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Medição das saídas de resíduos de madeira (Pó de Serra e Resíduos)

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Para as medições do pó de serra que sobram durante a execução, foram feitas as cubagens dos sacos de aniagem que armazenavam o resíduo, conforme é apresentado na Foto 4.2.

4.3.1.1 - Resultados das perdas do processo construtivo de execução de fôrma de maderite (Empresa A) e aplicação de ações de redução de impacto.

Na Tabela 4.2 são apresentadas as entradas e saídas do processo construtivo de execução de fôrma de maderite. A perda na fase de execução de fôrma de pilares analisada foi de 14, 98%, que é menor que a obtida por Pinto (1989). No estudo do caso em questão a perda de maderite está abaixo dos valores nacionais, porém ainda são significativos os impactos gerados pela falta de reciclagem e reutilização.

Tabela 4.2 - Análise comparativa de entrada e saída do processo construtivo de fôrma de concreto.

As saídas do processo de execução de fôrma apresentaram percentuais de perdas que podem ser diminuídos com aplicação de ações de redução, como por exemplo a utilização de projetos executivos de aplicação de painel, utilização de fôrmas metálicas, onde o reaproveitamento é muito maior que os painéis de madeiras.

O resíduo que sobrou nesta fase, no caso da serragem poder ser aproveitado para forração de granjas (cama de pinto), desta forma não será lançado no aterro sanitário. Neste caso é

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uma boa oportunidade a aplicação do reuso e da reciclagem do resíduo (saída), para que não haja aumento dos impactos ambientais negativos.

4.3.2 - Processo de execução de corte, dobra e armação de aço

A coleta de dados das entradas e saídas do processo construtivo dos cortes, dobra e armação de barras de aço foi feita em duas etapas, a primeira para execução de pilares e a seguinte para lajes e vigas. A intenção desta separação foi medir os impactos separadamente para poder chegar a números por etapas de construção.

Nos canteiros de obra das empresas que autorizaram as coletas de dados, observou-se que uma, dentre as cinco, utilizava o sistema de corte e dobra convencional, enquanto as outras utilizavam o sistema industrial.

O aspecto do desempenho ambiental está representado na Figuras 4.11.

Figura 4.11 – Aspectos de desempenho ambiental na fase de execução de armação

A aplicação da ferramenta P+L foi feita no canteiro de sistema convencional, onde foi medido o total de aço necessário para executar a quantidade desejada de acordo com o projeto. Foi também medido o consumo de arame recozido, a quantidade de discos de corte e o consumo de energia elétrica.

Aspectos de Desempenho Ambiental na Fase de  Execução de Armação  Escolha do  processo  Consumo de  recursos  Cargas ambientais  na fase de  execução  Resíduos  sólidos  Consumo de  energia  Consumo de  matéria‐prima  Sistema  Industrializado  Sistema  Convencional

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Para obter a quantidade de aço e de arame recozido, que pode ser considerado como resíduo, foi utilizada uma balança de pesagem.

Para os canteiros de obra das empresas que estavam utilizando o sistema industrial de execução de armação, esta ferramenta foi utilizada para se medir somente os impactos gerados pelo consumo de arame recozido.

4.3.2.1 - Resultados das perdas do processo construtivo de corte, dobra e armação (Empresa A) e aplicação de ação

Na Tabela 4.3 são apresentadas as entradas e saídas do processo de execução de armação de barras de aço pelo método convencional, cortado e dobrado na própria obra. Após as medições das saídas do aço cortado, observou-se uma perda de 17,93% e uma perda 40,21% de arame recozido. Corroborando com Andrade (1999), deveria ter sido observado durante a concepção e planejamento que este processo de corte e dobra de aço poderia ter sido substituído pelo sistema industrial (aço pronto), com menor perda.

