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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.3 Mediação pedagógica

2.3.1 Mediação pedagógica nos ambientes virtuais de

Os cursos a distância possuem vários recursos que podem favorecer a produção do conhecimento, neles os AVAs utilizam da tecnologia para fazer com que seus alunos alcancem os objetivos definidos pelo curso. No entanto, é necessário discutirmos e pensarmos o papel da tecnologia e do professor no

processo ensino aprendizagem neste contexto e como eles podem desenvolver uma mediação pedagógica.

Segundo Gervai (2007), há determinadas ações de mediação pedagógica que podem gerar resultados diferentes de participação e envolvimento dos alunos nos cursos. O uso dos equipamentos digitais nos AVAs é diferente de um uso em uma situação informal. Logo, exige-se reflexão e preparação dos profissionais para a utilização da tecnologia e realização de mediações apropriadas, a fim de alcançar os objetivos específicos da aprendizagem. Nessa perspectiva, Gervai (2007, p.33) entende que:

Dependendo da mediação pedagógica, poderá haver um incentivo para uma maior aprendizagem dos alunos ou não. O professor tem o papel explícito de interferir e provocar avanços que não ocorreriam sem a intervenção do professor. No entanto, o professor precisa saber como e quando fazer intervenções.

Há técnicas que podem ser usadas mediante o uso das tecnologias em uma perspectiva de mediação pedagógica. Primeiramente, é essencial pensar que o uso da tecnologia por si só, sem planejamento e objetivos definidos, não favorece a aprendizagem. É necessário planejar, integrar as atividades conforme os objetivos pretendidos e utilizar técnicas diversas, de forma que uma se integre a outra; pois assim podemos motivar os aprendizes e atender aos diferentes ritmos e formas de aprendizagem (MASETTO, 2010).

Dentre as técnicas existentes temos: a teleconferência, o chat ou bate- papo, grupos de discussão, correio eletrônico, uso da internet, do CD-ROM e do power point. Todas elas podem ser utilizadas e não colaborarem para o processo de aprendizagem, para tal é necessário saber usá-las.

Masetto (2010) exemplifica com a teleconferência, que possui uma qualidade muito positiva, possibilita o contato do professor ou outro especialista com alunos ou telespectadores, mesmo estando nos mais longínquos e diferentes

lugares; mas ela pode servir apenas para transmitir informações e experiências ou pode se transformar em uma técnica a favor da aprendizagem, para que isso ocorra é necessário que a teleconferência não seja mais um monólogo, mas sim um diálogo, dando abertura a debates e reflexões. Além disso, para funcionar como um instrumento mediador da aprendizagem, essa atividade deve ser precedida de estudos sobre o tema e também ter continuidade após o evento, ou seja, a teleconferência não pode ocorrer como uma atividade isolada.

Ainda em relação ao uso de técnicas e recursos tecnológicos que podem ser instrumentos para favorecer a aprendizagem, o chat também requer a orientação do professor e não pode existir sozinho, deve se vincular a outras atividades, dando continuidade às ideias produzidas, continuando o desenvolvimento da aprendizagem esperada. Nos grupos de discussão também é necessária a participação do professor mediador a fim de orientar e contribuir para a discussão, oferecer algum feedback que possa dinamizá-la, propor reflexões e incentivar o seu progresso. Há também o correio eletrônico, que é uma ferramenta muito rica, pois permite o contato imediato entre alunos e professores, favorecendo a interaprendizagem. Nesse sentido é importante a disponibilidade do professor para responder aos e-mails, pois se o mesmo demorar para retornar ao aluno, este pode se sentir desmotivado para continuar o diálogo, visto que o processo se interrompe (MASETTO, 2010).

Masetto (2010) salienta que com relação ao uso da internet não é diferente, ela oferece um recurso muito dinâmico, vasto e atualizado, de fácil acesso, mas devemos nos atentar a duas questões: primeiro ao fato de encontrarmos na internet materiais valiosos, mas também outros de péssima qualidade e que não são confiáveis; além dessa questão há o fato de que ela pode servir apenas como uma forma de copiar textos já escritos. Nesse sentido, é necessário que o professor oriente o aluno a respeito de como pesquisar na internet, a fim de que se apropriem das informações contidas nessa ferramenta

para produzirem conhecimento mediante reflexões e estudos ao invés de uma simples colagem.

Com efeito, há muitos recursos tecnológicos que podem otimizar o processo de aprendizagem, favorecendo a autoaprendizagem e a interaprendizagem. Porém, eles não substituem a presença e a ação do professor, eles colaboram para ações conjuntas entre professor e aluno, na busca da aprendizagem. As tecnologias devem ser usadas em uma perspectiva de mediação pedagógica, incentivando a participação ativa do aprendiz, motivando a pesquisa, o debate e a reflexão; enfim, colaborando para a produção do conhecimento.

Sabemos que o uso das NTICs já faz parte da vida das pessoas e está mudando o comportamento delas. No entanto, é um desafio inseri-las na educação e usá-las a favor da aprendizagem, pois a forma como ela é usada é que vai ser o diferencial. É essencial dominar os recursos tecnológicos e saber usá-los a favor da aprendizagem. Nesse sentido, é fundamental que o professor se coloque como um mediador pedagógico, pois a máquina sozinha não pode mudar a realidade. Exige-se uma nova postura tanto do professor como do aluno. Mas talvez seja essa mudança de mentalidade e atitude que está faltando para que consigamos buscar caminhos para enfrentar os problemas educacionais brasileiros.

É evidente a importância da mediação pedagógica no ensino a distância, pois a tecnologia não substitui a presença do professor ou do tutor (que no caso desta pesquisa é o profissional responsável pelo apoio pedagógico). É esse apoio que vai direcionar o aluno, orientar o seu desenvolvimento no curso. É por meio da mediação pedagógica que o tutor favorece a produção de conhecimento dos seus alunos, é ele quem medeia esse processo, incentivando e auxiliando–os. Dessa forma ele possibilita que os futuros professores possam realizar uma formação inicial de qualidade e possam atuar de forma consciente, crítica e reflexiva.

Como discutimos a questão da mediação nos ambientes virtuais de aprendizagem, agora abordaremos a interação nesses ambientes.

2.3.2 A interação nos ambientes virtuais de aprendizagem: a presença e a