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4 CARACTERIZAÇÃO DE MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

4.1 MATRÍCULAS DE ALUNOS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA NO

4.2.1 Matrículas de alunos com deficiência na educação escolar indígena no Estado

A seguir serão apresentados os dados de alunos com deficiência (cegueira, baixa visão, surdez, deficiência auditivo, deficiência física e deficiência mental) na educação escolar indígena no Estado de São Paulo.

Tabela 16: Número de matrículas de alunos com deficiência na Educação

Escolar Indígena

Ano

Unidade da Federação

Brasil Sudeste São Paulo

2007 538 6 1 2008 607 6 2 2009 612 24 2 2010 758 31 2 2011 1 152 46 5 2012 1 568 38 7 2013 2 057 92 7

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados do MEC/INEP (2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013).

No Brasil, no ano 2007, antes mesmo da implementação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), primeiro documento a assegurar a interface da educação especial na educação escolar indígena, havia no país um número considerável de matrículas de alunos indígenas com deficiência.

Na região Sudeste, o número de matrículas de alunos com deficiência aumentou consecutivamente no período estudado. Ao comparar o ano de 2007 com o ano de 2013 verifica-se um aumento de 86 matrículas de alunos com deficiência.

No Estado de São Paulo, no ano de 2007, existia apenas uma matrícula de aluno com deficiência na educação escolar indígena. No período estudado, as matrículas de alunos com deficiência aumentaram, mas quando comparado o ano base de 2007 a 2013 obtém-se um acréscimo de 6 alunos com deficiência na educação escolar indígena.

A tabela 17 apresenta dados de matrículas de alunos com deficiência por modalidade de ensino no Estado de São Paulo.

Tabela 17: Número de matrículas de alunos indígenas com deficiência por modalidade de

ensino no Estado de São Paulo

Ano educação escolar indígena no Total geral de matrículas na Estado de São Paulo

Modalidade de Ensino Ensino Regular Educação

Especial EJA 2007 1 074 1 0 0 2008 1 127 2 0 0 2009 1 676 2 0 0 2010 1 650 2 0 0 2011 2 015 5 0 0 2012 1 647 7 0 0 2013 2 010 7 0 0

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados do MEC/INEP (2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013).

No Estado de São Paulo, todas as matrículas de alunos com deficiência encontram-se no ensino regular. Na educação especial e educação de jovens e adultos não possui matrículas de alunos com deficiência. Entretanto, o estudo de Sá e Cia (2012) sobre as matrículas de alunos indígenas com deficiência no Brasil aponta a existência de matrículas de alunos indígena na educação especial (6,15%) e na educação de jovens e adultos - EJA (8,36%), fato este diferente da realidade encontrada no Estado de São Paulo.

Na tabela 18 encontram-se as matrículas de alunos com deficiência na educação escolar indígena distribuída por dependência administrativa.

Tabela 18: Número de matrículas de alunos com deficiência na educação escolar indígena

por dependência administrativa no Estado de São Paulo

Ano

Dependência Administrativa

Federal Estadual Municipal Privado

Total Deficiência Total Deficiência Total Deficiência Total Deficiência

2007 0 0 676 1 398 0 0 0 2008 0 0 715 2 401 0 11 0 2009 0 0 1 077 1 402 0 197 1 2010 0 0 1 166 2 369 0 115 0 2011 0 0 1 271 5 349 0 395 0 2012 0 0 1 298 7 349 0 0 0 2013 302 0 1 374 7 334 0 0 0

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados do MEC/INEP (2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013).

Observa-se no período estudado que a maior parte das matrículas de alunos com deficiência encontra-se na dependência administrativa estadual, enquanto que apenas uma, no ano de 2009, estava na instância privada. Neste contexto, pode-se afirmar que se torna incumbência do estado fornecer apoio e atendimento educacional especializado para esses alunos uma vez que este direito está garantido legalmente.

A tabela 19 apresenta as matrículas de alunos por tipo de deficiência e modalidade de ensino no Estado de São Paulo.

Tabela 19: Número de matrículas de alunos com deficiência na educação escolar indígena

por modalidade de ensino e tipo de deficiência no Estado de São Paulo

Ano Tipo de deficiência Ensino Regular Tipo de deficiência Educação Especial Tipo de deficiência EJA

D.V D.A D.F D.M D.V D.A D.F D.M D.V D.A D.F D.M

2007 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2008 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2009 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2010 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2011 0 1 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 2012 0 1 2 4 0 0 0 0 0 0 0 0 2013 0 1 2 4 0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados do MEC/INEP (2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013).

