• Nenhum resultado encontrado

A metodologia desta pesquisa quanto à sua abordagem é quantitativa, pois quantifica os fenômenos possibilitando uma análise objetiva. Este tipo de análise é defendida por Minayo e Sanches (1993, p. 3) “no âmbito dassoft sciencestem surgido a oportunidade de se usar a linguagem matemática para descrever, representar ou interpretar a multidiversidade de formas vivas e suas possíveis inter-relações”. Nesse sentido, a abordagem quantitativa auxilia na coleta de dados e no tratamento da informação.

Quanto à natureza, a pesquisa é aplicada, pois gera conhecimentos para aplicações práticas dirigidos à solução de problemas específicos. A pesquisa foi realizada com a aplicação de um instrumento no formato de um questionário com o seguinte público-alvo:

docentes da área de Química do IFFluminense doCampusCampos Centro, estado do Rio de Janeiro, que atuam nas turmas do Ensino Médio e/ou Ensino Superior, os quais responderam ao questionário e enviaram pela plataformaGoogle Forms.

Quanto ao objetivo da pesquisa, ela será descritiva, segundo Gil (2008), como aquela que descreve um fenômeno ou objeto de estudo (população, empresa, governo, situação-problema) e estabelece relações entre as suas variáveis. Triviños (1987, p. 110) afirma que “o estudo descritivo pretende descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade”.

Quanto aos procedimentos, a pesquisa é um estudo de caso, tendo em vista que será aplicado com um determinado grupo, caracterizando-se pelas investigações realizadas por meio da coleta de dados junto aos docentes da área de Química. O estudo de caso é caracterizado pelo estudo exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado. Para a realização de um estudo de caso podem ser utilizadas diferentes fontes de investigação, como: entrevistas, questionários e observação (GIL, 1999; YIN, 2001).

Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário (Apêndice A) elaborado pelas pesquisadoras noGoogle Formse enviado aos docentes via email, anexo ao texto introdutório (Apêndice B), onde foram abordados conceitos da Neurociência e os processos neuroquímicos.

O questionário constou de perguntas com opções de respostas no formato de caixas de seleção e outras na escala de Likert. Segundo Oliveira (2001),

A escala de Likert diz respeito a uma série de afirmações relacionadas com o objeto pesquisado, isto é, representam várias assertivas sobre um assunto. Os respondentes não apenas respondem se concordam ou não com as afirmações, mas também informam qual seu grau de concordância ou discordância (OLIVEIRA, 2001, p. 15).

As respostas obtidas foram utilizadas para analisar o estresse e a ansiedade do docente de Química, como ele lida com os estudantes que se apresentam ansiosos e estressados na sala de aula, além de investigar quais as estratégias de gerenciamento das emoções são utilizadas.

Esta pesquisa contemplou as seguintes etapas: 1. Busca de trabalhos e artigos sobre o tema; 2. Seleção de textos; 3. Revisão de literatura; 4. Levantamento do estado da arte; 5.

Planejamento da pesquisa; 6. Elaboração do questionário; 7. Coleta de dados – aplicação do questionário aos docentes; 8. Análise dos dados e 9. Elaboração de uma cartilha pedagógica para os docentes.

Foi realizada uma análise de dados das respostas obtidas, de forma quantitativa, por meio de gráficos elaborados no Microsoft Office Excel, analisando de forma comparativa as respostas obtidas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da coleta de dados via questionário enviado pelo Google Forms e de sua respectiva análise, foram coletadas informações a respeito de como os docentes de Química do IFFluminense lidam com o estresse e a ansiedade na sala de aula, além de conhecer quais as estratégias de gerenciamento das emoções são utilizadas por eles.

Caso o nível de estresse e ansiedade dos docentes influencie negativamente a qualidade das aulas de Química, espera-se que a análise dos índices de estresse e ansiedade e a sua relação com a neuroquímica possa contribuir com o trabalho docente no que tange ao Ensino de Química. Dessa forma, como forma de feedback, foi elaborada uma cartilha (Apêndice C) com atividades pedagógicas, enviada aos docentes viaemail.

