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5.1.Tipo de estudo

Trata-se de um estudo do tipo quantitativo, pois permite delimitar e analisar sob forma de probabilidade o problema em estudo e, permite também que, através da análise estatística os dados válidos representem a realidade de modo a que possam, eventualmente, ser

generalizados. (Fortin, 2009) É de natureza correlacional dado que vai permitir examinar relações entre as variáveis além de ser um estudo de carácter transversal pois os dados são colhidos, observados e analisados num único momento temporal (Fortin, 2009).

No presente estudo foram formuladas as seguintes hipóteses de estudo: H1: O otimismo é maior no sexo masculino do que no sexo feminino.

H2: Existe relação entre o nível de otimismo e o nível de escolaridade do pai e da mãe.

H3: O otimismo tem um efeito preditor sobre as expectativas profissionais dos adolescentes

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5.2.Procedimentos

Em primeiro lugar foi pedida autorização aos autores de cada questionário para que pudessem ser usados na presente investigação, nomeadamente o LOT-R (Faria, 1999) e o Inventário das Preocupações de Carreira (Duarte, 1993).

Posteriormente foi efetuado um registo na plataforma do Ministério da Educação e pedida autorização para a colheita dos dados numa escola de Ensino Secundário do interior norte. Após o registo na plataforma foi realizado o pedido à CNPD – Comissão Nacional de Proteção de Dados, com o código 77816151, e procedeu-se ao respetivo pagamento.

Após obtenção da autorização de CNPD foi pedida autorização junto da Presidência do Agrupamento de Escola e dos Pais ou Encarregados de Educação (Anexo 1), onde foram garantidos a confidencialidade e o anonimato dos dados. Depois de obtidas as respetivas autorizações os questionários foram distribuídos, através dos diretores de turma, e os dados inseridos no programa SPSS® versão 22.

5.3.Amostragem

A amostra foi constituída por 128 alunos a frequentar o ensino secundário no ano letivo 2015/2016 numa escola do interior norte. Participaram no estudo 48 (37.5%) rapazes e 80 (62.5%) raparigas totalizando uma amostra de 128 sujeitos, provenientes do ensino secundário e profissional.

Os participantes tinham idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos de idade (M=16.50; DP= 1.10). Da amostra recolhida, 40.6% frequentavam o 10º ano de escolaridade, 27.3% frequentam o 11º ano e 32% dos adolescentes frequentavam o 12º ano de escolaridade. Do total de participantes, 80.5% não tinha repetido nenhum ano, enquanto 19.5% já tinha repetido pelo menos uma vez.

No que concerne ao nível de escolaridade do pai verificou-se que 15.6% dos pais tinham o 1º ciclo de ensino, 14.1% o 2º ciclo, 24.2 % o 3º ciclo, 26.6% o ensino secundário, 12.5% uma licenciatura e 3.9% um mestrado como habitações literárias. Por outro lado, 8% das mães não sabiam ler e escrever, 10.2% tinham o 1º ciclo, 18% o 2º ciclo, 11.7% o 3º ciclo, 37.5% o ensino secundário, 14.8% possuíam uma licenciatura e 4.7% um mestrado.

Relativamente à profissão dos pais, 58.6% estão a exercer uma profissão na vida ativa, enquanto que 10.2% estão desempregados e 5.5% estão reformados. Por outro lado, 54.7% das mães estão a desempenhar uma função laboral, 16.4% são domésticas e 9.4% estão desempregadas.

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A amostra foi selecionada por conveniência num Agrupamento de Escolas do Interior Norte.

Foram incluídos os alunos cujos pais ou encarregados de educação autorizaram a participação no estudo, sendo menores, bem como os alunos que, no momento de colheita de dados e cumprindo o pressuposto anterior, aceitaram voluntariamente preencher os

instrumentos de colheita de dados.

Os sujeitos excluídos do estudo foram os jovens que tinham menos de 14 anos e mais de 19 anos de idade e adolescentes que frequentavam cursos de novas oportunidades.

5.4.Instrumentos

Questionário sociodemográfico

Para a realização do estudo foi construído um questionário sociodemográfico (Anexo 2), especificamente para este estudo permitindo recolher informações como sexo, ano de escolaridade, número de vezes que repetiu, nível de habilitações e situação profissional dos pais dos alunos (Anexo 2).

