• Nenhum resultado encontrado

A Matriz GUT, conforme exposto na Figura 19, foi desenvolvida por Kepner e Tregoe

(1981), consistindo em uma ferramenta para tomada de decisão e resolução de problemas, uma

vez que possibilita priorizar ações corretivas e preventivas para atenuação ou extinção de

diversos problemas identificados a ser tratados, levando em conta: sua gravidade ou impacto

sobre pessoas e operações, que pode variar de 1 (sem gravidade) até 5 (extremadamente grave);

133

a urgência ou o tempo disponível e necessário para resolver os problemas, que também varia

de 1 (não tem pressa) até 5 (extremadamente urgente, exigindo ação imediata); e a tendência

ou o potencial de crescimento (piora) do problema, que pode assumir valores de 1 (sem

tendência de piorar) até 5 (vai piorar ou agravar rapidamente, se nada for feito).

Figura 19: Esquema da Matriz GUT

Fonte: Adaptado de CANTÍDIO (2015)

Essa ferramenta, considerada de fundamental importância para a tomada de decisão e

resolução de problemas, auxilia na formação de estratégias, gestão de projetos e também na

coleta de dados (levantamento de informações). Pode-se dizer que a Matriz GUT é bastante

similar à análise SWOT, com o diferencial que é a possibilidade de quantificar as informações

e de pontuar os itens analisados, de acordo com o seu grau de prioridade (BASTOS, 2014).

Pinto et al. (2006) afirma que a técnica foi desenvolvida com o objetivo de orientar decisões

mais complexas.

A grande vantagem em se utilizar a Matriz GUT é que ela auxilia o gestor a avaliar de

forma quantitativa os problemas, tornando possível priorizar as ações corretivas e preventivas

para o extermínio total ou parcial das dificuldades (PELARD, 2011).

Considera-se que a priorização dos problemas de saneamento básico, coletados

inicialmente junto às lideranças socioinstitucionais (delegados setoriais) e consolidados pela

população local, possibilita que a leitura técnica se torne participativa, quando é possível ouvir

e identificar as percepções locais sobre o saneamento básico, delimitando-se os principais

problemas enfrentados em cada um dos quatro pilares integrantes dos serviços de saneamento

básico.

Como afirma Carvalho (2004), envolver a população no diagnóstico dos problemas e

necessidades e na concepção de soluções é torná-la protagonista, sujeito da ação e não cidadão

134

tutelado, sendo que inúmeros resultados podem emergir dessa prática, tais como: a agilidade

das respostas, a compatibilidade da solução técnica, a redução de custos, o uso do conhecimento

tácito, a ampliação da inteligência a serviço da coletividade e a alocação mais efetiva dos

serviços prestados à população.

O uso da Matriz GUT, desse modo, além de subsidiar à elaboração dos objetivos e metas

do PMSB, reafirma a participação social em seu processo de construção, uma vez que

possibilita à população definir suas necessidades mais urgentes.

O Quadro 3 apresenta a hierarquização estabelecida para cada um dos setores de

planejamento do PMSB e as ações imediatas estabelecidas de acordo com a percepção da

população do município.

A partir da avaliação da hierarquização apresentada , que indica os problemas mais

urgentes vivenciados pela população do município de Caratinga no que diz respeito ao

saneamento básico, é possível estabelecer cenários alternativos do futuro, objetivando alcançar

a universalização.

Quadro 3: Priorização dos Problemas de Saneamento Básico pela População Local por

setores de mobilização, Caratinga/MG, 2015

SETORES DE

MOBILIZAÇÃO PROBLEMAS E/OU AÇÕES NECESSÁRIAS

Setor 1 – Sede (Bairro Santa Cruz)

1- Drenagem – melhoria na rede 2- Resíduos – sem sugestão

3- Agua – falta de agua, mal cheiro, cuidado com as nascentes 4- Esgoto – falta de rede de esgoto

Setor 02 – Sede (Bairro Santa Cruz)

1-

Agua – falta de agua tratada

2-

Esgoto – falta de rede de esgoto

3-

Resíduos – Coleta e destinação final dos resíduos Sólidos

4-

Drenagem – estradas em péssimas condições na época de chuvas Setor 3 – Sede (Bairro

Dr Eduardo e Anápolis)

1- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto

2- Drenagem – estradas em péssimas condições na época de chuvas 3- Resíduos – Coleta e destinação adequada do resíduo

4- Agua – Sem Sugestões Setor 4 – Sede (Av.

