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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.4 Intoxicações em seres humanos

2.4.5 Aspectos botânicos e clínicos das intoxicações

2.4.5.3 Medidas de prevenção

De acordo com orientações e procedimentos usuais indicados nos manuais e livros de toxicologia a básica, nos protocolos de urgência e emergência e através do site do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (SINITOX) a maneira mais eficaz de contribuir para evitar a ocorrência de intoxicações são: alertar a população sobre os riscos do uso indiscriminado de plantas em preparações e chás; instruir os adultos a educar as crianças, de modo que elas não utilizem plantas em suas brincadeiras; fornecer aos profissionais da saúde meios práticos e rápidos de identificação de plantas e dos sintomas causados por elas, para que possam tratar os diferentes casos de forma apropriada.

E para minimizar o quadro de intoxicações existente, esclarecem a importância de se evitar o manuseio de plantas ornamentais dentro de residências (dormitórios, escritório, etc.), principalmente as que apresentam flores, sementes coloridas, látex esbranquiçado e espinhos; a compra de plantas para decorar os ambientes (externo e/ou interno) da casa, ou de seu local de trabalho sem o prévio conhecimento da toxicidade da espécie selecionada para este fim.

Destacam ainda, a importância de orientar as crianças a não levarem plantas à boca; não consumir frutos ou plantas desconhecidas mesmo que seja destinada à alimentação; evitar o plantio de plantas tóxicas no jardim de sua residência, em praças públicas, ambiente escolar. Esclarecem ainda que em caso de acidentes toxicológicos por ingestão da planta, que o paciente deve ser encaminhado ao hospital mais próximo para avaliação médica e se possível, os pais ou responsável pela vítima acidentada, deve levar uma amostra da planta que causou o evento tóxico para que o profissional de saúde possa realizar a sua identificação. Além destas recomendações, informam que os pais devem observar cuidadosamente as brincadeiras das crianças principalmente quando elas estiverem brincando em ambientes onde haja a presença de plantas.

E em relação a estas medidas preventivas, informam que a melhor forma de prevenir os acidentes toxicológicos por espécies vegetais é conhecendo as suas propriedades tóxicas, evitando o contato direto (olhos, boca e mucosas) e aprendendo a manuseá-las de forma correta.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

 Analisar e relacionar as características epidemiológicas e clínicas das intoxicações provocadas por espécies vegetais em seres humanos, no estado de Pernambuco no período de 1992 a 2009.

3.2 Objetivos específicos

 Catalogar as espécies vegetais tóxicas relatadas nos prontuários médicos do Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (CEATOX) de 1992 a 2009;

 Investigar os dados epidemiológicos quantitativos das intoxicações, e relacionar as variáveis investigadas ao perfil do paciente intoxicado;

 Investigar as características botânicas e clínicas das intoxicações e, a partir destas informações, com auxílio de literatura especializada, relacionar os compostos bioativos prevalentes nas espécies tóxicas;

 Indicar a parte tóxica da planta responsável pela intoxicação e a motivação do seu uso;

 Relacionar as intoxicações provocadas por espécies vegetais específicas com os principais sinais e sintomas clínicos associados;

 Elaborar um manual com informações sobre plantas tóxicas para divulgação junto à população em geral.

4. METODOLOGIA

4.1 Local de estudo

Esta pesquisa foi realizada no Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco - CEATOX-PE, situado no 1◦ andar do Hospital da Restauração - HR (Figura 3) localizado na Região Metropolitana da cidade de Recife – RMR, capital do estado de Pernambuco.

Figura 3 - Aspecto geral da estrutura externa do Hospital da Restauração (HR) onde está localizado o CEATOX de Pernambuco.

Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=737352

4.2 Evolução epidemiológica

Os dados epidemiológicos desta pesquisa foram coletados no Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (CEATOX-PE) através de consulta as Fichas de Notificação e Atendimento - FNA (Anexo 1).

Para este estudo, foram selecionadas as fichas dos pacientes notificados com diagnóstico médico de intoxicação por espécies vegetais, no período de 1992 a 2009.

Tomando como referência a FNA dos pacientes, foram selecionadas as seguintes variáveis epidemiológicas para este estudo: Dados do paciente (sexo, faixa etária); Dados do evento (tipo de atendimento, zona de ocorrência, município, circunstância, sazonalidade, local do acidente, via de exposição); Dados do agente tóxico (família botânica, parte da planta utilizada, sintomas apresentados, princípio bioativo prevalente) e Dados clínicos das intoxicações (sintomas, tratamento, grau de intoxicação, tipo de intoxicação, motivação do uso, parte da planta utilizada, forma de uso, tempo de exposição, manifestação clínica, tratamento, evolução clínica).

4.3 Investigação botânica

Para auxiliar no conhecimento da família botânica das espécies vegetais relatadas, procedeu-se a busca de artigos nas bases eletrônicas de dados MedLine, Scielo, LILACS e consultas a literaturas especializadas sobre plantas tóxicas como por exemplo: Schvartsman,1992; Bortoletto,1993; Tokarnia, 2000; Joly, 2002; Schenkel et al. 2004; Riet- Correa et al. 2006; Lorenzi et al. 2011, entre outros.

Para a investigação do princípio ativo, mecanismos de ação e alvo biológico dos componentes tóxicos vegetais, foram consultados banco de dados on-line como PubMed, PubChem, Preotein Data Bank (PDB) e PDBsum.

Para a descrição dos métodos utilizados no diagnóstico e tratamento emergencial das intoxicações, foram consultados Protocolos de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde e bibliografias relacionadas ao tema em estudo.

Neste estudo, considerou-se o termo “não informado” para se referir as variáveis contidas na ficha de notificação dos pacientes e que não foram devidamente informadas durante o atendimento médico.

4.4 Método de estudo

Trata-se de um método transversal, retrospectivo, com abordagem quantitativa e descritiva e todos os pacientes incluídos neste estudo apresentaram diagnóstico médico de acidente toxicológico plantas tóxicas.