LOT-R (Life Orientation Test- revised)

Para medir o otimismo foi usado o questionário LOT-R (Life Orientation Test) que foi criado por Scheier e Carver (1985),onde estes autores conceptualizam o otimismo e o

pessimismo como polos opostos mas contínuos unidimensionalmente. O LOT inicialmente era constituído por doze itens (quatro fraseados de forma positiva, quatro fraseados na negativa e dois itens neutros). A análise de componentes principais concluiu-se que esta foi considerada unidimensional. Com esta crítica, Scheier, Carver e Bridges (1994)

desenvolveram uma nova versão passando dos oito itens iniciais para 10 itens (três positivos, três negativos e quatro neutros), e denominando-o de Life Orientation Test-R (LOT-R). Esta escala foi traduzida e adaptada para a população portuguesa por Faria (1999) (Anexo5), ficando conhecida como Teste de Orientação de Vida (TOV) (Ferreira, 2010).

O TOV é um questionário cotado numa escala de tipo likert, com cinco alternativas de resposta, variando entre 1-“Discordo totalmente” e 5 - “Concordo totalmente”. Quanto maior a pontuação do sujeito nesta escala maior o nível de otimismo.

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Inventário das Preocupações de Carreira

Para avaliar as expectativas profissionais foi usado “O Inventário das Preocupações de Carreira (IPC)”, que foi traduzido e adaptado para a população portuguesa por Duarte (1993, cit. por Martins, 2010) (Anexo 4) a partir do seu original “Adult Career Concerns Inventory (ACCI)” (Super et al., 1988 cit. por Martins, 2010).

Este inventário avalia a carreira do indivíduo ao longo do seu ciclo vital e as preocupações que manifestam nas atividades de cada fase do desenvolvimento da carreira segundo a prespetiva teórica de Super (1963).

Este inventário é constituído por sessenta e um itens dispostos em quatro grupos de quinze itens. No primeiro grupo encontramos a fase de Exploração (inicia-se na adolescência, por volta dos 15 até aos 24 anos e aqui o adolescente vivência vários papéis ou situações) subdividida em fase de Cristalizar (o adolescente toma decisões quanto à sua profissão), a fase de Especificar (o adolescente decide a sua profissão) e a fase de Implementar (o

adolescente cria planos e projetos). No segundo grupo temos a fase de Estabelecimento (dos 25 aos 44 anos temos o início da atividade profissional e o desejo de se manter estável na atividade laboral) dividida em fase de Estabilizar (fixação do sujeito num atividade laboral), fase de Consolidar (caracteriza-se por uma estabilidade profissional e pessoal) e fase de

Promover (o sujeito nesta fase tem tendência a ambicionar por uma progressão na carreira).

No terceiro grupo, a fase de Manutenção (dos 45 aos 64 anos, o sujeito aqui dedica-se à profissão ou nalguns casos muda de atividade laboral) dividindo-se nas fases de Manter (aqui o sujeito quer manter o seu estatuto que adquiriu), Atualizar (investir na atualização de

conhecimentos) e Inovar (o sujeito investe em novas técnicas de laborais). No quarto e último grupo a fase de Declínio (a partir dos 65 anos, o sujeito prepara-se para se afastar da sua atividade profissional) com fase de Desacelerar (aqui o sujeito tende a delegar funções a terceiros e a reduzir a sua atividade laboral), fase de Planear a Reforma (começa a fazer planos para a reforma) e Fase de Reforma (nesta fase o sujeito já está reformado) (Inocêncio, 2013). Cada grupo é constituído por quinze itens sendo que a cada subdivisão correspondem 5 itens.

Este inventário é cotado numa escala de tipo likert, de cinco alternativas de resposta, variando entre 1 - “Não preocupa” a 5- “Preocupa muito” (Martins, 2010).

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6. Resultados

Nesta secção iremos apresentar os resultados do estudo, começando pelo estudo da consistência interna das escalas de avaliação do autoconceito e das expectativas profissionais. A seguir apresentam-se os resultados relativos aos testes de hipóteses, seguindo a ordem das hipóteses equacionadas.