As matrículas dos alunos com deficiência estão todas localizadas na modalidade de ensino regular. De acordo com os dados, as deficiências encontradas nos alunos indígenas do Estado de São Paulo referem-se à deficiência auditiva, deficiência física e deficiência mental. A deficiência que mais aumentou no período estudado foi a mental com quatro casos no ano de 2013, o mesmo foi verificado no estudo realizado por Meletti e Bueno (2010) nas matrículas da educação básica, os quais identificaram que o número de alunos com deficiência mental aumentou significativamente no ensino regular.

Com relação ao atendimento educacional especializado, os alunos com deficiência, até o ano de 2013, frequentavam as escolas indígenas de suas comunidades sem receber qualquer tipo de atendimento. Esse fato mostra descaso e omissão do poder público estadual diante dos povos indígenas com e sem deficiência.

Cabe destacar que recentemente entrou em vigor a Resolução SE 61, de 11 de novembro de 2014, que dispõe sobre a Educação Especial nas unidades escolares da rede estadual de ensino do estado de São Paulo, apesar de ser o documento mais recente que trata da educação especial e os serviços oferecidos por ela, nada é mencionado para as pessoas indígenas com deficiências e suas escolas, isto revela que essa população continua invisível para os governantes.

A tabela 20 apresenta as matrículas de alunos com deficiência por sexo no Estado de São Paulo.

Tabela 20: Número de matrículas de alunos com deficiência na educação escolar indígena

por sexo no Estado de São Paulo

Ano Feminino Sexo Masculino

D.V D.A D.F D.M D.V D.A D.F D.M 2007 0 0 0 0 0 0 1 0 2008 0 0 0 0 0 1 1 0 2009 0 0 0 1 0 1 0 0 2010 0 0 0 0 0 1 0 1 2011 0 0 1 2 0 1 0 1 2012 0 0 2 3 0 1 0 1 2013 0 0 2 3 0 1 0 1

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados do MEC/INEP (2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013).

Ao analisar a tabela, percebe-se que no período estudado, no Estado de São Paulo, a incidência do registro da deficiência foi maior entre as mulheres o que difere dos dados anteriormente apresentados sobre o Brasil, que a prevalência da deficiência é maior entre os homens.

Por meio dos dados também se pode verificar que desapareceu uma matrícula do sexo masculino com deficiência física, ou seja, frequentou a escola nos anos de 2007 e 2008, a partir de 2009 não houve mais matrículas. Algumas hipóteses podem ser levantadas a este respeito, o aluno pode ter evadido da escola ou ao se preencher os dados do censo escolar não foi lançada a deficiência desse aluno.

O mesmo ocorreu com uma matrícula do sexo feminino que possuía deficiência mental, frequentou a escola no ano de 2009 e desapareceu em 2010, a partir de 2011 houve aumento de duas matrículas de alunas com deficiência mental e três matrículas nos anos de 2012 e 2013.

Cabe destacar que os dados apresentados sobre alunos indígenas com deficiência não retratam a realidade concreta das comunidades, pois o número de pessoas indígenas com deficiência pode ser maior do que os apresentados aqui. Um exemplo sobre este fato refere-se as pesquisas de Sá (2011), Souza (2011) e Bruno (2012) referente ao mapeamento de deficiências na população indígena da Região da Grande Dourados, em Mato Grosso do Sul, os estudos revelaram a existência de vários indígenas com deficiência em idade escolar fora das escolas.

Neste capítulo foram apresentados os dados de matrículas dos alunos indígenas com deficiência. A seguir apresenta-se a realidade concreta de crianças indígenas com deficiência que vivem em T.I no Estado de São Paulo.

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EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA NA TERRA INDÍGENA ARARIBÁ NO ESTADO DE SÃO PAULO

Este capítulo tem por objetivo descrever, analisar e refletir sobre a educação e escolarização de crianças indígenas com deficiência na Terra Indígena Araribá e procura ainda discutir os limites e possibilidades da escolar indígena frente aos alunos com deficiência.

5.1 A interface da Educação Especial na Educação Escolar Indígena nas políticas