cada grupo. Após a avaliação do exame simples, foi realizada a do exame contrastado, com as imagens dispostas na tela lado a lado, foram estudadas de forma conjunta a fim de identificar as formas de captação, focais, difusas, peri- ventriculares e o reforço da linha média.

9.4. Análise estatística

Para a comparação das dimensões ventriculares entre os lados direito e esquerdo foi utilizado o teste t-Student pareado e para as comparações entre as atenuações das regiões e raças foi utilizado teste de variância ANOVA bidirecional e as médias comparadas pelo teste de Tuckey, no nível de 5% de probabilidade.

Documentos relacionados