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Medição das variáveis antropométricas

No documento CAPÍTULO I INTRODUÇÃO (páginas 56-61)

PLANO E ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

III. METODOLOGIA PLANO E ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

3.3. PARÂMETROS AVALIADOS

3.3.1. Medição das variáveis antropométricas

3.3.1.1. Medidas antropométricas

Altura (m); Índice de massa corporal IMC (Kg.m-2); Prega cutânea tricipital skTRC (mm); Prega cutânea geminal skGM (mm).

A altura foi medida com uma craveira portátil Seca. Esta craveira é constituída por uma haste metálica telescópica, com uma barra plástica rebativel no seu topo superior, colocada perpendicularmente em relação à haste metálica. Está graduada até 200 cm apresentando divisões de 0,1 cm. As medições foram realizadas com o atleta em posição antropométrica, ou seja, em posição erecta; pés descalços; calcanhares unidos e as pontas dos pés afastadas 60º; o peso deve estar distribuído sobre os dois pés e a cabeça orientada segundo o plano horizontal; cabeça e olhos dirigidos para a frente de tal forma que a linha aurículo-orbital (do bordo superior do conduto auditivo externo e o bordo inferior da cavidade orbital) fosse ligeiramente oblíqua de trás para a frente e de cima para baixo em relação ao solo; membros superiores lateralmente pendentes; mãos e dedos em extensão completa e apoiados sobre as faces laterais das coxas. Após a colocação nesta posição, deixámos que a barra plástica horizontal da craveira se apoiasse horizontalmente no vertex, fazendo a leitura directa da estatura na haste metálica, imediatamente após se ter pedido ao atleta para realizar uma inspiração profunda. O registo foi realizado em centímetros com aproximação a milímetros.

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Para avaliar o Índice de massa corporal utilizámos o índice de Quetelet (Sobral, 1985) representado pelo quociente entre a massa corporal (Mc), expresso em quilogramas, e a altura ao quadrado, expressa em metros, IMC= Mc/altura2 .

A prega tricipital foi medida verticalmente a meia distância entre o ponto acromial e o olecrâneo, sem contracção sobre o músculo tricipital .

A prega geminal foi medida verticalmente no máximo volume geminal na face interna da perna, com o pé sobre uma caixa de modo a que a coxa e a perna fizessem um ângulo de 90º.

As pregas cutâneos foram medidas utilizando um plissómetro que é um instrumento de grande precisão, sujeito a normas de construção universalmente estabelecidas, de forma a garantir que a pressão das pontas sobre a pele é ser de 10 mg.cm-2, não dependendo do observador e deve permitir leituras até às décimas de milímetro (Sobral, 1985; Fragoso et al., 2000).

Para a medição das pregas cutâneas destacámos uma prega com os dedos polegar e indicador da mão esquerda, a 1 cm da sua localização exacta, local previamente marcado, tendo o cuidado de só agarrar pele e tecido adiposo. Sem largar a prega colocámos as pontas do plissómetro sobre a mesma a 1 cm dos dedos e à profundidade a que se encontra o dedo polegar. A prega cutânea foi mantida com firmeza durante toda a operação que constou de duas medições em cada local, estabelecendo-se no final uma média dos dois resultados. Se entre as duas medições existissem valores com uma diferença superior a 0,5 mm a medição era repetida. A espessura da prega foi medida dentro dos três segundos que se seguiram à aplicação do plissómetro na prega (Sobral, 1985; Fragoso et al., 2000).

Todas as medições foram realizadas em milímetros com aproximação às décimas de milímetro no hemicorpo direito (Sobral, 1985).

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3.3.1.2. Medidas de superfície

Superfície corporal total SC (m2), calculada através da formula de Dubois & Dubois (Sobral, 1985): SC = 71.84Mc0,425.altura0,725, onde a Mc é expressa em kg e a altura em cm.

3.3.1.3. Medidas de massa e composição corporal

Massa corporal Mc (kg); Massa isenta de gordura MIG (kg); Massa gorda MG (kg); Percentagem de tecido adiposo %MG (%)

A massa corporal foi medida por uma balança electrónica SECA 770, auto-regulável, apresentando como valores extremos zero e cento e cinquenta quilogramas e permitindo obter valores com a aproximação de 100 gramas. A calibração da balança foi regularmente verificada com um peso de 5 quilogramas. A balança foi colocada num local estável e horizontal. A massa corporal foi registado após o atleta se colocar em cuecas, de pé e em situação passiva, no centro da plataforma de pesagem e sem apoio. O registo foi realizado em quilogramas com aproximação às décimas de quilograma.

Para avaliação das massa corporais utilizámos os métodos antropométricos que, embora sejam métodos que apenas permitem realizar estimativas das massas referidas, são extremamente práticos, portáteis, e que requerem poucos recursos materiais e humanos para os realizar.