Esta pesquisa teve a finalidade de analisar o processo neuroquímico por meio da utilização de treinamento de mindfulness, técnicas e exercícios de meditação, músicas com frequências em hertz, entre outros, e como estes podem contribuir para o gerenciamento das emoções, tendo um efeito significativo no comportamento em sala de aula, nos níveis de estresse e ansiedade.

A pesquisa foi realizada com os professores de Química do Instituto Federal FluminenseCampus Campos Centro, em que foi enviado um questionário (Apêndice A), para quatorze docentes, totalizando em oito respostas. Assim sendo, este trabalho segue as diretrizes de vários autores que realizaram estudos da neuroquímica no processo de ensino-aprendizagem (Kolb; Whishaw, 2003; Relvas, 2011; Fischer; Rose, 1998; Almeida, 2009), a aplicação das práticas meditativas (Cury, 2015) e dentro da Universidade (Carpena;

Menezes, 2018).

Espera-se que os conhecimentos da neuroquímica, bem como a utilização de estratégias como treinamento de mindfulness, exercícios de meditação, músicas com frequências em hertz, prática de exercícios físicos, entre outros, possam contribuir positivamente para o gerenciamento das emoções e para o desenvolvimento de habilidades que possibilitem a melhoria do estresse e da ansiedade, desta forma auxiliando o docente no processo de ensino-aprendizagem de Química, por meio da utilização de uma cartilha com atividades pedagógicas desenvolvida pelas autoras deste estudo.

A seguir são apresentados os gráficos com as respostas dos docentes e suas respectivas análises ao questionário (Apêndice A) enviado aos mesmos viaemail.

Gráfico 1- Gênero dos docentes de Química

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Gráfico 2- Idade dos docentes de Química

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Os Gráficos 1 e 2 referem-se às questões que tratam do gênero e a idade, respectivamente, dos docentes do Instituto Federal Fluminense doCampusCampos Centro do Ensino Médio e Ensino Superior, consistindo no total de 8 respostas, sendo 4 do gênero masculino e 4 do gênero feminino, conforme o Gráfico 1, em que 70% correspondem a idade de 31 a 40 anos e 25% entre 41 a 50 anos, demonstrado no Gráfico 2.

Gráfico 3- Nível de escolaridade em que docentes de Química atuam no IFFluminense

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Gráfico 4- Turno em que docentes de Química atuam no IFFluminense

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Gráfico 5- Tempo de atuação como docente de Química

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Os Gráficos 3, 4 e 5 foram criados a partir de questões relacionadas ao trabalho docente. Ao serem perguntados sobre os níveis de escolaridade para os quais lecionam (Gráfico 3), 37,5 % do entrevistados responderam que lecionam para turmas do Ensino Superior, 12,5% para turmas do Ensino Médio e a maioria (50%) afirmou dar aula para ambos os níveis. Em relação ao turno de trabalho (Gráfico 4), todos trabalham no turno vespertino, porém também lecionam em outros turnos, 87,5% à noite e outros 12,5% pela manhã. Todos os professores participantes da pesquisa, ao serem questionados sobre o tempo de atuação como professor (Gráfico 5), afirmaram serem professores há mais de 10 anos.

Gráfico 6- Qualidade da rotina docente no modelo de ensino presencial

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Conforme o Gráfico 6, sobre o exercício da docência no modelo de ensino presencial tornar a rotina do docente cansativa, 62,5% concordam parcialmente, 25% discordam parcialmente e 12,5% discordam totalmente.

Gráfico 7- Qualidade da rotina docente no modelo de ensino remoto

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

O Gráfico 7 buscou investigar se o exercício da docência no modelo de ensino remoto torna a rotina cansativa. A maioria (75%) relatou concordar parcialmente, 12,5% concordam totalmente e somente 12,5% discordam parcialmente, trazendo uma oposição às demais respostas.

