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CAPÍTULO 3. Influência do poder do pensamento transformador nas mudanças de

3.7. Meditação transcendental(MT) – A otimização do cérebro

Diferentemente de Persinger (1997) e Remandran (1998), que produziram artificialmente experiências religiosas com o “capacete de Deus”, os neurologistas Newberg (2001) e d´Aquili (2001) e avaliaram tais experiências utilizando essas técnicas de “Single Photon Emission Computed Tomography – SPECT” (tomografia computadorizada por emissão de fóton único), os quais tinham a intenção, de ao mapear as áreas do cérebro de monges budistas que sinalizavam no decorrer de seus estados de máxima meditação quando eram atingidos, caracterizados pelo esvaziamento do sentido de existência como indivíduos isolados, tornando-se uno com o mundo que o rodeia e de uma forte ligação com o universo, era exatamente nesse momento que a substância radioativa era injetada e, assim, uma imagem da ativação cerebral era obtida imediatamente. Uma diminuição na vertente póstero-superior do lobo parietal direito e

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amigdala bilateral e o aumento da atividade cerebral no córtex frontal foram os resultados dessas imagens no SPECT. Ver fig. 08

Na visão de Newberg (2001) e d´Aquili (2001), os resultados obtidos apontaram que durante a meditação ocorre essa redução na região parietal direita que controla normalmente o sentido espacial, assim como as sensações de fronteiras espaciais do indivíduo com o mundo exterior ocorrem com a perda de distinção dessas fronteiras e são também distinguidas. Do ponto de vista da Física Quântica, esse fenômeno da transcendência máxima que se constitui numa questão humana universal na procura do sublime, para algo fora dele que se eleva além de um limite, do Sagrado, de Deus, tende a acontecer à medida que o limite do comprimento de onda da função de onda do evento na mente/cérebro tende ao infinito, consequentemente a sua amplitude tende a zero. Ver fig. 09

Figura 08 – Experiência de Andrew Newberg e Eugene d´Aquili com budistas em meditação

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Durante o período de oração de freiras franciscanas, esses pesquisadores repetiram o mesmo experimento com o SPECT e perceberam que os fluxos sanguíneos do cérebro diminuíram no lobo parietal superior e aumentaram no lobo frontal inferior, lobo parietal inferior e no córtex pré-frontal. Comparativamente os padrões de ativação obtidos no experimento com os monges budistas e as freiras franciscanas eram bastante semelhantes, o que para os autores do estudo propuseram que em termos neurobiológicos as chamadas “experiências religiosas” ou “estados místicos” parecem estar, de alguma forma, relacionadas, do ponto de vista da Física Quântica, com a atividade cerebral do colapso da função de onda pela consciência nesse exato momento máximo da meditação.

O neurologista austríaco Singer (2003), desenvolve a sua pesquisa na década seguinte o qual abordou “o problema da aglutinação”, em que nela se demonstrou, através de um sofisticado sistema onde foram ligados eletrodos a neurônios, que, por exemplo, quando uma pessoa está observando um objeto, cachos de neurônios em todo o cérebro percebem o mesmo objeto, oscilando simultaneamente em frequências semelhantes na faixa de 40hertz, ou seja, há oscilações de 40hertz em todo o cérebro, e estas oscilações parecem estar necessariamente associadas às possibilidades de consciência no cérebro e “aglutinam” eventos perceptivos e cognitivos individuais e os transformam em um todo de maior sentido, ou seja, exterioriza que talvez exista outra

Figura 09 – Onda transversal com a direção de propagação perpendicular à direção de vibração.

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dimensão quântica no nível de oscilações dos multineurônios provenientes do comportamento dos canais em que os íons são transportados.

Essas oscilações é que dão sensação de unidade a nossa percepção, formando o sentido do que está sendo observado e até mais profundamente imaginado, e, portanto, constitui a base neural do Quociente Espiritual (Q.S.), uma terceira inteligência que coloca os atos e experiências em um contexto mais amplo do sentido e valor, tornando os homens, dessa maneira, mais efetivos. O trabalho de Singer (2003) mostrou que há um processo neural no cérebro dedicado a unificar e dar sentido às experiências.

Nesses termos, somente as duas formas conhecidas de organização neural do cérebro interagem através do Quociente de inteligência (Q.I.), com base nas conexões seriais; e a outra através do Quociente emocional (Q.E.), com base nas conexões associativas.

