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2 - AMOSTRAS

3 - INSTRUMENTOS

4 - MODELO DE ESTUDO

5 - PROCEDIMENTOS

6 - ANÁLISE ESTATÍSTICA

7 - LIMITAÇÕES DO ESTUDO

1 - INTRODUÇÃO

Sabe-se que objectivo da metodologia é descrever detalhadamente os procedimentos fundamentais para a execução da investigação.

Neste capitulo fazer-se-ão referência às características da amostra, aos instrumentos utilizados, aos modelos de estudo, aos procedimentos operacionais prévios, o desenho experimental delineado, as variáveis delimitadas para testar as hipóteses da investigação, o protocolo experimental e há análise estatística necessária para o tratamento de dados, de forma a percebermos um pouco mais sobre toda a metodologia.

2 - AMOSTRAS

A amostra do grupo experimental foi constituída por alunos do 9º, 10, 11 e 12 anos de escolaridade, pertencentes aos núcleos escolares da Escola Secundária Morgado Mateus.

O grupo controlo foi constituído pelos núcleos escolares de desporto aventura na natureza existentes nos distritos do Porto, Braga e Vila Real, relativamente à escola E,B 2,3 de Sobreira, Escola E,B 2,3 de Alpendurada, Escola E,B 2,3 de Sande, Escola Secundária de Lanheses e E,B 2,3 Diogo Cão.

No grupo experimental, a amostra foi composta por 34 sujeitos, com idades compreendidas entre os 13 e 17 anos de idade (M=15.6 e DP= 1.2), enquanto o grupo controlo foi constituído por 41 sujeitos, com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos de idade (M=13.5 e DP=1.3).

Metodologia

Quadro n.º I – Caracterização da amostra do grupo experimental segundo a idade, frequência do ano de escolaridade, repetências, problemas de saúde, dificu ldades em Educação Física, Passado Desportivo, praticante desportivo, respectivos regimes e anos de prática.

Número de sujeitos

Total 34

Idade 10 11 12 13 14 15 16 17

- - - 1 10 8 6 9

Passado Desportivo

Regime Federado Escolar Informal Não Pratica

21 8 - 13

Anos de Prática 0 <1 1 2 3 4 ≥ 5

13 - 11 5 3 3 7

Praticante Desportivo

Regime Federado Escolar Informal Não Pratica

16 7 1 12

Anos de Prática 0 < 1 1 2 3 4 ≥ 5

Quadro n.º II – Caracterização da amostra do grupo controlo segundo a idade, frequência do ano de escolaridade, repetências, problemas de saúde, dificuldades em Educação Física, Passado Desportivo, praticante desportivo, respectivos regimes e anos de prática.

Número de sujeitos Total 41 Idade 10 11 12 13 14 15 16 17 1 2 7 10 11 8 2 - Passado Desportivo Regime

Federado Escolar Informal Não Pratica

19 5 2 18

Anos de Prática 0 <1 1 2 3 4 ≥ 5

18 - 16 2 2 - 6

Praticante Desportivo

Regime

Federado Escolar Informal Não Pratica

22 36 3 -

Anos de Prática 0 < 1 1 2 3 4 ≥ 5

- 5 20 17 9 3 7

3 - INSTRUMENTOS

Os meios que se dispõe para perceber e avaliar a percepção que cada pessoa tem de si própria é realmente importante, sendo por isso essencial a escolha de instrumentos fidedignos (Fontaine & Antunes, 2003).

Os instrumentos utilizados para a recolha dos dados referentes ao pré-teste e pós-teste de cada um dos grupos foram as versões portuguesas dos questionários do Physical Self-

Perception Profile for Children and Youth (PSPP-CY) de Whitehead (1995) e do Perceived Importance Profile for Children and Youth (PIP-CY) de Whitehead, 1995, traduzidos e

Metodologia

Jovens – PAPC – CJ e Perfil de Importância Percebida Para Crianças e Jovens – PIP – CJ respectivamente.

O PAPC – CJ tem como objectivo investigar o modo como as crianças e jovens percepcionam a sua competência em distintos domínios do self corporal e como avaliam a sua AE (Bernardo, 2003; Carreiro, 2005). O PIP – CY foi produzido de forma a completar o PSPP e fornecer uma medida da importância atribuída pelos indivíduos aos seus respectivos níveis de competência desportiva, adequação corporal, força física e condição física (Carreiro, 2005).

