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A equipe de mediadores é composta por uma dupla de co-mediadores (sempre 1 psicólogo e 1 advogado) que atua dentro do campo, isto é, faz a mediação entre as partes; e uma equipe reflexiva, composta por mais duas pessoas, que atuam fora de campo (afastados do campo).

As partes são enviadas ao setor de mediação pelas Varas da Família e Sucessões, Infância e Juventude e Cível. Elas são obrigadas a comparecer no setor para receber a pré-mediação (explicação do que é mediação) onde podem optar por aceitar o trabalho ou não. O mesmo pode ser encerrado a qualquer

momento caso uma das partes queira. Neste caso o processo é retomado pelo juiz. Sendo assim, a participação é voluntária.

Os mediadores não recebem o processo nem mesmo tem acesso aos documentos. Para a mediação, o processo pouco importa, o trabalho que será feito ocorre através da explanação das versões que cada um tem e de como percebeu a seqüência do conflito, isto é, o processo é versado em cima das narrativas que as partes apresentam.

As partes podem ser remetidas ao setor em qualquer parte do processo, Isto é, antes ou após a contestação, após a juntada de laudo pericial, após proferida a sentença ou acórdão. A seleção de casos para mediação ocorre através de casos em que a relação de continuidade entre as partes após o processo é muito importante. Isso ocorre até mesmo nas varas cíveis. Podemos dar exemplo de vizinhos que mantém uma disputa que pode chegar a violência ou até mesmo homicídio. Neste caso, temos uma relação continuada após o processo, isso significa que uma das partes descontentes com a decisão judicial pode iniciar novamente uma seqüência de conflitos, o que pode gerar uma escalada de violência que culmine em prejuízos maiores. A mediação neste caso pode ser preventiva com relação a questões de violência. Mas existe também nas varas cíveis ações de despejos entre familiares. Neste caso é comum as famílias se dividirem em dois para apoiar cada parte. Os prejuízos emocionais em termos de laço afetivo são muito acentuados. Muitas vezes ocorre também que um pedido de reparação de danos é em realidade um pedido de reconhecimento de ofensa por uma das partes. A mediação pode em casos como este dar uma oportunidade de escuta à parte e gerar transformações na forma das pessoas pensarem os conflitos. Na Varas de Família a situação entre as partes é sempre de continuidade e por esse motivo a mediação é altamente indicada para quase todos os casos. Muitas vezes a sentença do juiz não dá cabo aos mesmos problemas que geraram o início do processo pois estes são mais complexos e sempre são acompanhados de problemas subseqüentes a sentença. Esse fato é muito comum nas ações filhotes em que uma parte não estando satisfeita com a decisão judicial abre uma nova ação e assim por diante.

Enfim, os casos onde o pedido, a motivação, o desejo das partes encontra- se muito distante da formulação legal, dificilmente uma decisão judicial poderá regular o conflito. Num dos casos que atendemos, um ex-marido pedia a guarda dos filhos. A ex-esposa enfurecida depois que ele abriu o processo passou a impedir de vez de ver os filhos. Ao iniciar a mediação perguntamos: “Você pede a guarda, não é?” Ele imediatamente respondeu que não. Que ela era ótima mãe e jamais tiraria os filhos dela. Mas que o processo era somente uma maneira dele mostrar a ela que ele também era pai daqueles filhos e que queria que ela assumisse que havia colocado um homem para morar dentro da casa que ele havia construído para morar com ela e os filhos. Outros casos não tão explícitos como este, somente ao longo da mediação, revelam as verdadeiras causas para a abertura de um processo, processo este em que a outra parte ao ser intimada diz chegar como “soco”. Bom... mas era essa a intenção! As partes emperram a comunicação e optam por uma disputa judicial para não desfazer o conflito como se pudessem concluir que o outro é exatamente aquilo que ele afirma ser.

