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2.3 BENEFÍCIOS DA PARCERIA

2.3.1 Melhoraria dos custos

Nesta sessão foram descritos alguns projetos que adotaram a filosofia de parceria em projetos na construção civil, visando um melhor desempenho financeiro para seus projetos. Assim, a ênfase é destacar os benefícios econômicos obtidos através da aplicação da filosofia de parcerias em projetos na construção civil.

Conforme mencionado anteriormente, as pesquisas em projetos na construção civil na literatura internacional sobre o principio de parceria se dedicaram apenas em estudar as relações contratantes – empreiteiros. Contudo, essas pesquisas também destacam a importância de se relacionar com os fornecedores, a fim de obter os benefícios proporcionados da parceria.

Constatou-se também que existem poucos estudos quantificando os benefícios financeiros da aplicação de uma parceria, evidenciando assim, a importância de mencionar os benefícios financeiros, embora aplicados na relação contratante – empreiteiro.

Os três estudos selecionados para demonstrar os benefícios financeiros em projetos de parcerias foram: Gibson e Weston (1993), Gransberg et al. (1999) e Ernzen e McFadden (2003). Esses estudos foram selecionados por quantificarem os benefícios monetários entre os projetos com e sem parcerias.

O primeiro estudo de Gibson e Weston (1993) evidenciaram que o crescimento médio do custo para projetos de parceria foi de 2,72% e o tempo médio de conclusão dos projetos foi de 9,07% maior ao estabelecido no cronograma. Para os projetos sem parcerias, o crescimento médio dos custos foi de 8,75%, e o tempo médio de conclusão dos projetos foi de 15,53% maior ao estabelecido no cronograma.

No segundo estudo de Gransberg et al. (1999) dividiram os projetos com e sem parceria em três grupos em relação ao seu custo total. Gransberg et al. (1999) constataram que para o primeiro grupo com custo total de até cinco milhões de dólares, os projetos com parceria tiveram um acréscimo 5,22% do custo total e, os projetos sem parceria um acréscimo de apenas 2,39%. Os projetos com parceria terminaram 0,32% mais cedo em relação ao cronograma e os projetos sem parceria terminaram 9,16% mais cedo em relação ao cronograma.

Para o segundo grupo com custo total entre cinco e quarenta milhões de dólares, os projetos com parceria tiveram um acréscimo de 1,87% em relação ao custo total, e os projetos sem parcerias tiveram um acréscimo de 3,94%. Os projetos com parceria terminaram 14,97% mais cedo e os projetos sem parceria terminaram 36,62% mais tarde em relação ao cronograma.

No último grupo, Gransberg et al. (1999) realizaram a verificação para todos os projeto de zero até quarenta milhões. Ficou evidenciado que os projetos com parceria tiveram um acréscimo de 2,93% e os projetos sem parceria um acréscimo de 3,70% em relação ao custo total. Os projetos com parceria terminaram 4,70% mais cedo e os projetos sem parceria terminaram 10,04% mais tarde em relação ao cronograma.

No último estudo, Ernzen e McFadden (2003) também dividiram os projetos em três grupos em relação ao custo total dos projetos. No primeiro grupo de zero a cinco milhões de dólares, os projetos com parceria tiveram uma acréscimo de seus custos de 10,49% e os projetos sem parcerias tiveram um aumento dos custos de 11,78% em relação ao custo total. Os projetos com parceria terminaram 7,30% mais cedo e os projetos sem parcerias terminaram 7,82% mais tarde em relação ao cronograma.

No segundo grupo, os projetos de cinco a quinze milhões de dólares com parceria tiveram um acréscimo de 6,05% e os projetos sem parceria um acréscimo de 4,34% em relação ao custo total. Os projetos com parceria terminaram 3,54% mais cedo e os projetos sem parceria terminaram 39,34% mais tarde em relação ao cronograma. O último grupo, os projetos de quinze a quarenta milhões de dólares com parceria tiveram um acréscimo de 6,72% e os projetos sem parceria um acréscimo de 4,82% em relação ao custo total. Os projetos com parceria terminaram 0,25% mais cedo e os projetos sem parceria terminaram 28,14% mais tarde em relação ao cronograma. As tabelas 01, 02 e 03 apresentam um resumo dos custos e tempos. Gransberg et al. (1999) e Ernzen e McFadden (2003) constataram que para os projetos com um custo total de até cinco milhões de dólares não houve uma influencia significativa na melhora dos custos, sendo que, em alguns projetos de parceria, o custo total superou os projetos sem parcerias. Ernzen

e McFadden (2003) sugerem tais aumentos dos custos serem atribuídos a menor duração desses projetos.

As diminuições dos tempos dos projetos foi o parâmetro mais afetado significativamente, isto poderia ser atribuído às atitudes menos contraditórias de se promover a parceria, resultando em uma maior cooperação entre as partes (ERNZEN; McFADDEN, 2003). Gibson e Weston (1993) acreditam que os resultados de seu estudo são indicativos do desempenho positivo que pode ser esperado num projeto de parceria, onde o proprietário e o contratante trabalham como uma equipe, com menos barreiras para a comunicação e para a resolução dos problemas, tornando o ambiente menos burocrático e mais agradável de trabalhar.

Tabela 1 - Desempenho dos projetos (Gibson e Weston, 1993).

Com parceria Sem parceria

Custo Tempo Custo Tempo

2,72 9,07 8,75 15,53

Fonte: Gibson e Weston, 1993.

Tabela 2 - Desempenho dos projetos (Gransberg et al., 1999).

0-5 milhões(US$) 5-15 milhões(US$) 0-40 milhões(US$)

Com Parceria Sem parceria Com Parceria Sem parceria Com Parceria Sem parceria Custo Tempo Custo Tempo Custo Tempo Custo Tempo Custo Tempo Custo Tempo

5,22 0,32 2,39 9,16 1,87 14,97 3,94 36,62 2,93 4,70 3,70 10,04

Fonte: Gransberg et al.,1999.

Tabela 3 - Desempenho dos projetos (Ernzen e McFadden, 2003).

0-5 milhões(US$) 5-15 milhões(US$) 15-40 milhões(US$)

Com Parceria Sem parceria Com Parceria Sem parceria Com Parceria Sem parceria Custo Tempo Custo Tempo Custo Tempo Custo Tempo Custo Tempo Custo Tempo

10,49 7,30 11,78 7,82 6,05 3,54 4,34 39,34 6,72 0,25 4,82 28,14

Fonte: Ernzen e McFadden, 2003.

Legenda:

Verde – Redução

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