O PSPP-CY de Whitehead (1995), é uma adaptação do Physical Self-Perception Profile

(PSPP) de Fox, (1990), para crianças e jovens. Tal como a versão original do PSPP, o PSPP- CY tem como principal objectivo avaliar a percepção que os indivíduos têm do seu self

corporal e como classificam a sua auto-estima. Para tal, o PSPP-CY está organizado em 30 itens que visam medir seis sub-escalas representativas de factores de auto-estima. Essas sub- escalas são: uma relativa à auto-estima global (AEG); uma referente à auto-estima corporal global (AEC) e quatro que englobam factores de competência e de adequação corporal. Segundo Bernardo (2003), Bernardo e Matos (2003a), Bernardo e Matos (2003b), Carreiro (2005) cada uma destas sub-escalas é constituída por 6 itens, que vão estabelecer auto- percepções acerca da:

1. Condição Física – avalia as percepções no que respeita à condição, resistência e forma física;

2. Competência desportiva – avalia as percepções da habilidade física e desportiva, percebendo o modo como a criança ou o jovem se percepcionam em relação às actividades físicas e desportivas;

3. Corpo – avalia o grau de satisfação e de confiança na própria aparência física, bem como a capacidade de conservar o corpo atraente;

4. Força – avalia as percepções da força, de desenvolvimento muscular e a confiança em situações que exigem força física;

5. Auto-estima Corporal – avalia sentimentos gerais de felicidade, satisfação, orgulho, respeito, e confiança no próprio corpo;

6. Auto-estima Global – avalia o quanto a pessoa gosta de si enquanto pessoa.

Cada uma das 6 sub-escalas é compostas por 6 itens cada:

 A sub-escala Auto-estima Corporal (AEC) corresponde aos itens 5, 11, 17, 23, 29 e 35;  A sub-escala Corpo corresponde aos itens 3, 9, 15, 21, 27 e 33;

 A sub-escala Força corresponde aos itens 4, 10, 16, 22, 28 e 34;  A Sub-escala Condição corresponde aos itens 2, 8, 14, 20, 26 e 32;  A sub-escala Desporto corresponde aos itens 1, 7, 13, 19, 25 e 31.

Cada um dos itens possui uma cotação de 1 a 4, correspondendo a 1 uma baixa competência percebida e a 4 uma alta competência percebida. Estes dois valores descrevem afirmações do género “Totalmente verdadeiro para mim”. Os valores intermédios, 2 e 3, correspondem a uma competência auto-desfavorável ou auto-favorável, são afirmações do género “Parcialmente verdadeiro para mim.” Cada um itens é composto por pares de respostas contrárias. Assim, o jovem começa por decidir com qual resposta se identifica mais, para de seguida lhe dar uma cotação.

O PIP-CY (Whitehead, 1995) tem na sua base o Perceived Importance Profile de Fox (1990), e surge com o objectivo de completar o PSPP para que se pudesse atribuir uma importância ao

self físico, de modo a percepcionar-se a auto-estima física. O PIP-CY (Whitehead, 1995) está

organizado em quatro sub-escalas, sendo elas referentes à Condição; à Força; ao Desporto e ao Corpo.

Cada uma das 4 sub-escalas é compostas por 2 itens cada:

 A sub-escala Condição corresponde aos itens 2 e 6;  A sub-escala Força corresponde aos itens 4 e 8;  A sub-escala Desporto corresponde aos itens 1 e 5;  A sub-escala Corpo corresponde aos itens 3 e 7.

Tal como no PSPP-CY de Whitehead (1995) também cada um dos itens possui uma cotação de 1 a 4. E as respostas são apresentadas em pares que se contrariam, para que o individuo comece por perceber com qual das respostas mais se identifica.