Ao aceitarem a mediação, as partes assinam um termo de compromisso no qual a alusão à conduta criminosa ou violenta, maus-tratos ou abuso de menores; serão relatados aos juizes. No mesmo termo consta que os encontros de mediação se dão sob sigilo, com exceção das hipóteses mencionadas acima. E ainda que os mediadores não podem ser convocados como testemunhas em processos. Ao final dos encontros o juiz apenas recebe um oficio indicando se houve ou não consenso, ou se houve consenso parcial. As partes são encaminhadas novamente para o juiz para homologarem o acordo ou retomarem o processo.

O modelo de mediação neste Foro segue a mediação transformativa com o uso de algumas técnicas da mediação circular narrativa como por exemplo a equipe reflexiva.

No trabalho de adesão a mediação, isto é, na pré-mediação explicamos as informações e regras conforme abaixo:

A mediação é uma possibilidade de conversa para que vocês possam decidir o que é melhor para vida de vocês. Ninguém sabe mais do que vocês o

que é melhor para a vida de vocês, nem juiz, nem advogado. O juiz toma uma decisão sem poder escutar a história de vocês. Depois de uma decisão judicial o conflito ainda permanece muitas vezes pois a resolução não foi trabalhada dentro de cada um de vocês. Ela foi imposta, o que vem de fora é engolido a seco, é artificial. O que pode gerar inúmeras ações a partir daquele que está insatisfeito. Através da comunicação, de uma conversa respeitosa podemos chegar num acordo ou numa nova relação que vai gerar paz, saúde e economia de dinheiro. O enfoque na mediação não é o acordo, mas sim que consigam voltar conversar, pois conflitos sempre existirão e aqui vocês têm a oportunidade de aproveitar os desentendimentos para transformação de cada um. O conflito pode ser entendido como um mal, mas aqui é uma oportunidade de mudança. Todo ser humano enfrenta conflitos em todas a suas relações. Uma briga boa é a oportunidade de conversarem ao invés de se agredirem ou desistirem. A mediação não é terapia pois tratamos de pedidos focados, objetivos. O passado será retomado na medida em que for importante para esclarecer o conflito. A probabilidade de um acordo dar certo é maior quando são vocês que escolhem. Se ao final chegarem a um acordo poderão fazer uma minuta com seus advogados para o juiz homologar. Vamos explanar alguns princípios do nosso trabalho:

Boa Fé - Querer de fato levar a mediação para frente, querer se entender com a outra parte independente da dificuldade. Isto significa ter atitudes condizentes na sessão e fora da sessão. Por isso enquanto estiverem tentando a mediação o processo ficará suspenso. Não adianta prometer novas atitudes, sair daqui e fazer B.O., chamar polícia ou entrar com novas petições.

Sigilo - Os mediadores não podem ser testemunhas de processo. Não acompanhamos o processo, nem mesmo, relatórios ou provas, nem temos contato com os juizes. Aqui não se trata de provar quem está certo mas sim que cada um seja capaz de escutar e de conversar com o outro num tom cordial. Isso para evitar certas atitudes que possam aumentar ainda mais o conflito. O conteúdo do que é discutido aqui deve ficar entre vocês para não gerar discórdias com as pessoas próximas de vocês dificultando mais ainda a mediação. Pode-se falar sobre os sentimentos aqui gerados com as pessoas. Os mediadores fazem

anotações para nortear nosso trabalho mas serão destruídas após o término do trabalho.

Cooperação Colaboração – Para dar certo a mediação é preciso a colaboração e esforço de vocês pois o interesse é de vocês . Nós somos guardiões do processo mas não do conteúdo. Vocês vão decidir o que é importante ser discutido nos encontros. Não decidimos nada, nem damos opinião. Também não damos assistência jurídica para isso podem falar com seus advogados.

Trabalho voluntário – Você participa se quiser. Dizer que quer a mediação não necessariamente significa querer. Ela envolve muito esforço. Percebemos quando alguém de fato não quer pois tenta manipular, sabotar, criticar, julgar. Se não quiser participar não acarretará em nenhum prejuízo, o juiz apenas receberá um papel sabendo dizendo se houve ou não consenso. Não entregamos nenhum relatório com o que foi falado aqui. Caso iniciem a mediação e desistirem no meio também não haverá problema.