Tabela 4.3 - Análise comparativa de entrada e saída do processo de armação Processo Produtivo

ENTRADAS SAÍDAS

Matérias Primas e

Insumos Unidade Quantidade P. Unitário (R$) P. Total R($) Resíduos Sólidos e Efluentes Unidade Quantidade P. Unitário (R$) P. Total R($) Aço Kg 7919,00 2,85 22.569,15 Aço KG 1420,00 2,85 4.047,00 Arame Recozido Kg 46,00 6,10 280,60 Arame Recozido KG 18,50 6,10 112,85 Disco de Policorte Unidade 19,00 4,90 93,10 Disco de Policorte Unidade 19,00 * Energia Elétrica Kwh 12,00 - Corte e dobra e armação

De acordo com Souza et.al. (2004), a incorporação de materiais em excesso nas edificações ocorre, principalmente, para os materiais utilizados em serviços que exigem a moldagem in loco, como é o caso das estruturas de concreto armado.

No caso em questão, o resíduo das barras foi de 1420,00 kg, representando uma perda de 17,93%. Isto ocorreu pelo fato do projeto de arquitetura apresentar um pé direito duplo e ter sido utilizado o método convencional. A perda elevada nas barras de aço ocasionou um prejuízo econômico, pois para se produzir os 6499 kg da armação dos pilares, foram

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utilizados 7919 kg, gerando uma perda de 1420 kg. A opção pela utilização do sistema industrial poderia reduzir esta perda.

Na Tabela 4.4 são apresentados os resultados de um estudo de caso da empresa Gerdau S/A que ilustra esta opção. Neste estudo realizado em 2008, foi possível realizar uma análise e identificar qual sistema seria utilizado para o corte, dobra e armação.

O sistema industrial apresentou resultados mais satisfatórios que o convencional, apresentando uma redução de 11% do valor da etapa de armação.

Tabela 4.4 - Análise comparativa entre o custo de barra reta e aço cortado e dobrado por sistema industrial (Fonte Gerdau S/A)

COMPARATIVO DOS CUSTOS AÇO BARRA RETA E AÇO CORTADO E DOBRADO NA INDUSTRIA

Referência - Obra Residencial Riviera

Peso do aço consumido na obra em toneladas 482 ton.

AÇO - barra reta AÇO - cortado e dobrado

Custo do aço BARRA RETA 1.074.045,42 Custo do aço CORTADO E DOBRADO 1.223.465,42

Custo da perda de 10% 107.404,54 Perda - zero % -

Custo mão-de-obra cartão com encargos 291.775,44 Custo mão-de-obra cartão - equipe = 60% 175.065,26

Custo tarefas e extras 73.477,00 Custo tarefas e extras - equipe = 60% 44.086,20

Custo discos de corte 2.154,96 Custo discos de corte - 10% 215,50

Custo aluguel policorte - 12 meses 1.560,00 Custo aluguel policorte - 20% 312,00

Custo da energia elétrica = R$ 0,03/kg 14.460,00 Custo da energia elétrica - 20% 2.892,00

Custo serventes desc./armaz/bancadas etc 30.592,32 Economia financeira - aplicação (5.000,00)

R$ 1.595.469,68 R$ 1.441.036,38

CONCLUSÃO ECONOMIA DE:

O valor para aço cortado e dobrado é 11% INFERIOR que o aço barra reta e trabalhado na obra. 154.433,30

A adoção de reaproveitamento dos resíduos de aço para confecção de gravatas de travamento de pilares poderia ser uma alternativa para reduzir as perdas para as próprias empresas, que ainda não tem o hábito de utilizar o aço cortado dobrado por sistema industrial, como é apresentado nas Fotos 4.3 e 4.4.

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Foto 4.3 – Reutilização dos resíduos das barras de aço: confecção de Gravatas de travamento de pilares, Empresa A. Fonte: acervo pessoal do autor (2008).

Foto 4.4 – Reutilização dos resíduos das barras de aço – Confecção de Gravatas de

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