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Neste subcapítulo são apresentadas a metodologia seguida ao longo deste estudo e os instrumentos de recolha e análise de dados.

O estudo insere-se na abordagem interpretativa, mais propriamente na construtivista- interpretativista, que, como defendem Denzin e Lincoln, 2006, supõe uma ontologia relativista. Nela aceita-se a existência de realidades múltiplas e uma epistemologia subjetiva – o investigador e o entrevistado trabalham juntos na criação dos significados e da compreensão dos mesmos – corresponde a “um conjunto naturalista (no mundo natural) de procedimentos metodológicos” (p. 35). Ele estuda fenómenos que levam à compreensão aprofundada do impacto na população escolar de um novo contexto regional. Esta situação específica corresponde a um estudo de caso com alunos do Ensino Básico e parte da seguinte problemática: De que modo a ciência ensinada em contexto promove aprendizagens em ciência e estimula o desenvolvimento de competências nos alunos? Pretende-se, assim, estudar de que forma é que a construção da barragem de Alqueva afeta as populações; mais

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precisamente investigar qual o impacto do contexto Barragem nas aprendizagens em Ciências Físicas e Naturais de alunos do Ensino Básico.

Do plano da investigação fizeram parte: a) definição do caso;

b) lista de perguntas de investigação;

c) identificação dos informantes e de outras fontes de dados; d) distribuição do tempo.

O estudo dividiu-se em duas fases de investigação:

a) a primeira, a caracterização do contexto em que o estudo ocorre. Esta consistiu na recolha de dados com vista à caracterização do contexto – sóciocultural da comunidade e do impacto da Barragem junto da escola, enquanto instituição de ensino;

b) a segunda, foi a da conceptualização e implementação de experiências de aprendizagem tendo em conta a realidade local. Para tornar o trabalho no terreno mais fácil de operacionalizar, cada fase foi dividida em três etapas, cada uma ligada à anterior.

As fases de investigação empírica foram intercaladas por momentos de pesquisa bibliográfica que permitiu reunir os fundamentos teóricos que forneceram a base conceptual ao estudo.

Esta investigação, como já foi mencionado, desenvolveu-se segundo a perspetiva construtivista, o que, para Stakes (2007), implica que o investigador vá construindo as suas perceções através da pesquisa documental, do que observa e do que lhe é dito pelos participantes. Segundo esta ótica, o investigador reconhece o problema e estuda-o, esperando relacioná-lo com o conhecido. A investigação enquadra-se, como já foi referido, na metodologia do estudo de caso, selecionada porque tem caráter empírico, investiga um fenómeno no seu ambiente natural, e ao abordar o caso, permite que se fique a conhecê-lo bem, não por aquilo em que difere dos outros, mas pelas suas características individuais. Esta metodologia, como defende Afonso (2005), permite estudar o que é particular, específico e único, ou seja, à medida que o investigador vai interpretando os dados, vai construindo o conhecimento sobre o caso em estudo. Parece, por isso, ser esta a estratégia mais adequada para estudar a problemática das aprendizagens identificadas como forma de promover o ensino das ciências, pois o mesmo possibilita: I) uma observação pormenorizada da população do estudo, o que garante uma análise minuciosa do comportamento dos participantes, da sua relação com a escola e com o ensino das ciências; II) a observação

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pormenorizada de um determinado contexto, neste caso concreto, o criado pela barragem de Alqueva (Merriam, 1988).

2.1 - Escolha da Escola

A escola, onde se realizou o estudo, situa-se numa vila do Distrito de Évora. Esta escolha justificou-se pelo facto de a mesma ser uma escola integrada que tem alunos desde o Ensino do pré-primário até ao 3.º Ciclo do Ensino Básico, o que facilita o estudo do percurso escolar dos mesmos; de ser uma escola que está circunscrita à zona da Albufeira e por estar localizada próxima da barragem de Alqueva. É, além disto, uma instituição que recebe alunos da referida Vila e das freguesias limítrofes, também elas influenciadas pela criação da Barragem.

2.1.1 - Escolha da População

Na primeira fase de investigação, na primeira etapa, a população alvo foi constituída por três empresários, um representante de um clube e alguns funcionários da EDIA, mais precisamente um dos responsáveis pelo Museu.

Ao nível da escola, foram o Diretor e o Conselho Pedagógico que autorizaram a investigação e da nossa permanência na escola.