Falar em nome próprio – Evitar acusações e para isso falar em nome próprio. È diferente dizer: “Sua filha ficou chorando pois você nunca cumpre o que promete. Você não tem jeito” e dizer: “Fiquei esperando você ir buscar nossa filha ontem e fiquei magoada. O que aconteceu?”. Cada um tem suas verdades, fatos, sentimento e eles devem ser respeitados pois é a maneira que cada sente o mundo. As falas devem ser respeitosas e cada um terá tempo igual para expor o que pensa. Quando alguém ataca o outro nem ouve o que é dito pois já está pensando em como vai devolver.

Duração – A mediação dura em média de 5 a 10 sessões de acordo com a necessidade de cada caso e toma uma hora por sessão.

Pontualidade e Assiduidade – Devem chegar no horário e se tiverem problema avisar com antecedência na recepção para agendar um novo horário e também para não causar desconfiança na outra parte. É preciso também vir com constância para que o processo seja efetivo.

Equipe Reflexiva – Temos uma equipe fora do campo que chamamos para fazer algumas reflexões para poderem pensar melhor e sair do impasse. Vocês serão chamados para falar o que pensaram sobre o que a equipe disse.

IV. CASO DE MEDIAÇÃO

Este caso de mediação tem como ação a Destituição do Poder Familiar cujas partes envolvidas são Elisa e Yuichi versus Atila. Foi encaminhado pela vara de família e sucessões do Fórum Regional I de Santana.

Elisa e Yuichi são casados e têm três filhos (Mara, 20 anos; Flávia, 17 anos; Vladimir, 13 anos). Atualmente detém a guarda das duas filhas de Atila (Ingrid e Lara) cunhado de Elisa. O casal abriu uma ação de Destituição do Poder Familiar justificando maus tratos e negligência paterna. Atila perdeu a esposa Clara, irmã de Elisa, de tumor cerebral em 2001. Em seguida, Atila pediu que a cunhada Elisa cuidasse por um tempo de suas duas filhas pois estava sem condições psicológicas e financeiras para fazê-lo. Ao tentar retomá-las, foi instaurado um processo contra ele no qual foi imediatamente determinada a passagem da guarda à Elisa, enquanto o processo seguia curso. Atila é amasiado há 6 meses com Fernanda.

Data: 01/12/05 - Primeiro Encontro

(Atila senta-se de modo a não ter que olhar para o casal. Está muito vermelho e tenso. Fala sempre focando com o olhar para as mediadoras evitando cruzar o olhar com as outras partes, mantém uma postura rígida. O casal senta-se junto no sofá. O clima é muito tenso).

Atila: Gostaria de iniciar a reunião com a pergunta - O que vocês querem com as minhas filhas se são tios?

Mediadora 1: Gostaríamos de perguntar antes qual o contexto do processo?

Atila: Tenho duas filhas, Ingrid de 9 anos e Lara de 7 anos. Elisa: Lara tem 6 anos e não sete!

Atila: Mas ela vai fazer 7 logo mais. Então ela tem mais para 7 do que 6 anos. Isso não vem ao caso. Eu era casado com a irmã dela, Clara que é falecida há 4 anos. Teve câncer no seio e em seguida atingiu o cérebro. Faz dois anos e

pouco que as meninas moram na casa dos tios. Até iniciar o processo moravam comigo. Foram morar com os tios pois tive uma dificuldade de emprego depois que a mãe faleceu. Eu tinha ajuda só das empregadas pois minha família mora no Chile. Eu também tinha dificuldade de conseguir empregadas. Depois de dois anos de dificuldade, as coisas ainda pioraram. Estes senhores aqui presentes faziam visitas à minha casa e ofereceram ajuda para cuidar delas. Aceitei a ajuda deles. Fui ingênuo. Foi tudo premeditado. Pedi para ficarem com as crianças de março até o final do ano de 2003, até conseguir uma empregada fixa e com vínculo. Eles foram consultar seus 3 filhos se eles aceitavam. Mas depois de 2, 3, 4 meses fizeram um documento que disseram que iria facilitar cuidar das crianças. Falaram com o advogado e fizeram uma autorização. Esta foi manipulada e virou uma mudança de guarda consensual. Ia terminar em dezembro de 2003 . Eu não sabia do alcance deste documento. Foi assinado em setembro de 2003. Mas aí decidiram quebrar o acordo e pedir a guarda das crianças. Falaram coisas a meu respeito. O juiz acatou e deu para eles a guarda. Antes disso eu visitava as meninas a cada 15 dias ou quando eles ou elas tinham vontade. Íamos uns na casa do outro. Depois que abriram o processo me senti traído. As visitas passaram a ser negadas. O juiz negou as visitas. Grande culpa é do advogado de vocês que não distingui autorização de mudança de guarda. O juiz também é culpado pois não me escutou.

