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Mercado Social de Emprego

No documento Conselho Local de Acção Social de Estarreja (páginas 101-105)

4. População desempregada e desemprego no concelho

4.1. Mercado Social de Emprego

O mercado social de emprego é uma das diversas formas de combate permanente contra o desemprego47. O mercado social de emprego consiste num conjunto diversificado de soluções para a integração ou reintegração sócio-profissional de pessoas desempregadas em actividades dirigidas a necessidades sociais não satisfeitas pelo normal funcionamento do mercado. O desenvolvimento de um mercado social de emprego tem como fim último solucionar os problemas de emprego, de formação e de outros problemas sociais, com especial incidência no combate ao desemprego, à pobreza e à exclusão social.

Inserem-se no mercado social de emprego os seguintes programas48: a) Escolas-Oficinas

b) Actividades Ocupacionais (POC’s) c) Empresas de Inserção

d) Inserção /Emprego e) Rede Ajuda

f) Emprego Protegido

g) PAIPS – programa de apoio à iniciativa privada social

É neste contexto que abordamos os Programas Ocupacionais e as Empresas de Inserção no âmbito do concelho de Estarreja.

4.1.1 Programas Ocupacionais

O principal objectivo da política de emprego é possibilitar aos desempregados o acesso ao emprego ou a outras actividades que lhes permitam a resolução dos seus problemas de desemprego. Na ausência imediata de oportunidades de emprego ou de formação profissional, surgem, como medida de recurso, os Programas Ocupacionais (POC), que têm demonstrado que o envolvimento de desempregados em trabalho de utilidade social, para além de mitigar os efeitos sociais negativos do fenómeno, permite-lhes aumentar as possibilidades de reinserção no mercado de emprego.

47 Resolução do Conselho de Ministros n.º104/96 de 09 de Julho

48http://portal.iefp.pt/portal/page?_pageid=277,1&_dad=gov_portal_iefp&_schema=GOV_PORTAL_IEFP, acedido

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Prréé--DDiiaaggnnóóssttiiccooSSoocciiaall––CCLLAASSddeeEEssttaarrrreejjaa 110000 Os POC’s visam responder a duas preocupações fundamentais:

a) Evitar a exclusão social dos desempregados, proporcionando-lhes, por um lado, um rendimento que garanta alguma qualidade de vida e, por outro, uma ocupação que reforce a auto estima e obrigue ao cumprimento de normas básicas necessárias para uma futura actividade profissional;

b) Desenvolver competências profissionais, sociais e pessoais dos desempregados através da sua inserção em actividades de utilidade pública nos sectores da economia social.49

São destinatários destes Programas Ocupacionais os trabalhadores titulares de prestações de desemprego (desempregados subsidiados) e os trabalhadores em situação comprovada de carência económica (rendimento mensal do agregado familiar, per capita, não superior a 80% do valor máximo da remuneração mínima mensal), ou beneficiários da prestação de Rendimento Social de Inserção (RSI). A estes desempregados serão concedidos os seguintes apoios: Subsídio Ocupacional; Almoço ou subsídio equivalente e, quando justificado, despesas de transporte; Seguro de Acidentes de Trabalho; e um dia por semana para efectuar diligências de procura de emprego.

Entidades Públicas ou privadas, sem fins lucrativos, nomeadamente entidades de solidariedade social, autarquias e serviços públicos, podem candidatar-se à execução de projectos de actividades ocupacionais50.

Das candidaturas apresentadas em 2004 por entidades concelhias a Programas Ocupacionais, 34 transitaram para 2005 (Quadro n.º32). Nesse ano registaram-se 40 candidaturas a POC’s, que, quando iniciadas, integraram 186 desempregados, verificando-se que a maioria (154) se refere a desempregados subsidiados.

Quadro n.º32

POC’s Carenciados e Subsidiados

Candidaturas transitadas de 2004 para 2005 5 29

Candidaturas entradas e iniciadas em 2005 3 37

Candidatos integrados nos projectos em 2005 32 154

POC's Carenciados

POC's Subsididiados

Fonte: Centro de Emprego de Aveiro, Dezembro de 2005

49 Relatório Anual sobre os Programas Ocupacionais, 2004

50 Entende-se por Actividade Ocupacional a ocupação temporária de trabalhadores desempregados em tarefas que

satisfaçam necessidades colectivas e que não se encontrem já organizadas em postos de trabalho e não consista na execução de tarefas a título voluntário não retribuído.

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Prréé--DDiiaaggnnóóssttiiccooSSoocciiaall––CCLLAASSddeeEEssttaarrrreejjaa 110011 4.1.2 Empresas de Inserção

As Empresas de Inserção51, entendidas como um importante instrumento de combate à pobreza e à exclusão social, são as pessoas colectivas sem fins lucrativos, que tenham por fim a reinserção sócio-profissional de desempregados de longa duração ou em situação de desfavorecimento face ao mercado de trabalho.

Estas empresas propõem-se promover condições de empregabilidade de pessoas pertencentes aos grupos mais desfavorecidos face ao mercado de trabalho, através da profissionalização, da aquisição de um currículo profissional e de hábitos de trabalho, da elevação da auto-confiança e melhoria da imagem desses indivíduos. Outro dos objectivos a que se propõem é a criação de postos de trabalho, para a satisfação de necessidades sociais e para a promoção do desenvolvimento sócio-local.

Cada trabalhador admitido numa empresa de inserção segue um Plano Individual que pode incluir 6 meses de formação profissional e a profissionalização, entendida neste contexto como o exercício de uma actividade profissional na empresa, regulada por um contrato de trabalho a termo certo não inferior a 6 nem superior a 24 meses.

Na fase de formação o trabalhador beneficia de uma bolsa de formação e de um seguro de acidentes pessoais, e na profissionalização terá direito à remuneração mínima mensal e à inscrição na Segurança Social.

No concelho de Estarreja existe uma Empresa de Inserção, cuja entidade promotora é a Santa Casa da Misericórdia de Estarreja, que adoptou a designação de “Apoio ao Serviço Doméstico”. Esta empresa consiste num projecto de desenvolvimento social que emprega 5 mulheres que obtiveram formação / qualificação em acções de formação promovidas pela entidade promotora.

Trata-se duma empresa multiserviços ao domicilio, que dá resposta às necessidades não preenchidas pelo mercado, funcionando em todas as freguesias do concelho, 24 horas por dia, incluindo Sábados, Domingos e Feriados. Presentemente tem em funcionamento uma lavandaria, oferece serviços de refeições e serviços de higiene pessoal, bem como de limpeza

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Prréé--DDiiaaggnnóóssttiiccooSSoocciiaall––CCLLAASSddeeEEssttaarrrreejjaa 110022 habitacional no domicílio, cujos principais clientes são a autarquia, particulares e a própria entidade promotora.

Presentemente, a empresa tem em processo de inserção um grupo de 5 mulheres, no qual predomina o 4º ano de escolaridade como habilitação académica. Antes da sua integração na empresa de inserção, 3 mulheres eram consideradas desempregadas de longa duração, e 2 eram beneficiárias do RSI.

Dos trabalhadores que já terminaram o processo de inserção, apenas 1 ficou integrado na entidade promotora, tendo a maioria permanecido no desemprego.

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Prréé--DDiiaaggnnóóssttiiccooSSoocciiaall––CCLLAASSddeeEEssttaarrrreejjaa 110033

No documento Conselho Local de Acção Social de Estarreja (páginas 101-105)

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