4 - MODELO DE ESTUDO 4.1 - Variáveis dependentes

Metodologia

importância atribuída à competência desportiva com um conjunto de actividades de DAN, as dimensões dos respectivos questionários constituem diferentes variáveis dependentes:

Através do Perfil de Auto-Percepção Corporal para Crianças e Jovens – PAPC-CJ, foram definidas seis variáveis contínuas (os itens assinalados com asterisco são cotados inversamente):

AUTO-ESTIMA GLOBAL (AEG), calculada através da média aritmética dos itens números 6, 12*, 18, 24*, 30*, 36;

AUTO-ESTIMA CORPORAL (AEC), calculada através da média aritmética dos itens números 5*, 11, 17*, 23, 29* 35;

COMPETÊNCIA DESPORTIVA (DESPORTO), calculada através da média aritmética dos itens números 1*, 7, 13*, 19, 25*, 31;

CONDIÇÃO FISICA (CONDIÇÃO), calculada através da média aritmética dos itens números 2, 8*, 14, 20*, 26, 32*;

CORPO ATRAENTE (CORPO), calculada através da média aritmética dos itens números 3*, 9, 15*, 21*, 27*, 33;

FORÇA FÍSICA (FORÇA), calculada através da média aritmética dos itens números 4,10*, 16, 22*, 28, 34*.

No que concerne ao Perfil de Importância Percebida para Crianças e Jovens – PIP-CJ, foram definidas quatro variáveis continuais, relativas às dimensões do questionário (os itens assinalados com asterisco são cotados inversamente):

PIP-DESPORTO, calculada através da média aritmética dos itens números 1* e 5;

PIP-CONDIÇÃO, calculada através da média aritmética dos itens números 2 e 6*;

PIP-CORPO, calculada através da média aritmética dos itens números 3* e 7;

4.2 - Variáveis independentes

Com o objectivo de estudar a influência de um conjunto de características, a vari ável independente denom ina-se com o Programa de Desporto Aventura.

5 - PROCEDIMENTOS

5.1 - Procedimentos operacionais prévios

Para desenvolver esta investigação, foi imprescindível solicitar a autorização de todas as escolas para desenvolver o Programa de Desportos Aventura e para aplicar os ins trumentos ao grupo experimental e ao grupo de controlo. Depois de cedida as autorizações das instituições escolares, foram contactados os professores responsáveis pelos grupos de Desporto Escolar, que viriam a fazer parte do grupo controlo. No que diz respeito ao grupo experimental, foi-nos conseguida a amostra através da divulgação do nosso programa de Desporto Aventura na Escola Secundária Morgado Mateus. Após termos a amostra total foi informado aos encarregados de educação os principais objectivos do programa e ainda foi solicitada a autorização dos encarregados de educação, para que os seus respectivos educandos pudessem participar no Programa Desporto Aventura.

Aos professores de desporto escolar do grupo controlo foi pedidos que nos disponibilizassem dois momentos, em duas actividades, para aplicação dos questionários. As datas escolhidas estão compreendidas entre o dia 16 de Março e o dia 14 de Junho de 2011. Estas datas foram escolhidas em função destas mesmas datas se aproximarem das datas do desenvolvimento do Programa de Desporto Aventura.

Relativamente ao grupo experimental foram implementados e dinamizadas em conjunto com o programa de actividades de desporto aventura na natureza proposta.

5.2 – Procedimentos na aplicação dos instrumentos

Os instrumentos utilizados para esta investigação foram o Perfil de Auto-Percepção Corporal para Crianças e Jovens – PAPC-CJ e Perfil de Importância Percebida para Crianças e Jovens – PIP-CJ, como já referido anteriormente.

Metodologia

Quando foram entregues os questionários foi explicado sucintamente a resolução destes e foi fornecida informação acerca de cada questionário pretendia. Depois de explicado, os participantes preenchiam apenas o exemplo da primeira página. Deste modo o investigador passava por todos os lugares, verificando se os participantes tinham percebido a informação e executado correctamente.

No pré-teste foram aplicados aos participantes do programa, os instrumentos de Perfil de Auto- Percepção Corporal para Crianças e Jovens – PAPC-CJ e Perfil de Importância Percebida para Crianças e Jovens – PIP-CJ, além como os questionários demográficos e de expectativa face ao programa (para o grupo experimental), elaborados também por Bernardo e Matos. No primeiro momento foram ainda recolhidos os dados demográficos da amostra.

No pós-teste voltaram a ser aplicados os instrumentos Perfil de Auto-Percepção Corporal para Crianças e Jovens – PAPC-CJ e Perfil de Importância Percebida para Crianças e Jovens – PIP-CJ. Conjuntamente, foram aplicados questionários de auto-avaliação e de análise das sessões e do programa.

