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As consequências geradas pela inadequação do saneamento básico são notáveis e estão presentes em várias esferas da sociedade. A quantidade de problemas e a frequência com que ocorrem torna a situação preocupante e promove o anseio por soluções cabíveis e eficientes.

As políticas de investimento em saneamento devem ser bem previstas e elaboradas a partir do conhecimento dos problemas e seus respectivos impactos, ajustando-se às necessidades das áreas urbanas e rurais (ENANPUR, 2017). Essas políticas devem ser planejadas em conjunto com outras, afim de favorecer o desenvolvimento sustentável, o melhoramento da saúde e qualidade de vida, bem como conservação dos recursos hídricos e do meio ambiente (BRASIL, 2009). A implantação de soluções técnicas adequadas com o uso de tecnologias de tratamento de resíduos é capaz de auxiliar na redução dos impactos à saúde pública e ao meio ambiente (SANTIAGO, 2018). Além disso, o planejamento para a implantação de sistemas de saneamento deve estabelecer prioridades observando as particularidades de cada população (SOARES et al., 2002).

Segundo Schilling (2019) a população tem o direito de esperar mais do poder público e não apenas se conformar com o fornecimento de serviços pagos. De acordo com o autor, seria interessante que fosse requerido deveres dos cidadãos acerca das políticas de saneamento, como por exemplo usar corretamente a rede sanitária e pagar as taxas pelos serviços recebidos.

Schilling (2019) ainda aponta sobre a importância da participação cidadã em projetos como o plano nacional de saneamento básico para que ela possa interagir democraticamente e assim seja possível incluir suas necessidades nas pautas.

Para solucionar ou mitigar os impactos causados pela inadequação dos serviços de drenagem e controle pluvial, Paraná (2002) propõe a implementação de pavimentos porosos, trincheiras de infiltração, faixa gramada, canalização e microrreservatórios em áreas urbanas. Tais medidas podem ser tomadas para que se estabeleça um equilíbrio entre o meio ambiente e social de modo que se diminua os riscos gerados pelo mal gerenciamento dos serviços de saneamento.

Santos (2017) propõe a implantação de um sistema compensatório de drenagem que seja planejado de acordo com um plano diretor de drenagem urbana, que seria realizado por meio de planos conjuntos de saneamento básico e desenvolvimento urbano.

O manual de saneamento básico aponta cuidados básicos para se adotar afim de mitigar os efeitos causados pela inadequação dos serviços de esgotamento sanitário, que são evitar a poluição do solo e corpos hídricos; evitar contato com fezes; promover novos hábitos de higiene à população, bem como atender o bem-estar estético das regiões (BRASIL, 2006).

A universalização dos serviços de esgotamento sanitário é de extrema importância para haver uma maior contribuição com a preservação dos recursos hídricos. Rosa et al. (2012) argumentam que o investimento nesses serviços contribui para a economia das localidades alcançadas, devido à valorização dos imóveis, de forma a facilitar a instalação de negócios. O

autor esclarece que a implementação de serviços como esse propicia um crescimento da indústria de construção civil devido ao aumento na procura de residências e comércios nessas localidades, o que gera novos empregos e aumenta a renda da população.

A fim de se reduzir a incidência de doenças como diarreia, Fewtrell e Kaufmann (2005) relata que a implementação de serviços de saneamento, como abastecimento de água potável e coleta de esgoto são eficientes. Atrelado a essa informação Esrey et al. (1991) demostra que ofertar serviços de esgotamento sanitário contribui de forma mais expressiva sobre a mitigação de doenças relacionadas ao saneamento básico se comparado ao oferecimento de água.

Uma das atribuições do saneamento que mais carece de atenção governamental é a correspondente ao gerenciamento de resíduos sólidos, sendo esse um fator responsável por comprometer a saúde da população e impactar severamente os recursos naturais (MONTEIRO et al, 2001). Devido a isso faz se necessário a implementação de uma gestão integrada de resíduos sólidos considerando as esferas econômicas, ambientais, sociais, políticas e culturais (BRASIL, 2010b).

A gestão integrada de resíduos sólidos corresponde às ações direcionadas à busca de soluções para os resíduos, considerando as dimensões políticas, econômicas, ambientais, cultura e social sobre tudo com o desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010b).

Segundo a Lei Nº 8.080/1990 as políticas públicas de saneamento e saúde devem estar interligadas de modo que haja participação do sistema de saúde na execução de atividades concernentes ao saneamento básico (BRASIL, 1990). A Lei Nº 11.445/2007 revela que deve haver devida interação entre as ações voltadas ao saneamento e às políticas regionais de proteção ambiental, combate à pobreza e promoção da saúde (BRASIL, 2007).

Santos (2018) argumenta sobre a necessidade de se implementar soluções efetivas no combate de enfermidades cujas causas tem relação direta com os péssimos serviços de saneamento:

Em vista de que grande parte dos problemas de saúde da humanidade esteve intrinsecamente relacionada às medidas de saneamento ambiental, torna-se importante garantir que as enfermidades sejam evitadas através de ações preventivas que envolvam não só a oferta de serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, gerenciamento de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais. Mas também por meio da promoção de uma educação sanitária, na qual deve-se orientar a população a adotar hábitos higiênicos de ordem pessoal, alimentares e doméstico (SANTOS, 2018 p.248). Para se ter condições sanitárias funcionais e eficientes, projetos arquitetônicos e orçamentários devem ser feitos e esquematizados de tal forma que se priorize pela qualidade dos serviços prestados, oferecendo a população um serviço eficiente e de alta qualidade, não

visando, no primeiro momento, manutenções corretivas futuras para se consertar aquilo que não foi realizado de forma adequada.

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