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5.1. DESENHO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo metodológico. Este tipo de pesquisa organiza o processo de criação de um instrumento (Nascimento, 2012), dedicando-se ao desenvolvimento e validação de técnicas ou ferramentas de avaliação (Polit, Beck, 2011). Os procedimentos metodológicos deste estudo foram baseados nas recomendações de Rubio et al. (2003) e Damásio e Borsa (2017) para a obtenção das evidências de validade de conteúdo de um instrumento.

5.2. ASPECTOS ÉTICOS

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob número de parecer 2.548.341, seguindo a resolução do Conselho Nacional de Saúde – CNS 466/12 sobre Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos [ANEXO I]. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre (TCLE) [ANEXO II].

5.3. POPULAÇÃO

Os participantes desta pesquisa foram selecionados por conveniência a partir do contato profissional da orientadora deste trabalho, de acordo com o critério de inclusão de, no mínimo, dois anos de experiência na área infantil. Participaram 15 profissionais, dos quais 10 eram da Fonoaudiologia, 3 da Pedagogia e 2 da Psicologia, formados nas seguintes Universidades e respectivos estados: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Rio Grande do Norte), Universidade Estadual de Campinas (São Paulo), Universidade Estadual Paulista (São Paulo), Pontifícia Universidade Católica de Campinas (São Paulo), Universidade de São Paulo (São Paulo), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Rio Grande do Sul), Universidade de Fortaleza (Ceará), Universidade Federal da Paraíba (Paraíba) e Universidade Estadual de Londrina (Paraná).

5.4. PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 5.4.1. Material

Este estudo dedica-se à validação do instrumento de triagem TRILHAR, construído em parceria entre o Departamento de Fonoaudiologia e Departamento de Engenharia Biomédica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Seu objetivo é realizar a triagem do vocabulário em crianças entre três e sete anos de idade, visto que nesta faixa etária, ocorre expansão significativa do vocabulário infantil (Song

26 et al., 2015) e que este pode influenciar o desenvolvimento da linguagem oral como um todo e futuramente, da linguagem escrita.

O TRILHAR conta dez com atividades semânticas receptivas e expressivas. No vocabulário receptivo ou compreensivo, a criança deve ouvir dez palavras e apontar as imagens correspondentes [ANEXO III]. Já no vocabulário expressivo, deve nomear dez imagens a ela apresentadas pelo aplicador, um por vez [ANEXO IV]. Possui palavras nos seguintes campos semânticos: roupas, animais, alimentos, móveis, utensílios, meios de transporte, brinquedos, instrumentos, profissões, lugares, partes do corpo, adjetivos e verbos. Durante sua construção, evitou-se a escolha de vocábulos que sofressem variação cultural. As atividades aumentam o grau de dificuldade à medida em que são registradas as respostas corretas. Inicialmente, as palavras eram apresentadas sem nenhum item distrator, mas de acordo com a aplicação, itens distratores foram adicionados.

Possui versões manual e computadorizada. As imagens da versão manual foram construídas por uma designer contratada por meio do Adobe® Photoshop CC. Já a versão computadorizada foiconstruída em linguagem PHP – Hypertext Preprocessor e framework Yii2. Para este estudo utilizou-se a versão manual.

Nesta versão manual, utiliza-se um fantoche para que seja facilitada a interação entre o avaliador e a criança, tal como aumentar a motivação da criança durante o processo. O material também conta com um manual de uso para o aplicador do teste e folhas para registro das respostas. Ao final da aplicação, é gerado um relatório final com a pontuação total e os tipos de erros cometidos. É indicada a necessidade de observação do comportamento da criança durante a aplicação do teste, tais como a presença de sinais comportamentais importantes, alterações fonológicas ou fonéticas na oralidade, desatenção e lentificação.

5.4.2. Coleta de dados

Inicialmente, os juízes foram convidados via e-mail a participar da pesquisa [ANEXO V], no qual foi apresentado o Projeto TRILHAR e anexado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Posteriormente à assinatura do TCLE, todos os juízes receberam via e-mail o instrumento (manual, protocolo de triagem e folhas de resposta), o protocolo de avaliação de validade de conteúdo, um questionário para avaliação das imagens e palavras e as instruções necessárias para seu preenchimento. O prazo estabelecido para retorno via e-mail foi de vinte dias.

O protocolo de avaliação de validade de conteúdo foi construído levando em consideração os aspectos de Racional Teórico, Princípios da Triagem e Materiais. Estes

27 itens foram avaliados em uma escala de 0 a 2, com as seguintes correspondências: 0 – inadequado; 1 – parcialmente adequado; 2 – adequado.

O primeiro item, Racional Teórico buscou o julgamento da fundamentação teórica na qual a construção do Trilhar foi baseada, observando seus critérios de qualidade, atualidade e coerência da literatura com a faixa etária a qual o instrumento abrange e os materiais produzidos.

O item de Princípios da Triagem visou focar em seus aspectos práticos, como aplicabilidade em campo clínico e educacional, adequação à identificação de populações específicas (transtornos ou atrasos de linguagem) e validade ecológica.

Por fim, no item de Materiais, foi julgada a adequação dos materiais produzidos, isto é, figuras, telas de aplicação e palavras selecionadas, quanto ao seu público alvo, faixa etária, aspectos gráficos, clareza no caderno de aplicação e coerência entre a demanda da tarefa e o objetivo da triagem.

5.5. ANÁLISE DOS DADOS

A análise quantitativa da validade de conteúdo ocorreu por meio do Índice de Validade de Conteúdo - IVC (Polit, Beck, 2006), tanto para os itens individualmente (IVC-I), quanto para a ferramenta como um todo (IVC). Os índices foram calculados por meio da fórmula abaixo, onde x1 corresponde ao número total de respostas “adequado” e x2 ao número total de respostas.

𝐼𝑉𝐶 = 𝑥1 𝑥2

Adotou-se como referência o valor igual ou maior que 0,78 (Polit, Beck, 2006). Itens que obtiveram valor menor que este foram reformulados para nova avaliação. Para a avaliação das imagens, foi definido o valor de 75%; figuras com resultados abaixo desta porcentagem deveriam ser excluídas ou reformuladas.

Ainda, foi avaliado o índice de concordância interavaliadores, por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse, no qual foi utilizado o intervalo de confiança de 95%. Para sua análise, utilizou-se a seguinte classificação, de acordo com Fleiss (1981): < 0,40 – pobre; 0,40-0,74 – satisfatória; > 74 - excelente.

Todos os dados foram tabulados e analisados por meio do IBM SPSS

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