Mediadora 1: Vamos agora dar tempo igual para Elisa e Yuichi contarem um pouco como entendem o que aconteceu.

Elisa: Clara conheceu Atila com 15 anos. Ele tinha 30, era casado e tinha 3 filhos. Largou a esposa. Minha mãe era contra. Foi uma confusão, a esposa dele ia chorar lá em casa. Eu até cuidava dos filhos dele deste primeiro casamento. Ficaram juntos e quando Clara engravidou da Ingrid, ele a expulsou de casa. Ela foi morar na minha casa, ai quando a filha nasceu ela foi morar na casa de nossa outra irmã. Eles se agrediam muito na frente da criança. Quando ela brigava com ele, ela ia para a casa da nossa mãe que era na frente. Aí ela engravidou de Lara. A empregada disse que ele tacou álcool nela grávida e

disse que ia colocar fogo. Aí dessa vez ela foi morar na casa da minha mãe. Voltaram a ficar juntos na época do ano novo. Lara nasceu. Foi nosso pai que a levou no hospital para ter o bebê e chamou o Atila. Mas aí com nascimento da segunda filha ela voltou de novo para casa de Atila. Três dias depois que o bebê nasceu ela teve convulsão. As crianças ficaram na casa da nossa mãe. Descobrimos um tumor cerebral. O tumor era maligno e o médico disse que teria 7 meses de vida. Depois de operar ela continuou na casa de Atila com as crianças. E mesmo operada eles se pegaram de tapa. Toda hora era isso. Todas as internações e cheques calções foi eu e meu pai que pagamos. Comprávamos comida e fraldas, ele não dava dinheiro. Ele dizia para eu parar se não ia levar flores para mim no cemitério. Aí as meninas foram morar com a avó e nós (as irmãs de Clara) que passamos a sustentar as meninas. Clara gastava todo o dinheiro no shopping pois sabia que ia morrer. Em Janeiro de 2001 entrou em coma, ela viveu depois do tumor um ano e meio. Não voltou da coma e faleceu. Nós pagamos o velório e ele apareceu só as 11 h da manhã, sendo que o enterro era as 14 h. As crianças ficaram com ele. Ele trouxe um parente do Chile para cuidar delas, juntou também o cunhado do primeiro casamento e a mãe da ex- mulher dele. Todos ficaram morando na chácara dele. As crianças ficaram isoladas e esse parente dele era alcoólatra. Ele não deixava a gente ver as crianças, nós dizíamos: “Estão acostumadas conosco e perderam a mãe”. Só depois de um tempo voltamos a ver as crianças a cada 15 dias durante 8 meses. As crianças vinham com herpes, corrimento, sujeira e piolho. Levamos no médico e ele disse que elas estavam em péssimas condições. Lara estava com falta de ar e falou para médica que o pai batia e tinha medo dele. E que queria ficar com a tia. Ele mudava de empregada toda hora. Trancava as meninas no quarto escuro. Uma empregada as jogou na piscina, outra Atila tentou abusar e outra ele contratou e sumiu deixando ela com as crianças uma semana. Todas as empregadas falavam isso dele. Às vezes ele deixava vermos as crianças e às vezes não. Nem levou roupa para elas ficarem no reveillon. Largou lá com a gente por 17 dias. A casa dele estava fechada e eu tinha que viajar dia 10. Ninguém sabia onde ele tava. Levei as crianças para a minha viagem na praia. Aí,

quando voltei, elas não queriam mais ir com o pai. Ele proibiu a avó de ver as crianças e ela resolveu entrar com um processo. Á avó ganhou direito de visita. Fiz as meninas voltarem para a casa do pai. Foi Atila que sugeriu de ficarmos com as meninas. Aí pensamos: “Criança não é objeto!”