As pesquisas de Singer (2003) oferecem um primeiro indício científico acerca de um terceiro tipo de pensamento, chamado unitivo, que é a base da inteligência espiritual. Baseado no sistema neural do cérebro, as oscilações neurais síncronas unificam e integram os dados através do cérebro. O processo facilita a interação entre as emoções e a lógica e, assim, ele fornece um significado e dá sentido a sua espiritualidade. A tese da Inteligência Espiritual (Q.S.) vem comprovar que o homem é um ser “espiritual”, pois, no seu interior, um mistério maior do que ele mesmo, em seu cérebro, existe comprovadamente o “Ponto Divino” ou "Ponto de Deus". Deste modo, o homem jamais deixará de ser espiritual, jamais deixará de ser religioso, isto é, de "religar-se" a algo ou alguém que o transcende, mesmo que rejeite essa possibilidade. Desse modo, Zohar (2000), afirma "é a terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos”. Para os autores, ter alto Quociente Espiritual (Q.S.) implica ser capaz de usar adequadamente o senso de finalidade e direção pessoal. A criatividade se torna mais produtiva com a Inteligência Espiritual (Q.S.), que amplia também os horizontes. Ter Inteligência Espiritual é usar o que se sabe do jeito certo, na hora e no lugar certos, com a intenção certa. Por exemplo, se se sabe que o próprio ”eu” se constitui como um ser espiritual também vai se "saber" se possui, ou não, alguma coisa que retrocede esse crescimento espiritual. Quando alguma coisa na vida é danificada ou perdida, não se é afetado de qualquer maneira, porque se é, capaz de usar esse poder espiritual para

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aceitar e seguir em frente, e não transformar a vida num terreno baldio. Nesse contexto, Zohar (2000), propõe que a inteligência espiritual unifica, integra e se reveste do potencial de transformar o material surgido dos outros dois processos.

O autêntico diálogo entre mente e corpo, entre razão e emoção, são facilitados e fornece um centro de crescimento e transformação e dá ao “eu” um centro ativo, unificado, gerador de sentido. Contrariamente à percepção geral, a Inteligência Espiritual (Q.S.) invoca o uso da razão e da vontade. O processo envolve a análise e decisão. Se se tomar a lei da "gravidade" como exemplo, não se tem que sentir a presença de gravidade para crer, pois este princípio está em vigor, se se é, um crente da presente lei ou não. É na aplicação desse conhecimento da dimensão espiritual que implica em sabedoria, que as decisões do homem se enquadram no que diz respeito a este princípio, para a proteção de vidas e propriedades do planeta.

Na pesquisa realizada por Linas e Ribary (1993), eles estudaram a consciência no sono e em estado de vigília e aglutinação de eventos cognitivos no cérebro, aperfeiçoaram a nova tecnologia neurofisiológica chamada MEG, que significa magnetoencefalografia, que permite estudos acerca dos campos elétricos oscilantes, relacionados com o desenvolvimento do pensamento unitivo.

A magnetoencefalografia (MEG) envolve a medição dos campos magnéticos associados à atividade elétrica cerebral. Esses campos aparecem devido à atividade elétrica neuronal, que é caracterizada pela passagem de corrente elétrica, em resposta ao gradiente de concentração de diferentes eletrólitos, através da membrana de uma célula nervosa de ações, ao longo da estrutura dos neurônios. Essa corrente elétrica altera as concentrações de certos íons, fazendo surgir um potencial que por sua vez, faz com que a ação possa se propagar ao longo da célula nervosa, fazendo aparecer um campo magnético de intensidade e sentido bem definidos. Trata-se de uma técnica não invasiva que permite seguir, à semelhança da eletroencefalografia (EEG), a propagação de um estímulo nervoso no cérebro, na escala do milissegundo. Com o auxílio desta técnica, é possível localizar regiões funcionais do córtex cerebral, com uma resolução espacial superior à da eletroencefalografia (EEG), e avaliar a integridade das vias de transmissão de sinais. As aplicações clínicas mais importantes da magnetoencefalografia (MEG) são a localização funcional pré-cirúrgica e a localização da atividade epiléptica.

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A pesquisa realizada sobre as origens da linguagem humana foi desenvolvida pelo neurologista, antropólogo e biólogo Deacon (1997), da Universidade de Harvard, o qual descreve sobre a evolução da imaginação simbólica e seu consequente papel no cérebro e na evolução social que dão sustento à faculdade de inteligência que denominamos de Quociente espiritual (Q.S.). Em outras palavras, a inteligência espiritual instalou a "fiação" necessária para saber quem somos e ainda para implantar novas "fiações", que sejam capazes de participar no crescimento e transformação do potencial humano. Nela, Deacon(1997) demonstra que usa-se a Inteligência espiritual (I.S) ou Quociente espiritual (Q.S) para também:

 administrar problemas existenciais;

 tornar a pessoa espiritualizada e inteligente sobre religião;  transcender o abismo entre o eu e o outro;

 compreender quem somos;

