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MEDIDAS PARA A PROTEÇÃO CONTRA A ESPIONAGEM E CRIMES CIBERNÉTICOS

A elaboração de políticas baseadas na redução dos custos e melhoria dos esforços para analisar o fluxo de informações evolui também o ciclo de inteligência nacional e aumenta a sua capacidade de análise.37 Tal melhoria beneficia a ABIN e deve ser proposta em conjunto

com os atuais programas como o PNPC, UNINT e PRONABENS, visando a adesão e convênio de entidades públicas e privadas, o fomento à pesquisa e o desenvolvimento científico, traçando metas objetivas e claras para proteção da informação, especialmente nas organizações mais relevantes. Deve-se considerar a necessidade do Brasil de obter capacidade de criptoanálise em alto nível, afim de recomendar e implementar soluções nas entidades com conhecimento sensível relevante e elevar o padrão de segurança. Um programa colaborativo permitiria a evolução de capacidade em nível afirmativo, com a adoção no Brasil de soluções próprias, tendo em vista solidificar uma política de segurança da informação economicamente sustentável.

O contexto norte-americano tem um nível de risco muito elevado, devido ao tamanho das ameaças e sua presença econômica no mundo digital, sendo que avanços propostos pelos norte-americanos são muitos sugestivos para as políticas brasileiras. Os norte-americanos possuem uma rede altamente ramificada e privada, o que eleva os níveis de insegurança, além de já existir uma agenda governamental de segurança cibernética. As políticas de Obama foram relevantes, no aspecto de se propor medidas que podem ser aplicadas também no Brasil, adequadas ao nosso contexto. O Estados Unidos inventiva outros Estados a adotar o Framework for Improving Critical Cyberstruture Cybersecurity – FICCC, uma estratégia de melhoria na segurança cibernética que visa reformular o relacionamento entre o Estado e empresas privadas, para elevar os níveis de infraestrutura e securidade no ciberespaço americano. Tal política é um modelo relevante de proposta para que o Brasil venha a desenhar uma iniciativa estratégica.

A formulação de uma Iniciativa Estratégia de Consolidação da Segurança da Informação visaria pontos relevantes na reformulação de padrões, normativas e práticas que visem o

37Esforços para diminuir os custos de transação no ciclo da inteligência envolvem tanto o mapeamento de necessidades dos usuários e a busca permanente de sua avaliação sobre a qualidade das informações recebidas, quanto coisas mais “prosaicas” como o estabelecimento de infra-estrutura e serviços de comunicação adequados. (CEPIK: 2009)

reforço da segurança da informação do Brasil. Tal programa pode ser similar ao norte- americano, adotando o mesmo padrão de elevação de segurança e permitindo a interação entre o governo e a malha cibernética brasileira. Tal Programa de Inteligência visaria a sensibilização e adesão voluntária, através de medidas proativas para a avaliação de cibersegurança, afim de que empresas venham a formular modelos de segurança cibernética dentro dos mais altos padrões de eficiência, com medidas que incluem: Avaliações de capacidade de proteção; medidas de aplicação; identificação de inovações e oportunidades de melhorias nos processos de segurança; a criação de uma rede estratégica e interativa entre essas organizações; incentivo a securitização proativa de dados. A proposição dessa solução incentivaria uma maior elaboração de pesquisas e estudos governamentais, acadêmicos, corporativos e independentes para propor soluções na proteção informacional, a inovação tecnológica, a geração de conhecimento corporativo e na adoção de padrões mais elevados dentro das tendências mais relevantes de ciberespaço, em especial, a transição de dados para o Cloud Computing, Data Mining e Big Data.

É necessário também o desenvolvimento de um programa modelo para operações de defesa cibernética público-privado, que pode nascer através da captação de recursos de parcerias para a elaboração de um grupo governamental que tenha atuação defensiva de inteligência em segurança digital. Visto que o campo de operações do grupo UK-USA tende a produzir ameaças em segurança cibernética, considera-se essencial a participação da ABIN na criação de um novo programa de elite em defesa cibernética para desenvolvimento destas tecnologias. Tal modelo deve levar em conta a colaboração das organizações governamentais do SISBIN com empresas privadas. Tal proposta é forte fator no modelo de sucesso da Inteligência americana. Arquivos fornecidos por Edward Snowden ilustram a escala de cooperação entre o Silicon Valley e as Agências de Inteligência. (The Guardian: 2013, 12 de julho). Evidentemente, o programa de elite da espionagem na NSA obteve maior sucesso graças à colaboração privada, através de acessos e quebras de criptografia. Mas visavam uma atividade ilegal, aparentemente patriótica, facilitando o êxito em produzir softwares com capacidade não imaginada ou instalar hardwares contaminados para exportação.

Tais programas também visariam estabelecer propostas de estudos protetivos para aumentar competitividade da tecnologia da informação brasileira em nível de segurança da informação, visando elevar o padrão de segurança no compartilhamento dos dados nas

tendências propostas de computação em nuvem e eventuais mitigações de sinistros que possam ocorrer, atingindo a segurança da infraestrutura cibernética, de transportes e outras que estão conectadas à malha virtual. Especialmente, o investimento em tais estudos deve levar em conta o acesso crescente da população às redes sociais, e a prevenção do roubo de dados bancários e informações empresariais.

O principal ponto a ser tocado nessas iniciativas é a necessidade de se estabelecer um referencial próprio em estratégia de segurança da informação para agir no domínio virtual, já que a ciberguerra é uma tendência de organizações civis e militares para reduzir os custos em operações hostis, tanto para espionagem industrial quando a sabotagem dos interesses nacionais. Se os principais expoentes na elaboração de ferramentas de invasão de dados são russos, americanos, chineses e norte-coreanos, o Brasil é evidentemente um país indefeso em uma eventual campanha virtual visando a extrapolação de dados. Os dados virtuais podem ser considerados um novo domínio econômico fundamental para o desenvolvimento da nação brasileira nos próximos anos, especialmente para a operacionalidade da inteligência civil.

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