Meus filhos adoraram as meninas. Clara era muito zelosa com as meninas. Aceitamos a proposta de Atila, mas Yuichi queria conversar com ele. Aí meu marido disse: “Criança não é assim, não pode largar e depois pegar quando quiser. Envolve sentimentos. Se der certo, se elas se adaptarem elas ficam para sempre.” Atila disse que queria casar de novo para ficar com as meninas. Yuichi disse que não ia ser fácil. Pegamos psicólogo para as meninas e cuidamos também da parte escolar. Ele exigiu que a avó tirasse o processo, aí nós sugerimos um termo consensual de guarda para nós e em compensação a minha mãe tiraria o processo. Ia ser bom para nós para facilitar as transações com as meninas. Aí o processo foi extinto com o trato da guarda temporária. Meu filho teve ciúmes mas não fazíamos diferença de nossos filhos e das meninas. Comprávamos tudo para todos. O juiz determinou uma assistente social para ir em minha casa em novembro de 2003. Aí eu disse que queria a guarda definitiva. Atila não quis dar. Elas eram problemáticas e hoje estão bem. Ele visitava a cada 15 dias e às vezes ele ficava de final de semana com elas.

Ele não gosta da minha família. Ele foi na apresentação da escola da Lara e não queria sentar-se do meu lado pois eu pedi a guarda. Em 2004 ele começou a falar mal de mim para as crianças. Bruxa, ladra. Ele vinha buscar elas em casa e me xingava quando chegava. Atrasava para devolvê-las e devolvia sem sapato, sujas, voltavam com a mesma calcinha. Ele tinha várias namoradas. Uma delas punha a roupa das meninas nos próprios filhos. As roupas que eu comprava sumiam. Certa vez ele demorou para devolver as meninas e Ingrid ligou chorando que estava na casa de alguém e que o pai tinha proibido de ligar para mim. A advogada dele me ligou e falamos para ela que ele tinha que devolver as crianças senão íamos pegar um advogado. Sugerimos regulamentação de visita, pois elas estavam traumatizadas e não queriam ver

o pai. O juiz determinou que ele as veria a cada 15 dias. Em janeiro deste ano me chamou de ladra vaca quando foi buscar as meninas e me bateu dentro do carro. Acelerou o carro para me arrastar. Entramos com suspensão de visitas. Mas tinham que ir ver o pai por enquanto. Ingrid tinha o histórico de que alguém a molestou, não sei quem. Disseram à ela que é gostoso enfiar o cabo de dente dentro da xoxota dela. Aí o juiz falou: “Não tem guarda definitiva, tem Destituição do Poder Familiar.” Acho isso grave. Sempre o pai foi visitar, eu deixava.

Yuichi: A mediação foi proposta pelo Atila. (em tom ameaçador). Você deve vir proposto a conversar, sem atacar pois se não vamos embora. O início da história dele é verdade. Mas se quiser pedir a guarda das meninas já colocamos que não vamos dar. É melhor falar logo pois aí já encerramos. Você deveria apreender com a gente.

Mediadora 2: Estamos todos aqui para ouvir um pouco como cada um percebeu e sentiu este momento tão difícil e poderem, expondo seus sentimentos, diminuir a hostilidade e começarem uma conversa. Se você, Yuichi, colocar limites e condições logo de início estaremos fechando para uma conversa. O pedidos virão mais para frente. Precisamos primeiro ouvir porque cada um tem a versão que tem da história. É importante tentar se colocar no lugar do outro, isso abre novas possibilidades e idéias.

Yuichi: É verdade, me desculpa. Eu não tinha percebido. Mas deixei claro à ele que as meninas não eram objetos e que não poderia fazer como quisesse. Eu disse à ele: “Use seu tempo para conquistar as meninas e nos conquistar. Se você quiser fazer mal à elas é só impedir de verem a avó pois são loucas pela avó”. Eu trato elas como sobrinhas, digo que o pai é você e

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