Na segunda etapa desta fase, a população alvo foi o corpo docente da escola, pois tentava- se compreender se havia, ou não, influência do novo contexto, a Barragem, no ensino ministrado na instituição de ensino.

Na terceira etapa - estudos preliminares, a pesquisa recaiu sobre o 3.º Ciclo do Ensino Básico - duas turmas do 7.º, duas do 8.º e uma de 9.º ano de escolaridade, num total de noventa e um alunos. A escolha do 3.º Ciclo prendeu-se com o facto de as atuais Orientações Curriculares apresentarem uma organização temática, o que permite ao professor lecionar os temas, em cada ano desse nível de ensino, tendo em atenção as preferências dos alunos e as ofertas locais. Para além disto, a preservação do ambiente e o desenvolvimento sustentável são problemáticas que acompanham a maioria dos temas inscritos nas referidas Orientações, as quais são aparentemente fáceis de estudar a partir deste novo contexto. Esta opção permitiu uma recolha de dados sobre as estratégias de ensino-aprendizagem realizadas no contexto local, influenciado pela Barragem; conhecer os recursos que os docentes estavam a utilizar; verificar se a Barragem influencia, de igual modo, o ensino nos três anos desta escolaridade.

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Houve mais do que um nível de informantes nesta etapa. O primeiro nível foi o dos diretores das turmas do 3.º Ciclo; o segundo os dos professores da Escola, através de conversas informais; e o último o dos docentes de Ciências Naturais do 3.º Ciclo.

Na segunda fase do estudo, na primeira etapa, optou-se pelo 8.º ano, por ser o ano em que os docentes consideravam que o programa se adequava melhor às abordagens contextualizadas. A população selecionada para o estudo, a única turma de 8.º ano da escola, era constituída por vinte e sete alunos com idades compreendidas entre os doze e os catorze anos, na maioria oriundos de famílias de medianos recursos económicos e culturais. Estes alunos transitaram para o 9.ºano e continuaram a fazer parte da população do estudo.

Na segunda etapa, a pesquisa foi documental – esta foi, ainda, a etapa dedicada à elaboração de estratégias, algumas delas propostas para aplicação.

Na terceira etapa desta fase, além da turma de 9.º ano referida, participou, ainda, o 7.ºano, mais precisamente na aplicação de uma das estratégias elaboradas no âmbito da investigação. O professor de Ciências Naturais do 3.º Ciclo pertence ao quadro da Escola e foi o mesmo ao longo de toda a pesquisa. Relativamente às Ciências Físico-Químicas do 3.º Ciclo, foram envolvidas no estudo três professoras: a primeira, 2007/ 2008, identificada por P1; a segunda, 2008/2010, assinalada por P2; e a terceira, 2010/2012, referenciada por P3. Todos os docentes são licenciados, à exceção da docente de Ciências Físico-Químicas P3 que tem mestrado em Educação.

3 – Procedimentos

A investigação foi iniciada no ano letivo de 2007-2008, por uma pesquisa ao património didático da EDIA – pretendíamos conhecê-lo antes de partirmos para a escolha da escola. Para tal, assistimos a uma ação promovida pela empresa referida, que a desenvolveu com o objetivo de dar a conhecer, às escolas básicas e secundárias, os seus recursos pedagógico- didático. Nessa ação, que se realizou no auditório da EDIA, em Outubro de 2007, foram recolhidas informações sobre os referidos recursos. De seguida procedeu-se a um levantamento de dados sobre a Barragem e as infraestruturas criadas pela implementação da mesma. Com este fim foram lidas e analisadas as notícias da imprensa escrita, à época das construções e os folhetos da EDIA, e consultadas as informações disponibilizadas pela empresa na Internet. Para a recolha de outros dados, recorremos, ainda, à Biblioteca local e à

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Internet como fontes de informação: e conversámos com funcionários da EDIA – funcionários do Museu da Luz, da fábrica Sulpax e da Barragem.