 projetar mais completamente na direção das pessoas desenvolvidas que se tem o potencial de ser;

 ajudar a superar o ego imediato;

 enfrentar os problemas do bem e do mal, vida e morte e sofrimento humano. As limitações, dores e frustrações sempre se constituíram num grande obstáculo para o homem moderno, sobretudo para a maioria dos jovens que não sabem como lidar e o que fazer com elas. O mundo tem que girar em torno deles e, por isso, não conseguem enxergar nada além do que não lhes satisfaçam. Amplamente se cultiva a agressividade, a busca imediata do prazer, a alienação social, a dificuldade de se colocar no lugar do outro. A educação falha por não poder alcançar seus objetivos e, portanto, não rompe com a rigidez, em que eles se identificam. É necessário e suficiente que haja uma verdadeira revolução “espiritual” na educação para que possa se reverter esse quadro.

Desse modo, em termos individuais, ter Inteligência Espiritual, é ir além dos questionamentos existenciais. É ir além de o simples aprender para compreendê-lo, transformando conhecimento em sabedoria. É através do desenvolvimento do propósito de sermos concernentes que em toda a rede da vida, tudo tende à ampliação da

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percepção de que, no planeta, existe um elevadíssimo círculo de relações que se interagem, obedecendo a certo padrão, que sempre foi assim.

O argumento de Sullivan (2004, p.57) é que:

Temos a responsabilidade de cuidar de nosso planeta e lembrar que todos os empreendimentos educacionais devem ser julgados de acordo com a magnitude desta tarefa um desafio para todas as áreas da educação. É nossa responsabilidade educar para sobreviver, para criticar e para criar. A educação contemporânea precisa considerar com muito afinco, a importância da dimensão espiritual de nosso mundo e universo. Esta dimensão refere-se às energias, essências e partes de nós que existiam antes e existirão depois da desintegração do nosso corpo. A diversidade é um dos ingredientes necessários à espiritualidade saudável e quando observamos que é necessário ir muito além da superfície das diferenças detectadas para a apreciação da interioridade profunda de toda criação com toda sua diversidade. Precisamos de uma espiritualidade cujo alcance e magnitudes nos despertem para o esplendor e a felicidade do universo. O despertar para a fantástica dimensão de nossa espiritualidade é suficientemente necessário termos uma experiência de longo alcance dentro desse grande mistério no qual nascemos.

Nesses termos, a consciência disso tudo é a forma mais bela de espiritualidade verdadeiramente celestial. Nessa linha de pensamento, para Zohar (2000), a inteligência espiritual impulsiona a abordar para uma solução mais efetiva na solução de problemas de sentido e valor e que estão ligados à necessidade humana de pôr a vida em um contexto mais amplo, que se usa para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear as ações. A inteligência espiritual diz respeito ao crescimento de um ser humano, sobre mudanças e de ter um sentido na vida e ser capaz de curar de todo o ressentimento que se carrega.

Nesse sentido, a espécie humana se apresenta como verdadeiramente a mais sublime obra da criação de Deus. É também sobre o modo como se olha para os recursos do planeta disponíveis para os seres humanos. As pessoas são sempre motivadas pela inteligência espiritual a manter organizado os seus horários, de tal maneira que possam também se dedicar à família, ou mesmo um empresário ou executivo com um Quociente espiritual (Q.E) elevado poderia dedicar parte de seu tempo a um trabalho voluntário qualquer, além de não pensar exclusivamente na margem de lucro da sua empresa.

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Verdadeiramente, o desenvolvimento da Inteligência espiritual depende de uma determinação interior da pessoa querer mudar e, com isso, os paradigmas, os valores inadequados ou ultrapassados devem ser revistos necessariamente, porque as normas de condutas são internalizadas após dezenas de anos, e, é muito difícil a formação tanto familiar como acadêmica desses princípios. Nesse entendimento, Zohar (2000), deixam extremamente claro que a religião, necessariamente, não tem conexão nenhuma com a inteligência espiritual, mesmo que tenha também uma grande influência.

Encontrar um modo verdadeiro de poder expressar-se através da religião tradicional, para algumas pessoas é possível. Mas, ser "religioso", não garante alto quociente espiritual. A religião convencional não precede a espiritualidade, porque é um conjunto de regras e crenças denominadas dogmas impostas de fora; a inteligência espiritual, entretanto, os cientistas consideram que o cérebro e a psique têm na inteligência espiritual dos humanos como a sua capacidade interna inata sublime, extraindo seus recursos mais profundos do âmago do próprio universo. Para eles, a inteligência espiritual é a inteligência da alma, com a qual se é curado, e com a qual se torna um todo íntegro.

3.8. Mudando o universo com a força sutil da espiritualidade, do pensamento e das