No ano de 2020, devido às restrições sanitárias decretadas pelo poder público, como forma de conter a disseminação do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, foi adotada, de maneira emergencial, a modalidade de ensino remoto. Ao serem perguntados se o exercício da docência no modelo de ensino remoto tornou a rotina cansativa, 75% dos docentes entrevistados relataram concordar parcialmente, 12,5% concordam totalmente e 12,5%

discordam parcialmente, deixando explícito as opiniões divergentes. Ao serem questionados sobre a realização de outras atividades, além da atividade física, que possam contribuir para a redução dos níveis de estresse e ansiedade, 50% afirmaram não praticar. Esses dados relacionam-se com a exaustão relatada pela maioria dos docentes, tendo em vista que, lecionar no ensino remoto exigiu de todos o autogerenciamento para controlar o estresse e ansiedade.

Do mesmo modo que, ao adaptarem-se à modalidade de ensino remoto emergencial, professores e alunos precisaram gerenciar suas emoções, com o retorno à modalidade de ensino presencial que vem acontecendo gradualmente desde o final do ano letivo de 2021 -será preciso, aos poucos, criar uma nova rotina e normalidade. Segundo Cury (2015) as habilidades intelectuais, pessoais e profissionais são desenvolvidas e treinadas a partir da gestão das emoções. Com o retorno, os docentes precisarão lidar com uma nova realidade, fato que exigirá o autogerenciamento das emoções, de forma a também auxiliar os estudantes a passarem por essa situação onde estão emocionalmente confusos, evitando novos danos.

Gráfico 8- Interferência de situações externas na prática docente

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Em relação à interferência das situações externas na prática docente e na organização, todos os participantes da pesquisa concordam que situações externas podem interferir na prática docente (50% concordam totalmente e 50% concordam parcialmente), dados estes que, ao serem confrontados com os estudos de Almeida (2019), permitem a associação da interferência das situações externas à prejuízos no processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista que, segundo a autora, quando não há auto-regulação, as emoções atingem as funções cognitivas, fazendo com que estes indivíduos sejam impulsivos em suas ações. Por interagirem socialmente e aprenderem um com o outro, o estado emocional de alunos e professores devem ser considerados e atitudes simples, como organizar o ambiente da sala de aula e planejar a aula, devem ser adotadas, pois contribuem para a criação de condições emocionais favoráveis à aprendizagem.

Gráfico 9- Vertente gestão e salário - situações de estresse e ansiedade

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

No que diz a respeito à vertente gestão e salário no exercício da docência de como influenciam no estresse e a ansiedade dos docentes, 62,5% relatam a precariedade dos recursos para trabalho, 50% desvalorização profissional, 37,5% constam falta de apoio da gestão escolar e 12,5% em pouca autonomia para ministrar os conteúdos em sala e atraso no salário. As respostas estavam formadas em caixa de seleção, com a opção de outros, podendo ser acrescentada pelo próprio professor, como, excesso de carga horária de aulas e burocracia e falta de cooperação entre os setores da gestão, ambos respondidos por 12,5% dos participantes.

Gráfico 10- Vertente gestão da sala de aula - situações de estresse e ansiedade

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Em relação às quais situações dentro do âmbito escolar, relacionadas a gestão da sala de aula, podem influenciar no estresse e/ou ansiedade, 100% relataram o desinteresse dos estudantes, 62,5% violência/Bullying, 50% foi descrito em três alternativas, como, conversas dos estudantes durante o conteúdo, turma agitada e desrespeito dos estudantes.

Gráfico 11- Relação com os pais/responsáveis - situações de estresse e ansiedade

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

No Gráfico 11 são apresentadas algumas situações dentro do âmbito escolar, que deixam os docentes estressados e/ou ansiosos no que tange a sua relação com os pais ou responsáveis, em que 37,5% constataram o desrespeito dos pais/responsáveis, em seguida 25% reclamação dos pais/responsáveis e falta de acompanhamento dos pais/responsáveis na vida escolar do estudante e 12,5% Falta de participação nas reuniões agendadas e falta de diálogos com pais/responsáveis. As respostas estavam formadas em caixa de seleção, com a opção de outros, podendo ser acrescentada pelo próprio professor, como, não ter contato com os pais dos discentes e não ter percebido esse problema no Ensino Superior, ambos respondidos por 12,5% dos participantes.