5.3 - Procedimentos do desenvolvimento do Programa Desporto Aventura

O programa desporto aventura foi constituído por 10 sessões que sucederam durante o segundo e terceiro período escolar, tendo inicio no dia 28 de Março e 14 de Junho de 2011. Este período de tempo compreendeu a aplicação do programa de actividades e desporto de aventura, decorrido entre o pré-teste e o pós-teste. A estrutura curricular condicionou o esboço do programa.

O programa consistiu em actividades habitualmente levadas a cabo pelos próprios investigadores, tendo como desportos, a orientação, escalada, rappel, canoagem e tiro com arco.

Os enquadramentos das actividades foram efectuados pelos investigadores deste estudo, tendo sido planeadas com o máximo de atenção, principalmente no que diz respeito à segurança dos participantes.

Pretendeu-se que as actividades fossem dinamizadas, capazes de abranger todos os participantes, de modo que não ocorressem desistências e manter o interesse e a motivação dos adolescentes.

No inicio do programa foi explicado sucintamente o objectivo de estudo, bem como toda a informação que cada questionário pretendia. Foram dadas a conhecer todas as actividades a desenvolver. Cada aluno tinha um código por eles inventado. Os instrumentos foram aplicados colectivamente, no início e no fim de cada sessão, no local da execução das actividades.

Durante a realização do programa, em todas as sessões, no inicio, foi aplicado um questionário de expectativas sobre a actividade a desenvolver, e no final da sessão, o mesmo questionário era passado aos participantes, executando assim a sua auto-avaliação e a avaliação da sessão. Estes instrumentos elaborados por Bernardo e Matos (2003b) foram produzidos em função de cada sessão.

6 - ANÁLISE ESTATÍSTICA

Numa primeira fase do tratamento estatístico, os dados foram analisados através do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences® (SPSS®), versão 18.0 e foi realizado atendendo à verificação das hipóteses formuladas, tendo-se efectuado os seguintes procedimentos estatísticos:

Para interpretação dos resultados obtidos tornou-se essencial recorrer aos padrões da estatística descritiva, aplicando-se o teste de Kolmogorov-smirnow (K-S), que possibilitou descrever e analisar de forma mais objectiva, todas as características inerentes à globalidade da amostra em estudo. Aplicou-se ainda o teste t de pares (método paramétrico que permite aferir se a disparidade entre os valores médios das duas populações difere s ignificativamente), ou teste Wilcoxon (método não paramétrico, igual ao teste t de pares, que deve ser utilizado sempre que as variáveis tem uma distribuição de não normalidade e quando a dimensão da amostra e pequena), em função da normalidade da distribuição, para comparação dos sujeitos em dois momentos da avaliação (pré-teste e pós-teste). Utilizou-se ainda teste U de Mann- Whitney (método não paramétrico, que deve ser empregado quando as variáveis não tem uma distribuição normal e a dimensão da amostra e pequena), em função da normalidade da distribuição, para comparação dos sujeitos dos grupos experimental e grupo de controlo em

Metodologia

dois momentos da avaliação (pré-teste e pós-teste), com o objectivo de verificar se as amostras diferem ou não significativamente.

A condição mínima de significância utilizada para rejeição da hipótese, em todos os testes estatísticos foi fixada em 5% P≤ 0,5.

7 – LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Uma limitação do nosso estudo centra-se principalmente na diferenciação das idades entre amostras. Não foi possível encontrar sujeitos do grupo controlo com a mesma idade que o grupo experimental. Deste modo tivemos a necessidade de adaptar as circunstâncias e não conseguimos analisar os resultados conforme as idades, como inicialmente previsto.

8 - DIFICULDADES

O maior entrave com que nos avistámos adveio da falta de vulnerabilidade por parte de algumas escolas em participarem neste estudo. Apesar de termos um número idêntico relativamente à amostra do grupo controlo e do grupo experimental, a receptividade não foi a pretendida.

Outra das dificuldades que nos surgiu, debruça-se na resposta do instrumento. Apesar de ter sido explicado cuidadosa e sucintamente o modo como se respondia ao instrumento, verificou- se através do item exemplo que alguns sujeitos não tinham compreendido a forma de resposta, principalmente no grupo controlo.

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