Foi realizada, ainda, uma pesquisa bibliográfica sobre as características culturais, económicas e agrícolas da região, pois o Concelho é predominantemente agrícola. Recorde- se que a consulta documental “abre muitas vezes a via à utilização de outras técnicas de investigação, com as quais mantém uma relação complementar” (Alberallo, Dignette, Hiernux, Maroy, Roquoy & Saint-Georges, 1997, p. 30). Os dados recolhidos por esta técnica foram complementados com recolhas feitas junto da população, conversas informais com um representante de um clube recreativo e três empresários da vila, com o objetivo de reunir informações sobre o que pensa a comunidade sobre a Barragem. Realizámos, ainda, uma entrevista semiestruturada1 a uma das funcionárias do Museu.

De seguida, foi escolhida a escola onde se pretendia realizar o estudo, tendo-se apresentado à Direção da mesma e ao seu Conselho Pedagógico o pedido formal – Projeto de Tese de Doutoramento em Educação: Área da Didática das Ciências. A sua autorização permitiu, juntamente com o parecer favorável do então Presidente do Conselho Executivo, atual Diretor da Escola, a nossa permanência na instituição.

Na escola, houve, da nossa parte, a preocupação em elucidar todos os intervenientes acerca dos objetivos do estudo e de esclarecer que não se pretendia avaliar o trabalho dos colegas, nem a escola, enquanto instituição de ensino; a intenção era recolher dados que permitissem tirar ilações sobre a forma como a alteração ambiental, provocada pela instalação de uma albufeira e de uma barragem, podia alterar o ensino das ciências. Como forma de manter a confidencialidade dos alunos, recorremos ao uso de nomes fictícios para a sua identificação e nunca identificamos os professores participantes. No âmbito da disciplina de Ciências Físico-Quimicas contámos com três docentes, os quais são identificados por P1, P2 e P3 sendo que a professora P1 iniciou o estudo, a referenciada por P3 a que lecionava a disciplina na altura, do término do trabalho, e a P2 a que acompanhou a parte intermédia. Todas elas deram o seu contributo através de testemunhos importantes e da sua opinião.Os Diretores de Turma, o professor de Ciências Naturais e a de Ciências Físico-Químicas, P1, do 3.º Ciclo do Ensino Básico, manifestaram total disponibilidade para colaborar nos estudos preliminares e para participarem no estudo, bem como todo o corpo docente da escola.

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De seguida, procedemos à caracterização da Escola e, para tal, utilizámos uma entrevista semiestruturada ao Presidente do Conselho Executivo2 e uma consulta documental ao arquivo da instituição de ensino. Tivemos, ainda, conversas informais com alguns funcionários e professores da escola. Para investigar o impacto da Barragem no ensino da instituição foi realizada uma análise às Orientações Curriculares do Ensino Básico, com o objetivo de determinar qual o ciclo de ensino cujas unidades temáticas se podiam enquadrar no estudo do impacto que a barragem de Alqueva tem no ensino-aprendizagem das ciências. Para concretizar este objetivo e para recolher informação sobre como os docentes utilizavam o novo contexto em situação de ensino-aprendizagem, foi aplicado um questionário3 a todo o corpo docente e foram analisados o Plano de Atividades e o Projeto Educativo da Escola. Pretendia-se, assim, recolher informações sobre o que pensavam os docentes sobre os recursos criados pela Barragem e saber como os utilizavam. Concluiu-se ser o 3.º Ciclo do Ensino Básico aquele em que os temas ligados à Barragem podiam exercer mais influência. Este estudo foi seguido de um outro, preliminar, aos três anos (7.º, 8.º e 9.º anos) do 3.º Ciclo do Ensino Básico para determinar em qual dos anos de escolaridade se trabalhavam mais as temáticas passíveis de serem ligadas ao tema da Barragem e saber que estratégias, neste contexto, eram desenvolvidas pelos professores. Foi analisado, neste momento da investigação, o Projeto Educativo e o Plano de Atividades, pois pretendia averiguar-se se o novo contexto – Barragem – era enunciado nos referidos documentos.

Realizámos, ainda, conversas informais com alguns dos professores da escola; fizemos observação naturalista aos alunos durante os intervalos das aulas, e pesquisa arquivista junto dos serviços administrativos e na Internet. Foi feita, também, uma pesquisa às estratégias desenvolvidas nos anos anteriormente lecionados nas disciplinas de Ciências Físicas e Naturais do 3.º Ciclo, no âmbito da Barragem, pesquisa essa que foi realizada a partir de uma entrevista não estruturada ao professor de Ciências Naturais sobre as estratégias utilizadas no ano letivo de 2007/2008. Foram, ainda, neste momento, feitos estudos para averiguar se os Clubes do 3.º Ciclo do Ensino Básico utilizavam os recursos pedagógico-didáticos da EDIA e quais os mais utilizados. Para isto foi feita uma análise documental do dossier do Clube da Ciência do ano letivo de 2007/2008 e uma pesquisa no site da Web do Clube – este deixou de funcionar por falta de horas atribuídas aos docentes para o efeito.