Dário Grossi e Bairro So dos Britos

1- Resíduos – Colocar cestas de lixo e realizar coleta 2- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto

3- Drenagem – construção de redes 4- Água – melhoria na qualidade Setor 5 – Sede (Bairro

Nossa Senhora das Graças)

1- Drenagem – construção de redes 2- Água – melhoria na qualidade 3- Resíduos – sem sugestão

4- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto

Setor 6 – Sede (Bairros Zacarias e Seminário)

1- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto 2- Drenagem – sem sugestão

3- Resíduos – falta de coletas e destinação inadequada 4- Água – melhoria na qualidade

Setor 7 – Sede (Bairro Esplanada)

1- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto 2- Drenagem – construção de redes 3- Resíduos – Sem Sugestão 4- Água – melhoria na qualidade

135

Setor 8 – Sede (Bairros Santa Zita e Rodoviário)

1- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto 2- Drenagem – construção de redes

3- Resíduos – Colocar cestas e coleta de Resíduos 4- Água – melhoria na qualidade

Setor 9 – Sede (Bairros Limoeiro e Floresta)

1- Resíduos – Criar pontos de Coleta de Resíduos 2- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto

3- Drenagem – construção de redes 4- Água – melhoria na qualidade

Setor 10 – Sede (Nossa Senhora Aparecida)

1- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto 2- Resíduos – Sem Sugestão

3- Drenagem – construção de redes 4- Água – melhoria na qualidade Setor 11 – Sede (Bairro

Santo Antônio e Esperança)

5- Água – melhoria na qualidade 6- Esgoto – Criação de Rede de Esgoto 7- Resíduos – Criar pontos de Coleta 8- Drenagem – construção de redes

Setor 12 – Sede (Centro)

1- Drenagem – melhoria na rede 2- Esgoto – falta de rede

3- Agua – falta de agua, mal cheiro, cuidado com as nascentes 4- Resíduos – Sem Sugestões

Setor 13 – Sapucaia

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Água – melhoria na qualidade 3- Drenagem – construção de redes 4- Resíduos – Criar pontos de Coleta

Setor 14 – Santa Luzia de Caratinga

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Drenagem – construção de redes 3- Água – melhoria na qualidade 4- Resíduos – Criar pontos de Coleta

Setor 15 – Dom Lara

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Resíduos – Criar pontos de Coleta 3- Drenagem – construção de redes 4- Água – melhoria na qualidade

Setor 16 – Dom Modesto

1- Água – melhoria na qualidade 2- Esgoto – falta de fossas sépticas 3- Resíduos – Criar pontos de Coleta 4- Drenagem – construção de redes

Setor 17 – Santa Efigênia de Caratinga

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Drenagem – construção de redes 3- Água – melhoria na qualidade 4- Resíduos – Criar pontos de Coleta

Setor 18 – Cordeiro de Minas

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Resíduos – Criar pontos de Coleta 3- Água – melhoria na qualidade 4- Drenagem – construção de redes

Setor 19 – São Cândido

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Drenagem – construção de redes 3- Resíduos – Criar pontos de Coleta 4- Água – melhoria na qualidade

Setor 20 – São João do Jacutinga

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Resíduos – Criar pontos de Coleta 3- Drenagem – construção de redes 4- Água – melhoria na qualidade

Setor 21 – Santo Antônio do Manhuaçu

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Água – melhoria na qualidade 3- Resíduos – Criar pontos de Coleta 4- Drenagem – construção de redes Setor 22 – Patrocínio

de Caratinga

1- Esgoto – falta de fossas sépticas 2- Drenagem – construção de redes

136

3- Resíduos – Criar pontos de Coleta 4- Água – melhoria na qualidade Fonte: FUNEC (2015)

O objetivo deste capítulo é apresentar cenários para a universalização, e criar

mecanismos e instrumentos de eficiência nos quatro eixos do saneamento no município

(sistemas de água e esgoto, resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais), com identificação

de questões prioritárias no saneamento para a construção dos cenários.

No documento PREFEITURA MUNICIPAL DE CARATINGA MG (páginas 133-137)