Foram utilizadas as duas pregas skTRC e skGM para a determinação da %MG através da formula de Slaughter et al., (1988) para rapazes :

%MG = 0,735 (soma das pregas tricipital e geminal ) + 1,0

Esta equação foi concebida especificamente para crianças e adolescentes do sexo masculino, independentemente da raça, levando em consideração a imaturidade química (menor densidade de massa magra), assim como os efeitos do nível de maturidade

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Esta equação também foi concebida com base num modelo multicompartimental (densidade corporal, água e massa mineral óssea), com determinação directa da percentagem da massa gorda a partir de parâmetros antropométricos, sem necessidade de aplicação da formula de conversão da densidade corporal (DC) em percentagem de massa gorda, como acontece na maioria das fórmulas utilizadas em adultos. As formulas de conversão normalmente utilizadas (Siri: %MG = ((4,95/DC) – 4,50) x 100) assumem que a densidade de massa magra é 1,100 gramas.cm-3, o que não acontece nas crianças e adolescentes, onde a mesma é inferior à do adulto, devido tanto à pequena proporção de minerais ósseos (5,2%) como à elevada percentagem de água corporal (76,6%). Deste modo as equações utilizadas nos adultos sobrestimam em geral a massa gorda das crianças e adolescentes (Lohaman, 1992; Fragoso et al., 2000).

Com base nos valores obtidos de %MG e massa corporal foi determinado: Peso de massa gorda (em kg) MG = (Mc x %MG)/100

Peso de massa isenta de gordura (em kg) MIG = (Mc – MG) Com Mc e MG expressas em kg.

3.3.2. Ecocardiograma

O ecocardiograma transtorácico foi utilizado, em todos os participantes na posição de decúbito lateral esquerdo, com a finalidade de acesso à estrutura e função cardíaca. Foi utilizado um aparelho Siemens, Sonoline G50 Ultrasound Imaging Sistem, com uma sonda de 3,25 MHz.

Assim, através do ecocardiograma modo M e bidimensional foram avaliadas as dimensões das cavidades cardíacas em repouso, segundo as recomendações da Sociedade Americana de Ecocardiografia (Sahn, 1978) e de Devereux et al., (1987). Todas as medições ecocardiográficas foram realizadas pela mesma pessoa.

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3.3.2.1. Dimensão da estrutura cardíaca (em mm)

Diâmetro Telediastólico do Ventrículo esquerdo VEd, medido em parasternal esquerdo longo eixo.

Diâmetro Telesistólico do Ventrículo esquerdo VEs, medido em parasternal esquerdo longo eixo.

Espessura do Septo Interventricular (diástole) SId, medido em parasternal esquerdo longo eixo.

Espessura da Parede Posterior do VE (diástole) PPVEd, medido em parasternal esquerdo longo eixo.

Com base nas dimensões anteriores determinou-se: Razão PPVEd/VEd;

Razão SId/VEd;

Espessura parietal relativa EPR, índice de aumento concêntrico (SId+PPVEd)/VEd, com uma distinção entre perfil concêntrico (>=0,44) e excêntrico (<0,44).

Massa do VE (em gr), MVE, encontrada através da formula cubica da Sociedade Americana de Ecocardiografia modificada de Deveroux (1986, 1987):

MVE = 0,8 x (1,04(SI+PPVEd+VEd)3 – Ved3)+0,6

3.3.2.2. Função do VE

Fracção de encurtamento do ventrículo esquerdo (em %) F Enc = ((VEd – VEs)/VEd)x100

Os volumes do VE foram calculados através das formulas de Teichholz (7/2,4 + VEd) x VEd3 e, desta forma, utilizadas para calcular:

Volume Telediastólico (em ml) VTDVE: volume de sangue que preenche o VE em telediástole

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Volume Telesistólico (em ml) VTSVE: volume de sangue que preenche o VE em telesistole

Fracção de Ejecção (em %) FE: ((VTDVE – VTSVE)/VTDVE) x 100

Volume sistólico (em ml) VS: volume de sangue que é ejectado em cada sístole ventrícular (VTDVE – VTSVE)

Frequência Cardíaca de repouso (em bat.min-1) FCr: número de batimentos cardíacos por minuto, medido em repouso

Débito cardíaco (em l.min-1) Q = VSxFCr: volume de sangue bombeado pelo ventrículo, para a aorta, em cada minuto.

A Análise do fluxo mitral por Doopler pulsado em apical 4 câmaras. (ponta dos folhetos da válvula mitral), foi utilizada para estimar:

E (m/s): pico da velocidade da onda protodiastólica do fluxo transmitral (de enchimento ventricular)

A (m/s): pico da velocidade da onda telediastólica do fluxo transmitral (de enchimento na contracção da aurícula)

Relação entre E/A

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