Gráfico 12- Planejamento pedagógico - situações de estresse e ansiedade

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Conforme o Gráfico 12, são apresentadas algumas situações dentro do âmbito escolar, que deixam os docentes estressados e/ou ansiosos relacionados ao planejamento escolar, em que 75% constataram a elaboração/correção de atividades avaliativas, em seguida 62,5%

participação em reuniões pedagógicas/planejamento, 37,5% elaboração/execução de projetos pedagógicos/interdisciplinares e 25% no cumprimento da grade curricular e o planejamento das atividades pedagógicas. As respostas estavam formadas em caixa de seleção, com a opção de outros, podendo ser acrescentada pelo próprio professor, como, a utilização do SUAP, seguido de 12,5%.

Na pesquisa tem-se o dado relevante de que todos os professores participantes desta pesquisa atuam há mais de dez anos na instituição de ensino e que as situações de estresse de forma geral, estão ligadas à situações pessoais e no ambiente de trabalho, às situações relacionada aos alunos, cobranças burocráticas, desvalorização salarial, o gerenciamento do tempo em relação ao cumprimento da ementa, etc. Tais fatores podem tornar a rotina do docente mais estressante com níveis de ansiedade variados.

Gráfico 13- Prática de atividade física

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Em relação à prática de atividade física exercida pelos docentes, foi constatado que 37,5% realizam a prática muito frequentemente, 37,5% eventualmente e 25% frequentemente.

Em nenhuma resposta, foi constatado a ausência da prática de atividade física. Este gráfico será discutido junto ao Gráfico 14.

Gráfico 14- Prática de atividades físicas como redução da ansiedade e/ou estresse

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

A maioria dos entrevistados respondeu que concorda totalmente com a afirmativa de que a prática de atividades físicas pode reduzir a ansiedade e/ou estresse com total de 87,5%, seguidos de 12,5% que concordam parcialmente.

Todos os docentes realizam atividades físicas, mesmo que, eventualmente, e acreditam que a prática está interligada na redução do estresse e da ansiedade, na qual é liberado um hormônio da felicidade em maior quantidade, trazendo sensação de bem-estar. Este hormônio

é conhecido como endorfina e de acordo com Pimenta (2018), sua produção ocorre de forma natural em resposta à dor.

Gráfico 15 -Prática de outras atividades para diminuição do estresse e da ansiedade.

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

No Gráfico 15 são apresentados alguns exemplos possíveis diferentes da prática de atividade física relatada no Gráfico 14, que também podem contribuir para a diminuição do estresse e da ansiedade, em que 50% constataram que não pratica outras atividades físicas, em seguida 37,5% utilizam a música e nenhum dos docentes realizaram práticas como, mindfulness e o uso de sons com frequências em hertz. As respostas estavam formadas em caixa de seleção, com a opção de outros, podendo ser acrescentada pelo próprio professor, como, contato com a natureza e Muay Thai, ambos seguidos de 12,5%. Este gráfico será discutido junto ao Gráfico 16.

Gráfico 16 -Conhecimento acerca do estresse/ansiedade, sua relação com a neuroquímica e aprendizagem

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Ao serem questionados sobre o conhecimento acerca do estresse/ansiedade, da sua relação com a neuroquímica e com o processo de ensino-aprendizagem, 37,5% do entrevistados disseram possuir pouco conhecimento e outros 37,5% afirmaram possuir conhecimento regular, enquanto cerca de 25% dos entrevistados afirmaram possuir nenhum conhecimento sobre o assunto. Para compreender a si mesmo e o comportamento do educando, bem como promover o apoio necessário em determinadas situações, torna-se imprescindível que o docente tenha conhecimento sobre os neurotransmissores, visto que segundo Kolb e Whishaw (2003), as funções intelectuais, assim como ensinar e aprender, são produzidas pela atividade dos neurônios no nosso encéfalo.

