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Capítulo 2 – Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária

4. Medicamentos e outros produtos de saúde

Na farmácia comunitária existe uma grande variedade de produtos que podem ser cedidos ao público. De acordo com a legislação em vigor, artigo 33º do Decreto-Lei n.º 370/2007, de 31 de agosto alterado pelo Decreto-Lei n.º 171/2012, de 1 de agosto,as farmácia podem dispor para venda ao público: medicamentos; substâncias medicamentosas, medicamentos e produtos veterinários; medicamentos e produtos homeopáticos; produtos naturais; dispositivos médicos; suplementos alimentares e produtos de alimentação especial; produtos fitofarmacêuticos; produtos cosméticos e de higiene corporal; artigos de puericultura e produtos de conforto.(7)

Durante o meu período de estágio na FCO, tive a oportunidade de ter contacto com grande parte destes produtos e aprofundar o meu conhecimento através da leitura dos folhetos informativos, de outras fontes de informação disponíveis na farmácia e, também pelas explicações dadas pela Drª Sofia, Drª Inês e restante equipa.

4.1. Definição de conceitos

Devido à grande diversidade de produtos existentes numa farmácia, é importante ter noção das especificidades de cada um para os poder distinguir e exercer um bom aconselhamento no ato de dispensa ao público. Assim sendo,

• Medicamento: é “toda toda a substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”(8); • Medicamento genérico: é um “medicamento com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas, a mesma forma farmacêutica e cuja bioequivalência com o medicamento de referência haja sido demonstrada por estudos de biodisponibilidade apropriados”(8);

• Psicotrópicos e estupefacientes: são “substâncias com muitos benefícios terapêuticos, mas em contrapartida apresentam alguns riscos, podendo induzir habituação e até

mesmo dependência física e psíquica, daí ser fundamental toda a legislação referente ao regime jurídico do tráfico e consumo destas substâncias , bem como, a sua utilização ser em âmbito clínico e de acordo com indicações médicas(9,10). Estas substâncias atuam diretamente sobre o sistema nervoso central como depressores ou estimulantes, apresentando inúmeras aplicabilidades terapêuticas.” São exemplos a sua utilização como analgésicos, antitússicos, ou ainda em doenças psiquiátricas e oncológicas(9).

• Preparado oficinal: é “qualquer medicamento preparado segundo as indicações compendiais de uma farmacopeia ou de um formulário oficial, numa farmácia de oficina ou em serviços farmacêuticos hospitalares, destinado a ser dispensado diretamente aos doentes assistidos por essa farmácia ou serviço”(8);

• Fórmula magistral: é “qualquer medicamento preparado numa farmácia de oficina ou serviço farmacêutico hospitalar, segundo uma receita médica e destinado a um doente determinado”(8);

• Medicamento homeopático: é um “medicamento obtido a partir de substâncias denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia ou, na sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado membro, e que pode conter vários princípios”(8);

• Produtos fitoterapêuticos: são “qualquer medicamento que tenha exclusivamente como substâncias ativas uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas”(8);

• Produtos para alimentação especial e dietéticos: são “géneros alimentícios que, devido à sua composição especial ou a processos especiais de fabrico, se distinguem claramente dos alimentos de consumo corrente, mostrando-se adequados às necessidades nutricionais especiais de determinadas categorias de pessoas”(11); • Produto cosmético: é “qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em

contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores corporais”(12);

• Dispositivo médico: é um termo que engloba um grande conjunto de produtos. São utilizados para fins semelhantes aos dos medicamentos, como “prevenir, diagnosticar ou tratar uma doença”. Contudo, distinguem-se dos medicamentos porque atingem

esses fins a partir de “mecanismos que não são ações farmacológicas, metabólicas ou imunológicas”(13);

• Medicamento veterinário: é “toda a substância, ou associação de substâncias, apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em animais ou dos seus sintomas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”(14);

4.2. Sistemas de classificação mais usados em Farmácia

Comunitária

Em FC os sistemas de classificação mais utilizados são a classificação ATC, a classificação farmacoterapêutica e a classificação por forma farmacêutica.

A classificação ATC (Anatomical Therapeutic Chemical) divide as substâncias em diferentes grupos e subgrupos de acordo com o órgão ou sistema no qual atuam e com as suas propriedades terapêuticas, farmacológicas e químicas. Este sistema de classificação é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).(15)

A classificação farmacoterapêutica divide as substâncias de acordo com as suas indicações terapêuticas, ou seja, segundo o local onde exercem o seu efeito. Assim sendo, esta classificação é considerada uma aproximação da classificação usada em Portugal à classificação ATC da OMS.(16)

Por fim, a classificação por forma farmacêutica divide as substâncias de acordo com a sua forma farmacêutica, isto é, o estado final que apresentam as substâncias ativas ou excipientes depois de submetidas às operações farmacêuticas necessárias, de modo a facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado(8).

4.3. Localização dos diferentes medicamentos e produtos de

saúde nas instalações da Farmácia

Na FC para se localizar um medicamento ou produto de saúde, podemos caso saibamos, dirigirmo-nos simplesmente ao seu local de armazenamento. Por outro lado, caso tenhamos dúvidas de onde se encontra armazenado determinado produto, podemos recorrer ao sistema informático. O Sifarma fornece informação muito detalhada sobre os medicamentos e produtos de saúde, tal como o local de armazenamento, a quantidade em stock, o prazo de validade, entre outros.

Principalmente no início do estágio, esta informação dada pelo sistema informático revelou- se bastante importante quer para colocar as embalagens dos produtos e medicamentos no devido lugar, quer para localizar mais rapidamente os produtos nos primeiros tempos que estive ao balcão.