O estudo da consistência interna do Teste de Orientação de Vida-Revisto (TOV-R) foi realizado utilizando o índice Alpha de Cronbach. Por sua vez, no estudo da consistência interna das subescalas do Inventário de Preocupações de Carreira também foi realizado utilizando o índice Alpha de Cronbach.

Os valores obtidos para a dimensão total do TOV-R ou otimismo total foi α = 77, valor considerado bom e muito próximo do valor obtido por Pais- Ribeiro e Pedro (2006), numa amostra de 271 sujeitos (α=.80).

Tabela 1

Valores comparativos do Alpha de Cronbach (α) das subescalas do Inventário de Preocupações de Carreira com o presente estudo.

α Martins, 2010 (n=75) α (n=128) IPC_exploração .93 .94 IPC_ exploração_cristalizar .83 .87 IPC_ exploração_especificar .89 .91 IPC_ exploração_implementar .86 .82 IPC_estabelecimento .94 .93 IPC_estabelecimento_estabilizar .86 .84 IPC_estabelecimento_consolidar .88 .85 IPC_estabelecimento_promover .89 .84 IPC_manutenção .96 .94 IPC_manutenção_manter .90 .85 IPC_manutenção_atualizar .91 .86 IPC_manutenção_inovar .93 .91 IPC_declínio .93 .92 IPC_declínio_desacelarar .80 .77 IPC_declínio_planearareforma .88 .87 IPC_declínio_reforma .92 .89 IPC_total .97

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Tal como se pode observar na Tabela 1, os valores obtidos para as dezasseis dimensões do Inventário de Preocupações de Carreira, vão de adequados a bons, sendo o valor mais baixo (α = .77) da dimensão “Declínio-Desacelerar”. De acordo com Fortin (2009), valores acima de .70 são considerados adequados em termos de fiabilidade ou consistência interna do instrumento de medida. Da observação da consistência interna do presente estudo verifica-se que apenas a dimensão do Declínio apresenta um valor de alpha no limite do considerado razoável (.77). Também no estudo de Martins (2010) a dimensão “Declínio-Desacelerar” (.80) foi o mais baixo.

6.1.Apresentação dos resultados dos testes de hipóteses

Nesta secção apresentam-se os resultados da análise das hipóteses equacionadas. Foi efetuado o Test-t para amostras independentes e um teste de Levene para verificar a homogeneidade de variâncias. Por fim foi usado o teste de Correlação de Spearman entre uma variável intervalar (otimismo) e uma variável ordinal (nível de escolaridade do pai e da mãe) e aindaco teste de regressão linear múltipla, usando o modelo “Enter”.

H1: O otimismo é maior no sexo masculino do que no sexo feminino.

Para respondermos à Hipótese 1 foi elaborado um Test-t para amostras independentes, com um teste prévio de Levene para homogeneidade de variâncias.

Tabela 2

Valores da Média e Desvio Padrão do otimismo em função do sexo.

Sexo n Média DP

Otimismo Feminino 80 27,28 5,92

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Os resultados indicaram que não existem diferenças de género relativamente ao otimismo (t (126) = .795; p = .428).

H2: Existe relação entre o nível de otimismo e o nível de escolaridade do pai e da mãe.

Para respondermos à testagem da hipótese 2 procedeu-se à realização do teste de correlação de Spearman entre uma variável intervalar (otimismo) e uma variável ordinal (nível de escolaridade do pai e da mãe). O nível de escolaridade do pai e da mãe foi

operacionalizado do seguinte modo: nível 0 = pai/mãe sabem ler/escrever mas sem grau de ensino; nível 1 = pai/mãe com 1º ciclo; nível 2 = pai/mãe com escolaridade até 2º ciclo; nível 3 = pai/mãe com 3º ciclo; nível 4 = pai/mãe com ensino secundário; nível 5 = pai/mãe com licenciatura e nível 6 = pai/mãe com mestrado.

Tabela 3

Valores da Correlação de Spearman entre o otimismo e o nível de escolaridade do pai e da mãe.

