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Pesquisa pode ser definida como o procedimento racional e sistemático para obter respostas as indagações propostas (SILVA: MENEZES, 2005; GIL, 2010). Constitui-se em um processo não totalmente controlável ou previsível, e deve ser pautada pela metodologia adotada (SILVA; MENEZES, 2005).

Existem diversas razões que justificam a realização de um pesquisa, conforme afirma Gil (2010). O autor classifica essas razões em dois grandes grupos: razões de ordem intelectual, que decorre da vontade, do desejo de se conhecer devido à própria satisfação de conhecer; e razões de ordem prática, que decorre da vontade, do desejo de conhecimento visando a executar determinada tarefa de modo mais eficiente ou eficaz. Segundo o que afirma o autor, a pesquisa justificada por problemas práticos (razões de ordem prática) pode conduzir à descoberta de princípios científicos e, da mesma forma, a pesquisa justificada pela ânsia de conhecimento (razões de ordem intelectual) pode fornecer conhecimentos passíveis de aplicação prática.

Para tanto, a elaboração de uma pesquisa necessita de um planejamento que englobe reflexões conceituais sólidos alicerçadas em conhecimentos já existentes e da adoção de um caminho bem claro e definido, mas que no decorrer da pesquisa pode exigir reinvenção a cada etapa (SILVA; MENEZES, 2005). As mesmas autoras destacam que o sucesso da pesquisa depende do procedimento seguido e da habilidade de escolha do caminho para alcançar os objetivos da pesquisa.

Logo, uma pesquisa se desenvolve por meio da aplicação de conhecimentos disponíveis e da utilização de métodos, técnicas ou quaisquer outros procedimentos científicos; desenvolve-se por meio de um processo composto por várias fases, que vão desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados obtidos (GIL, 2010). Desse modo, o desenvolvimento deste trabalho pautou-se na estruturação de fases, que foram desde a formulação do problema até a apresentação da redação final da pesquisa, englobando a definição do método investigativo, da amostra e unidade de observação, e instrumentos de coleta e análise dos dados para confecção dos resultados que subsidiaram a conclusão.

3.1 MÉTODO DA PESQUISA

Todas as ciências utilizam métodos científicos, que se referem ao conjunto de atividades sistemáticas e racionais que permite alcançar um objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do pesquisador (MARCONI; LAKATOS, 2017). Desse modo, esta seção concentra-se na apresentação do método utilizado para o desenvolvimento da pesquisa sobre a síndrome de burnout em professores do ensino superior privado.

Segundo Gil (2010), existem diferentes modalidades de pesquisa, que são definidas mediantes critérios. Para o autor, as pesquisas são classificadas em três grandes conjuntos: finalidade, objetivos, e procedimentos técnicos. Silva e Menezes (2005), acrescentam que as pesquisas podem ser classificadas quanto à abordagem do problema. A partir do exposto, é apresentada a classificação da presente pesquisa com base critérios apresentados por Gil (2010) e por Silva e Menezes (2005), classificando a pesquisa quanto à finalidade, aos objetivos, aos procedimentos técnicos, e à abordagem do problema.

Quanto à finalidade, as pesquisas podem ser classificadas como: básica ou aplicada (GIL, 2010). Uma vez que a presente pesquisa objetiva gerar conhecimento não só para preencher possíveis lacunas no conhecimento científico, mas também para aplicação prática, ela classifica-se como básica e aplicada. Pois, como expõe Gil (2010), a pesquisa básica concentra-se no desejo de conhecer sem previsão ou preocupação com as aplicações e consequências práticas, enquanto a pesquisa aplicada abrange os estudos elaborados com finalidade de resolver problemas identificados na sociedade.

Quanto aos objetivos, as pesquisas podem ser classificadas como exploratória, descritiva ou explicativa (GIL, 2010). Uma vez que a presente pesquisa visa proporcionar maior familiaridade com o problema, realizando levantamento bibliográfico e aplicação de questionário para descrever as características e estabelecer relações entre variáveis, classifica-se como exploratória e descritiva. Estas classificações pautam-se no que define Gil (2010).

Para Gil (2010), a pesquisa exploratória objetiva proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explícito ou construindo hipóteses, envolvendo levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema, e análise de exemplos que estimulem a

compreensão. Já a pesquisa descritiva visa, segundo o autor, descrever as características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis, apresentando como característica significativa a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

Quanto aos procedimentos técnicos, as pesquisas são classificadas como bibliográfica, documental, experimental, ensaio clínico, estudo caso-controle, estudo de coorte, levantamento de campo (survey), estudo de caso, pesquisa etnográfica, pesquisa fenomenológica, teoria fundamentada nos dados (grounded theory), pesquisa-ação, e pesquisa participante (GIL, 2010).

Visto que esta pesquisa possui uma etapa de pesquisa de materiais já publicados para elaboração da base teórica, bem como definição dos critérios de pesquisa, e uma etapa que se concentra na interrogação direta das pessoas para conhecer a situação da síndrome de burnout na amostra, a pesquisa é classificada como bibliográfica e levantamento. A primeira, pesquisa bibliográfica, é desenvolvida a partir de material já elaborado, concentrando-se na seção de apresentação ou de revisão dos fundamentos teóricos (GIL, 2010).

Já a pesquisa do tipo levantamento, é caracterizada pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer, como explica Gil (2010). O autor expõe que nos casos em que o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo de pesquisa tem-se um censo, que embora sejam muito úteis, são custosos. Comumente os levantamentos envolvem uma parcela do universo, ou seja, uma amostra significativa (GIL, 2010).

Quanto à abordagem do problema, as pesquisas são classificadas, de acordo com Silva e Menezes (2005) como quantitativas ou qualitativas. Visto que a pesquisa, embora envolva a percepção pessoal dos indivíduos quanto a relação com o ambiente de trabalho para subsidiar a análise da síndrome de burnout, faz análise que expressa numericamente por meio de uma escala de Likert (para padronização das respostas) a percepção dos indivíduos estudados, logo é classificada como quantitativa.

A pesquisa quantitativa, segundo Silva e Menezes (2005), engloba tudo o que pode ser quantificável, ou seja, tudo o que pode ser traduzido em números e informações para classificação e análise. As autoras salientam que este tipo de pesquisa requer o uso de recursos e de técnicas de estatística como, por exemplo, percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão e coeficiente de correlação.

3.2 FASES E TÉCNICAS DA PESQUISA

O desenvolvimento desta pesquisa foi conduzido por fases, que foram subdivididas em passos. Essas fases, que são descritas a seguir, mostram a evolução dos trabalhos executados para a concretização da pesquisa, desde a preparação, a coleta e a análise dos dados, até a apresentação dos resultados auferidos.

Na descrição das fases e passos desenvolvidos na condução da pesquisa estão descritas as técnicas utilizadas, que se referem ao conjunto de processos utilizados na obtenção dos propósitos da pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2017). As fases e passos estão ilustrados na Figura 12, que identifica os três principais momentos da pesquisa: fundamentos teóricos, coleta de dados, e análise dos dados.

Figura 12 – Fases e passos de desenvolvimento da pesquisa

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