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Apêndice 2 – Guião da Entrevista ao Presidente do Conselho Executivo 3

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Em 2008-2009, a investigação pretendia recolher informações sobre a forma como o novo contexto influenciava o ensino ao nível do 3.º Ciclo. Iniciou-se esta etapa com uma entrevista semiestruturada4 aos Diretores de Turma dos três anos (7.º, 8.º e 9.º anos). Foram recolhidos, também, dados sobre as estratégias calendarizadas para o referido ano, através de conversas informais com os docentes da escola, com o objetivo de recolher informações sobre algumas estratégias a serem desenvolvidas no âmbito da Barragem. Como estava agendada, para o 8.º ano, uma estratégia situada no referido contexto, comemorativa do Dia da Cultura Científica, assistimos a essa estratégia, promovida em conjunto pelos docentes de Ciências Naturais e de Ciências Físico-Químicas, P2, da qual faziam parte duas atividades práticas. Primeiro, os alunos observaram as aves e os invertebrados da zona circundante da Barragem e, em seguida, classificaram-nas com ajuda de guias de observação de aves e invertebrados. Mediram, ainda, os parâmetros Físico-Químicos – a temperatura da água e do solo, e a velocidade do vento. Nesta atividade prática os alunos recolheram amostras de água e, com ajuda de um Kit, realizaram a sua análise. A observação das atividades foi orientada pelo objetivo de recolher informações sobre as aprendizagens contextualizadas. Recorda-se que a observação de aulas integra-se no processo naturalista – estas decorreram num ambiente natural e nelas não fomos participantes, dado que nos limitámos a observar sem intervir. Para a observação naturalista utilizámos grelhas de observação5. Esta estratégia pretende “aumentar a nossa compreensão do caso […]. Escolhemos as oportunidades identificadas em parte pelos problemas, que nos ajudam a familiarizar melhor com o caso.” (Stake, 2007, p. 77). Estas observações tinham por objetivo, além de recolher informação sobre a forma como os alunos reagiam às aprendizagens situadas, constatar o grau de contextualização que os professores conferiam às aprendizagens, neste caso percebe-se/compreende-se se a barragem de Alqueva alterou o ensino das ciências. Ao longo da observação, tentámos não interpretar, pois esse nível de pensamento pode alterar a imparcialidade e a objetividade da observação (Stake, 2007).

Após a observação da estratégia, e com a finalidade de cruzar dados com a observação naturalista sobre as estratégias desenvolvidas nas disciplinas de Ciências Físicas e Naturais, foram realizadas entrevistas semiestruturadas6 aos professores intervenientes na estratégia, os já referidos docentes de Ciências Naturais e à professora de Ciências Físico-Químicas P2 do

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Apêndice 4 – Guião das Entrevistas dos Diretores de Turma 5

Apêndice 5 – Grelhas de Observação de Aulas no Exterior 6

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3.º Ciclo do Ensino Básico. Neste momento da investigação, concluímos ser o 8.º ano aquele em que os docentes realizavam as estratégias em contexto, nomeadamente no contexto criado pela Barragem.

De seguida, foi feita uma pesquisa documental aos folhetos do Museu da Luz, com a finalidade de recolher informação sobre as atividades agendadas e, mais tarde, uma nova pesquisa – entrevista não estruturada a uma das funcionárias do Museu, sobre a forma como tinham decorrido as atividades desenvolvidas.