Da observação do teste de correlação de Spearman verifica-se que não existe relação entre as variáveis otimismo e o nível de escolaridade da mãe e do pai.

H3: O otimismo tem um efeito preditor sobre as expectativas profissionais dos

adolescentes do ensino secundário e profissional.

Para testar esta hipótese foi realizado um teste de correlação de Spearman e

posteriormente um teste de regressão linear múltipla, considerando o otimismo como variável independente e as espectativas profissionais, dimensão a dimensão, como a variável

dependente.

De seguida apresentam-se as tabelas para as análises de regressão cujos modelos resultaram significativos.

r2 p

Nível de escolaridade do pai .116 .198

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Tabela 4

Valores da Correlação de Spearman entre as dimensões do Inventário de Preocupações de Carreira e o nível de otimismo.

*. A correlação é significativa no nível p≤ 0.05.

Tabela 5

Valores de R2 de cada modelo de regressão linear múltipla, sobre cada uma das dimensões do IPC (método Enter).

Tabela 6

Valores de β e valor t da análise de Regressão Linear múltipla para a variável dependente IPC_Exploração. Coeficientes Padronizados β t p IPC_Exploração 13.16 .000 Otimismo total .156 1.76 .081 Otimismo IPC_exploração .125 IPC_estabelecimento .078 IPC_manutenção .189* IPC_declínio .128 r2 p IPC_Exploração .024 .081 IPC_Estabelecimento .013 .199 IPC_Manutenção .034 .039 IPC_Declínio .016 .155

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Tabela 7

Valores de β e valor t da análise de Regressão Linear múltipla para a variável dependente IPC_Estabelecimento. Coeficientes Padronizados β t p IPC_Estabelecimento 12.83 .000 Otimismo total .12 1.29 .199 Tabela 8

Valores de β e valor t da análise de Regressão Linear múltipla para a variável dependente IPC_Manutenção. Coeficientes Padronizados β t p IPC_Manutenção 13.17 .000 Otimismo total .18 2.09 .039 Tabela 9

Valores de β e valor t da análise de Regressão Linear múltipla para a variável dependente IPC_Declínio

Coeficientes Padronizados

β t p

IPC_Declínio 12.06 .000

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7. Discussão dos resultados

Após a análise estatística dos dados torna-se importante refletir sobre os resultados. A primeira hipótese (H1) formulada colocava em questão se o otimismo é maior no

sexo masculino do que no sexo feminino. No presente estudo não foram encontradas

diferenças de género relativamente ao otimismo. O presente estudo não corrobora a literatura, pois um estudo realizado por Scgweizer e Scneider (1997) concluiu que os rapazes

apresentam um maior otimismo na dimensão “Social” que as raparigas, isto pode dever-se às experiências positivas que têm serem externas ao individuo. Também na dimensão

“Disposicional ou Pessoal” eram os rapazes mais otimistas que as raparigas. Num estudo de Gaspar, Ribeiro, Matos, Leal & Ferreira (2009) que avaliaram as diferenças de género relativas ao otimismo e concluiu que os rapazes obtiveram resultados mais elevados que as raparigas. Campos (2013) estudou a indecisão profissional e o otimismo em 145

adolescentes. No que concerne ao otimismo Campos (2013) concluiu que os participantes eram mais otimistas que pessimistas, no entanto não foram encontradas diferenças

significativas, entre géneros. Ottati (2014) realizou um estudo onde pretendia saber se existiam diferenças em relação aos interesses profissionais, autoeficácia e otimismo, na variável sexo e escolaridade. Deste estudo concluiu que não existiam diferenças significativas entre o sexo masculino e o sexo feminino, mas observou que o sexo masculino pontuava mais que o feminino. Uma justificação para o resultado encontrado no presente estudo pode dever- se ao facto dos adolescentes estarem preparados para enfrentar situações complexas e a adquirirem mais qualidades envolvendo os recursos do meio ambiente o que faz com que estes possuam mais competências psicológicas e físicas para a transição para a vida adulta (Snyder & Lopez, 2009 cit. por Ottati, 2014).