Os resultados do Gráfico 16, constam que os docentes não possuem conhecimento sobre a neuroquímica e a sua relação com a aprendizagem, em que nenhum docente realiza a prática de mindfulness ou o uso de sons com frequência emhertz, demonstrados no Gráfico 15. A falta de conhecimento sobre as práticas podem inviabilizar uma aprendizagem eficaz, caso o professor não tenha conhecimento sobre a neuroquímica, o Sistema Nervoso e os neurotransmissores liberados na prática de atividade física ou com a ausência, dificilmente conseguirá entender a parte química do aluno e possibilitar que este construa o conhecimento de maneira satisfatória, em situações quando se obtém alunos agitados, por exemplo, após uma aula de educação física, desanimados após o recebimento de uma nota não satisfatória, inquietos após o intervalo e, principalmente, ansiosos antes da aplicação de uma prova. Ao adotar práticas meditativas, como, mindfulness ou um som em uma determinada frequência

em hertz no início da aula, isso fará com que o sistema nervoso libere neurotransmissores como, a endorfina, dopamina, serotonina e inibindo os hormônios do estresse, como, adrenalina e cortisol, fazendo com que aluno entre em um equilíbrio profundo com si próprio, obtendo maior concentração, melhora no humor, foco e mantendo-se calmo para absorver o conteúdo.

Ao trabalhar com músicas em sala de aula, mindfulness e frequências em hertz, os professores possibilitam que, através de estímulos sensoriais, o educando se autorregule e se autogerencie auxiliando na redução do estresse/ansiedade.

Gráfico 17- Frequência de agitação/estresse dos alunos

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Quanto à percepção da agitação/estresse dos estudantes durante o ensino regular dos conteúdos, a maioria dos docentes (75%) relatou que eventualmente seus alunos têm esse comportamento e outros 25% dos entrevistados afirmaram presenciar com frequência a agitação/estresse dos estudantes. De acordo com Goleman (1997) a preocupação apresentada por indivíduos ansiosos é capaz de sabotar o desempenho acadêmico, independente do método de avaliação, pois a tensão apresentada interfere diretamente no raciocínio e memória do estudante, os quais são fundamentais para resolução de problemas. Por outro lado, o autor afirma que aqueles capazes de gerenciar suas emoções, são capazes de utilizar-se da antecipação proporcionada pela ansiedade para prepararem-se para as atividades acadêmicas.

Segundo Cosenza (2011) aprender depende, também, do estado de saúde em que o indivíduo se encontra. Praticar atividade física regularmente (corrida, dança, musculação, natação, lutas, etc), ter uma alimentação balanceada (incluindo proteínas, carboidratos, sais

minerais e vitaminas), ter noites de sono tranquilo, ser otimista e manter a mente em funcionamento, sempre aprendendo novas coisas, são práticas que contribuem para a manutenção de um encéfalo saudável e terão impacto direto na aprendizagem.

Gráfico 18- Nível de estresse/ansiedade dos estudantes durante uma atividade avaliativa

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Quanto à mudança de comportamento dos discentes e à mudança nos níveis de estresse e ansiedade, durante a realização de atividades avaliativas, como observado no Gráfico 18, 87,5% dos docentes relataram perceber essa mudança com frequência em sala de aula.

Enquanto outros 12,5% afirmaram que essa mudança ocorre eventualmente com seus alunos.

Gráfico 19- Frequência de ansiedade/estresse no ensino presencial

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Quanto à modalidade de ensino adotada, de acordo com o Gráfico 19, a maioria dos docentes (62,5%) relatou que eventualmente os estudantes apresentam-se ansiosos/estressados na modalidade presencial. Outros 37,5% dos participantes afirmaram que os estudantes apresentam-se nessas condições com frequência.

Gráfico 20- Frequência de ansiedade/estresse no ensino remoto

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Ao serem perguntados sobre a percepção da ansiedade/estresse nos discentes durante o ensino remoto, conforme ilustrado no Gráfico 20, cerca de 37,5% dos docentes disseram ser muito frequente, 25% relataram ser frequente e outros 37,5% disseram que eventualmente os estudantes apresentam-se ansiosos/estressados.