No ano letivo de 2009-2010 passou-se à segunda fase - Conceptualização e implementação de experiências de aprendizagem tendo em conta a realidade local. Foram, então, recolhidos dados sobre o impacto da Barragem no ensino das Ciência Físicas e Naturais do 8.º ano do 3.º Ciclo do Ensino Básico. A população alvo era constituída pelos alunos da única turma de 8.º ano da escola e pelo Diretor de Turma que foi entrevistado a partir do guião de entrevista utilizado em 2008/2009. De seguida foi explorada a forma como os professores de Ciências Físico-Químicas, P2, e Ciências Naturais do 8.º ano exploravam o novo contexto. Como foi realizada uma reunião com o docente de Ciências Naturais sobre as estratégias que estavam agendadas, no contexto local, este docente prontificou-se a reunir informações com a professora de Ciências Físico-Químicas. Mais tarde voltámos a contactar a Escola no sentido de recolher informações sobre o que estava planeado para ano letivo. Os docentes agendaram e realizaram uma estratégia conjunta semelhante à efetuada em 2008- 2009 no âmbito do Dia Cultura Cientifica. A estratégia não foi alvo de observação naturalista. Apenas se falou informalmente com os alunos, no intervalo das aulas, porque o docente de Ciências Naturais considerou que as atividades da estratégia eram idênticas às já realizadas e observadas em 2008-2009, semelhança provada pela análise dos materiais distribuídos e utilizados pelos alunos. Foram, ainda, realizadas conversas informais com os dois professores, que tinham por objetivo recolher informações sobre o que estava planeado ou estavam a pensar planear para o 8.ºano. A informação recolhida foi, segundo o docente de Ciências Naturais, que os alunos iram realizar um trabalho de pesquisa que entregariam, por escrito, sobre a Águia de Bordele, que tinha sido observada junto ao rio Ardila. A professora de Ciências Físico-Química P2 não tinha mais nada planeado.

Como não estava agendada mais nenhuma estratégia contextualizada, foi, de seguida, realizada uma reunião com o docente de Ciências Naturais no sentido de se elaborarem, em parceria, estratégias de ensino centradas no contexto dos alunos. Foi sugerida uma para

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Geologia do 7.º ano, uma sobre ecossistemas para o 8.º ano; e uma sobre alimentação para o 9.º ano. Como as estratégias não foram concretizadas, foi proposto aos docentes de Ciências Físicas e Naturais que adotassem e integrassem, no seu trabalho, as seguintes estratégias retiradas do projeto PARSEL7: Como evitar as perdas de energia na escola e Um grande problema para Magalhães: a conservação da comida. Foi proposto, também, um exercício de inquérito científico – As ilhas da nossa albufeira, realizado no âmbito da investigação. Os docentes não as aplicaram.

Durante este momento da investigação, continuámos a pesquisa sobre as atividades do Museu (instituição mais referenciada pelos docentes) com o intuito de conhecer o trabalho por ele desenvolvido. Para tal foi analisado o folheto do Museu – principalmente às atividades planeadas – e estabelecida uma conversa informal com a direção do Museu, sobre a avaliação das atividades já realizadas.

Em 2010-2011, tornou a inquirir-se os docentes de Ciências Físico-Químicas, P3, e Ciências Naturais sobre a planificação das atividades em contexto local. Para tal foi realizada uma reunião em que foram ouvidos os dois docentes em simultâneo a partir da entrevista não estruturada, analisou-se, ainda, o plano de atividades. Como estavam agendadas estratégias em contexto local, foi feita a caraterização da amostra – uma turma de 8.º ano, para tal foi feita uma entrevista semiestruturada ao Diretor de Turma (ver anexo 4), uma pesquisa ao Dossier de referido Diretor e aos arquivos da Secretaria – pautas dos finais de períodos. Pretendia-se conhecer o nível sociocultural e o percurso escolar dos alunos. O docente de Ciências Físico-Químicas, P3, realizou uma estratégia conjunta com o professor de Ciências Naturais. Esta estratégia conjunta desdobrou-se em duas atividades: uma de procura de macroinvertebrados nas margens da Albufeira e de aves (atividade de Ciências Naturais); outra uma visita a ETAR (atividade de Ciências Físico-Químicas).

O docente de Ciências Naturais realizou mais duas estratégias; uma delas consistiu na análise do pescado fresco e a outra teve por objetivo a identificação e contagem dos arbustos existentes nas zonas limítrofes da Vila. Para a recolha dos dados, utilizou-se a observação naturalista às estratégias, pois a observação da prática pedagógica ajuda a compreender o que o professor faz e como faz, informação que foi cruzada com os dados recolhidos através das

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entrevistas semiestruturadas aos docentes8. Nas entrevistas semiestruturadas podem “obter-se

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