A segunda hipótese (H2) questionava se existe relação entre o nível de otimismo e o

nível de escolaridade do pai e da mãe. No presente estudo concluiu-se que não existe relação entre as variáveis otimismo e o nível de escolaridade da mãe e do pai. No entanto, não foram encontrados estudos anteriores cujos resultados fossem semelhantes aos resultados do

presente estudo. O facto de o otimismo dos adolescentes não se relacionar com o nível de escolaridade do pai e da mãe é um indicador de que os adolescentes podem ser otimistas independentemente do nível de escolaridade dos progenitores, o que é um resultado em si otimista.

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Na terceira hipótese (H3) questiona-se se o otimismo tem um efeito preditor sobre as expectativas profissionais dos adolescentes do ensino secundário e profissional. No presente estudo não foram encontradas diferenças estatísticas. O presente estudo corrobora a literatura, pois num estudo realizado por Inocêncio (2013) onde analisou a relação entre o otimismo e as expectativas profissionais concluiu que não existiam associações estatisticamente

significativas. Scheier e Carver (1985) dizem que adolescentes otimistas apresentam expectativas positivas, traçam metas alcançáveis e persistem nas tarefas. Assim podemos concluir que o nível de otimismo que um adolescente tem vai determinar a maneira como este vê o seu futuro e consequentemente terá maiores expectativas profissionais que adolescentes com menores níveis de otimismo. O otimismo dos adolescentes tem uma relação positiva com as expectativas profissionais, embora apenas, de acordo com os resultados observados no presente estudo apenas a dimensão “Manutenção” do IPC é significativa ao nível de significância de p≤=0.05. Isto poderá querer dizer que os adolescentes preveem estar a desenvolver uma atividade laboral onde se sintam realizados e, por ventura, mudarem de atividade possam mudar para algo que também gostem (Inocêncio, 2013).

Conclusões

Partindo do pressuposto que o otimismo e as expectativas profissionais se relacionam, tendo como amostra adolescentes, o objetivo geral do presente estudo foi analisar se existe uma relação entre o otimismo e as expectativas profissionais nos adolescentes do ensino secundário e profissional.

Com base nos resultados do presente estudo, concluiu-se que o otimismo tem um efeito preditor sobre as expectativas profissionais dos adolescentes, os adolescentes que têm um otimismo elevado têm melhores resultados escolares e mais competência nas suas

aprendizagens. Alunos com baixo otimismo vão achar sempre muito difícil, tarefas simples e vão desistir. O rendimento escolar dos adolescentes é influenciado pelo otimismo que os mesmos depositam numa determinada tarefa. Adolescentes otimistas tendem a ter boas expectativas profissionais e têm uma tendência para persistir nos objetivos traçados e fazem escolhas profissionais com sucesso (Alarcon, Bowling, & Khazon, 2013; Bastianello, Pacico, & Hutz, 2014 cit. por Campos & Noronha, 2015).

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Destaca-se, todavia, que uma das limitações deste estudo foi a reduzida amostra e não ser uma amostra equivalente em número de sujeitos do sexo feminino e do sexo masculino. Em estudos futuros, seria pertinente comparar os dois grupos, adolescentes a frequentar o ensino secundário regular e adolescentes a frequentar o ensino profissional de forma a comparar quais dos grupos têm um maior otimismo e maiores expectativas profissionais.

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Considerações finais

Através da realização deste estudo podemos afirmar que o autoconceito está relacionado com as expectativas profissionais dos adolescentes do ensino secundário e profissional.

Um outro ponto importante é a relação do otimismo com as expectativas profissionais pois adolescentes otimistas apresentam grandes expectativas profissionais e esperam obter sucesso profissional.

É importante estudar estas variáveis pois detetando casos de baixa autoestima e autoconceito, o adolescente pode usufruir de programas de intervenção e melhorar a sua autoestima e autoconceito e ter mais expectativas profissionais. É importante também promover e implementar programas de Orientação Vocacional nas escolas e promover medidas que visem trabalhar o otimismo dos adolescentes com a finalidade de estes obterem expectativas profissionais alcançáveis.

Cabe ao psicólogo educacional intervir nestes casos e oferecer aos adolescentes uma resposta à sua problemática e consequentemente melhorar os processos de ensino-

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