Gráfico 21- Percepção do nível de ansiedade/estresse e a relação com a neuroquímica

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Ao serem perguntados sobre a percepção do nível de estresse e ansiedade dos seus estudantes durante o processo de ensino-aprendizagem, os docentes puderam selecionar mais de uma situação caso julgassem necessário. Diante disso, 75% dos docentes relataram perceber o medo/ansiedade antes de uma prova, o medo de tirar uma nota ruim e o nervosismo por não saber resolver uma questão. Cerca de 62,5% dos participantes disseram perceber o estresse e ansiedade nos discentes quando estes estão em situações que precisam falar em público ou apresentar trabalhos, enquanto 12,5% percebem o estresse e ansiedade quando os estudantes lidam com situações de violência/bullying.

Gráfico 22- Situações do processo de ensino-aprendizagem com percepção de aumento do nível de prazer e participação e a relação com a neuroquímica

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Em relação às atividades que envolvem prazer e participação dos estudantes, relacionando os efeitos da neuroquímica com o processo de ensino-aprendizagem, os docentes puderam escolher mais de uma situação de acordo com a sua experiência em sala de aula.

Todos os participantes desta pesquisa disseram perceber o prazer dos discentes quando estes têm resultados positivos nas avaliações ou após uma atividade prazerosa ou uma situação que gere felicidade, 87,5% percebem o prazer dos estudantes quando se envolvem em atividades práticas, lúdicas, em grupo e sentem-se envolvidos na tarefa com prazer e afeto, 75%

percebem quando os estudantes recebem um elogio do professor, 62,5% quando os estudantes se envolvem em uma atividade teórico-prática que necessite de atenção e memória e 50%

quando os estudantes ganham alguma premiação por tarefas realizadas, como, por exemplo, ganhar bombom na participação de um Quiz/gincana.

Gráfico 23- Influência do comportamento docente no comportamento da turma (agitação, estresse e ansiedade)

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Ao serem questionados com relação à influência da sua agitação, proveniente de uma rotina cansativa, na agitação/estresse/ansiedade da turma, a maioria dos docentes (87,5%) concorda parcialmente com a afirmação, enquanto outros 12,5% não souberam responder.

Esse resultado é importante para o gerenciamento da sala de aula, pois a partir do momento que o docente reconhece a sua influência no comportamento da turma, este é capaz de buscar soluções e mudanças em suas atividades, visando uma aprendizagem eficaz.

Gráfico 24- Como o docente lida com o estresse e a ansiedade dos estudantes na sala de aula.

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Ao serem perguntados sobre como lidam com o estresse e a ansiedade dos estudantes na sala de aula, os docentes puderam escolher mais de uma opção caso julgassem necessário diante de suas experiências docentes. Como observado no Gráfico 24, 87,5% dos participantes responderam que estabelecem diálogos com os estudantes nessas situações e 75% relataram gerenciar as situações de conflito ouvindo as partes envolvidas.

Gráfico 25- Atividades que estimulam a inteligência emocional utilizadas pelo docente em sala de aula

Fonte: Elaborado pelos autores (2022).

Com relação à inteligência emocional, que envolve autoconhecimento emocional, automotivação, relação interpessoal e autocontrole, ao serem perguntados sobre quais as estratégias/atitudes de gerenciamento das emoções utilizam na sala de aula os professores puderam selecionar mais de uma estratégia citada e/ou adicionar a que utilizam no seu cotidiano. Diante disso, conforme ilustrado no Gráfico 25, as afirmações ou instruções positivas são utilizadas por 37,5%, 25% utilizam as atividades físicas, 12,5% fazem uso da comunicação não violenta e outros 12,5% utilizam técnicas de meditação/mindfulness.Além disso, outros 25% relataram não utilizar nenhuma dessas estratégias.

A baixa adesão às práticas que podem contribuir para a diminuição do estresse e da ansiedade, como mindfulness e o uso de sons com frequências em hertz, as quais não são realizadas por nenhum docente entrevistado, pode estar relacionada com o desconhecimento acerca do tema, principalmente no que tange às músicas relaxantes, frequências emhertz e mindfulnesse o desconhecimento da necessidade de executá-las com seus estudantes.

Documentos relacionados